segunda-feira, 13 de setembro de 2021

FUGA DE PRESOS PALESTINIANOS DUM CÁRCERE DE ALTA SEGURANÇA EM ISRAEL

 João Koatz Miragaya

A fuga de seis prisioneiros palestinianos foi uma das maiores vergonhas da história do serviço de segurança de Israel, com traços de tragicomédia e vergonha alheia. 

Os factos

Seis presos escaparam da madrugada de domingo 6 de setembro para segunda 7 de setembro do presídio de segurança máxima de Gilboa, no norte de Israel. Todos eram palestinianos, cinco deles membros da Jihad Islâmica e um era Zakarie Zebaiye, comandante da Brigada de Mártires de Al-Aqsa, braço armado do Fatah.

Quatro dos seis presos cumpriam pena de prisom perpétua, tinham graves crimes nas costas (atentados terroristas, principalmente), e alguns encontravam-se em Gilboa desde a Segunda Intifada (2001-2005).

A prisom de Gilboa está a 4 km da linha verde (dúvida com Cisjordânia) e 14 km da Jordânia.

Como foi a fuga? 

Clássica: Os presos cavaram um túnel e escaparam por baixo da terra, igual que nos filmes de Hollywood. Mas esse filme atual tem elementos de comédia pastelom mesclados com a total negligência do sistema de segurança de Israel.

A história já começa mal com a localizaçom: 4 dos 6 presos som originalmente de Jenin, cidade que fica a 15 km da prisom. Dous, inclusive, som irmãos. Colocar presos tam próximos do quintal de casa nom é algo muito recomendável. Mas isso é só o início da história.

O presídio de Gilboa foi construido durante a segunda Intifada para absorver a grande quantidade de presos palestinianos. Nom foi projetado com o cuidado necessário, e a sua planta chegou a ser divulgada num site pola construtora (o que nom provocou mudanças na estrutura do presídio).

Pra piorar, era sabido que o presídio tem vários espaços vazios, ocos mesmo, abaixo do piso. Ou seja: você quebra facilmente o piso e depara-se com um túnel natural. Facilita muito a fuga, nom precisa quebrar concreto.

Em 2014, houve uma tentativa idêntica de presos que tentaram escapar cavando um túnel, e foram descobertos no último minuto por um guarda que fazia a vigia. Mesmo sabendo dessa tentativa de fuga, nom só nom taparam com concreto os espaços vazios, como nom havia vigia na torre.

Como se nom bastasse, nom havia fiscalizaçom constante nas celas para monitorar tentativas de fuga. Umha fuga dessas demora entre seis meses e um ano desde o planeamento até a execuçom, e ninguém detectou o problema.

A cereja do bolo

Um taxista da regiom viu a fuga, avisou a Polícia, que demorou duas horas para checar o ocorrido e iniciar as buscas, dando aos fugitivos umha enorme vantagem de tempo. Em suma, um festival de incompetência que se estende por anos.

Pois bem, depois de dias de buscas, temor na regiom da Baixa Galileia, euforia na sociedade palestiniana e muito mais, encontrarem dous dos presos na cidade de Nazaré. Umha denúncia anônima ajudou a busca. Os outros quatro seguem desaparecidos.



Na madrugada de 11 de setembro , na regiom de Uhm al-Fahm, foram presos outros dois fugitivos, entre eles Zacaria Zabayie. Fica, portanto, um preso ceive.

Tudo isso gerou umha série de repercussões em Israel, tensões entre o exército e manifestações de palestinianos na Cisjordânia, revolta de outros presos e muito mais. 


Apenas um dado positivo em todo este evento bizarro: foi graças à colaboraçom da populaçom árabe de Israel contrária ao terrorismo palestiniano que permitiu a localizaçom de 5 dos 6 fugidos.

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