Este artigo analisa as relações históricas do movimento nacional catalão com o sionismo, bem como os posicionamentos dos representantes do Estado de Israel antes do referendo de independência da Catalunha de 1 de Outubro de 2017.
Na primeira metade do século XX a extrema direita (fascismo, nazismo, franquismo) era antissemita. Muitos judeus forom brigadistas internacionais durante a guerra civil espanhola em defesa da Segunda República em nome do ideal socialista e comunista e em contra do fascismo. Nessa altura, judaismo e sionismo significavam antifascismo, ao que se uniria o movimento coletivista dos kibutzin como plasmaçom da utopia socialista em Israel.
Historicamente existe no seio do movimento nacional catalão umha rama muito solidária com o sionismo e o povo judeu, mormente a partir da criaçom do Estado de Israel em 1948. Israel, reconhecido pola ONU em 1949 como Estado independente, nunca reconheceu a Espanha franquista e colaboracionista no genocídio dos Judeus europeus e mesmo acolheu represaliados independentistas até a morte de Franco e mesmo mais tarde.
Assim sendo, em maio de 1949 no órgão central do Movimento Socialista da Catalunha (MSC), partido situado no campo ideológico do socialismo nom comunista surgido no ano 1945 a partir de antigos membros do POUM, aparecia um artigo definidor da postura desse partido perante o nascimento do Estado de Israel.
Esta identificaçom reafirmar-se-ia com a retórica antissemita e antijudia do regime de Franco (1939-75). Para atacar o catalanismo durante a ditadura fascista os Catalães eram acusados de serem "os Judeus de Espanha", como, de facto, fez Pio Baroja em 1907 por compartilhar umha série de valores ligados à modernidade (a cultura do trabalho, da poupança,...) que o escritor basco rejeitava em cheio.
De facto, durante o franquismo o antissemitismo espanhol alimentou a teoria conspirativa que apontava o catalanismo como parte do complô sionista para dominar o mundo e destruir Espanha. Vultos do catalanismo como Lluis Companys e Francesc Cambó foram acusados de ser judeus, apesar deste último ter escrito artigos claramente antissemitas. Segundo Vicenç Villatoro no seu livro "Os Judeus e Catalunha" (Els jueus i Catalunya), "o falangismo, que é antissemita sem Judeus, acaba sendo antissemita contra os catalães".
Em 1957 Josep Pla, próximo do franquismo, aportou em Telavive num barco lotado de Judeus europeus que retornavam a Israel com a ideia de construir o Estado. O Estado judeu impatou tanto a Pla que o escritor acabaria publicando a obra "Israel, 1957", um panegírico da epopeia do povo judeu no seu regresso à terra prometida. Pla nom suspeitava que o seu livro se tornaria numha obra de referência entre grande parte da classe política catalã e contribuiria para a contraditória relaçom da direita e a esquerda catalã e, em geral, europeia com Israel. Por outro lado, o antifranquista Salvador Espriu apresentava nessa altura "como a projeçom mítica da Catalunha".
Na esteira de "Israel, 1957" o nacionalismo catalám sentiu-se atraido por Israel como implementaçom dumha ideia nacionalista (o sionismo) do povo que recupera a sua terra, que cria um Estado florescente superando todo tipo de atrancos e que resuscita a sua língua nacional.
É por isso que Jordi Pujol (Barcelona, 1930) muito pronto simpatizou com as essências das aspirações nacionais dos Judeus em Eretz Israel. Esta afinidade fortaleceu-se por três razões principais: a sua proximidade da família Tennenbaum, a despreciativa comparaçom que o franquismo criara entre Judeus e Catalães e o combate do povo judeu logo depois da Shoah para criar um Estado próprio.
David Tennenbaum era um judeu originário da Galícia que se fixara na Catalunha, onde se tornou em empresário e conheceu a Florenci Pujol, pai de Jordi Pujol, com quem criou a Banca Dorca de Olot,. O interesse do jovem Jordi Pujol por Israel foi tam grande que o Sr. Tennenbaum recomendou-lhe ler o livro "O Estado Judeu" (Der Judenstaat) de Theodor Herzl e a biografia de Chaim Weizmann. A leitura desses livros causaram-lhe um profundo impato fazendo com que começasse a ver os Judeus como umha inspiraçom; polo menos dumha perspectiva sionista.
Em 1961 Pau Casals foi nomeado por Ben Gurion como "Cidadão de Honra de Israel" e, com ele, durante as décadas de 1950 e 1960 a maioria dos partidos catalães desde o exilo apoiaram o Estado judeu e viram nele um exemplo sócio-cultural e económico a seguir no futuro.
Em 1965 Pujol escreve, em plena clandestinidade, um artigo intitulado "Israel" no que elogia o que "os Judeus evocaram o seu passado, história, língua, cultura e religiom para criar e moldar um Estado, o que deveria ser um exemplo". Por isso achou fulcral que o novo nacionalismo catalão, na ideia de "fazer país", se alicerçasse na reativaçom da sua cultura, idioma e identidade. Por causa da sua militância catalanista esteve encarcerado dous anos e meio durante o regime franquista. A ligaçom de Pujol a Israel foi tam profunda que quatro dos seus sete filhos passaram por um kibbutz.
O filossionismo foi maioritário entre o nacionalismo catalão antifranquista até a Guerra dos Seis Dias (1967), especialmente no seio dos partidos de esquerdas. Assim sendo, Toni Gisbert, dirigente histórico do Partido Socialista de Libertaçom Nacional (PSAN) e responsável de Açom Cultural do País Valenciano, no artigo "Judaismo, Israel e Catalunha" publicado na revista "Lluita" identifica judaismo e catalanismo: "Os pontos em comum com as reflexões do judaismo som notáveis (...) umha parte importante do nosso povo reclama, como o reclama umha parte importante do judaismo, um lar nacional próprio (...). Um território onde nom somos os únicos que estamos: igual que os Judeus, fomos convertidos em minoria nalgumhas parcelas da nossa própria terra por séculos de ocupaçom (...) Mas como eles, vivemos initerrompidamente desde o nosso nascimento como povo (...) Também nom renunciamos às parcelas onde somos minoria: porque para nós a terra tem valor por ela mesma, identifica-nos e coesiona-nos".
O regime de monarquia parlamentar instaurado em 1978 durante a "transiçom" continuou a linha pró-arabe da Espanha de Franco. De facto, o presidente do governo espanhol, Alfonso Suárez, reunia-se em setembro de 1979 com o líder palestiniano, Yasser Arafat, altura em que a Organizaçom para a Libertaçom da Palestina (OLP) era considerada um grupo terrorista por Israel e Ocidente. Esta reuniom mostrou que apesar de a Espanha estar-se a mover para um "modelo político-social mais democrático", a sua aliança com os Arabes e a OLP era inquebrantável.
Em 1985, um ano antes do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Estado do Reino de Espanha e o Estado de Israel, Pujol deixou claro que, pensando no Estado de Israel, "se Espanha quiser ingressar na Comunidade Económica Europeia deve reconhecer todos os países que os membros desta entidade reconhece".
Em 17 de janeiro de 1986 o governo de Felipe González (PSOE) reconhece finalmente o Estado de Israel depois de 38 anos de existência. Porém, o Reino de Espanha nom envia qualquer delegaçom oficial e o reconhecimento faz-se apenas formalmente. A esquerda espanhola, como o regime franquista, é pró-árabe e os Judeus, depois de 40 anos de ditadura, som vistos como gente pouco confiável. Relativamente ao estabelecimento das relações diplomáticas entre Espanha e Israel, Jordi Pujol manifestou que "todos sabem que fui um homem interesado com a causa sionista e que tomei partido em favor dos Judeus desde 1950". Por todo isto, Pujol, presidente do Governo catalão desde 1980, é visto polos israelitas como alguém em quem confiar plenamente dentro do Estado espanhol.
Em 10 de julho de 1986, coincidindo coa a exposiçom de chamada "Arte e Israel", promovida por Baltasar Porcel, entom presidente da Associaçom de Relações Culturais Catalunha-Israel, juntamente com Samuel Hadas, o primeiro embaixador de Israel em Espanha, Jordi Pujol convidou a um jantar na residência oficial do Presidente da Generalitat acompanhado polo historiador Joan Culla e um jovem Artur Mas. Naquele encontro Pujol afirmou "o ano que vem em Jerusalém" em referência à famosa frase judaica comumente mencoinada durante a celebraçom da Páscoa.
Nesse ano umha delegaçom de dirigentes catalães de segunda linha política e em nível mais técnico (entre os quais, Artur Mas), desloca-se a Israel para estabelecer acordos comerciais e preparar umha visita oficial do Governo catalão.
Entre os dias 5 e 9 maio de 1987 o Presidente Pujol converte-se no primeiro mandatário do Estado espanhol a fazer umha visita oficial a Israel acompanhado por umha delegaçom de 90 pessoas. Apesar de a Catalunha nom ter competências em matéria de política exterior, foi recebido polo embaixador espanhol, pois a viagem contava com o apoio e consentimento explícito do governo espanhol e o governo socialista de Felipe González enxerga umha oportunidade para abrir um canal de comunicaçom entre Espanha e Israel.
Na visita Pujol procurou visibilizar Catalunha e demonstrar que ele era pró-Israel, a diferença dum Estado espanhol que continuava a linha pró-árabe da ditadura, e demonstrar que a Catalunha poderia ter influência na cena internacional. Com esse fim lançou umha campanha publicitária que encheu as ruas de Israel com um mapa em que se via dous estados nas duas pontas do Mediterrâneo: Israel e Catalunha. Foi nessa altura que muitos israelitas descobriram os limites da geografia catalã.
O Presidente catalão manteve contatos ao mais alto nível, sendo recebido por vários membros do governo israelita, entre os quais, o primeiro-ministro, Isaac Shamir, o ministro da Indústria, Ariel Sharon, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres ou polo presidente da câmara de Telavive, Shlomo Labat.
Pujol assistiu a várias palestras, onde falou sobre como investir e como fazer negócios na Catalunha. Durante umha reuniom com os membros da organizaçom ecologista mais importante de Israel, Pujol aifrmou que "temos de ter [os Catalães] a mística coletiva do povo israelita e ainda mais. Apenas os povos que acreditam em si próprio e têm umha conviçom profunda na própria história conseguem subsistir".
Num jantar que o Presidente de Israel, Chaim Herzog, lhe ofereceu teve lugar um incidente diplomático simbólico por causa da ausência da bandeira catalã. Ainda que vários membros do governo catalão abandonaram a reuniom, Pujol ficou e, durante o seu discurso deixou claro que a sua presença no Estado judeu tinha a finalidade de dar a conhecer "a existência e a história da Catalunha". Porém, quase no final da viagem teve lugar um episódio único para Pujol: durante umha feira internacional a Catalunha foi mencionada junto a outros países que participavam no evento sem referir que era parte de Espanha, o que causou a inquietaçom do embaixador espanhol em Israel.
Na viagem travaram-se umha série de acordos com um impato positivo, tanto em nível cultural como económico para a Catalunha. Entre os quais, destaca:
- A assinatura dum documento de cooperaçom agrária (oficialmente umha carta de intenções) entre a Generalitat catalã e o governo israelita;
- Um acordo de colaboraçom em "investigaçom agroflorestal e espécies subtropicais" entre a Universidade Ben Gurion e o Departamento de Agricultura do Governo catalão.
- Um acordo polo qual Israel ajudaria ao Governo catalão a estabelecer o modelo dos kibbutzim em certas áreas rurais da Catalunha.
- O compromisso da criaçom dumha cátedra de catalão na Universidade de Telavive.
- A realizaçom dum facsímil sobre o uso do catalão na comunidade judaica.
- Um acordo de intercâmbio de produções televisivas entre TV3 e a televisom pública israelita.
- A promessa de doar meio milhom de peixes de água doce do Rio Ebro para repovoar o Mar Morto.
- O estabelecimento dumha ligaçom aérea direta entre Telavive e Barcelona.
Em consequência, muitas empresas israelitas mostraram interesse em investir na Catalunha. Nom por acaso a Catalunha já era a Comunidade Autônoma que mais exportava a Israel, e mais de 20.000 catalães visitaram Israel em 1987, contribuindo para que estes setores se fortaleceram ainda mais depois da visita.
