Vila portuguesa do concelho da Meda, na regiom da Beira, com 255 habitantes.
De origem romana, esteve ocupada polos Mouros até 1063, em que foi "reconquistada" polo Imperador Fernando I Magno. Em 1179 recebe a carta de foral de D. Afonso Henriques, mandando que a repovoassem, visto se tratar dumha aldeia fundacional e que, por estar muito perto da fronteira, era estratégica para a proteçom do reino. Repovoa-se novamente durante o reinado de D. Sancho, no século XIII.
Durante o século XIII Marialva foi tam importante que ganhou do rei D. Dinis o direito comercial, mantendo umha intensa atividade a teor da Feira que aí doravante se realizou.
Possivelmente derivada à localizaçom fronteiriça e dos diversos privilégios concedidos aos moradores e feirantes é que se assistiu no século XII à fixaçom de Judeus. Para que a cidade fosse mais facilmente povoada na época, foram dadas regalias especiais ao povo hebreu, entre as quais a reduçom de impostos ou facilidades comerciais.
No espaço que ocupou a antiga Judiaria de Marialva ainda se conservam algumhas construções típicas de judeus. Esta fotografia mostra o feitio da típica casa judaica, com a presença de duas portas: a larga para o comércio ou oficina e a estreita para uso habitacional. Outro risco é a assimetria, mostrando janelas nom alinhadas umhas com as outras e todas as quinas bisotadas, pois os ângulos nom podiam ser perfeitos (90 graus), considerando que apenas a divindade seria perfeita.
Turista Profissional |
A seguinte imagem do Largo do Cruzeiro mostra, ao fundo, umha casa de judeus reconvertida em posto de turismo.
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Boa tarde, amigo Caeiro
ResponderEliminaraqui venho mais uma vez a chatear :)
afirma o amigo que as torsas e janelas biseladas estarão relacionadas com questões teológicas acerca da perfeição divina e correspondente imperfeição humana. Tenho-me também questionado do porquê dos biselados nas casas atribuídas a cristãos-novos mas não tenho nada que, de forma clara, me diga do seu porquê. Tenho uma teoria mas que não se enquadra nessa questão teológica da perfeição divina, questão essa que, tinha a impressão, estaria mais ligada ao islamismo do que ao judaísmo.
Na minha opinião, o bisel estará mais relacionado com as escrituras (deuteronómio), com práticas mágico simbólicas e com associações de cripo-judaísmo e é, mais do que mera moda quinhentista adoptada por cristãos, judeus e cristãos-novos. É , quanto a mim, marca identitária de judeus e cristãos –novos, apenas. Não afirmo que uma ou outra possa não o ser. Mas serão residuais pelo que me é dado observar. Afirmo isto por várias razões a menor das quais não é o padrão recorrente da associação bisel/ mísulas/cruciformes... nas casas ( ou outras marcas de gente da nação que se repetem na maioria delas e em locais geograficamente distantes). Quanto ao facto de algumas (poucas) não terem todos estes elementos, isso poderá dever-se ao facto de terem sido abandonadas por famílias que deixaram o reino ou a localidade após o édito e o clima hostil e de perseguição que se seguiu à decisão manuelina. Claro que tudo isto são hipóteses mas que, quanto a mim, têm a sua lógica (pelo que me tem sido dado observar e constatar no terreno mas, como disse, não tenho nenhuma prova escrita documental do que suponho ser a razão do facto).
cumprimentos e , mais uma vez, parabéns pelo seu valioso e meritório trabalho
Francisco Romão