As restrições por causa da pandemia e Covid-19 estám a provocar o encerramento de muitos estabelecimentos de hotelaria por toda a parte. Ribadávia, vila galega com umha importante herança judaica, nom é imune a essa realidade e nos últimos dias está a sair à tona da atualidade o fecho de dous locais de referência nas judiarias galegas.
O primeiro caso, noticiado a 12 de março polo jornal La Región de Ourense, é o da "Tafona da Hermínia", localizado na Rua da Porta Nova de Arriba, na cerna da Judiaria de Ribadávia. A sua proprietária, Dona Hermínia Rodrigues Carvalhal, anunciava, logo de mais de trinta anos de atividade, o encerramento da sua loja de bolos hebraicos. A loja era ponto de paragem obrigatória nas visitas à capital do Ribeiro.
Dona Hermínia junto do cartaz da sua popular tafona. FOTO: A.CH. | La Región |
Até hoje ela comandava a única loja especializada em confeitaria judaica (Mamul, Ghorayebah, Kupferlin, massas de papoila...). Um receituário único que apenas ela conhece. «Quando trabalho nom quero ninguém comigo. Faço-o tudo a mão, mas ninguém sabe como. Nem o meu homem nem os meus filhos», referia ela numha entrevista publicada em 2018. Eu antes dizia, «se me acontecer qualquer cousa deixai tudo em depósito no museu, mas agora digo que nom, que o conservem porque assim sempre terám onde trabalhar».
Logo depois, a 27 de março, conhecíamos que outro local histórico, a taberna "O Xudio" também fecha. O seu propriétario, D. António Alvares Sousa, gerenciava o negócio desde 1987 depois de tê-lo recebido doutra família. Entom decidiu nom mudar o nome do local, "O Xudio" (O Judeu).
D. Antonio Álvarez Sousa, proprietário d'O Xudio. FOTO: MIGUEL VILLAR | La Voz de Galicia |
A pandemia acelerou o encerramento e o seu proprietário acordou reformar-se. Sempre aberto no número 10 da Rua da Judiaria (Merelles Caula), este restaurante oferecia todo tipo de petiscos e era um ponto de encontro na celebraçom da Festa da Istória.
Com o habitual desleixo com o seu passado judaico, nom admira que a Câmara Municipal de Ribadávia nada tivesse feito para evitar o encerramento destes locais que mantiveram até hoje a esteira viva da herança judaica na Galiza.
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