Depois do seu regresso à Catalunha, seguindo o modelo do Museu da Diápora da Universidade de Telavive, o Presidente Pujol embarcou-se no projeto do Museu de História da Catalunha.
O Presidente Pujol viajará novamente a Israel nos anos 1994 e 2003. Em todas estas visitas oficiais o presidente catalão seguiu a particular norma política e diplomática de nunca visitar os territórios palestinianos.
Com as visitas do Presidente Pujol ao Estado de Israel (1987, 1994 e 2003) criou-se umha série de ligações e políticas com a Catalunha.
Em maio de 1988 o grupo parlamentar de CiU impediu que se votasse no Parlamento catalão umha condenaçom contra a repressom israelita em Gaza e Cisjordânia. O Governo de Pujol concedeu a Cruz de Sant Jordi ao ex-embaixador de Israel em Espanha, Samuel Haddas.
Em 1992, durante um encontro aberto com jornalistas celebrado em Barcelona durante os preparativos dos Jogos Olímpicos, Jordi Pujol manifestou abertamente que se sentia sionista, ciente de que entre as pessoas presentes havia um grupo de correspondentes árabes vindos de Madrid.
Em 20 de dezembro 2003 Pasqual Maragall (PSC), presidente da Câmara Municipal de Barcelona entre 1982-97, é eleito presidente do Governo catalão com o apoio de ERC e ICV-EUiA, dando cabo com o longo período de governo de Jordi Pujol (1980-2003).
Entre o 19 e 22 de maio de 2005 o presidente Maragall e o presidente de ERC, Josep Lluis Carod-Rovira, realizam umha visita oficial de quatro dias a Israel, Palestina e Jordânia. Pola primeira vez, rompendo a tradiçom de Pujol, um presidente catalão visitava os territórios palestinianos. Na delegaçom catalã também vai o conselheiro de Economia e Finanças, Antoni Castells, o publicista Lluis Bassat (judeu catalão) junto com umha representaçom empresarial.
Durante a sua estada, para além de manter reuniões com os máximos dirigentes de Israel, entre os quais o Presidente de Israel, Moshe Katzav e os vice-primeiros ministros, Shimon Peres e Ehud Holmert, houve encontros com os líderes palestinianos e jordanos ao mais alto nível, bem como entrevistas com representantes das distintas sociedades civis.
Em Jerusalém visitam o museu do Holocausto e em Ramallah o túmulo de Y. Arafat. A delegaçom catalã também visita um campo de refugiados em Gaza e as obras de reabilitaçom do bairro de Nasser.
Durante a visita Carod-Rovira, muito interessado com o eficaz sistema de ensino o hebraico, protagonizou umha grande polémica ao se fotografar com umha coroa de espinhas em Jerusalém e provocar umha conflitiva "guerra de bandeiras" nos atos oficiais perante a ausência da bandeira catalã. O líder de ERC evitou participar numha homenagem ao primeiro-ministro israelita assassinado Isaac Rabin porque no evento apenas estava a bandeira espanhola. O mesmo dia o embaixador espanhol em Israel retirou umha bandeira espanhola com a legenda da Generalitat da Catalunha para evitar problemas com a delegaçom catalã polo que foi expedientado.
A viagem oficial do Governo catalão de 2005 contribuiu para que se incrementassem notavelmente as relações entre Israel e Catalunha, bem como a cooperaçom tecnológica através da Fundaçom Catalã para a Investigaçom.
A presença dum líder independentista da esquerda catalã provocou a reaçom da esquerda pró-palestiniana. O coletivo Palestina Resiste (Palestina Resisteix) lembrou a Carod-Rovira o passado "terrorista" de Isaac Rabin, que ao mando de unidades militares realizava "operações de limpeza étnica". Carod-Rovira tem-se mostrado simpatizante do Partido Trabalhista de Israel, chegando mesmo a convidar o embaixador de Israel a alguns dos seus comícios eleitorais na campanha eleitoral de 2006.
Concidindo com a visita da delegaçom do Governo catalão a Israel, Rosa Bonás e Joan Puigcercós, deputados de ERC no Parlamento espanhol, apresentaram umha proposiçom no Congresso dos Deputados pedindo a suspensom de todas as ajudas do Estado espanhol a Israel, incluíndo todo tipo de cooperaçom cultural em protesto pola "política genocida" de Ariel Sharon e contra a "ocupaçom dos territórios palestinianos de Gaza e Cisjordânia". Carod-Rovira resolveu o assunto pedindo perdom numha carta (a Embaixada de Israel protestou publicamente) na que cualificava a iniciativa parlamentar como "um erro político grave que, aliás, nom é coerente de nengumha maneira com as minhas próprias convições".
A capa do nº70 de "Esquerra Nacional" (abril-maio de 2006), revista oficial de ERC, inclui umha entrevista com Jaume Fernández, historiador e republicano, onde explica o balanço dumhas jornadas sobre sionismo e catalanismo nas que participarom membros do Governo da Catalunha. Segundo Fernández, nas jornadas denunciou-se o "pensamento único" contra Israel "ancorado numha posiçom ideológica herdeira dum marxismo trasnoitado".
ERC desde a época de Pilar Rahola e Angel Colom (1989-96) e principalmente durante a liderança de Carod-Rovira (1996-2008) é um partido independentista de esquerdas tradicionalmente favorável às teses israelitas. Porém, na medida em que se foram integrando elementos da extremaesquerda nacionalista provenientes do PSAN e Terra Lliure, as teses pró-palestinianas foram ganhando terreno, o que tem provocado conflitos internos nom resolvidos. É por isto que ERC nunca se manifestou publicamente em favor da Palestina, a diferença da sua organizaçom juvenil (JERC) ou durante o breve período de liderança de Joan Puigcercós (2008-11).
Segundo o historiador Joan Culla, "com o debate do Estatuto de Autonomia catalão (2006-07), surgiram alguns dos tiques antissemitas aplicados aos catalães". Neste sentido iam as declarações do conselheiro de Comércio, Turismo e Consumo, Josep Huguet, quem chegou a comparar o boicote aos produtos catalães promovidos pola direita espanholista com a situaçom dos Judeus quando, sob o regime nazista, eram marcadas as suas lojas com a etrela de David. "No pensamento de setores radicais do espanholismo, os Catalães ocupamos o local dos Judeus", frisou ele.
Há que ter presente para explicar o meu grande interesse polo sionismo que eu era e sou um nacionalista catalão. Isto é, eu sinto-me profundamente catalão, noutras palavras, cidadão dum país que durante os últimos três-quatro séculos foi submetido a umha dura política de perseguiçom linguística e cultural e em geral de desnacionalizaçom (...)
O sionismo tinha, aliás, outra característica que o tornava interessante: nom só se propunha a liberdade nacoinal dos Judeus, mas também construír um país (...) E eu pessoalmente, como catalão, como catalanista, como nacionalista catalão, já desde sempre tivera este tema: construir Catalunha. Construi-la espiritualmente, politicamente, economicamente, culturalmente e socialmente".
Pujol lembrou no seu depoimento que o discurso antissemita do franquismo e a comparança despetiva que alguns setores do regim faziam entre catalães e judeus aproximou-no do sionismo.
Logo depois, apoiando-se na sua prolongada militância sionista e na sua inquebrantável amizade com Israel, com um tom bastante crítico e diante da presidenta da câmara, Dalia Itzik e do ex-chefe do Estado Isaac Navon, defendeu a criaçom dum Estado palestiniano.
"Os senhores devem compreender que os palestinianos precisam umha soluçom. (...) Tenho sido e sou defensor de Israel, compreendo e apoio as suas razões, mas há que encontrar outros caminhos para sair desta terrível a ameaçadora situaçom. Parece-me bem a criaçom de dous estados, um israelita e um outro palestiniano".
"Para os Judeus, e esse é também o meu ponto de vista, o Estado só se podia criar em Israel, nem no Uganda, nem na Sibéria, nem na Argentina. Mas nesta terra vivia gente nom judia desde há muitos séculos. E também era a sua terra".
Os palestinianos, afirmou, "despertam simpatia na opiniom pública de muitos países nom apenas por razões ideológicas, mas porque som os mais fracos". (...) "Isto é muito difícil depois de tantos anos de confrontos e terrorismo mas a desconfiança também nom resolveu o problema". "Por isso celebro, que cada vez mais gente, também em Israel, aceite que nom se pode seguir com as mesmas formulações".
Sem chegar a pronunciar em nengum momento a palavra "ocupaçom", Pujol aludiu a umha cita de Yeshaian Leibovitz para afirmar que Israel deveria ter devolto há muito tempo os territórios conquistados em 1967 e também ter assinado a paz.
As palavras do ex-presidente catalão provocaram surpresa entre muitos dos asisstentes à entrega dos prémios. De facto, Isaac Navon, presidente dos prémios e umha das máximas autoridades da língua ladina em Israel, disse-lhe a Pujol que "algumha gente do público seguramente nom gostou do que disse".
Antes do evento no Parlamento, Pujol entrevistara-se com o presidente de Israel, Shimon Peres e com a presidenta da Knesset, Dalia Itzik.
No dia 17 de novembro de 2008 o Vice-presidente da Catalunha, o republicano Josep Lluis Carod-Rovira é recebido por Shimon Peres. Na reuniom, o vice-presidente catalão agradeceu ao presidente do Estado de Israel o seu apoio à eleiçom de Barcelona como sede da Uniom polo Mediterrâneo (UpM). Os dous mandatários concordaram na importância do diálogo e a negociaçom para gerir "a diversidade cultural, linguística e religiosa e resolver conflitos".
Na primeira metade do século XX a extrema direita (fascismo, nazismo, franquismo) era antissemita. Muitos judeus forom brigadistas internacionais durante a guerra civil espanhola em defesa da Segunda República em nome do ideal socialista e comunista e em contra do fascismo. Nessa altura, judaismo e sionismo significavam antifascismo, ao que se uniria o movimento coletivista dos kibutzin como plasmaçom da utopia socialista em Israel.
Historicamente existe no seio do movimento nacional catalão umha rama muito solidária com o sionismo e o povo judeu, mormente a partir da criaçom do Estado de Israel em 1948. Israel, reconhecido pola ONU em 1949 como Estado independente, nunca reconheceu a Espanha franquista e colaboracionista no genocídio dos Judeus europeus e mesmo acolheu represaliados independentistas até a morte de Franco e mesmo mais tarde.
Assim sendo, em maio de 1949 no órgão central do Movimento Socialista da Catalunha (MSC), partido situado no campo ideológico do socialismo nom comunista surgido no ano 1945 a partir de antigos membros do POUM, aparecia um artigo definidor da postura desse partido perante o nascimento do Estado de Israel.
Esta identificaçom reafirmar-se-ia com a retórica antissemita e antijudia do regime de Franco (1939-75). Para atacar o catalanismo durante a ditadura fascista os Catalães eram acusados de serem "os Judeus de Espanha", como, de facto, fez Pio Baroja em 1907 por compartilhar umha série de valores ligados à modernidade (a cultura do trabalho, da poupança,...) que o escritor basco rejeitava em cheio.
De facto, durante o franquismo o antissemitismo espanhol alimentou a teoria conspirativa que apontava o catalanismo como parte do complô sionista para dominar o mundo e destruir Espanha. Vultos do catalanismo como Lluis Companys e Francesc Cambó foram acusados de ser judeus, apesar deste último ter escrito artigos claramente antissemitas. Segundo Vicenç Villatoro no seu livro "Os Judeus e Catalunha" (Els jueus i Catalunya), "o falangismo, que é antissemita sem Judeus, acaba sendo antissemita contra os catalães".
Em 1957 Josep Pla, próximo do franquismo, aportou em Telavive num barco lotado de Judeus europeus que retornavam a Israel com a ideia de construir o Estado. O Estado judeu impatou tanto a Pla que o escritor acabaria publicando a obra "Israel, 1957", um panegírico da epopeia do povo judeu no seu regresso à terra prometida. Pla nom suspeitava que o seu livro se tornaria numha obra de referência entre grande parte da classe política catalã e contribuiria para a contraditória relaçom da direita e a esquerda catalã e, em geral, europeia com Israel. Por outro lado, o antifranquista Salvador Espriu apresentava nessa altura "como a projeçom mítica da Catalunha".
