quarta-feira, 13 de agosto de 2025

OS MÉDIA AO SERVIÇO DA NARRATIVA DO HAMAS

 Sofia Afonso Ferreira 

A autora Sofia Afonso Ferreira 📸 Público Miguel Manso


É mais fácil apelar às emoções do que apresentar factos. A crise da comunicação social internacional tem-se agravado nos últimos anos, particularmente na cobertura do conflito entre Israel e Gaza. 

Muitos órgãos de comunicação, incluindo grandes agências como a BBC, a CNN e o The New York Times, têm disseminado propaganda ao apresentarem narrativas enviesadas que favorecem a perspetiva do Hamas, uma organização terrorista. 

A erosão da imparcialidade jornalística deve-se aos factos serem subjugados a agendas ideológicas, apelando mais às emoções do público do que à verificação rigorosa, pilar central do jornalismo esquecido. 

No contexto do conflito, a crise manifesta-se na aceitação acrítica de informações provenientes de fontes controladas pelo Hamas, perpetuando desinformação que influencia a opinião pública global e políticas internacionais.


Um dos exemplos mais flagrantes é a publicação de números de óbitos fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, como se fossem factos incontestáveis. 

Estes números, que ultrapassam os 50 mil mortos segundo relatórios recentes, são frequentemente citados sem nenhum jornalista questionar, apesar de evidências de manipulação. O ministério inflaciona os números de civis, especialmente mulheres e crianças, para maximizar o impacto emocional e demonizar Israel, enquanto minimiza as mortes de terroristas do Hamas. 

Estudos independentes, como os publicados pela Henry Jackson Society, revelam inconsistências técnicas e remoções silenciosas de milhares de nomes das listas de vítimas, sugerindo uma fabricação deliberada para fins de propaganda.


Embora alguns relatórios da ONU e do The Lancet considerem os dados do ministério como geralmente fiáveis ou até subestimados, análises mais profundas indicam o contrário. 

Por exemplo, a ONU reduziu para metade as suas estimativas de mulheres e crianças mortas em Gaza, alinhando-se com críticas de que os números iniciais eram exageradas. Esta discrepância destaca como a comunicação social internacional, ao não escrutinar estas fontes, contribui para uma narrativa distorcida que ignora o uso do Hamas de civis como escudos humanos e a sua estratégia de guerra assimétrica. 

Apelar às emoções através de imagens gráficas e estatísticas não verificadas é mais fácil do que apresentar factos equilibrados, perpetuando um ciclo de desinformação.


Outro aspeto alarmante é o caso de jornalistas mortos supostamente por Israel que, segundo as forças israelitas, eram também membros ou afiliados de grupos terroristas como o Hamas. 



Desde o início do conflito, mais de 200 jornalistas foram mortos em Gaza, mas muitos deles não eram meros repórteres, mas operativos do Hamas disfarçados. Esta acusação levanta questões sobre a dualidade de papéis, onde indivíduos credenciados como jornalistas participam em atividades terroristas, usando o estatuto mediático como cobertura.

Organizações como o Comité para a Proteção de Jornalistas condenam estas mortes, mas evidências apresentadas por Israel, incluindo documentos e salários pagos pelo Hamas, suportam as alegações em vários casos.


Casos recentes ilustram esta controvérsia, como o de Anas al-Sharif, um jornalista da Al Jazeera morto num ataque aéreo israelita em agosto de 2025, juntamente com quatro repórteres. Israel afirma que al-Sharif era o chefe de uma célula terrorista do Hamas, responsável por ataques com rockets e recebendo salário da organização. 

O repórter al-Sharif nunca ocultou o seu militantismo no HAMAS


Outros jornalistas como Ismail al-Ghoul, morto em julho de 2024, foram identificados pelas Forças de Defesa de Israel como membros militares do Hamas. 

Estas mortes geram indignação global, mas sublinham a complexidade do conflito, onde a linha entre jornalismo e terrorismo se esbate, e a comunicação social ignora estas alegações para manter a narrativa de vítima do Hamas.

