quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

ACORDO DE CESSAR-FOGO É APROVADO POR ISRAEL E O HAMAS

 João Koat Miragaya


Hoje Israel e o HAMAS acordam um cessar-fogo.


Termos do acordo

Ele é temporário (42 dias), sendo que no dia 16 do acordo começarão as negociações para um acordo permanente.

Durante estes 42 dias, serão libertados 3 reféns israelitas por semana, e 14 na última semana. Começa já no domingo.


A cada civil israelita mulher ou menor de idade, 30 presos palestinianos serão libertados (mulheres e menores, na sua maioria). 

A cada soldada e homem adulto, 50 presos libertados. Soldados homens nom serão libertados neste primeiro estágio. 

Cerca de 220 dos presos palestinianos que serão liberados foram condenados à prisom perpétua, outros 250 a penas de mais que 20 anos. Outros mil foram presos no dia 7 de outubro. Os primeiros nom serão mandados nem para a Faixa de Gaza nem para a Cisjordânia.

Nom se sabe quantos reféns estão vivos ou mortos, e, entre estes 33, sabemos que nem todos estão vivos. Calcula-se que entre 1/3 e 1/2 do total estão mortos, e é razoável supor que o paradeiro de alguns corpos é desconhecido até mesmo por membros do HAMAS.

Israel retirar-se-á do Corredor Netzarim, e os habitantes do norte de Gaza poderão regressar. Do Corredor Filadélfia, Israel nom se retirará de imediato, mas liberará para o controlo do Egito a Passagem de Rafah. Por lá entrará a maior parte da ajuda humanitária. 

Corredores abertos por Israel na Faixa de Gaza


Porque agora?

O acordo é devido a quatro fatores:

1. O enfraquecimento do bloco do Hamas

Após o cessar-fogo com o Hezbollah e a queda do regime Assad na Síria, o HAMAS viu-se isolado. Os seus líderes foram mortos e havia (ainda há) a possibilidade real de colonizaçom civil do norte da Faixa de Gaza. Isso flexibilizou a posiçom do HAMAS.


2. A popularidade do acordo em Israel

Se há alguns meses a base de Netanyahu era contrária a um cessar-fogo, hoje a situaçom mudou completamente. Entre os apoiadores do governo, mais da metade é a favor do acordo, mesmo sem a aniquilaçom do HAMAS. Netanyahu sabe disso.


3. A instabilidade do governo

Até março, o governo Netanyahu precisa aprovar o orçamento, caso contrário o governo automaticamente é dissolvido e são convocadas novas eleições. Os ultraortodoxos impõem a votaçom dumha lei que os isente do alistamento militar como condiçom para votar a favor do orçamento, e parte do governo é contra essa lei (extremamente impopular). Netanyahu sabe que o governo pode cair até março, e, se for para arriscá-lo, é melhor que se dê através dumha medida popular, como a libertaçom dos reféns.


4. A pressom de Trump

Trump impôs a Israel o cessar-fogo até o dia da sua posse, e enviou o seu emissário para o Próximo Oriente para Israel e ao Catar, a fim de deixar isso claro para Netanyahu e para o HAMAS. Netanyahu, aparentemente, nom queria começar mal com Trump.

Donald Trump empezinhou-se em que Israel acordasse um cessar-fogo antes de 20 de janeiro


Ainda é cedo para dizer se o cessar-fogo vai continuar. Serão 42 dias para Netanyahu tentar contornar as crises no seu governo. Caso nom consiga, ele deverá ir até o fim. Caso consiga, pode ser que a guerra retorne. Mas será que Trump permitirá? 

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