Na esteira de "Israel, 1957" o nacionalismo catalám sentiu-se atraido por Israel como implementaçom dumha ideia nacionalista (o sionismo) do povo que recupera a sua terra, que cria um Estado florescente superando todo tipo de atrancos e que resuscita a sua língua nacional.
É por isso que Jordi Pujol (Barcelona, 1930) muito pronto simpatizou com as essências das aspirações nacionais dos Judeus em Eretz Israel. Esta afinidade fortaleceu-se por três razões principais: a sua proximidade da família Tennenbaum, a despreciativa comparaçom que o franquismo criara entre Judeus e Catalães e o combate do povo judeu logo depois da Shoah para criar um Estado próprio.
David Tennenbaum era um judeu originário da Galícia que se fixara na Catalunha, onde se tornou em empresário e conheceu a Florenci Pujol, pai de Jordi Pujol, com quem criou a Banca Dorca de Olot,. O interesse do jovem Jordi Pujol por Israel foi tam grande que o Sr. Tennenbaum recomendou-lhe ler o livro "O Estado Judeu" (Der Judenstaat) de Theodor Herzl e a biografia de Chaim Weizmann. A leitura desses livros causaram-lhe um profundo impato fazendo com que começasse a ver os Judeus como umha inspiraçom; polo menos dumha perspectiva sionista.
Em 1961 Pau Casals foi nomeado por Ben Gurion como "Cidadão de Honra de Israel" e, com ele, durante as décadas de 1950 e 1960 a maioria dos partidos catalães desde o exilo apoiaram o Estado judeu e viram nele um exemplo sócio-cultural e económico a seguir no futuro.
Em 1965 Pujol escreve, em plena clandestinidade, um artigo intitulado "Israel" no que elogia o que "os Judeus evocaram o seu passado, história, língua, cultura e religiom para criar e moldar um Estado, o que deveria ser um exemplo". Por isso achou fulcral que o novo nacionalismo catalão, na ideia de "fazer país", se alicerçasse na reativaçom da sua cultura, idioma e identidade. Por causa da sua militância catalanista esteve encarcerado dous anos e meio durante o regime franquista. A ligaçom de Pujol a Israel foi tam profunda que quatro dos seus sete filhos passaram por um kibbutz.
O filossionismo foi maioritário entre o nacionalismo catalão antifranquista até a Guerra dos Seis Dias (1967), especialmente no seio dos partidos de esquerdas. Assim sendo, Toni Gisbert, dirigente histórico do Partido Socialista de Libertaçom Nacional (PSAN) e responsável de Açom Cultural do País Valenciano, no artigo "Judaismo, Israel e Catalunha" publicado na revista "Lluita" identifica judaismo e catalanismo: "Os pontos em comum com as reflexões do judaismo som notáveis (...) umha parte importante do nosso povo reclama, como o reclama umha parte importante do judaismo, um lar nacional próprio (...). Um território onde nom somos os únicos que estamos: igual que os Judeus, fomos convertidos em minoria nalgumhas parcelas da nossa própria terra por séculos de ocupaçom (...) Mas como eles, vivemos initerrompidamente desde o nosso nascimento como povo (...) Também nom renunciamos às parcelas onde somos minoria: porque para nós a terra tem valor por ela mesma, identifica-nos e coesiona-nos".
O regime de monarquia parlamentar instaurado em 1978 durante a "transiçom" continuou a linha pró-arabe da Espanha de Franco. De facto, o presidente do governo espanhol, Alfonso Suárez, reunia-se em setembro de 1979 com o líder palestiniano, Yasser Arafat, altura em que a Organizaçom para a Libertaçom da Palestina (OLP) era considerada um grupo terrorista por Israel e Ocidente. Esta reuniom mostrou que apesar de a Espanha estar-se a mover para um "modelo político-social mais democrático", a sua aliança com os Arabes e a OLP era inquebrantável.
Em 1985, um ano antes do estabelecimento de relações diplomáticas entre o Estado do Reino de Espanha e o Estado de Israel, Pujol deixou claro que, pensando no Estado de Israel, "se Espanha quiser ingressar na Comunidade Económica Europeia deve reconhecer todos os países que os membros desta entidade reconhece".
Em 17 de janeiro de 1986 o governo de Felipe González (PSOE) reconhece finalmente o Estado de Israel depois de 38 anos de existência. Porém, o Reino de Espanha nom envia qualquer delegaçom oficial e o reconhecimento faz-se apenas formalmente. A esquerda espanhola, como o regime franquista, é pró-árabe e os Judeus, depois de 40 anos de ditadura, som vistos como gente pouco confiável. Relativamente ao estabelecimento das relações diplomáticas entre Espanha e Israel, Jordi Pujol manifestou que "todos sabem que fui um homem interesado com a causa sionista e que tomei partido em favor dos Judeus desde 1950". Por todo isto, Pujol, presidente do Governo catalão desde 1980, é visto polos israelitas como alguém em quem confiar plenamente dentro do Estado espanhol.
Em 10 de julho de 1986, coincidindo coa a exposiçom de chamada "Arte e Israel", promovida por Baltasar Porcel, entom presidente da Associaçom de Relações Culturais Catalunha-Israel, juntamente com Samuel Hadas, o primeiro embaixador de Israel em Espanha, Jordi Pujol convidou a um jantar na residência oficial do Presidente da Generalitat acompanhado polo historiador Joan Culla e um jovem Artur Mas. Naquele encontro Pujol afirmou "o ano que vem em Jerusalém" em referência à famosa frase judaica comumente mencoinada durante a celebraçom da Páscoa.
Nesse ano umha delegaçom de dirigentes catalães de segunda linha política e em nível mais técnico (entre os quais, Artur Mas), desloca-se a Israel para estabelecer acordos comerciais e preparar umha visita oficial do Governo catalão.
Entre os dias 5 e 9 maio de 1987 o Presidente Pujol converte-se no primeiro mandatário do Estado espanhol a fazer umha visita oficial a Israel acompanhado por umha delegaçom de 90 pessoas. Apesar de a Catalunha nom ter competências em matéria de política exterior, foi recebido polo embaixador espanhol, pois a viagem contava com o apoio e consentimento explícito do governo espanhol e o governo socialista de Felipe González enxerga umha oportunidade para abrir um canal de comunicaçom entre Espanha e Israel.
Na visita Pujol procurou visibilizar Catalunha e demonstrar que ele era pró-Israel, a diferença dum Estado espanhol que continuava a linha pró-árabe da ditadura, e demonstrar que a Catalunha poderia ter influência na cena internacional. Com esse fim lançou umha campanha publicitária que encheu as ruas de Israel com um mapa em que se via dous estados nas duas pontas do Mediterrâneo: Israel e Catalunha. Foi nessa altura que muitos israelitas descobriram os limites da geografia catalã.
O Presidente catalão manteve contatos ao mais alto nível, sendo recebido por vários membros do governo israelita, entre os quais, o primeiro-ministro, Isaac Shamir, o ministro da Indústria, Ariel Sharon, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Shimon Peres ou polo presidente da câmara de Telavive, Shlomo Labat.
Pujol assistiu a várias palestras, onde falou sobre como investir e como fazer negócios na Catalunha. Durante umha reuniom com os membros da organizaçom ecologista mais importante de Israel, Pujol aifrmou que "temos de ter [os Catalães] a mística coletiva do povo israelita e ainda mais. Apenas os povos que acreditam em si próprio e têm umha conviçom profunda na própria história conseguem subsistir".
Num jantar que o Presidente de Israel, Chaim Herzog, lhe ofereceu teve lugar um incidente diplomático simbólico por causa da ausência da bandeira catalã. Ainda que vários membros do governo catalão abandonaram a reuniom, Pujol ficou e, durante o seu discurso deixou claro que a sua presença no Estado judeu tinha a finalidade de dar a conhecer "a existência e a história da Catalunha". Porém, quase no final da viagem teve lugar um episódio único para Pujol: durante umha feira internacional a Catalunha foi mencionada junto a outros países que participavam no evento sem referir que era parte de Espanha, o que causou a inquietaçom do embaixador espanhol em Israel.
Na viagem travaram-se umha série de acordos com um impato positivo, tanto em nível cultural como económico para a Catalunha. Entre os quais, destaca:
- A assinatura dum documento de cooperaçom agrária (oficialmente umha carta de intenções) entre a Generalitat catalã e o governo israelita;
- Um acordo de colaboraçom em "investigaçom agroflorestal e espécies subtropicais" entre a Universidade Ben Gurion e o Departamento de Agricultura do Governo catalão.
- Um acordo polo qual Israel ajudaria ao Governo catalão a estabelecer o modelo dos kibbutzim em certas áreas rurais da Catalunha.
- O compromisso da criaçom dumha cátedra de catalão na Universidade de Telavive.
- A realizaçom dum facsímil sobre o uso do catalão na comunidade judaica.
- Um acordo de intercâmbio de produções televisivas entre TV3 e a televisom pública israelita.
- A promessa de doar meio milhom de peixes de água doce do Rio Ebro para repovoar o Mar Morto.
- O estabelecimento dumha ligaçom aérea direta entre Telavive e Barcelona.
Em consequência, muitas empresas israelitas mostraram interesse em investir na Catalunha. Nom por acaso a Catalunha já era a Comunidade Autônoma que mais exportava a Israel, e mais de 20.000 catalães visitaram Israel em 1987, contribuindo para que estes setores se fortaleceram ainda mais depois da visita.
Depois do seu regresso à Catalunha, seguindo o modelo do Museu da Diápora da Universidade de Telavive, o Presidente Pujol embarcou-se no projeto do Museu de História da Catalunha.
O Presidente Pujol viajará novamente a Israel nos anos 1994 e 2003. Em todas estas visitas oficiais o presidente catalão seguiu a particular norma política e diplomática de nunca visitar os territórios palestinianos.
Com as visitas do Presidente Pujol ao Estado de Israel (1987, 1994 e 2003) criou-se umha série de ligações e políticas com a Catalunha.
Em maio de 1988 o grupo parlamentar de CiU impediu que se votasse no Parlamento catalão umha condenaçom contra a repressom israelita em Gaza e Cisjordânia. O Governo de Pujol concedeu a Cruz de Sant Jordi ao ex-embaixador de Israel em Espanha, Samuel Haddas.
Em 1992, durante um encontro aberto com jornalistas celebrado em Barcelona durante os preparativos dos Jogos Olímpicos, Jordi Pujol manifestou abertamente que se sentia sionista, ciente de que entre as pessoas presentes havia um grupo de correspondentes árabes vindos de Madrid.
Em 20 de dezembro 2003 Pasqual Maragall (PSC), presidente da Câmara Municipal de Barcelona entre 1982-97, é eleito presidente do Governo catalão com o apoio de ERC e ICV-EUiA, dando cabo com o longo período de governo de Jordi Pujol (1980-2003).
Entre o 19 e 22 de maio de 2005 o presidente Maragall e o presidente de ERC, Josep Lluis Carod-Rovira, realizam umha visita oficial de quatro dias a Israel, Palestina e Jordânia. Pola primeira vez, rompendo a tradiçom de Pujol, um presidente catalão visitava os territórios palestinianos. Na delegaçom catalã também vai o conselheiro de Economia e Finanças, Antoni Castells, o publicista Lluis Bassat (judeu catalão) junto com umha representaçom empresarial.
Durante a sua estada, para além de manter reuniões com os máximos dirigentes de Israel, entre os quais o Presidente de Israel, Moshe Katzav e os vice-primeiros ministros, Shimon Peres e Ehud Holmert, houve encontros com os líderes palestinianos e jordanos ao mais alto nível, bem como entrevistas com representantes das distintas sociedades civis.
Em Jerusalém visitam o museu do Holocausto e em Ramallah o túmulo de Y. Arafat. A delegaçom catalã também visita um campo de refugiados em Gaza e as obras de reabilitaçom do bairro de Nasser.
Durante a visita Carod-Rovira, muito interessado com o eficaz sistema de ensino o hebraico, protagonizou umha grande polémica ao se fotografar com umha coroa de espinhas em Jerusalém e provocar umha conflitiva "guerra de bandeiras" nos atos oficiais perante a ausência da bandeira catalã. O líder de ERC evitou participar numha homenagem ao primeiro-ministro israelita assassinado Isaac Rabin porque no evento apenas estava a bandeira espanhola. O mesmo dia o embaixador espanhol em Israel retirou umha bandeira espanhola com a legenda da Generalitat da Catalunha para evitar problemas com a delegaçom catalã polo que foi expedientado.