Em particular, o caso do refém Shlomi Ziv expõe a cumplicidade de alguns jornalistas com o terrorismo. Ziv, resgatado em junho de 2024 durante uma operação israelita em Nuseirat, foi mantido em cativeiro na casa de Abdallah Aljamal, um jornalista afiliado à Al Jazeera e ao Palestine Chronicle, que também servia como operativo do Hamas. Aljamal e a sua família foram mortos na operação, mas revelações subsequentes confirmaram que ele detinha Ziv e outros reféns (Almog Meir Jan e Andrey Kozlov) no seu lar, misturando o papel de repórter com o de captor. 

Este caso não só demonstra como o Hamas utiliza civis e jornalistas para fins militares e actos de terrorismo, mas também questiona a credibilidade de órgãos como a Al Jazeera, acusados de empregar indivíduos ligados a organizações terroristas, preferindo sempre apelar às emoções em detrimento dos factos.

Fonte: X 

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

IMAGENS FALSAS DA FOME EM GAZA

 O maior jornal da Alemanha desmascara propaganda encenada em Gaza

Cenas montadas da fome em Gaza deram a volta ao mundo

O fotógrafo Anas Zayed Fteiha, que apareceu na BBC, CNN, New York Magazine e Deutschlandfunk, é acusado de fabricar imagens de fome para servir aos interesses islamo-fascistas do HAMAS.


O Bild revela que várias fotos virais são, na verdade, encenadas, com adultos simulando fome diante das câmeras, antes de receberem comida segundos depois.

Os "jornalistas" em Gaza estão ao serviço do imperialismo turco

Fteiha, apresentado como "jornalista", promove imagens no Instagram com "Palestina Livre" e "Foda-se Israel", em conexão com um coletivo radical ativo na Europa. Ele trabalha para a Agência Anadolu turca, afiliada ao regime islamita pró-Hamas de Erdogan.


Gaza tornou-se um teatro de propaganda, filmado para manipular a opiniom mundial. Estas imagens servem menos para testemunhar do que para incutir culpa, manipular e acusar Israel. Isso já nom é informaçom. É guerra psicológica.

Fotógrafo a montar as cenas de imagens sobre a fome em Gaza

Agência Anadolu sob ataque: Ligada ao regime de Erdogan, promove a agenda do HAMAS, recorrendo a "jornalistas" militantes para divulgar imagens diluídas ou parcialmente falsas.


O verdadeiro crime: usar o sofrimento real dos civis como instrumento de comunicaçom contra Israel. Isto nom é mais um testemunho; é umha estratégia de guerra de propaganda.

As cenas da fome falsa em Gaza ao serviço da propaganda do HAMAS

Isto nom é jornalismo, é "Pallywood": cenários criados para influenciar a opiniom mundial, um método bem investigado nos círculos pró-HAMAS.


Já em 2000, o caso al-Durah demonstrou como as imagens podiam ser manipuladas. O termo Pallywood capta este continuum mediático.


A proliferaçom de imagens falsas é visível em todo o lado: fotos falsas de "bebés mortos", crianças siríacas rebatizadas em Gaza — tudo circula para despertar emoçom, indignaçom e pressom.


Questionar a ética dos media ocidentais: a CNN, a BBC e outras empresas retransmitiram estas imagens sem verificar minuciosamente o contexto ou o fotógrafo. Porquê continuar a publicar as mesmas fotos que foram questionadas?


O verdadeiro jornalismo nom manipula a realidade. Ele contextualiza-a. Perante imagens controladas por atores com umha agenda política clara, o seu dever deveria ser investigar, confrontar e dissecar. E, acima de tudo, nom ceder à guerra emocional que procura diabolizar Israel sem denunciar o terrorismo que opera em Gaza.

sábado, 2 de agosto de 2025

PALESTRA SOBRE A HISTÓRIA GENÉTICA DE VILARINHO DOS GALEGOS

 CANTIGAS COM MEMÓRIA GENES COM ALMA

Palestra da Doutora Inês Pires Nogueiro sobre a história genética e das linhagens de Vilarinho dos Galegos.

O evento decorrerá a 4 de agosto às 21h na Casa do Povo da aldeia.



> Para saber mais sobre a presença judaica em Vilarinho dos Galegos.

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

JUSTIÇA OUVIU EMPRESÁRIO LIBANÊS QUE EXPULSOU TURISTAS ISRAELITAS EM VIGO

 A passada terça-feira 29 de julho o hoteleiro de origem libanesa e morador de Vigo Samir Slim (na foto) teve de ir declarar na Cidade da Justiça como investigado por um alegado delito de ódio.

