Freguesia da regiom de Trás-os-Montes, pertencente ao concelho de Vinhais, com cerca de 620 habitantes.
Nom muito longe da Galiza, esta povoaçom transmontana é bastante antiga e assume-se como “terra de judeus”. A sua sede autárquica, a vila de Vinhais, apesar de ter sido também moradia de judeus, já nom possui vestígios desta presença e apenas há registos desta freguesia como detentora deste património.
Em Rebordelo os testemunhos patrimoniais remanescentes, apesar de nom constituírem um número muito relevante, destacam-se pola sua singularidade pois som raros em toda a regiom.
Moradia com caraterísticas da arquitetura judaica em Rebordelo, entre as quais, portas e janelas desalinhadas, vãos de portas e janelas e ombreias biseladas. ANA C. PINTO |
Destaca-se assim um hexagrama ou Estrela de David, situada num pilar de granito numha moradia no Bairro das Pereiras que terá sido em tempos casa do senhor Moisés Abrão Gaspar, cristão-novo. Esta marca em alto-relevo, apesar da vegetaçom que possui em volta, encontra-se bastante preservada polo tempo e de fácil observaçom.
Além desta marca existe ainda umha outra moradia que terá pertencido ao filho de Moisés Abrão Gaspar, Abrão Gaspar e que apresenta umha arquitetura única na localidade e que exalta umha certa grandiosidade.
Casa que pertenceu ao cristão-novo Moisés Abraão Gaspar. ANA C. PINTO |
Hexagrama no pilar de granito na casa de Abraão Gaspar. ANA C. PINTO |
ANA C. PINTO |
Também umha outra moradia, com enfeites nas janelas será de descendentes da família Gaspar, onde também está colocada uma placa com o nome da rua “A. Gaspar” que poderá ser uma homenagem a umha destas pessoas.
Apesar de Rebordelo apresentar umha zona mais antiga com diversas casas notoriamente mais arcaicas, nom existem muitas mais marcas identificativas de presença judaica.
Esta localidade foi também umha das quais o Capitão Barros Basto visitou várias vezes, tendo estabelecido um núcleo de movimento, o que nos remete para a importância que a comunidade judaica de Rebordelo terá tido em tempos.
Entre 1660 e 1753 estám registados cerca de dezasseis Autos de Fé pola Inquisiçom de Lisboa e Coimbra.
Artigo elaborado com base no trabalho JUDEUS, JOIA DA COROA TRANSMONTANA - PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA ROTA CULTURAL DOS JUDEUS EM TRÁS-OS-MONTES de Ana Catarina Pinto (2015)
Artigo elaborado com base no trabalho JUDEUS, JOIA DA COROA TRANSMONTANA - PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA ROTA CULTURAL DOS JUDEUS EM TRÁS-OS-MONTES de Ana Catarina Pinto (2015)
Os 16 processados de que falam foram relacionados pelo Abade de Baçal, mas a relação está obviamente incompleta, como estará, para já, qualquer outra, pois alguns processos desapareceram. Contudo, hoje, cruzando os dados recolhidos pelo erudito Abade e a base de dados do IAN/TT /digitarq) é possível elencar 34 processados, sendo que um é cristão-velho acusado de judaísmo, e duas têm dois processos, ou seja, existem 36 processos conhecidos e enumerados. As penas mais comuns foram a abjuração e as penitências espirituais e o confisco de bens, mas no auto da fé de 23/05/1660 foram queimadas duas pessoas.
ResponderEliminarMuito obrigado polas suas informações!
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