A viagem oficial do Governo catalão de 2005 contribuiu para que se incrementassem notavelmente as relações entre Israel e Catalunha, bem como a cooperaçom tecnológica através da Fundaçom Catalã para a Investigaçom.
A presença dum líder independentista da esquerda catalã provocou a reaçom da esquerda pró-palestiniana. O coletivo Palestina Resiste (Palestina Resisteix) lembrou a Carod-Rovira o passado "terrorista" de Isaac Rabin, que ao mando de unidades militares realizava "operações de limpeza étnica". Carod-Rovira tem-se mostrado simpatizante do Partido Trabalhista de Israel, chegando mesmo a convidar o embaixador de Israel a alguns dos seus comícios eleitorais na campanha eleitoral de 2006.
Concidindo com a visita da delegaçom do Governo catalão a Israel, Rosa Bonás e Joan Puigcercós, deputados de ERC no Parlamento espanhol, apresentaram umha proposiçom no Congresso dos Deputados pedindo a suspensom de todas as ajudas do Estado espanhol a Israel, incluíndo todo tipo de cooperaçom cultural em protesto pola "política genocida" de Ariel Sharon e contra a "ocupaçom dos territórios palestinianos de Gaza e Cisjordânia". Carod-Rovira resolveu o assunto pedindo perdom numha carta (a Embaixada de Israel protestou publicamente) na que cualificava a iniciativa parlamentar como "um erro político grave que, aliás, nom é coerente de nengumha maneira com as minhas próprias convições".
A capa do nº70 de "Esquerra Nacional" (abril-maio de 2006), revista oficial de ERC, inclui umha entrevista com Jaume Fernández, historiador e republicano, onde explica o balanço dumhas jornadas sobre sionismo e catalanismo nas que participarom membros do Governo da Catalunha. Segundo Fernández, nas jornadas denunciou-se o "pensamento único" contra Israel "ancorado numha posiçom ideológica herdeira dum marxismo trasnoitado".
ERC desde a época de Pilar Rahola e Angel Colom (1989-96) e principalmente durante a liderança de Carod-Rovira (1996-2008) é um partido independentista de esquerdas tradicionalmente favorável às teses israelitas. Porém, na medida em que se foram integrando elementos da extremaesquerda nacionalista provenientes do PSAN e Terra Lliure, as teses pró-palestinianas foram ganhando terreno, o que tem provocado conflitos internos nom resolvidos. É por isto que ERC nunca se manifestou publicamente em favor da Palestina, a diferença da sua organizaçom juvenil (JERC) ou durante o breve período de liderança de Joan Puigcercós (2008-11).
Segundo o historiador Joan Culla, "com o debate do Estatuto de Autonomia catalão (2006-07), surgiram alguns dos tiques antissemitas aplicados aos catalães". Neste sentido iam as declarações do conselheiro de Comércio, Turismo e Consumo, Josep Huguet, quem chegou a comparar o boicote aos produtos catalães promovidos pola direita espanholista com a situaçom dos Judeus quando, sob o regime nazista, eram marcadas as suas lojas com a etrela de David. "No pensamento de setores radicais do espanholismo, os Catalães ocupamos o local dos Judeus", frisou ele.
Num discurso intitulado "De Sefarad a Israel: trajetória dum nom judeu" perante o Parlamento israelita (Knesset) com motivo da entrega do prémio Samuel Toledano a 28 de outubro de 2007, o ex-presidente Jordi Pujol reconhece ser profundamente sionista desde a sua mocidade.
"Como lhes dizia eu nom entrei apenas em contacto com o judaismo. Também, e num certo sentido sobretodo com o sionismo. E nom dumha forma superficial. Com mal 17-18 anos lei "Der Judenstaat" de Herzl e um livro de Chaim Weizmann, muito completo, que conta toda a luta sionista, desde o congresso de 1903 -o da rejeiçom da proposta do Uganda- até a constituiçom do Estado de Israel (...)
Há que ter presente para explicar o meu grande interesse polo sionismo que eu era e sou um nacionalista catalão. Isto é, eu sinto-me profundamente catalão, noutras palavras, cidadão dum país que durante os últimos três-quatro séculos foi submetido a umha dura política de perseguiçom linguística e cultural e em geral de desnacionalizaçom (...)
O sionismo tinha, aliás, outra característica que o tornava interessante: nom só se propunha a liberdade nacoinal dos Judeus, mas também construír um país (...) E eu pessoalmente, como catalão, como catalanista, como nacionalista catalão, já desde sempre tivera este tema: construir Catalunha. Construi-la espiritualmente, politicamente, economicamente, culturalmente e socialmente".
Pujol lembrou no seu depoimento que o discurso antissemita do franquismo e a comparança despetiva que alguns setores do regim faziam entre catalães e judeus aproximou-no do sionismo.
Logo depois, apoiando-se na sua prolongada militância sionista e na sua inquebrantável amizade com Israel, com um tom bastante crítico e diante da presidenta da câmara, Dalia Itzik e do ex-chefe do Estado Isaac Navon, defendeu a criaçom dum Estado palestiniano.
"Os senhores devem compreender que os palestinianos precisam umha soluçom. (...) Tenho sido e sou defensor de Israel, compreendo e apoio as suas razões, mas há que encontrar outros caminhos para sair desta terrível a ameaçadora situaçom. Parece-me bem a criaçom de dous estados, um israelita e um outro palestiniano".
"Para os Judeus, e esse é também o meu ponto de vista, o Estado só se podia criar em Israel, nem no Uganda, nem na Sibéria, nem na Argentina. Mas nesta terra vivia gente nom judia desde há muitos séculos. E também era a sua terra".
Os palestinianos, afirmou, "despertam simpatia na opiniom pública de muitos países nom apenas por razões ideológicas, mas porque som os mais fracos". (...) "Isto é muito difícil depois de tantos anos de confrontos e terrorismo mas a desconfiança também nom resolveu o problema". "Por isso celebro, que cada vez mais gente, também em Israel, aceite que nom se pode seguir com as mesmas formulações".
Sem chegar a pronunciar em nengum momento a palavra "ocupaçom", Pujol aludiu a umha cita de Yeshaian Leibovitz para afirmar que Israel deveria ter devolto há muito tempo os territórios conquistados em 1967 e também ter assinado a paz.
As palavras do ex-presidente catalão provocaram surpresa entre muitos dos asisstentes à entrega dos prémios. De facto, Isaac Navon, presidente dos prémios e umha das máximas autoridades da língua ladina em Israel, disse-lhe a Pujol que "algumha gente do público seguramente nom gostou do que disse".
Antes do evento no Parlamento, Pujol entrevistara-se com o presidente de Israel, Shimon Peres e com a presidenta da Knesset, Dalia Itzik.
No dia 17 de novembro de 2008 o Vice-presidente da Catalunha, o republicano Josep Lluis Carod-Rovira é recebido por Shimon Peres. Na reuniom, o vice-presidente catalão agradeceu ao presidente do Estado de Israel o seu apoio à eleiçom de Barcelona como sede da Uniom polo Mediterrâneo (UpM). Os dous mandatários concordaram na importância do diálogo e a negociaçom para gerir "a diversidade cultural, linguística e religiosa e resolver conflitos".
Josep Lluis Carod-Rovira e Shimon Peres |
Israel considera ao Vice-presidente catalão "um bom amigo" que tem visitado o país diversas vezes na sua condiçom de membro da Associaçom para os Vínculos Culturais entre Israel e Catalunha.
O Vice-presidente do Governo catalão destacou que tanto Barcelona como a Catalunha som "um quadro acaído para encarar diálogos em chave de vez", afirmando que a secretaria da UpM terá como um dos eixos principais abordar o conflito entre Israel e a Palestina. Precisamente, o vice-presidente destacou que o Governo catalão está de acordo com a política da UE para o Próximo Oriente, que aposta em encontrar umha "soluçom negociada baseada em dous povos, dous estados". Carod-Rovira também expressou a sua admiraçom pola "tenacidade" do povo judeu para conseguir ao longo de dous mil anos o reconhecimento da sua "identidade" e "personalidade", bem como o logro dum Estado, destacando que se devem distinguir todos os valores positivos "que todos os povos têm, do mesmo jeito que todos cometem erros".
A reuniom entre o Vice-presidente do Governo catalão e o Presidente de Israel também serviu para seguir avançando na cooperaçom entre os dous países em ámbitos como as novas tecnologias da comunicaçom e a gestom da água. Carod-Rovira anunciou o próximo deslocamento dumha visita oficial do Governo e empresários catalães para relançar as relações bilaterais e travar acordos de cooperaçom nestes âmbitos.
Após a reuniom com Peres, em declarações à imprensa, o Vice-presidente catalão defendeu "a legitimidade da açom exterior da Catalunha", lembrando que é realizada consoante o Estatuto e exercida com "eficácia e total normalidade". Pola sua vez, descartou a possibilidade de que a Catalunha vaia abrir um escritório de representaçom em Israel, alegando que o desdobramento já "está bem definido" e "como muito haverá outras duas mais" para além das existentes ou agendadas na Europa e América.
Durante a sua estada em Israel, que durou um dia, Carod-Rovira também se reuniu com o vice-ministro de Negócios Estrangeiros, Majali Whbee, e visitou o Museu da História do Holocausto em Jerusalém, onde realizou umha oferenda às vítimas da Shoah.
No dia seguinte Carod-Rovira desloca-se para Jordânia, onde se reúne com o ministro dos Negócios Estrangeiros e participa na reuniom anual da Mesa de Doadores da Agência da ONU para a Ajuda aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA).
Em 14 de maio de 2009, coincidindo com o 60º da criaçom do Estado de Israel, uma centena de pessoas participam em Barcelona na fundaçom da Associaçom Catalã de Amigos de Israel (ACAI).
Na introduçom da declaraçom constituinte os fundadores afirmam que "ao longo dos Países Catalães e durante o século passado, houve personalidades eminentes, como Josep Carner, Antoni Rovira i Virgili e Salvador Espriu e partidos como Açom Catalã e Movimento Socialista da Catalunha expressaram a sua simpatia dumha boa parte dos Catalães com consciência nacional com a causa do povo judeu. No entanto, nos últimos trinta anos, este sentimento permaneceu constante face a preponderância aparente de vozes perante as vozes que negam o Estado de Israel, nom apenas o seu caráter democrático, mas o próprio facto da sua existência legítima.
Em janeiro passado, na sequência do conflito em Gaza, as reações contra Israel e os Judeus em geral, e os catalães solidários com eles atingiu níveis de agressividade que nunca como até agora em democracia tinha sido. O antissionismo alastrou polas ruas com a impunidade assegurada, a cobertura da mídia (TVE3 proeminente) e a cumplicidade explícita de membros do Governo catalão como Joan Saura (ICV). Neste ponto, os catalães democratas que se opõem a qualquer regime totalitário de tipo religioso, ideológico e político decidimos organizar-nos numha associaçom que tem como objetivo preservar e difundir os valores democráticos que têm caracterizado historicamente o pensamento jurídico e político Catalão, a liberdade primeiro.
Consequentemente negamo-nos a aceitar passivamente o enraizamento na sociedade catalã de atitudes racistas e discriminatórias contra qualquer coletivo identitário que quiser contribuir para umha comunidade nacional catalã que queremos soberana, diversa e plural. A divulgaçom dos valores fundadores do Estado de Israel, a identidade judaica, a recuperaçom do componente hebraico da nossa pátria e a projeçom da liberdade dos indivíduos e dos povos som os objetivos que guiam a partir de agora a associaçom que constituímos".
Em 28 de junho de 2010 umha sentença do Tribunal Constitucional espanhol declara inconstitucionais vários artigos do Estatuto de Autonomia catalão (aprovado em referendo em 2006), o que provoca um movimento de rejeiçom ao status quo constitucional no seio da sociedade catalã. Na esteira deste movimento social de protesto, Artur Mas, que até entom se reconhecia como "nacionalista tolerante e moderno integrado no conjunto de Espanha", declara-se partidário do direito da Catalunha a decidir o seu futuro, o que, polas suas palavras é "o direito de todo povo à autodeterminaçom".