 

📸 Via X

A Justiça espanhola está a inquirir se houve um possível delito de ódio por parte do empreiteiro que expulsou da esplanada do seu local um grupo de turistas israelitas em atitude pacífica segundo mostram as imagens do vídeo gravado polo empresário e seguidamente divulgado até viralizar nas redes e órgãos de comunicaçom social. 


No acesso ao tribunal concentraram-se por volta de 200 pessoas em solidariedade com o empresário "denunciado polo lobby sionista", com bandeiras da Palestina e mesmo da República Islâmica do Irão, bem como faixas com mensagens contra Israel. Antes de entrar no Julgado de Instruçom número 4 de Vigo Slim agradeceu o apoio dos manifestantes: «Fico muito tranquilo de ver que este é um país humano», disse ele.

📸 Via X

Após mais de umha hora de depoimento Slim declarou  sentir-se "libertado", pois «agora o juiz já sabe a parte que nom saiu no vídeo». O grupo de israelitas expulsos do negócio dele nom se presentou na causa promovida por iniciativa própria do ministério público (fiscalia).


Representantes do BNG local acompanharam o empresário investigado 📸 Vía X 

Entre as pessoas assistentes, estiveram representantes de partidos políticos como o BNG e Izquierda Unida ou coletivos como o Comité Antifascista da Lourinhã, que aproveitou a ocasiom para exprimir o seu apoio ao "eixo da resistência" decepado durante a guerra que desde o 7 de outubro de 2023 encara o Estado de Israel.

📸 Via X


quinta-feira, 31 de julho de 2025

A FOME EM GAZA

Pedro Doria

Campanha de manchetes sobre a fome em Gaza


O Globo 29/7/2025

Ele está conduzindo uma guerra bárbara que o Exército e a sociedade israelense rejeitam

Quando enfim a guerra terminar, e ela terminará um dia, as fronteiras de Gaza se reabrirão. Uma onda de jornalistas e ativistas entrará na Faixa. No mesmo dia, o número de imagens à nossa disposição será imenso. Que imagens veremos? Incontáveis prédios destruídos, isso é certo. Prédios reconstroem-se. Mas e as pessoas, como estarão? O relatório da Organização Mundial da Saúde divulgado no domingo aponta que 74 pessoas morreram por desnutrição aguda neste ano. Delas, mais de 63 se foram agora em julho. Um trabalho mais profundo, do IPC, prevê que até setembro haverá 470 mil pessoas com fome em nível 5. O estudo é de abril. O IPC, um painel formado por especialistas e financiado por inúmeros países, tem uma escala para medir fome. Esse nível, o 5, é o pior deles. Chamam de “catástrofe”. Mas é uma previsão, não sabemos ainda se será concretizada. Fome assim dá em corpos esqueléticos, longilíneos, as costelas saltando contra a pele, a cavidade torácica afundada, bochechas ausentes, olhos opacos flutuando sobre círculos negros no meio do rosto. Se o IPC estiver correto, essas serão as imagens de que nos lembraremos da guerra em Gaza.

Algumas guerras da História recente produziram fome nesse nível. A Guerra de Biafra, entre 1967 e 1970; a da Somália, que teve o pico em 2011. Entram na conta também as guerras do Sudão do Sul (com pico da fome em 2017) e da Etiópia (pico em 2021). O que todos esses conflitos têm em comum é o bloqueio da entrada de ajuda humanitária por parte de um dos lados do conflito. Uma distinção, porém, não pode ser ignorada. É que Israel é uma democracia. A única outra vez que uma democracia provocou uma fome em grande escala foi em 1943, durante a Segunda Guerra. Os britânicos são responsáveis diretos pela morte de 3 milhões em Bengala, hoje entre Índia e Bangladesh. E, ainda assim, aquilo foi num contexto de incompetência e desatenção perante a guerra.

O judaísmo criou a tradição mais humanista das três religiões do Livro. Não pode o governo de Israel matar seres humanos de fome. É desumano. Cruel. É antijudaico.

