Após vinte e dous anos de investigaçom, hoje foram divulgados pola televisom pública espanhola (RTVE) os resultados dum estudo realizado polo catedrático José Antonio Lorente da Universidade de Granada assinalando que o ADN dos restos de Colombo teriam umha origem hebraica, o que confirma a tese judeu sefardita, embora sem identificar o local de nascimento.
O mesmo estudo confirma que os restos do navegador responsável por liderar a frota que alcançou o continente americano em 12 de outubro de 1492 são os que se acham soterrados na Catedral de Sevilha (Andaluzia, Espanha). Para além de descartar a teoria genovesa (italiana) da origem de Colombo, o documentário "Colombo ADN, a sua verdadeira origem", divulgado a 13 de outubro de 2024, desmonta oito teses até encontrar a coincidência genética, bem como confirma a relaçom paterno-filial entre Cristovão e Fernando Colombo.
Investigações com base no ADN confirmaram a origem judaica de Colombo |
A análise do ADN de Fernando resolveu o enigma: "Tanto no cromosoma 'Y' como no mitocondrial de Fernando há riscos compatíveis com a origem judaica".
A linha de investigaçom liderada polo catalão Francesc Albardaner, ex-presidente do Centre d'Estudis Colombins de Barcelona, foi a ganhadora neste inquérito que formulou a investigaçom como umha competiçom entre oito teorias existentes. Lorente certifica que Colombo era judeu, localizando-o numha área geográfica concreta: "Mediterrâneo ocidental" e que Albardaner situa no Reino de Valência (Países Catalães).
Francesc Albardaner, o investigador catalão da origem judaica de Colombo |
O investigador catalão está convencido de que os resultados do ADN descartam completamente a história de que Colombo procedia de Génova: “Todos os historiadores muito importantes da Itália, todos eles, escreveram preto no branco que é impossível que Colombo seja judeu. Noutras palavras, há umha incompatibilidade total. Toda a teoria genovesa de Colombo entra em crise se for aceite que Colombo é judeu". E porque? Segundo Albardaner, Gênova expulsou os Judeus no século XII, “nom havia nem pessoas, nem comunidade, nem sinagoga, nada mesmo. Os Judeus só podiam ficar em Gênova por três dias para fazer negócios e depois deviam partir."
Além disso, como apontam até mesmo os defensores doutras teorias, todas as cartas conservadas de Colombo, e há muitas, são escritas em espanhol e nunca é apreciada qualquer influência ou palavra italiana. Mesmo escreveu em espanhol ao Banco de Gênova. Aliás, segundo as pesquisas de Albardaner, a caligrafia do navegador apresenta a fasquia da usada nos Países Catalães, diferente da usada na Coroa de Castela ou no Reino de Aragom.
Perseguiçom aos Judeus
Segundo os livros de história Colombo era considerado um bom cristão, mas Albardaner, apoiado na genética, vê a sua teoria apoiada: "Porque é que Cristóvão Colombo teve de esconder a sua identidade? Bem, por umha razom muito mais forte do que o facto de que fora de classe humilde. Os Judeus estavam a sofrer as maiores perseguições desde que se estabeleceram na Península Ibérica. Muitos foram forçados a se converter ao catolicismo. Outros foram forçados a emigrar para cidades como Lisboa, que foi precisamente onde viveu durante vários anos. E no ano de 1492 é dado um ultimato: todos os Judeus que nom se convertessem ao cristianismo deviam deixar os domínios dos Reis Católicos." O investigador catalão arrisca ainda mais: “Cristovão Colombo, durante toda a vida, teve que fingir que era cristão, católico, apostólico e romano. Se tivesse errado, esse homem teria ido parar na pira, num auto-da-fe, mas ele estava protegido polos reis. Entom a Inquisiçom o respeitava”.
Judeu de naçom
Francesc Albardaner sempre defendeu, além da teoria judaica, que Colombo era valenciano: “Ele nasceu numha família de tecelões de seda de Valência, onde havia umha longa tradiçom dentro da comunidade judaica de tecelões de seda. Colombo era judeu, judeu por cultura, judeu por religiom, judeu por naçom aqui e acima de tudo de coraçom, porque este homem exala judaísmo nos seus escritos."
Ligações às monarquias ibéricas
O aceso direto que Colombo teve tanto aos reis de Castela quanto a João II de Portugal explicar-se-ia "porque houve muitos Judeus e judeus conversos que o ajudaram, entre eles o duque de Medinaceli, com quem viveu vários anos. E também Luis de Santángel, ministro das Finanças do Rei Fernando o Católico e que financiou pessoalmente a expediçom à América, dando grande apoio a Cristóvão Colombo. Também contou com o apoio de Andrés Cabrera, conselheiro muito afim e responsável polas contas de Isabel a Católica. Eles eram todos dum grupo que se protegiam", frisou Albardaner.
Fim do dilema
Descartadas todas as teorias galego-portuguesas, maiorquina, basca-navarra e castelhana, José Antonio Lorente ousa escolher a teoria judaica mediterrânica: “O ADN indica que Cristóvão Colombo teve origem mediterrânica no Mediterrâneo ocidental. O que se passa? Se em Gênova nom havia Judeus no século XV, as chances de ser de lá também são mínimas. Também nom havia umha grande presença judaica no resto da península itálica, fazendo com que fossem muito fracas. Nom existem teorias sólidas nem indicações claras de que Cristóvão Colombo poderia ser francês. O que nos restaria?, o arco mediterrâneo espanhol: as Ilhas Baleares e a Sicília. Mas a Sicília também seria estranha, porque caso contrário Cristóvão Colombo teria escrito com alguns traços da língua italiana ou siciliana, com o qual o mais provável é que a sua origem esteja no arco mediterrâneo espanhol ou nas Ilhas Baleares, que naquela época pertenciam à Coroa de Aragom."
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