Em 23 de dezembro de 2010 Artur Mas, que fora conselheiro nos governos de Jordi Pujol entre 1995-2003, é investido Presidente da Catalunha, contando com os votos favoraveis do grupo parlamentar de CiU (62 mandatos) e a abstençom do PSC. Durante seu mandato como o 129º Presidente da Catalunha acentuar-se-iam as relações entre o Governo catalão e Israel.
Em setembro de 2011 a entom vice-presidenta do Governo catalão, Joana Ortega (UDC), faz umha viagem institucional a Israel para intensificar as "relações e a cooperaçom entre os dous países". Durante a sua estada encontra-se com o vice-primeiro-ministro na altura, Silvan Shalom, pactuando com ele iniciar os trabalhos para a assinatura de convénios de colaboraçom económico-empresarial.
Assim sendo, meses depois desse encontro é assinado um convénio de cooperaçom para a promoçom industrial, a investigaçom e o desenvolvimento entre ACC1Ó, a agência pública catalã dedicada à internacionalizaçom empresarial, e a Agência Nacional de Investigaçom e Desenvolvimento de Israel (MATIMOP). Doravante, empresas dos dous países poderám colaborar na posta em marcha de projetos conjuntos de I+D+i industrial. O acordo contempla uma ajuda de até 250.000 euros para a parte catalã de cada projeto.
Em novembro de 2011 o secretário geral de CDC, entom Oriol Pujol, viaja a Israel para reunir-se, entre outros, com o presidente hebreu, Simon Peres, quem lhe confessou a vontade de "colaborar com Catalunha nos âmbitos político, econômico e institucional".
Oriol Pujol e Shimon Peres |
Oriol Junqueras, líder de ERC desde setembro de 2011, afirma no jornal Nació Digital ter mantido a 26 abril de 2012 umha reuniom "intensa e positiva" com Oren Bar-El, ministro-conselheiro de assuntos políticos da Embaixada israelita em Espanha.
Numha entrevista para o jornal "Nació Digital" em 20 de maio de 2012, o embaixador de Israel em Espanha, Alon Bar, perguntado polo que Israel faria se a Catalunha realizasse um referendo de independência, aconselha ao independentismo catalão "poder fazer um estado de acordo com os seus vizinhos e entornos, fazer um estado negociando com todos".
Numha viagem realizada a Massachusetts (Estados Unidos) em junho de 2012 o Presidente Mas anuncia a sua vontade de associar a Catalunha com esse Estado norte-americano e com Israel através da formaçom de convénios para potenciar a economia do conhecimento e as TICs. "Israel é um exemplo para o mundo, é um país pequeno, que o passou muito mal, que deve dedicar enormes esforços à sobrevivência da sua identidade e da sua cultura e que ao mesmo tempo é pioneiro e ponta de lança da indústria tecnológica mundial".Em plena crise económica e de relaçom com o governo espanhol, o Presidente Mas à frente e com o apoio do partido CDC, inicia um viragem independentista a favor da autodeterminaçom da Catalunha. A 25 de setembro de 2012, após umha massiva Diada de 11 de Setembro, convoca as eleições antecipadas ao Parlamento catalão para 25 de novembro, após a impossibilidade de conseguir um melhor cenário político, bem como um mais justo pacto fiscal para a Catalunha (ao nom conseguir acordos na reuniom em Madrid com o presidente do Governo espanhol Mariano Rajoy) e articula o seu programa eleitoral em redor do soberanismo.
Em 28 de setembro de 2012 o redator chefe de internacional do jornal israelita Haaretz, Adar Primor, sob o título "Viva Catalunha, Viva Israel" escrevia umha reportagem assegurando que "a Catalunha vai ser muito cedo o Estado do povo catalão, da mesma forma que Israel é do povo judeu". A publicaçom israelita ia mais longe ao descartar para Catalunha umha outra forma territorial que nom seja a independência plena: "nom haverá futuro para um estado binacional, nem para umha federaçom, nem para umha confederaçom nem muito menos para umha autonomia ou para um cantom". O redator fechava a crônica na que explica os motivos dos catalães para se independizar com a proclama: "Visca Israel, Visca Catalonia".
Aliás, a reportagem incluia umha entrevista com o daquela porta-voz de Solidariedade Catalã pola Independência, Alfons López Tena, quem declarava que "a título pessoal, eu sou pró-israelita e pró-sionista. [...] No mínimo, metade dos membros do meu partido som da Associaçom Catalã de Amigos de Israel. Israel é um estado democrático e nós apoiamos todos os passos que tem de fazer para sobreviver. Nom temos a intençom de criticar o Governo de Israel. Procuramos a cooperaçom com Israel e esperamos que Israel apoie o movimento pola independência da Catalunha. Está claro que a Catalunha independente será um amigo muito estreito de Israel. Disso nom há dúvida nengumha". Além disso, o deputado Tena referiu que "a nossa honra e liberdade som fundamentais" e que "mesmo sem a crise económica haveria umha maioria certa em prol da independência".
O jornal Haaretz informa sobre o processo independentista catalão |
O jornal afirmava que "o boomerang já botou a andar: os catalães darám a sua resposta no 25 de novembro", data prevista para as eleições catalãs, para acrescentar que "os catalães estám decididos a eludir a Constituiçom espanhola e celebrar um referendo de independència". Umha consulta que o Haaretz qualifica como "umha batata quente que acabará nas saias da UE".
O jornal aproveita a reportagem para lembrar os conflitos semelhantes que existem atualmente aos que se vivem entre Catalunha e Espanha. "A última vitória dos separatistas do Quebeque, Canadá, os contiuados esforços para desmantelar o reino da Bélgica e o referendo nacional que se celebrará na Escócia em 2014 som apenas alguns exemplos que o demonstram".
A reportagem destaca, assim mesmo, que o segundo equipamento do Barça seja das cores da bandeira catalã, bem como o facto de os catalães estarem já cansados de que as regiões pobres de Espanha vivam à custa da Catalunha e que, por conseguinte, esta sinte-se "roubada" polo Estado espanhol. Por isso, segundo o jornal israelita, exigem "cobrar os seus próprios impostos" para que os 9% do PIB catalão "nom fuja para as arcas do governo central em Madrid".
Finalmente, a perda de 12 mandatos de CiU nas eleições catalãs de 25 de novembro foi interpretada como um fracasso da aposta da coaligaçom de centro nacionalista para ser o guia do processo soberanista na Catalunha. No dia 18 de dezembro de 2012 os partidos soberanistas CiU (50 mandatos) e ERC (21) chegam a um acordo de governaçom chamado polos seus signatários de Pacto pola Liberdade. O texto indica que a data do referendo de independência da Catalunha seria acordada entre os dous partidos, os quais se comprometeriam a tentar levar a cabo em 2014 "exceto se o contexto socioeconómico e político requerer umha prorrogaçom". Como parte do acrodo, Artur Mas tomou posse do cargo de presidente do Governo catalão para um segundo mandato por 71 votos a favor e 63 em contra (PSC, PP, ICV-EUiA, Cidadãos e CUP).
Em 3 junho de 2013 o embaixador de Israel em Espanha e Andorra, Alon Bar, reune-se no Parlamento catalão com os membros da Comissom de Exteriores aos que lhe traslada, literalmente, que "Israel respeitará a vontade exprimida pola Catalunha". Nessa reuniom de troca de posições o embaixador pareceu ter interiorizado as procuras da maioria da Catalunha: que se respeite a vontade popular e que se deixe exprimi-la democraticamente num referendo.
As posições do independentismo catalão, em palavras de Rubén Novoa, ressumem-se em que "nom queremos que Israel saia prejudicado nas sus relações com Espanha como contrapartida por tê-las com a Catalunha. Com isto quero dizer que nom visamos deterioras as relações diplomáticas entre Espanha e Israel pola questom catalã. Nom esqueçamos que o senhor Alon Bar é o embaixador de Israel em Espanha e deve seguir procurando manter uma boa imagem e melhores relações de Israel com o país em que está acreditado. O comum, em qualquer corpo diplomático de qualquer país. Simplesmente agradecemos que o seu posicionamento sobre esta questom seja estritamente em defesa da democracia e o respeito mútuo. Para nós é suficiente. Apenas pedimos que nos deixem votar e que se respeite o que decidamos entre todos através das urnas".
"Num mundo dominado polos interesses naquilo que respeita às relações internacionais, acho que a Catalunha pode encontrar um sólido aliado em Israel o dia depois da nossa independência. Temos a vantagem de nom partir de zero e de poder construir em cima dos alicerces das instituições que recuperamos a partir do nosso Estatuto de Autonomia. Pola sua parte, Israel ganharia um país aliado no sul da Europa e na ribeira ocidental do Mediterrâneo. Cabe lembrar que o índice de antissemitismo dos espanhóis supera a escandalosa cifra de 60%. Com estes dados, contar com umha Catalunha amiga de Israel na nossa zona geoestratégica deveria de ser um assunto de interesse nacional para Israel", frisou R. Novoa.
Em outubro de 2013 Alon Bar anuncia que a próxima embaixada que Israel abrirá na Europa vai ser na Catalunha, alegando a percepçom cultural e o número de turistas israelitas que diariamente visitam esse país.
Em novembro de 2013 umha delegaçom do Governo catalão encabeçada polo Presidente Mas em companhia do conselheiro de Economia, Andreu Mas-Colell; o presidente da câmara municipal de Barcelona, Xavier Trias, bem como outros cargos políticos e representantes dumha trintena de empresas privadas catalãs de tamanho mediano realizou umha viagem de cinco dias a Israel.
Mas reune-se na residência oficial de Jerusalém com o Presidente de Israel, Simom Peres, e com o ministro das Finanças, Yair Lapid. De acordo com vários informes sobre aquela reuniom com o chefe do Estado de Israel, o Presidente catalão explicou-lhe o seu desejo de lograr mais autonomia e falou no "processo de construçom do Estado catalão", mas desconhece-se a opiniom do presidente israelita. Surpreendentemente, com bae nos logros da viagem a Israel, e a forma como foi recebido, é muito provável que o Presidente Mas tivesse recebido algum apoio, especialmente de Shimon Peres. De facto, o governo espanhol nom gostou da passividade mostrada polo Chefe de Estado israelita.
O jornal aproveita a reportagem para lembrar os conflitos semelhantes que existem atualmente aos que se vivem entre Catalunha e Espanha. "A última vitória dos separatistas do Quebeque, Canadá, os contiuados esforços para desmantelar o reino da Bélgica e o referendo nacional que se celebrará na Escócia em 2014 som apenas alguns exemplos que o demonstram".
A reportagem destaca, assim mesmo, que o segundo equipamento do Barça seja das cores da bandeira catalã, bem como o facto de os catalães estarem já cansados de que as regiões pobres de Espanha vivam à custa da Catalunha e que, por conseguinte, esta sinte-se "roubada" polo Estado espanhol. Por isso, segundo o jornal israelita, exigem "cobrar os seus próprios impostos" para que os 9% do PIB catalão "nom fuja para as arcas do governo central em Madrid".
Finalmente, a perda de 12 mandatos de CiU nas eleições catalãs de 25 de novembro foi interpretada como um fracasso da aposta da coaligaçom de centro nacionalista para ser o guia do processo soberanista na Catalunha. No dia 18 de dezembro de 2012 os partidos soberanistas CiU (50 mandatos) e ERC (21) chegam a um acordo de governaçom chamado polos seus signatários de Pacto pola Liberdade. O texto indica que a data do referendo de independência da Catalunha seria acordada entre os dous partidos, os quais se comprometeriam a tentar levar a cabo em 2014 "exceto se o contexto socioeconómico e político requerer umha prorrogaçom". Como parte do acrodo, Artur Mas tomou posse do cargo de presidente do Governo catalão para um segundo mandato por 71 votos a favor e 63 em contra (PSC, PP, ICV-EUiA, Cidadãos e CUP).
Em 3 junho de 2013 o embaixador de Israel em Espanha e Andorra, Alon Bar, reune-se no Parlamento catalão com os membros da Comissom de Exteriores aos que lhe traslada, literalmente, que "Israel respeitará a vontade exprimida pola Catalunha". Nessa reuniom de troca de posições o embaixador pareceu ter interiorizado as procuras da maioria da Catalunha: que se respeite a vontade popular e que se deixe exprimi-la democraticamente num referendo.