O governo de Benjamin Netanyahu argumenta que, da maneira como a ONU estava fazendo a entrega de alimentos, boa parte terminava confiscada pelo Hamas. Ia parar no mercado paralelo, usada como instrumento de força política. Talvez. Mas, como diz o jornalista britânico Jonathan Freedland, dane-se. Se a alternativa é a fome de pessoas, não há escolha real. Além do que seria simples resolver o problema. Basta botar dentro de Gaza muito mais comida do que é necessário. Oferta e demanda. Se há oferta demais, não há demanda. Sem demanda, o Hamas não transforma comida em instrumento de poder.

Tenho em uma de minhas estantes dois bonequinhos, um de David Ben-Gurion e outro de Yitzhak Rabin. No mundo da política, estão entre meus heróis pessoais. Um construiu no deserto um país para um povo oprimido. Outro teve a coragem de negociar uma paz muito difícil. São, ambos, exemplos de dedicação ao bem público e convicções democráticas. Muitos na comunidade judaica na diáspora não têm tido coragem de denunciar o horror causado pelo governo Netanyahu. Há razões, mas Netanyahu cruzou a última linha da ética.

Há um surto de antissemitismo no Ocidente. Mal passou do pogrom do Hamas, naquele 7 de outubro de 2023, e já havia militantes de esquerda nas ruas pedindo o fim de Israel. À crueldade absurda do Hamas, limitaram-se a virar o rosto para fingir que não viam. Para dizer que era mentira. Na semana passada mesmo, o governo do Brasil deixou oficialmente a Aliança Internacional para a Memória do Holocausto, um gesto incompreensível de tão absurdo. O que lutar contra negacionistas do genocídio nazista tem a ver com Israel? Nada. O Planalto confunde judeus com israelenses e vira as costas para os muitos brasileiros que, sendo judeus, nada têm a ver com as decisões tomadas dentro do Knesset. Esse tipo de comportamento tem nome.

Os nazistas mataram 4 milhões de judeus entre 1942 e 1945. Só entre agosto e outubro de 1942 foram 1,5 milhão. Nada na História contemporânea sequer se aproxima daquilo. Mas, se o IPC estiver correto, quando a imprensa entrar com liberdade em Gaza registrará imagens da tragédia produzida pelo governo Netanyahu que serão associadas ao Holocausto. O terror que o governo Netanyahu está construindo liberará incontáveis antissemitas da vergonha de se mostrarem como são, e as vítimas maiores serão judeus na diáspora. Netanyahu não só foi incapaz de garantir a segurança de judeus no 7 de Outubro, como está conduzindo uma guerra bárbara que o Exército e a sociedade israelense rejeitam.

Lutar contra o antissemitismo, hoje, passa por denunciar Bibi Netanyahu.



Carta aberta em resposta ao artigo “A fome em Gaza”

Caro Pedro,

Li seu artigo com o coração apertado. Sim, pela tragédia que estamos todos testemunhando, mas também por ver um texto que, em nome da dor legítima, abre mão de algo que deveria ser sagrado para quem escreve: o rigor.

Não há dúvida de que a situação humanitária em Gaza é grave. Relatos de desnutrição e insegurança alimentar existem, e são motivo de atenção e preocupação. Mas é justamente por levar esse cenário a sério que me incomoda ver acusações tão pesadas sendo sustentadas por dados e conclusões que carecem de rigor metodológico, contextualização e responsabilidade.

Boa parte da cobertura e das denúncias sobre “fome como arma” se baseia nos relatórios do IPC e de agências da ONU. No entanto, o Instituto de Estudos de Segurança Nacional (INSS), entre outros analistas, expôs falhas sérias nesses documentos: dependência de fontes locais sem verificação independente, uso alarmista de linguagem técnica, ausência de dados brutos e desconsideração de registros oficiais israelenses, como os da COGAT, que mostram entrada contínua de ajuda.

E aqui é importante destacar: os relatórios da COGAT não são especulativos. Eles se baseiam em dados concretos, rastreáveis, e exigem comprovação documental para cada carga. Os relatórios detalham origem, tipo de carga, rota de entrada e destino, com números específicos. São insumos logísticos, não interpretações políticas. Ignorá-los ou descartá-los por completo empobrece o debate e enfraquece qualquer tentativa honesta de apurar responsabilidades.

