Com os 99,5% dos votos apurados, a 24 Knesset eleita na última terça-feira ficou constituída em tres blocos: Anti-Netanyahu 57 mandatos, pró-Netayahu 52 e um terceiro, chamado de "neutro", com 11.
O Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu "Bibi", nom conseguiu chegar às 61 cadeiras e terá dificuldade em formar o novo governo. O "Bibi", na chefia do governo de Israel desde 2009 (mas tendo também servido na posiçom entre 1996-99), é o premier mais antigo na história do Estado Judeu e o primeiro a nascer em Israel após a sua Declaraçom de Independência em 1948.
Fonte: CONEXÃO ISRAEL https://www.facebook.com/conexaoisrael.org |
Bloco pró-Netanyahu
O partido dele, o Likud, sai destas eleições como saiu das três anteriores: sem conseguir maioria para armar a coaligaçom. No entanto, desta vez a derrota foi mais significativa, desde que nom havia um grande partido para lhe fazer frente como o Azul e Branco, e o partido dele perdeu mais de 300 mil votos em comparaçom com as eleições passadas (6 cadeiras a menos). Surpresivamente, o atual primeiro-ministro nom tirou qualquer proveito eleitoral da campanha maciça de vacinaçom para a Covid-19 levada a cabo sob a sua liderança (Israel é hoje líder mundial com 114,43% da populaçom imunizada).
Netanyahu está mais perto da linha da maioria absoluta (61 lugares), já que o Likud e os partidos religiosos (9 Shas, 7 de Judaísmo da Torá e 6 de Sionismo Religioso) constituem um bloco ideológico sólido de direita de 52.
Para além dos partidos ultra-ortodoxos, Sionismo Religioso (5,1%), partido extremista criado para concorrer nestas eleições, atingiu umha bancada expressiva, contando com o apoio de Netanyahu que chegou a pedir votos para o aliado.
Bloco anti-Netanyahu
O partido de centro Yesh Atid, de Yair Lapid, com 17 mandatos e 13,9% de votaçom, é o rival mais próximo do Likud e nom terá umha tarefa mais fácil do que Netanyahu para formar umha coaligaçom de governo, já que terá de travar umha aliança com cerca de dez fações imcompatíveis num governo de maioria para a mudança. Com pouco em comum, a aversom a Netanyahu e a determinaçom de afastá-lo do poder é o único que liga estes grupos.
As forças deste bloco variam de Nova Esperança, de Gideon Saar, ex Likud, com 6 mandatos (4,7%), Israel Nossa Casa/Israel Beitenu de Avigdor Lieberman, com 8 mandatos (5,6%) de Azul e Branco/Kachol Lavan de Benny Gantz, com 8 mandatos (6,6%), o Partido Trabalhista, com 7 lugares (6,1%) e Meretz, com 6 cadeiras e 4,6%.
O partido Azul e Branco, o segundo maior bloco da última Knesset, também saiu muito enfraquecido (perdeu 9 mandatos), mas curiosamente é visto como um grande vencedor nestas eleições. O motivo: o partido abeirava a cláusula de barreira (3,25% dos votos) e por fim conseguiu compor a quarta maior bancada da casa.
Os partidos de esquerda, Trabalhista e Meretz, dobraram a suas bancadas, mas compõem, juntos, apenas cerca de 10% da Knesset atual.
O partido Nova Eperança, de recente criaçom e comandado por Gideon Saar, ex-Likud, lançou como candidato o seu líder para a substituir Netanyahu. Porém, apesar das boas sondagens iniciais, perdeu muita força na campanha e formou umha bancada pequena. Como primeira tarefa o seu líder, juntamente com A. Lieberman, os dous mais ferrenhos oponentes de Netanyahu, propõem aprofundar no processo com um projeto de lei destinado a desqualificá-lo como primeiro-ministro devido ao seu julgamento por corrupçom em andamento. Para conseguir isso, eles precisam dum voto maioritário para destituir o presidente do Likud.
Os partidos árabes da Lista Unificada (6 mandatos e 4,8%) som contados no bloco contra Netanyahu, mas também nom estám no campo de Lapid, embora o líder oposicionista os agrupe no seu grupo. A sua estratégia é nom envolver-se na política estatal do Estado Judeu. Os políticos árabes foram os maiores derrotados desta eleições, sendo vítima dumha rutura que enfraqueceu a coaligaçom em quase 50% e pagou um alto preço pola baixa participaçom do eleitorado árabe na votaçom.
Este bloco está formado por 11 mandatos: 7 do Yamina, direita liberal-conservadora ortodoxa, e os 7 do partido Lista Árabe, de tendência islamita.
O Yamina (6,2%) foi umha outra força derrotada nas eleições logo depois de o seu líder, Naftali Bennet, ter lançado umha campanha alvejando substituir Netanyahu. Apesar de aparecer bem nas primeiras sondagens, finalmente perdeu muito fôlego na reta final e formou umha bancada pequena.
Possíveis alianças
Ao abrigo dos resultados, mais umha vez, as possibilidades de governo sem Netanyahu som muito pequenas, além de envolverem grupos antagônicos cuja única semelhança é a oposiçom ao primeiro-ministro.
Na dialética de blocos, o Likud, na hipótese de, por proximidade ideológica, aliar-se com o Yamina (7 mandatos), poderia comandar um bloco de direita de 58 lugares. Porém, nom é suficiente, ficando a 3 da maioria absoluta. Nesta hipótese, os dous grupos rivais estám isolados 58 contra 57, com um pequeno partido árabe (o Ra'am) segurando o equilíbrio dumha maioria de 61.
Pola primeira vez na história parlamentar de Israel, o resultado desta eleiçom deu a chave para determinar o vencedor umha força árabe. Com certeza, as quatro cadeiras conquistadas por Ra'am de Masoud Abbas transformaram-se em ouro. Por enquanto, o líder árabe ainda nom desvendou a sua escolha.
Além disso, partidos aliados dos dous blocos recusam-se a cogitar a possibilidade de travar umha aliança com partidos árabes. Esse é o caso tanto de Israel a Nossa Casa de Lieberman quanto do Sionismo Religioso, cujo líder, Bezalel Shmotrich, descartou a participaçom de qualquer forma do partido Ra'am de Abbas Mansour num futuro governo nos seguintes termos: “Um governo de direita baseado no apoio de Mansour é inaceitável, ponto final; seja de dentro ou de fora, por abstençom ou por qualquer outro blefe”.
Depois que o Comitê Central de Eleições publicar os resultados oficiais, na próxima quarta-feira, a bola passa para o Presidente de Israel, Reuven Rivlin, cujo trabalho é selecionar, em consulta com os líderes dos partidos, o membro do Knesset mais apto para estabelecer um governo estável.
Quintas eleições em dous anos?
Segundo o DEBKA, as difíceis negociações da coaligaçom já estám em andamento e prometem os exercícios mais repreensíveis de política mesquinha e destruiçom pessoal. Ainda falta ver um governo estável. Umha quinta eleiçom nom é mais mencionada como umha piada. Para o analista João Koatz Miragaya, da Conexão Israel, "agora resta-nos observar se haverá umha coaligaçom em Israel, ou se iremos a novas eleições em agosto, pola quinta vez em pouco mais de dous anos".
Sem comentários:
Enviar um comentário