As posições do independentismo catalão, em palavras de Rubén Novoa, ressumem-se em que "nom queremos que Israel saia prejudicado nas sus relações com Espanha como contrapartida por tê-las com a Catalunha. Com isto quero dizer que nom visamos deterioras as relações diplomáticas entre Espanha e Israel pola questom catalã. Nom esqueçamos que o senhor Alon Bar é o embaixador de Israel em Espanha e deve seguir procurando manter uma boa imagem e melhores relações de Israel com o país em que está acreditado. O comum, em qualquer corpo diplomático de qualquer país. Simplesmente agradecemos que o seu posicionamento sobre esta questom seja estritamente em defesa da democracia e o respeito mútuo. Para nós é suficiente. Apenas pedimos que nos deixem votar e que se respeite o que decidamos entre todos através das urnas".
"Num mundo dominado polos interesses naquilo que respeita às relações internacionais, acho que a Catalunha pode encontrar um sólido aliado em Israel o dia depois da nossa independência. Temos a vantagem de nom partir de zero e de poder construir em cima dos alicerces das instituições que recuperamos a partir do nosso Estatuto de Autonomia. Pola sua parte, Israel ganharia um país aliado no sul da Europa e na ribeira ocidental do Mediterrâneo. Cabe lembrar que o índice de antissemitismo dos espanhóis supera a escandalosa cifra de 60%. Com estes dados, contar com umha Catalunha amiga de Israel na nossa zona geoestratégica deveria de ser um assunto de interesse nacional para Israel", frisou R. Novoa.
Em outubro de 2013 Alon Bar anuncia que a próxima embaixada que Israel abrirá na Europa vai ser na Catalunha, alegando a percepçom cultural e o número de turistas israelitas que diariamente visitam esse país.
Em novembro de 2013 umha delegaçom do Governo catalão encabeçada polo Presidente Mas em companhia do conselheiro de Economia, Andreu Mas-Colell; o presidente da câmara municipal de Barcelona, Xavier Trias, bem como outros cargos políticos e representantes dumha trintena de empresas privadas catalãs de tamanho mediano realizou umha viagem de cinco dias a Israel.
Mas reune-se na residência oficial de Jerusalém com o Presidente de Israel, Simom Peres, e com o ministro das Finanças, Yair Lapid. De acordo com vários informes sobre aquela reuniom com o chefe do Estado de Israel, o Presidente catalão explicou-lhe o seu desejo de lograr mais autonomia e falou no "processo de construçom do Estado catalão", mas desconhece-se a opiniom do presidente israelita. Surpreendentemente, com bae nos logros da viagem a Israel, e a forma como foi recebido, é muito provável que o Presidente Mas tivesse recebido algum apoio, especialmente de Shimon Peres. De facto, o governo espanhol nom gostou da passividade mostrada polo Chefe de Estado israelita.
Contrariamente ao protocolo diplomático, como acontecera nas visitas prévias de Carod-Rovira ou Oriol Pujol, nesse encontro de diálogo esteve ausente a bandeira espanhola, que foi substituída por duas bandeiras israelitas.
Depois de juntar-se com Lapid, o presidente Mas declara à Agência de Notícias da Catalunha que "Israel é um país estratégico para Catalunha em muitos sentidos", precisando que o objetivo do Goberno catalão era "fortalecer a nossa cooperaçom e manter as boas relações entre os dous países".
O chefe do Governo catalão define Israel como "exemplo" e "referente" tanto no que diz repeito à criaçom dum Estado quanto em matéria económica, acrescentando que a Catalunha queria ser "a porta de entrada na Europa dos israelitas". Numha palestra pronunciada na Universidade de Telavive o Presidente Mas disse que Catalunha escolhera Israel como "um modelo" a seguir e como "um sócio para a inovaçom".
Além disso, numha tentativa de consolidar umha aliança de validaçom internacional ao processo soberanista, o Presidente Mas visitou os sítios sagrados do judaismo.
O chefe do Governo catalão define Israel como "exemplo" e "referente" tanto no que diz repeito à criaçom dum Estado quanto em matéria económica, acrescentando que a Catalunha queria ser "a porta de entrada na Europa dos israelitas". Numha palestra pronunciada na Universidade de Telavive o Presidente Mas disse que Catalunha escolhera Israel como "um modelo" a seguir e como "um sócio para a inovaçom".
Além disso, numha tentativa de consolidar umha aliança de validaçom internacional ao processo soberanista, o Presidente Mas visitou os sítios sagrados do judaismo.
O concelho de Barcelona também travou acordos com instituições israelitas, particularmente o Acordo de Amizade e Cooperaçom entre a capital catalã e Televive (nom renovado em dezembro de 2015 polo atual governo municipal).
Todavia, durante a estada de cinco dias em Israel, o chefe do Governo catalão, como outrora fizera Jordi Pujol, evitou reunir-se propositadamente com qualquer representante palestiniano da ANP e mesmo negou-se a responder qualquer pergunta que tivesse a ver com os palestinianos na conferência de imprensa que realizou naquela visita.
As declarações dele ou a visita realizada a Jerusalém Leste causaram as críticas da oposiçom de esquerdas e de coletivos pró-palestinianos catalães. Para um porta-voz da ANP "de forma consciente ou inconsciente Mas ajudou a legitimar umha ocupaçom que reconhecem todos os organismos oficiais internacionais", acrescentando que "sabemos que o senhor Mas nom é líder dum Estado. Porém, e independentemente da sua condiçom de presidente autonómico, o direito internacional rege para todos. O que fez o presidente da Generalitat é umha grave falta".
A viagem institucional a Israel dá umha grande exposiçom internacional do movimento independentista catalão, o que provocou a inquietaçom do ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol, que chegou a anunciar a tramitaçom dumha nova normativa legal que proiba os presidentes autonômicos viajar ao estrangeiro em representaçom da sua Comunidade Autônoma.
No dia 12 de dezembro de 2013 foi anunciado um projeto de referendo sobre a independência da Catalunha, polo Presidente catalão, Artur Mas (CiU, primeira força política), que contou com o apoio dos partidos representados ERC (segunda força política mais votada), Iniciativa por Catalunha Verdes (quinta força política), UDC (parceiros de coligaçom da CiU), Esquerda Unida e Alternativa (parceiros políticos de coligaçom com ICV) e CUP (nona força política). O apoio destes partidos à realizaçom do referendo confere umha maioria de 88 deputados dentro dos 135 do Parlamento catalão. Segundo o projeto, a data para o referendo estava definida para 9 de novembro de 2014 e iria conter umha pergunta com duas partes: "Quer que a Catalunha seja um Estado? e "se sim, quer que este Estado seja independente?". O Governo espanhol declarou pouco depois a sua intençom de bloquear o referendo, afirmando que este "nom seria ser realizado" por ser considerado ilegal.
Em janeiro de 2014 o conselheiro de Empresa e Emprego do Governo catalão, Felip Puig, reconhece a existêmcia dum informe do CESICAT (Centro de Segurança da Informaçom da Catalunha), dependente do Centro de Telecomunicações e Tecnologias da Informaçom), para criar umha Agência Nacional de Segurança (ANS). Em concreto, esse informe faz referência à necessidade de "entrar em contato com os serviços de inteligência de Israel para conhecer a organizaçom da sua agência de Cibersegurança", destacando que "a Ertzaintza tem bons contatos com empresas e o mundo governamental israelita". Além disso, também recomenda "entrar em contato com o Massachusetts Advanced Ciber Security Center com o objetivo de conhecer o seu funcionamento, organizaçom e atividades e formular um possível quadro de colaboraçom".
É que o Estado de Israel figura em boa parte dos documentos elaborados polos soberanistas para preparar a transiçom para a independência. Para além de entrar em relaçom com os serviços de informaçom de Israel, noutra documentaçom assinala-se que os membros da futura força aérea catalã deveriam formar-se em Israel que é o país "que assegura a melhor formaçom possível".
Em abril de 2014 o Governo catalão abre umha "antena tecnológica" em Telavive com o objetivo de trabalhar conjuntamente com o MATIMOP e "procurar empresas israelitas interessadas em projetos de I+D catalães e, ao invês, identificar programas internacionais de suporte aos projetos de i+D e promover atividades bilaterais". O entom conselheiro delegado de ACC1Ó, Joan Tarradellas, afirmou que a iniciativa era umha "grande oportunidade" porque "Israel é um país ponteiro nos âmbitos da inovaçom e o emprendimento, e tem umha forte capacidade de investimento em desenvolvimento de tecnologia".
Em abril de 2014 o Governo catalão abre umha "antena tecnológica" em Telavive com o objetivo de trabalhar conjuntamente com o MATIMOP e "procurar empresas israelitas interessadas em projetos de I+D catalães e, ao invês, identificar programas internacionais de suporte aos projetos de i+D e promover atividades bilaterais". O entom conselheiro delegado de ACC1Ó, Joan Tarradellas, afirmou que a iniciativa era umha "grande oportunidade" porque "Israel é um país ponteiro nos âmbitos da inovaçom e o emprendimento, e tem umha forte capacidade de investimento em desenvolvimento de tecnologia".
Em maio de 2014 várias associações da comunidade judia da Catalunha e associações de amizade com Israel apresentam umha queixa coletiva contra 17.500 usuário sde Twitter por publicar comentários antissemitas logo depois da vitória do Maccabi de Telavive contra o Real Madrid na Final Four de basquetebol.
Em 10 julho de 2014 o Parlamento catalão, com o apoio do grupo parlamentar de CiU chumba umha proposta de resoluçom, promovida por ICV-EUiA e as CUP, fazendo um chamado às sanções e ao fim dos convénios com o Estado de Israel. O texto chumbado, que incluia o direito de autodeterminaçom do povo palestiniano, demandava que o Governo catalão nom impulsasse nengum acordo com empresas e instituições israelitas "que tiverem um papel direto e demonstrado na ocupaçom e colonizaçom ilegal de territórios palestinianos".
Em 2014 o jornal israelita "The Jerusalem Post" informa que o juíz do Supremo Tribunal de Barcelona e militante de ERC, Santiago Vidal, reconhecera numha entrevista ao semanário "Periodic Delta" que Israel e Alemanha poderiam ser a chave para o financiamento inicial dum Estado catalão independente. Vidal previu que o Estado catalão poderia estabelecer-se no prazo de quatro ou cinco anos, sempre através de "meios legais, políticos e pacíficos".
Porém, reconheceu que "nós nom poderemos ir à Banca Central Europeia para financiar a dívida porque ainda nom seremos membros da UE", polo que a soluçom seria que "um outro estado solvente, e nós falamos em Israel e na Alemanha, nos formeçam o financiamento durante um certo tempo".
Inquirido sobre o risco de acreditar que Israel iria apoiar a causa catalã, o magistrado retorquiu alegando que "a questom palestiniana caracteriza-se pola violência, enquanto a questom catalá é caracterizada polas lições cívicas, o pacifismo e o fazer das cousas boas que estamos a dar ao mundo inteiro. E isto é algo do que os israelitas gostam muito".
Nessa altura no independentismo catalão especulava-se com a chegada dum crédito israelita de aproximadamente 20.000 milhões de euros que substituisse os fundos da linha de crédito criada polo Governo espanhol para o financiamento das Comunidades Autónomas com problemas financeiros (FLA). Seja como for, foi desacreditado polo Govern.
Santiago Vidal seria eleito senador em dezembro de 2015 por ERC logo de ser sancionado polo Conselho Geral do Poder Judiciário espanhol por ter colaborado na redaçom dumha constituiçom catalã.
Entretanto, o Tribunal Constitucional de Espanha impediu a realizaçom do referendo sobre a independência da Catalunha previsto para o dia 9 de novembro de 2014, bem como a alternativa encontrada polas autoridades catalãs da realizaçom dumha consulta popular. No entanto, o ministro da Justiça espanhol admitiu que nada faria para impedir a consulta popular na Catalunha caso esta fosse promovida e observada por organizações independentes de cidadãos e desde que o governo da Catalunha nom interviesse na organizaçom do processo.
Assim, no dia 9 de novembro de 2014, foi realizada umha consulta popular sobre a independência da Catalunha, sem caráter vinculativo. Os resultados desta consulta, onde participaram 2,3 milhões dos 6,3 milhões de catalães com direito a voto, deram vitória de 80,72% ao "sim" em ambas as perguntas formuladas.
