Desde o início da crise entre a Rússia e a Ucrânia, o Estado de Israel manteve um perfil baixo (missom impossível quando se tratar de Israel): apoiar Ucrânia e ser parte do bloco do seu principal aliado (EUA), mas ao mesmo tempo nom causar a ira de Putin.
O desejo de nom zangar o protetor de Bashar al-Assad e aliado do Irão deve-se ao temor a que, em retaliaçom a umha condenaçom pesada, ordene ao Exército russo na Siria opor-se aos ataques aéreos israelitas contra a infraestrutura armada pró-iraniana. Para Israel, a Rússia é hoje um país fronteiriço (Síria) que pode causar muito dano (ciberespaço incluído).
Logo depois do ataque russo, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Yair Lapid, desmarcou-se no dia 24 de fevereiro da “cautelosa” posiçom ao condenar a ofensiva. Aliás, Israel tem a obrigaçom quase existencial de estar sempre do lado dos EUA. Porém, a resposta pública do primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, foi mais morna:
"Estes dias ensinam-nos que a guerra entre exércitos nom é, infelizmente, cousa do passado. O mundo está muito menos estável e a nossa área também está a mudar dia a dia.
O Estado de Israel é hoje umha âncora de força, de estabilidade, de segurança e de esperança, numha área difícil, saturada de ameaças e desafios. Todo israelita sempre sabe que tem um lar para onde voltar, que há alguém para cuidar dele num momento de necessidade.
Cidadãos israelitas que ainda nom deixaram a Ucrânia: saiam agora. Salvem a sua vida.
O nosso pessoal está à espera para buscá-los nos postos de fronteira no oeste do país.
Além disso, todo judeu, em todo o mundo, sabe que estamos à espera por eles aqui e que a porta do Estado de Israel está sempre aberta.
Estes são momentos difíceis e trágicos, e os nossos corações estám com os cidadãos da Ucrânia que entraram nesta situaçom por nengumha injustiça da sua parte.
Israel prometeu ajudar em qualquer ajuda humanitária necessária. Temos a capacidade e aprendemos com a experiência".
הימים האלה מלמדים אותנו שמלחמה בין צבאות איננה, לצערנו, נחלת העבר. העולם הרבה פחות יציב וגם האיזור שלנו משנה את פניו מיום ליום. pic.twitter.com/ns6x0c7GTu
— Naftali Bennett בנט (@naftalibennett) February 24, 2022
Mesmo antes de a Rússia intervir na Síria em 2015, Israel manteve silêncio sobre a anexaçom da Crimeia em 2014. De facto, absteve-se de a condenar na Assembleia Geral da ONU de 27 de março de 2014. Naquela altura, a Casa Branca e o Departamento de Estado expressaram explicitamente a sua raiva pola neutralidade de Israel. Membros sénior do governo Obama, alguns deles atualmente na equipa de Joe Biden, expressaram desapontamento com a posiçom de Israel. Depois que a Crimeia foi anexada, as relações de Israel com a Rússia continuaram a florescer. O entom primeiro-ministro Benjamin Netanyahu fez várias visitas a Moscovo e Sochi e muitas vezes se gabava das suas “relações pessoais calorosas” com o presidente russo, Vladimir Putin. O novo primeiro-ministro manteve a linha de Netanyahu.
Encontro entre N. Bennett e V. Putin em Sochi a 22/10/2021 FOTO: Evgeny Biyatov, Sputnik, Kremlin Pool Photo via AP |
Mas Israel também tem boas relações com a Ucrânia e nom apenas por ser judeu o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski com familiares vitimados pola Shoah. Israel ofrece ajuda humanitária à Ucrania, mas a Ucrania preferiria as suas baterias do sistema de defesa antiaérea israelita, a conhecida Cúpula de Ferro, com mais de 90% de eficácia perante os ataques do Hamas e da Yihad Islâmica.
Nos últimos anos, Israel ofereceu-se para hospedar umha cimeira entre Putin e Zelenski, mas Putin recusou o convite.
A condenaçom de Lapid ao ataque russo foi bem recebida pola Ucrânia (embora Kiev esperaba umha crítica israelita mais dura e pública contra a Russia). Por enquanto, a Rússia nom mostrou sinais de ira. No dia 25 de fevereiro, em conversaçom telefónica com o presidente Zelenski, o primeiro-ministro israelita Naftali Bennett ofereceu ajuda humanitaria e disse-lhe "apoiar o povo da Ucrania nestes dias difíceis".
-Influência na negociaçom em Viena sobre o programa nuclear iraniano de 2015 logo da saída de Trump em 2018.
-Situaçom da comunidade judaica na Ucrânia (aprox. 150.000-200.000).
O presidente sírio Bashar al-Assad mostrou apoio à guerra de Putin, afirmando, numha conversa telefónica com o presidente russo que "a Rússia nom apenas se defende, mas defende o mundo e a humanidade". O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em conversaçom telefónica com Putin exprimiu "respeito e comprensom polas preocupações de segurança russas por causa das ações desestabilizadoras dos Estados Unidos e a NATO".
ATUALIZAÇOM 27/2
O primeiro-ministro israelita Naftali Bennett ligou hoje para o presidente Vadimir Putin para oferecer a mediaçom de Israel no conflito na Ucrânia, a pedido do seu presidente, Volodymyr Zelensky. A oferta foi educadamente recusada. Putin retorquiu que Moscovo concordara em negociar com a Ucrânia na Bielorrússia, mas o presidente ucraniano rejeitou a oferta.
Um aviom partiu de Israel para a Ucrânia com ajuda humanitária para civis em dificuldades.
Israel absteve-se de patrocinar a condenaçom da Rússia polo Conselho de Segurança da ONU liderada polos EUA por invadir a Ucrânia.
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