Além disso, as discrepâncias entre os dados divulgados pela ONU e IPC são significativas e recorrentes. Ao longo dos últimos meses, ambas as instituições foram obrigadas a revisar e corrigir suas previsões e classificações, inclusive reduzindo estimativas alarmistas que não se confirmaram com o passar do tempo. Esse padrão de correções e imprecisões não é trivial: ele compromete a credibilidade dos alertas e levanta sérias dúvidas sobre o uso político desses relatórios. Quando o alarme substitui o critério, e projeções instáveis são tratadas como provas, temos um problema que é mais de método do que de conteúdo.

Ainda mais relevante: os próprios relatórios da ONU e do IPC, frequentemente usados em efeito cascata como evidência contra Israel, reconhecem que o Hamas intercepta, desvia e controla a distribuição da ajuda humanitária. Eles registram que a presença de grupos armados, as restrições impostas por eles e a insegurança nas zonas de entrega comprometem o acesso da população aos suprimentos. Ou seja, as mesmas fontes que alertam para a crise também apontam um dos seus principais causadores, e ele está dentro de Gaza.

Você cita o bloqueio como prova de intenção. Sim, houve bloqueio. Foi severo, e suas consequências foram debatidas, inclusive dentro de Israel. Mas o que não se pode ignorar é que, antes mesmo da decisão de restringir o acesso por Rafah e Kerem Shalom, Israel havia mapeado, por inteligência de campo e imagens de satélite, que havia dentro de Gaza alimentos suficientes para seis meses. Esses estoques, em vez de serem distribuídos à população civil, estavam sob controle do Hamas, que os retinha e usava como instrumento de poder.

A lógica do bloqueio, controversa como muitas medidas de guerra, visava justamente pressionar o Hamas a liberar essa ajuda. Não matar civis de fome. E isso, do ponto de vista do Direito Internacional Humanitário, faz toda a diferença. Para que se configure o crime de usar a fome como arma de guerra, é preciso provar intenção deliberada e comprovada de causar esse sofrimento à população civil.

Você sugere que o problema da fome seria facilmente resolvido se Israel simplesmente despejasse comida em Gaza e que, diante da urgência humanitária, “dane-se” o Hamas. Essa proposta soa moralmente apelativa, mas ignora o essencial: não estamos lidando com um mercado livre, mas com um território sob o controle de uma milícia armada que transforma escassez em estratégia. O Hamas intercepta, confisca, redireciona e comercializa ajuda humanitária com fins políticos e militares. A lógica da oferta e demanda não opera quando quem detém o monopólio da distribuição é também o causador da crise. Jogar mais comida, sem garantir canais seguros, neutros e desmilitarizados de entrega, não soluciona o problema, só alimenta o controle. Até os próprios relatórios da ONU e do IPC reconhecem que milícias armadas dentro de Gaza impedem a chegada da ajuda a quem mais precisa.

Portanto, sim, mais ajuda precisa entrar. Mas ela precisa chegar às mãos certas. Jogar comida no abismo não é política pública. É teatro moral com consequências trágicas. A frase citada por você — “se a alternativa é a fome, não há escolha real” — propõe uma dicotomia enganosa: ou alimentamos civis sob qualquer condição, ou permitimos que morram. Mas isso apaga o agente que sequestra a ajuda. Não se trata de escolher entre o mal e o mal maior. Trata-se de interromper um ciclo no qual o Hamas transforma a fome em ferramenta de controle e chantagem. Ajudar sim, mas com segurança, com neutralidade, e sem fortalecer quem perpetua o sofrimento. O “dane-se” soa como um grito moral, mas na prática, é um gesto de rendição ética. Se aceitarmos que qualquer canal de ajuda é válido, mesmo que termine nas mãos de grupos terroristas, estamos normalizando o uso político da fome. Alimentar civis é urgente, mas fazê-lo às custas de reforçar o poder de quem os oprime é um pacto com o predador e não um gesto de compaixão.

Ao longo do seu texto, você recorre a projeções, previsões e estimativas futuras para tentar caracterizar um crime no presente. O relatório do IPC, por exemplo, fala de possíveis níveis de “fome catastrófica” que podem vir a ser atingidos. E você é cuidadoso em admitir que se trata de uma previsão. Ainda assim, é com base nela que você constrói grande parte do argumento moral e jurídico contra Israel. Isso é problemático. Projeção serve como alerta, não como prova retroativa. Imputar crime com base em hipótese futura é confundir análise com acusação. E, pior ainda, é desrespeitar um princípio básico de justiça.