Dous dias depois do referendo, Michael Freund, diretor de comunicaçom do Escritório do Primeiro-ministro de Israel, B. Netanyahu, denunciava num artigo de opiniom intitulado "De Gaza a Catalunha: a insofrível hipocristia da Europa" e publicado no "Jerusalem Post" a dupla moral da UE ao promover o reconhecimento do Estado palestiniano enquanto ignora o clamor do povo catalão.
O alto funcionário do executivo israelita dizia a respeito do referendo de independência catalão o seguinte:
No passado domingo, milhões de homens e mulheres na regiom norte-oriental de Espanha realizaram um histórico berro de liberdade. Desafiando corajosamente brutais ameaças e a intimidaçom de Madrid, mais de dous milhões de Catalães participaram num referendo sobre a independência, exercendo pacificamente o seu direito fundamental de decidir o seu próprio futuro.
E os resultados foram decisivos. Mais dos 80% de votantes apoiaram a independência da Catalunha da Espanha, o que incitou o líder catalão Artur Mas para declarar que a votaçom "deixou muito claro que queremos governar-nos nós próprios". "Merecemos votar num referendo legal e obrigatório", declarou Mas, acrescentando: "Eis o que vamos fazer".
Porém, curiosamente, os anseios de independência dos Catalães nom parece interessar ao resto da Europa tanto como os dos Palestinianos, embora os primeiros possuam umha melhor história para terem o seu próprio estado.
Para começar, existiu um Estado catalão no século XVII, embora por um breve período de tempo, enquanto nunca houve um Estado da Palestina independente em toda a história. Mesmo se considerarmos que os árabes-palestinianos vivem sob ocupaçom desde 1967, a Espanha ocupa a Catalunha desde há 300 anos, tornando-a num conflito mais longo. A justiça atrasada é justiça denegada.
Depois do referendo, a 25 de novembro de 2014, o Presidente Mas propôs a criaçom dumha lista combinada de partidos políticos, sociedade civil e profissionais (especialistas reconhecidos) a favor do sim para as eleições que conduziu, em boa parte, ao anúncio de 14 de janeiro de 2015 dum acordo com ERC e outras entidades soberanistas de convocar eleições para 27 de setembro de 2015. É assim como desaparece a federaçom CiU (UDC era contrária à separaçom de Espanha) e se constitui a lista soberanista Juntos polo Sim com ERC e outras formações independentistas.
Em 1 de junho de 2015 o jornal israelita "Yedioth Ahronoth", o de mais tiragem em todo o país, informa aos seus leitores dos apupos recebidos polo hino espanhol numha partida de futebol com o explícito título de "Revolta catalã: os fans deshonram o Rei de Espanha". O jornal explica o acontecido no campo do Barça, expõe a reaçom imediata do governo espanhol e a réplica do Presidente catalão, Artur Mas, qualificando de "ridícula" a postura de Mariano Rajoy.
O jornal oferece umha explicaçom histórica do acontecido: "As relações entre a Catalunha e o governo central de Espanha pasaram polos seus altos e baixos nos últimos anos, com a demanda de desconexom sempre de fundo. A Catalunha foi ocupada polo rei Filipe I a 11 de setembro de 1714, cancelando-se desde entom todo signo de independência e proibiu-se o catalão. Com os anos, a Catalunha recebeu o estatuto de autonomia, mas quando o general Franco tomou o poder em Espanha em 1939, depois dumha guerra civil sangrante, suprimiu-o e reprimiu qualquer signo de nacionalismo catalão. Em 1978, depois da morte de Franco e a adoçom da nova Constituiçom espanhola, o Estauto de autonomia foi restaurado".
Em 17 julho de 2015 o Governo catalão decide converter a antena tecnológica de Telavive num Escritório Exterior de Comércio e Investimentos. A delegaçom encarregar-se-ia de identificar "oportunidades e inovaçom no país que encaixem com projetos de empresas catalãs", potenciar a presença das companhias do Principat em Israel, organizar missões empresariais e fomentar a mobilidade de investigadores catalães em centros tecnológicos e de investigaçom israelitas.
Segundo Núria Betriu, conselheira-delegada de ACC1Ó, a presença em Israel é "vital para posicionar a tecnologia catalã no mundo". "Temos a oportunidade de partilhar experiências com um país que soube transformar as suas limitações em oportunidades, desenvolvendo algumhas das tecnologias mais avançadas do mundo nos campos da água, agricultura e a energia, e que se está a posicionar em setores como a cibersegurança, a Internet das cousas, a tecnologia financeira, o big data e as tecnologias da automoçom".
Com esta abertura o Governo catalão conta com 35 Escritórios Exteriores de Comércio e Investimentos em todo o mundo que oferecem umha rede comercial em mais de 90 mercados.
Em contra da estratégia de colaboraçom com o Estado judeu, em 2015 constitui-se a Coaligaçom Chega de Cumplicidade com Israel agrupando organizações e movimentos catalães que trabalham na defesa dos direitos humanos da populaçom palestina. Esta entidade tem como eixo estrutural a campanha da BDS a Israel que reclama o isolamento deste Estado enquanto nom cumpra a lei internacional. Aliás, perante as eleições catalãs o Movimento BDS-Catalunha faz um chamado para nom votar três nos partidos independentistas (CDC, ERC e Solidariedade pola Independência) que, segundo esta organizaçom anti-israelita, "invocam a criaçom dum futuro Estado catalão mostram simpatia e referência com o Estado de Israel".
Nas eleições catalãs de 27 de setembro , JxSí consegue 62 lugares de 135, o que faz com que a reeleiçom de Artur Mas por um terceiro mandato à chefia do Governo catalão nom esteja garantida por causa da oposiçom dos 10 deputados das CUP. Finalmente, a 9 de janeiro de 2016, mediante um acordo de Juntos pelo Sim e de CUP, Artur Mas anuncia que seria substituído como presidente do Governo catalão por Carles Puigdemont (CDC).
Em fevereiro de 2016 o Parlamento catalão rejeita, com os votos de Juntos polo Sim duas moções que, por um lado, reclamava a Israel dar cabo da "ocupaçom e colonizaçom de todas as terras ocupadas em junho de 1967 (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Leste), do bloqueio sobre a Faixa de Gaza e destruir o muro" e, por outro, que o Estado hebreu reconhecesse os direitos fundamentais da cidadania arabo-palestina em "total igualdade", para além de respeitar, proteger e promover o direito dos refugiados palestinianos a retornar às suas casas.
Em abril de 2016 Daniel Kutner, embaixador israelita em Espanha, recebe um convite do Presidente Carles Puigdemont para um jantar privado no palácio da Generalitat. Embora nom tenha transcendido nada das conversas, o acesso de Kutner nom aparece refletido na agenda de visitantes da Generalitat. O embaixador esteve acompanhado polo ministro-conselheiro Yinan Cohen e Puigdemont por Aleix Villatoro, secretário geral de Negócios Estrangeiros do Governo catalão.
Em 13 maio de 2016, durante a comemoraçom do Yom Ha'atzmaut, a festa da independêncdia de Israel, a Comunidade Israelita de Barcelona, junto com a Associaçom Catalã de Amizade com Israel (ACAI), outorga-lhe ao ex-presidente Artur Mas um prémio por ter "promovido a colaboraçom" entre Israel e a Catalunha.
No quadro desse evento, Artur Mas disse que "como em Israel, na Catalunha também há um povo determinado a ser livre". Mas lembrou a primeira vez que visitou Israel, em 1986, e apontou que voltou várias vezes na década de 1980: "Desde a Ctalunha recuperada reparávamos em Israel. Organizavamos jornadas em Israel quando nom estava na moda, mas era preciso para umha naçom como a catalã". O líder de CDC defendeu a viagem oficial realizada a Israel em 2013 "porque, como com Massachusetts e Califórnia, devíamo-nos de fixar nos melhores".
A morte de Shimon Peres em setembro de 2016 é recebida com muito pesar polos soberanistas catalães, que o consideravam um grande conhecedor da sua realidade. Para Toni Florido, presidente da ACAI, "o Presidente Peres era bom conhecedor da realidade da Catalunha. Todos lembram como acolheu o Governo catalão e como e como recebeu o Presidente Mas (...) Era um homem positivo e um referente que inspirava todos aqueles que queriam conseguir retos difíceis a partir do diálogo e o compromisso democrático" (...) "Peres era um bom amigo da Catalunha e os Catalães guardam um grande respeito pola memória dele". Carod-Rovira também guarda umha boa lembrança dele: "Fui falar com ele com toda normalidade da situaçom na Catalunha (em 2008) e nom percebi nem o mais mínimo grau de hostilidade. Ousaria a dizer que mais bem todo o contrário" (...) Logicamente nom tomou partido. Cabe levar em conta que para Israel, Espanha é um referente que nom querem como inimigo, por causa do grande número de sefarditas. Ja me encarguei de sublinhar as semelhanças entre Judeus e Catalães, bem como o anticatalanismo e o antissemitismo de Espanha".
Em 30 de setembro de 2016 as CUP no Concelho de Barcelona demandam que se ponha fim ao acordo de Amizade e Colaboraçom tripartido com Telavive e Gaza para limitá-lo à cidade palestiniana. A presidenta da câmara, Ada Colau (próxima de Podemos), rejeitou o pedido alegando que o "irmandamento fora assinado [em 1998 por Joan Clos] para reforçar o suporte ao Processo de Paz de Oslo", acrescentando que "é positivo mantê-lo a três bandas, mas queremos demandar o fim da ocupaçom da Palestina". Porém, o governo de Barcelona nom renovou em novembro de 2015 o acordo de Amizade e Colaborçom entre Barcelona e Telavive. Atualmente continuam vigentes o referido Acordo Tripartido de Amizade e Colaboraçom entre Barcelona, Gaza e Telavive e entre o Instituto Municipal de Educaçom e a Autoridade para a Lembrança dos Mártires e Heróis do Holocausto (Yad Vashem) em suporte das vítimas do nazismo.
Em novembro de 2016 umha delegaçom do Governo catalão viaja a Israel para conhecer as técnicas em cibersegurança mais avançadas do setor. Esta delegaçom, formada por Mossos d'Esquadra, reune-se com membros do Mossad. Estes tipos de contactos foram realizados também por membros doutras polícias autonómicas como a Ertzaintza. Esta visita fortaleceu a teoria de que Israel poderia estar ajudando à polícia catalã a criar umha unidade de contra-inteligencia em caso de a Catalunha se separar de Espanha.
Tal vez por isso, o ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros, duvidava na hora de permitir a abertura do novo Consulado Honorário de Israel em Barcelona. Esta é provavelmente a razom pola que o cônsul recentemente nomeado em Barcelona foi António Sánchez Molina, advogado catalão nom independentista próximo da burguesia espanholista barcelonesa. Para cobrir a vaga do Consulado Honorário de Israel em Barcelona, vacante desde 1997, baralharam-se vários nomes de pessoas alinhadas com a estratégia soberanista. Estas pessoas foram o publicista Lluis Bassat (ex-publicista de Jordi Pujol que acompanhara as delegações catalãs de visita a Israel durante a presidência de CiU e do PSC), David Madí (mão direita de Artur Mas) e Carles Vilarrubí (vice-presidente do FC Barcelona). Mas a pessoa escolhida polo Embaixador de Israel em Espanha e Andorra, Daniel Kurner, e aceite polo ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol foi o antedito Sánchez Molina. Com efeito, a política diplomática do embaixador de Israel em Espanha tem sido muito diferente à do seu antecessor, Alon Bar, que fizera inúmeros acenos de simpatia com os movimentos nacionalistas tanto catalães como bascos.
A reabertura do Consulado de Israel na Catalunha, prevista desde o mês de janeiro, produz-se finalmente em 2 de dezembro de 2016 logo de serem concedidos os permisos diplomáticos outorgados polo governo espanhol. Israel está considerado polo Governo espanhol um dos países que poderia reconhecer a independência catalã.
O novo consulado terá um carácter honorário, isto é, com um nível diplomático inferior ao dum consulado regular e sem imunidade diplomática. Porém, representa um primeiro passo para estabelecer relações diplomáticas na capital da Catalunha, como têm os principais países. Barcelona é a quinta cidade do mundo sem ser capital dum Estado independente com mais consulados por causa do peso económico e a situaçom geopolítica depois de Hong Kong, Nova Iorque, Los Angeles e Hamburgo.
