Na sexta-feira passada, o governo espanhol aprovou um anteprojeto de lei permitindo a reivindicaçom de cidadania dupla aos descendentes de Judeus expulsos durante a Inquisiçom em 1492. O anteprojeto de lei ainda precisa de ser aprovado polo parlamento.
David Broza, claro, vai-se deliciar com isto, embora ainda nom esteja claro que o povo espanhol queira conceder o "direito de retorno" para um número estimado de 3,5 milhões de recém-chegados. As suas intenções parecem ser honradas, -corrigir uma injustiça histórica-, mas eles têm considerado as consequências? Abocanharam os mandarins de Madrid mais do que eles podem colocar na sua paelha?
Nunca desde a publicaçom em 2001 dos nomes das contas bancárias suíças da era do Holocausto umha lista foi tam examinada com tanta esperança como o novo nominal de apelidos que se possam beneficiar, a partir de Abadi para Zuaretz via Knafo e Mizrachi .
A cidadania espanhola iria conceder aos israelitas o acesso imediato a cuidados de saúde da Uniom Europeia, autorizações de trabalho e educaçom superior barata ou mesmo gratuita. Como apontaram os Monty Python a famosa "Ninguém espera a Inquisiçom Espanhola", e eu duvido que os espanhóis conheçam o que os virá atingir, caso o projeto se torne lei.
Entom, antes de a debandada começar, eis algumhas cousas que os legisladores espanhóis podem considerar antes que seja tarde de mais:
1 . Desde o primeiro anúncio de que iriam conceder a cidadania a qualificados descendentes da expulsom em 2012, os burocratas espanhóis processaram solicitudes mais devagar do que Israel processa pedidos de asilo de imigrantes africanos. Eles estám prontos para processar a de 3,5 milhões de frustrados e irritados israelitas?
2 . Espanha insiste em que os requerentes primeiro devem provar que eles som Judeus antes de conceder a cidadania. É um judeu ortodoxo, conservador ou reformador? Aqui está-se a prever o surgimento dum poderoso lobby ultraortodoxo espanhol insistindo que somente os judeus "reais" e suas conversões som aceites.
3 . Um século após a expulsom dos Judeus, os espanhóis expulsaram um número similar de muçulmanos. Quando a Espanha receber também esses descendentes, vam ser capazes de recriar o conflito do Próximo Oriente em casa.
4 . Apenas o que um país mergulhado numha profunda crise económica precisa: 3,5 milhões de novos cidadãos que nom falam o idioma.
5 . Apenas o que um país com uma rica história de antujudaismo precisa: favoritismo legislativo para os Judeus. Isso nom vai aumentar o antissemitismo em tudo. Nom, senhor. De jeito nengum.
6 . Nom há outlets de garinim (sementes de girassol) no estádio de futebol Camp Nou, em Barcelona, e haverá umha terrível confusom sobre o uso de "ahora", "mas", " comer" e "País".
7 . Está a política espanhola pronta para um Aryeh Deri ?
Artigo de opiniom de Matthew Kalman publicada no jornal Haaretz. Traduzido por CAEIRO.
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