E para que esse tipo de crime ocorra, como você mesmo compara ao Holocausto, à fome de Biafra, da Etiópia e da Somália, não basta que haja sofrimento. É preciso que haja um aparato institucional, ordens claras, cadeia de comando, cumplicidade entre órgãos do Estado e silêncio das instituições. Nada disso se verifica em Israel. Nenhum documento vazado. Nenhuma denúncia interna. Nenhuma decisão reconhecida em cortes internacionais. Nenhuma evidência de que o governo israelense tenha atuado com essa intenção, muito menos com o apoio ou omissão de todo o aparato de defesa, jurídico e político.

Reconheço, sim, que o impacto humanitário sobre civis em Gaza é devastador e, sob esse aspecto, pode lembrar tragédias históricas como as que você menciona. Mas isso não justifica, nem legal nem moralmente, que se equipare tais eventos. Os contextos são distintos, as intenções, opostas, e os agentes responsáveis, diversos. Comparações desse tipo, ainda que emocionalmente potentes, apagam a complexidade dos fatos e distorcem a percepção pública da guerra.

Israel, por mais pressionado que esteja, segue sendo uma democracia funcional. Uma democracia com imprensa livre, tribunais independentes, oposição ativa e sociedade civil crítica. Se houvesse uma política deliberada de matar palestinos de fome, isso não se sustentaria no silêncio. Não seria discreto. Não seria possível sem reação. Seria um escândalo público, e provavelmente geraria protestos até mesmo entre eleitores do Likud e membros das Forças de Defesa de Israel. Crimes dessa natureza exigem cumplicidade em massa. E essa cumplicidade simplesmente não existe.

É nesse ponto que sua analogia com o Holocausto ou com a fome de Bengala se torna não apenas indevida, mas absolutamente mentirosa. É falsa em termos históricos, jurídicos, morais e factuais. Se comparações como essa têm apelo emocional, é justamente porque o peso simbólico suplanta a evidência. Mas não há paralelos válidos. E insistir neles é repetir a mesma lógica que sustenta campanhas de desinformação já desmentidas.

Aliás, por que você não mencionou os três casos mais escandalosos de distorção da realidade nos últimos meses?

Primeiro, a manchete que correu o mundo: “14 mil crianças morrerão em 48 horas”. Não aconteceu. Nunca houve evidência que sustentasse isso. Os próprios autores do relatório, ONGs e agências envolvidas, tiveram que se retratar. Mas o estrago já estava feito.



Segundo, a imagem amplamente divulgada pelo New York Times, e replicada em efeito cascata, de uma criança supostamente esquelética por fome. Dias depois, o jornal admitiu que ela sofria de condições preexistentes e uma doença genética grave. Mas, novamente, a correção não teve nem um décimo da repercussão da imagem original.

Criança com doença genética grave utilizada para acusar Israel de esfomear Gaza

Todas estas fotos foram tiradas por Ahmed Jihad Ibrahim Al-Arini, fotojornalista que trabalha para a agência estatal turca Anadolu. As imagens foram divulgadas para sugerir que Israel está a matar crianças à fome em Gaza. No entanto, o rapaz retratado (Muhammad Zakariya Ayyoub al-Matouq) sofre de uma doença degenerativa totalmente alheia à fome. Apesar disso, a foto foi amplamente partilhada por grandes meios de comunicação, incluindo o The New York Times, NBC News, The Guardian e BBC. Nenhum deles se preocupou em verificar o contexto antes da publicação —e nenhum parece interessado em corrigir a narrativa agora.

Terceiro, o escândalo recente envolvendo a BBC. Um e-mail interno da emissora revelou instruções explícitas para que seus jornalistas seguissem uma única narrativa sobre a crise humanitária em Gaza. A orientação era clara: ignorar discussões sobre a quantidade de ajuda que entra, culpar exclusivamente a fundação humanitária GHF, criada com apoio americano e israelense, e repetir, sem espaço para nuances, que Israel é o único responsável legal pela fome em Gaza. Trata-se de uma distorção editorial deliberada, que abandona o jornalismo em favor da militância.

Você afirma que, por ser uma democracia, Israel jamais poderia permitir algo assim. Concordo. Mas a mesma democracia que você invoca também exige provas antes de condenações. E até agora, essa prova simplesmente não veio.