Israel ja abriu um consulado honorário em Barcelona em 1994. O cônsul foi David Melul Benarroch até o seu passamento em 1997. Desde entom nom houve consulado israelita em Barcelona. A presença diplomática israelita na Catalunha é umha reivindicaçom do Governo catalão e de diversos setores empresariais pola crescente presença do turismo israelita na Catalunha e polo incremento dos intercâmbios comerciais.
Em dezembro de 2016 o Reino de Espanha, que presidia o Conselho de Segurança da ONU, vota em favor da resoluçom 2334 que condenava e declarava ilegal todos os colonatos israelitas na Cisjordânia. Mesmo relativamente a Jerusalém, Espanha nom apoiara a Israel na ONU anteriormente e mesmo chegou a apoiar as diversas resoluçõs que negam as ligações judias com a capital de Israel.
Na véspera do referendo de autodeterminaçom da Catalunha entre o Principat e Israel habia 13 convénios de colaboraçom, 5 dos quais travados durante missom de Artur Mas em 2013. Dos oito restantes, um data da segunda legislatura de Jordi Pujol (1984-88), quatro doutros momentos da presidência de Artur Mas (2010-16) e os três restantes foram assinados durante a presidência de Carles Puigdemont (2016-17). Os acordos comerciais e institucionais Generalitat-Israel estám basicamente ligados a projetos de investigaçom, à promoçom industrial ou económica ou à colaboraçom entre centros educativos.
As ligações do soberanismo catalão despertara receus entre os unionistas. Num artigo publicado em "Jerusalem Post", Juan Girauta, um dos líderes partido unionista Cidadãos, recomendava aos israelitas que se opuseram ao referendo de independência da Catalunha porque os aliados do Governo catalão som anti-israelitas, em alusom às CUP.
Segundo o jurista Jaume Renyer, "o facto certo é que hoje o fator Israel é chave para identificar as tensões internas da sociedade catalã atual, ja que nele se projeta, em favor ou em contra, a pugna entre os que, por um lado, querem construir um estado alicerçado na identidade nacional do povo que se autodetermina, o seu carácter democrático e um sistema social e económico orientado à prosperidade, e por outro, os que tencionam construir um estado totalitario que para poder implementar-se precisa excluir os que nom encaixam nos parámetros ideológicos do anticapitalismo sobre os quais se quer edificar".
Em contra da estratégia de colaboraçom com o Estado judeu, em 2015 constitui-se a Coaligaçom Chega de Cumplicidade com Israel agrupando organizações e movimentos catalães que trabalham na defesa dos direitos humanos da populaçom palestina. Esta entidade tem como eixo estrutural a campanha da BDS a Israel que reclama o isolamento deste Estado enquanto nom cumpra a lei internacional. Aliás, perante as eleições catalãs o Movimento BDS-Catalunha faz um chamado para nom votar três nos partidos independentistas (CDC, ERC e Solidariedade pola Independência) que, segundo esta organizaçom anti-israelita, "invocam a criaçom dum futuro Estado catalão mostram simpatia e referência com o Estado de Israel".
Nas eleições catalãs de 27 de setembro , JxSí consegue 62 lugares de 135, o que faz com que a reeleiçom de Artur Mas por um terceiro mandato à chefia do Governo catalão nom esteja garantida por causa da oposiçom dos 10 deputados das CUP. Finalmente, a 9 de janeiro de 2016, mediante um acordo de Juntos pelo Sim e de CUP, Artur Mas anuncia que seria substituído como presidente do Governo catalão por Carles Puigdemont (CDC).
Em fevereiro de 2016 o Parlamento catalão rejeita, com os votos de Juntos polo Sim duas moções que, por um lado, reclamava a Israel dar cabo da "ocupaçom e colonizaçom de todas as terras ocupadas em junho de 1967 (Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Leste), do bloqueio sobre a Faixa de Gaza e destruir o muro" e, por outro, que o Estado hebreu reconhecesse os direitos fundamentais da cidadania arabo-palestina em "total igualdade", para além de respeitar, proteger e promover o direito dos refugiados palestinianos a retornar às suas casas.
Em abril de 2016 Daniel Kutner, embaixador israelita em Espanha, recebe um convite do Presidente Carles Puigdemont para um jantar privado no palácio da Generalitat. Embora nom tenha transcendido nada das conversas, o acesso de Kutner nom aparece refletido na agenda de visitantes da Generalitat. O embaixador esteve acompanhado polo ministro-conselheiro Yinan Cohen e Puigdemont por Aleix Villatoro, secretário geral de Negócios Estrangeiros do Governo catalão.
Em 13 maio de 2016, durante a comemoraçom do Yom Ha'atzmaut, a festa da independêncdia de Israel, a Comunidade Israelita de Barcelona, junto com a Associaçom Catalã de Amizade com Israel (ACAI), outorga-lhe ao ex-presidente Artur Mas um prémio por ter "promovido a colaboraçom" entre Israel e a Catalunha.
No quadro desse evento, Artur Mas disse que "como em Israel, na Catalunha também há um povo determinado a ser livre". Mas lembrou a primeira vez que visitou Israel, em 1986, e apontou que voltou várias vezes na década de 1980: "Desde a Ctalunha recuperada reparávamos em Israel. Organizavamos jornadas em Israel quando nom estava na moda, mas era preciso para umha naçom como a catalã". O líder de CDC defendeu a viagem oficial realizada a Israel em 2013 "porque, como com Massachusetts e Califórnia, devíamo-nos de fixar nos melhores".
A morte de Shimon Peres em setembro de 2016 é recebida com muito pesar polos soberanistas catalães, que o consideravam um grande conhecedor da sua realidade. Para Toni Florido, presidente da ACAI, "o Presidente Peres era bom conhecedor da realidade da Catalunha. Todos lembram como acolheu o Governo catalão e como e como recebeu o Presidente Mas (...) Era um homem positivo e um referente que inspirava todos aqueles que queriam conseguir retos difíceis a partir do diálogo e o compromisso democrático" (...) "Peres era um bom amigo da Catalunha e os Catalães guardam um grande respeito pola memória dele". Carod-Rovira também guarda umha boa lembrança dele: "Fui falar com ele com toda normalidade da situaçom na Catalunha (em 2008) e nom percebi nem o mais mínimo grau de hostilidade. Ousaria a dizer que mais bem todo o contrário" (...) Logicamente nom tomou partido. Cabe levar em conta que para Israel, Espanha é um referente que nom querem como inimigo, por causa do grande número de sefarditas. Ja me encarguei de sublinhar as semelhanças entre Judeus e Catalães, bem como o anticatalanismo e o antissemitismo de Espanha".
Em 30 de setembro de 2016 as CUP no Concelho de Barcelona demandam que se ponha fim ao acordo de Amizade e Colaboraçom tripartido com Telavive e Gaza para limitá-lo à cidade palestiniana. A presidenta da câmara, Ada Colau (próxima de Podemos), rejeitou o pedido alegando que o "irmandamento fora assinado [em 1998 por Joan Clos] para reforçar o suporte ao Processo de Paz de Oslo", acrescentando que "é positivo mantê-lo a três bandas, mas queremos demandar o fim da ocupaçom da Palestina". Porém, o governo de Barcelona nom renovou em novembro de 2015 o acordo de Amizade e Colaborçom entre Barcelona e Telavive. Atualmente continuam vigentes o referido Acordo Tripartido de Amizade e Colaboraçom entre Barcelona, Gaza e Telavive e entre o Instituto Municipal de Educaçom e a Autoridade para a Lembrança dos Mártires e Heróis do Holocausto (Yad Vashem) em suporte das vítimas do nazismo.
Em novembro de 2016 umha delegaçom do Governo catalão viaja a Israel para conhecer as técnicas em cibersegurança mais avançadas do setor. Esta delegaçom, formada por Mossos d'Esquadra, reune-se com membros do Mossad. Estes tipos de contactos foram realizados também por membros doutras polícias autonómicas como a Ertzaintza. Esta visita fortaleceu a teoria de que Israel poderia estar ajudando à polícia catalã a criar umha unidade de contra-inteligencia em caso de a Catalunha se separar de Espanha.
Tal vez por isso, o ministério espanhol dos Negócios Estrangeiros, duvidava na hora de permitir a abertura do novo Consulado Honorário de Israel em Barcelona. Esta é provavelmente a razom pola que o cônsul recentemente nomeado em Barcelona foi António Sánchez Molina, advogado catalão nom independentista próximo da burguesia espanholista barcelonesa. Para cobrir a vaga do Consulado Honorário de Israel em Barcelona, vacante desde 1997, baralharam-se vários nomes de pessoas alinhadas com a estratégia soberanista. Estas pessoas foram o publicista Lluis Bassat (ex-publicista de Jordi Pujol que acompanhara as delegações catalãs de visita a Israel durante a presidência de CiU e do PSC), David Madí (mão direita de Artur Mas) e Carles Vilarrubí (vice-presidente do FC Barcelona). Mas a pessoa escolhida polo Embaixador de Israel em Espanha e Andorra, Daniel Kurner, e aceite polo ministério dos Negócios Estrangeiros espanhol foi o antedito Sánchez Molina. Com efeito, a política diplomática do embaixador de Israel em Espanha tem sido muito diferente à do seu antecessor, Alon Bar, que fizera inúmeros acenos de simpatia com os movimentos nacionalistas tanto catalães como bascos.
A reabertura do Consulado de Israel na Catalunha, prevista desde o mês de janeiro, produz-se finalmente em 2 de dezembro de 2016 logo de serem concedidos os permisos diplomáticos outorgados polo governo espanhol. Israel está considerado polo Governo espanhol um dos países que poderia reconhecer a independência catalã.
O novo consulado terá um carácter honorário, isto é, com um nível diplomático inferior ao dum consulado regular e sem imunidade diplomática. Porém, representa um primeiro passo para estabelecer relações diplomáticas na capital da Catalunha, como têm os principais países. Barcelona é a quinta cidade do mundo sem ser capital dum Estado independente com mais consulados por causa do peso económico e a situaçom geopolítica depois de Hong Kong, Nova Iorque, Los Angeles e Hamburgo.
Israel ja abriu um consulado honorário em Barcelona em 1994. O cônsul foi David Melul Benarroch até o seu passamento em 1997. Desde entom nom houve consulado israelita em Barcelona. A presença diplomática israelita na Catalunha é umha reivindicaçom do Governo catalão e de diversos setores empresariais pola crescente presença do turismo israelita na Catalunha e polo incremento dos intercâmbios comerciais.
Em dezembro de 2016 o Reino de Espanha, que presidia o Conselho de Segurança da ONU, vota em favor da resoluçom 2334 que condenava e declarava ilegal todos os colonatos israelitas na Cisjordânia. Mesmo relativamente a Jerusalém, Espanha nom apoiara a Israel na ONU anteriormente e mesmo chegou a apoiar as diversas resoluçõs que negam as ligações judias com a capital de Israel.
Na véspera do referendo de autodeterminaçom da Catalunha entre o Principat e Israel habia 13 convénios de colaboraçom, 5 dos quais travados durante missom de Artur Mas em 2013. Dos oito restantes, um data da segunda legislatura de Jordi Pujol (1984-88), quatro doutros momentos da presidência de Artur Mas (2010-16) e os três restantes foram assinados durante a presidência de Carles Puigdemont (2016-17). Os acordos comerciais e institucionais Generalitat-Israel estám basicamente ligados a projetos de investigaçom, à promoçom industrial ou económica ou à colaboraçom entre centros educativos.
As ligações do soberanismo catalão despertara receus entre os unionistas. Num artigo publicado em "Jerusalem Post", Juan Girauta, um dos líderes partido unionista Cidadãos, recomendava aos israelitas que se opuseram ao referendo de independência da Catalunha porque os aliados do Governo catalão som anti-israelitas, em alusom às CUP.
Segundo o jurista Jaume Renyer, "o facto certo é que hoje o fator Israel é chave para identificar as tensões internas da sociedade catalã atual, ja que nele se projeta, em favor ou em contra, a pugna entre os que, por um lado, querem construir um estado alicerçado na identidade nacional do povo que se autodetermina, o seu carácter democrático e um sistema social e económico orientado à prosperidade, e por outro, os que tencionam construir um estado totalitario que para poder implementar-se precisa excluir os que nom encaixam nos parámetros ideológicos do anticapitalismo sobre os quais se quer edificar".
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