Por fim, dizer que lutar contra o antissemitismo passa por denunciar Netanyahu é, francamente, uma inversão perigosa. Antissemitismo não depende de Netanyahu. Ele o antecede, o ultrapassa e o sobrevive. Condicionar o respeito aos judeus à postura de um governo específico é, no mínimo, uma chantagem moral, e, no máximo, um álibi para antissemitas que se disfarçam de críticos políticos.

Pedro, criticar Israel é legítimo e necessário. Mas acusar sem provas, reduzir toda uma nação à figura de um líder e transformar análise em narrativa moralista não é jornalismo. É um gesto de empatia sincera, mas que cede à pressão emocional e à opinião pública internacional, afrouxando o senso crítico. E quando isso vem de alguém bem-intencionado como você, fere não só a verdade. Fere o debate.

Com respeito,

Hasbará Brasil


sexta-feira, 25 de julho de 2025

100 ANOS DA PUBLICAÇOM DE "MEIN KAMPF"

 100 anos do Mein Kampf: o manifesto antissemita de Hitler.



Em 18 de julho de 2025, o "Mein Kampf" (A Minha Luta), livro escrito por Adolf Hitler, completou 100 anos.


É essencial revisitar a sua história e compreender o seu impacto. Publicado em 1925, o livro mistura autobiografia e tratado político, promovendo ideias centrais do nazismo: antissemitismo virulento, racismo extremo e ambições expansionistas.


Hitler começou a escrever o Mein Kampf em 1924, enquanto estava preso. A obra tornou-se umha poderosa ferramenta de propaganda. Após a sua nomeaçom como chanceler em 1933, o livro popularizou-se, vendendo mais de 12 milhões de cópias até o fim da Segunda Guerra Mundial.


Com a derrota do regime nazista em 1945, os Aliados baniram a propaganda nazista, incluindo o Mein Kampf. Os direitos autorais passaram ao governo da Baviera, que proibiu novas publicações —com exceçom de edições em inglês. Essa proteçom expirou em 31 de dezembro de 2015.


A abordagem sobre o Mein Kampf variou entre países. A Alemanha lançou uma ediçom crítica e comentada. Os EUA adotaram umha postura mais liberal, permitindo a circulaçom. Já a Áustria e outros países preferiram proibir a obra por completo.


No Brasil, o Mein Kampf entrou em domínio público em 2015 e passou a ser comercializado livremente. No entanto, a Lei 7.716/89 criminaliza a divulgaçom do nazismo, incluindo o uso da suástica como símbolo de propaganda. Promover o livro como exemplo ignora os crimes históricos de Hitler, que resultaram no assassinato de 6 milhões de judeus. Em Portugal, em junho de 2016 o livro Mein Kampf foi o maior êxito de vendas da editora Guerra & Paz durante a Feira do Livro de Lisboa.





Porém, várias edições de traduções árabes do Mein Kampf foram divulgadas ao longo dos anos.


Loja com o nome Hitler na Faixa de Gaza


Avançando até aos dias de hoje, a influência nazi no mundo árabe-muçulmano é inegável. Suásticas, bandeiras nazis e até lojas com o nome do próprio Adolf Hitler foram encontradas em locais como Gaza. Isto entrelaça-se frequentemente com os temas comuns do ódio aos judeus e do antissionismo, criando um legado perturbador que persiste em muitas áreas.





Mais que um registo histórico, Mein Kampf expressa a ideologia racial que levou o nazismo a transformar o antissemitismo em política de Estado. A volta de discursos de ódio e teorias da conspiraçom mostra que o combate ao racismo continua urgente —mesmo após os horrores do Holocausto.



Combater a apologia ao nazismo exige compromisso com o conhecimento, os direitos humanos e a educaçom. Precisamos formar gerações conscientes, que rejeitem o ódio e escolham a convivência pacífica. 



Fonte: StandWithUs Brasil


terça-feira, 22 de julho de 2025

ISRAEL DEFENDE OS DRUSOS DA SÍRIA DO JIHADISMO

 Israel defende os drusos enquanto o Ocidente os abandona perante o jihadismo


Bandeira nacional do povo druso


Israel veio em defesa dos drusos por um imperativo moral para evitar que sejam massacrados polo regime jihadista sírio, que ataca as minorias étnicas e religiosas nom muçulmanas sunitas enquanto conta com a passividade do Ocidente, incluindo os Estados Unidos, que optam por reforçar o protetorado que a Turquia exerce de facto sobre parte da Síria.


A minoria drusa da Síria está a ser ameaçada por grupos jihadistas

Ataque a quartel do regime sírio em Damasco


A 16 de julho as Forças de Defesa de Israel (IDF) bombardearam a entrada do quartel-general do regime sírio em Damasco. A ofensiva é umha resposta a ataques de forças do governo sírio contra civis das minorias drusas e cristãs no sul do país.


A mensagem de Israel é clara: terror islâmico mesmo dum presidente que trocou a farsa do ISIS polo fato e gravata nom será tolerado.


Israel e os drusos: umha aliança antiga


Israel tem longa relaçom com a comunidade drusa, mesmo dentro de seu território. Diante das denúncias de massacres cometidos pelo regime em Sweida, no sul da Síria, o Exército israelita decidiu intervir mas sem enviar tropas terrestres.


Em Suwayda, na Síria, o passado 13 de julho, eclodiram confrontos com as forças sírias.  Há mais de 250 mortos,  civis drusos, devido a alegadas execuções; o cessar-fogo de 15 de julho foi posto em causa.


Desde segunda-feira 14 de julho, civis drusos israelitas atravessam a fronteira para tentar proteger os seus aliados sírios. Os drusos israelitas (130 mil cidadãos, muitos deles nas IDF) consideram os parentes sírios como irmãos.


O movimento preocupa as IDF, que temem umha escalada do conflito e buscam manter o controlo da situaçom.


160 alvos sírios atingidos em Sweida e Damasco


Até 16 de julho Israel já realizou 160 ataques aéreos contra alvos do regime sírio em Sweida e em Damasco, incluindo áreas do Ministério da Defesa e do Palácio Presidencial. A operaçom deve durar vários dias.


Mesmo com os bombardeamentos, o Exército sírio retomou o controlo de cerca de 70% da cidade de Sweida, antes dominada polos drusos.


Segundo as IDF, o regime emprega cerca de 200 milicianos e 1000 soldados regulares para cercar e isolar a populaçom local.


Massacres, milícias e o limite da resposta israelita


Israel acusa o regime de usar milícias para cometer atrocidades e tentar isentar-se de responsabilidade direta. Ainda assim, inteligência militar sugere que o plano foi orquestrado para dar aparência de conflito interno.


Apesar dos ataques das IDF, a ausência de tropas terrestres pode limitar a sua capacidade de impedir os massacres. Israel quer impor um custo militar ao regime, mas admite que a situaçom dos drusos segue crítica.


A relaçom dos drusos com o

Estado de Israel


Os drusos mantêm uma aliança histórica com Israel, participando diretamente da defesa do país e ocupando espaços importantes em várias instituições estatais. Eles são conhecidos pola sua lealdade a Israel e, ao contrário de muitas outras comunidades árabes, os homens drusos estão sujeitos ao alistamento obrigatório nas Forças de Defesa de Israel (IDF).


Regime sírio anuncia cessar-fogo em Sweida


Um líder druso na Síria afirmou que foi firmado um acordo de cessar-fogo com o regime. Segundo o xeque Yusuf al-Gharbua, Sweida será reintegrada ao Estado e instituições locais serão restauradas.

O pacto prevê garantias de direitos "de acordo com as leis de justiça e igualdade" e a criaçom dum comitê para investigar os confrontos.


A mídia estatal síria confirmou o cessar-fogo e informou que as IDF devem-se retirar, mantendo apenas pontos de controlo na cidade.


O terrorismo islâmico ameaça minorias nacionais do Próximo Oriente

Desde a queda de Bashar al-Assad, Israel tem-se comprometido com a proteçom das comunidades drusas na Síria e vem mantendo essa promessa. Embora haja negociações crescentes para um acordo de paz entre Israel e a Síria, para que isso se concretize, o regime sírio precisa adotar medidas concretas em favor das minorias.


Solidariedade seletiva

O silêncio ensurdecedor de parte dos políticos frente ao massacre de mais de 1300 drusos na Síria escancara que nunca se tratou de direitos humanos, cessar-fogo ou solidariedade aos palestinianos. Se nom tem Israel envolvido, nom há interesse e a “solidariedade” é seletiva!