14
outubro
O
exército israelita ataca posições egípcias no deserto do Neguev, desencadeando
umha autêntica ofensiva de 60.000 homens contra 25.000 que entrou no Sinai e
esteve preste de se apossar de Gaza fazendo recuar aos egípcios para o sul.
Israel
tirou proveito da sua supremacia aérea recém conseguida graças aos envios
checos de aviões do exército alemão vencido.
Membros
da Liga de Libertaçom Nacional, um partido árabe que se separou do Partido
Comunista da Palestina em 1944, fusiona-se com o MAKI (antes MAKEI), integrando o partido tanto judeus quanto
árabes. O MAKI assumiu a publicaçom de dous jornais comunistas, o Kol HAAM (em
hebraico) e o Al-Ittihad (em árabe). O partido nom era sionista, mas reconhecia
Israel, negava a relaçom entre o Estado hebraico e
a Diáspora judaica e afirmava o direito dos palestinos a formar um Estado próprio, consoante
a resoluçom das Nações Unidas sobre partição.
Outubro
As
Forças de Defesa de Israel recebem da Checoslováquia 46.751 fuzis, 6.142
metralhadoras des tipos MG34 e ZB37, e 80 milhões de munições.
Novembro
Harry
S. Truman é reeleito presidente dos EUA com os 50% de votos (75% do voto
judeu).
8
de novembro
O
primeiro recenseamento indica a existência de 712.000 judeus (91,2%) e 69.000
árabes (8,8%) no Estado de Israel.
11
de novembro
O
adido Ratner traslada a Ivan Bakulin a lista de necessidades que Ben Gurion lhe
passou dias antes. O Estado judeu queria comprar, em especial, 45 tanques T-34,
50 caças e aviões anti-tanques e armas anti-aéreos. Bakulin afirmou que iria transmitir os pedidos israelitas, mas enfatizando as dificuldades devido ao
embargo da ONU: "Na verdade outros estám a violar essa resoluçom, mas se o
fornecimento de armas nosso for descoberto, haverá um alvoroço". Após
esta reuniom, Bakulin enviou um memorando a Zorin, sugerindo rejeitar o pedido
oficialmente por causa do embargo da ONU.
16
de novembro
O
Conselho de Segurança da ONU apela por conversas de armistício.
18
de novembro
Israel
aceita o pedido de armistício da ONU.
Día
8
Reabre-se
o aeródromo de Podgorica. Na terceira semana chegam dez dos doze Spitfires
(dous cairam por causa do mau tempo).
11
de dezembro
A
Assembleia Geral da ONU aprova, com a oposiçom da URSS, a Resoluçom 194-III que
estabelece a Comissom de Conciliaçom da Palestina, reafirma a sua decisom sobre
Jerusalém e apela pola repatriaçom ou reassentamento dos refugiados.
A
resoluçom reconhece o direito de retorno dos refugiados palestinianos ou o
pagamento de indemnizações por perda ou danos nas propriedades aos que
decidissem nom regressar. Mesmo as propriedades árabes situadas dentro do
território reservado ao Estado judeu deveriam permanecer como propriedades
árabes.
Além
disso, um comité da Assembleia formado por cinco estados (China, França, URSS,
Reino Unido e EUA) desgina os três estados que devem constituir a Comissom de
Concialiaçom (França, Turquia e Estados Unidos da América).
A
proposta foi colocada em votaçom e aprovada por umha maioria de 35 votos a
favor, 15 contra e 8 abstenções.
Votos
a favor: Libéria, Luxemburgo, Países Baixos, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega,
Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Siam, Suécia, Turquia, Uniom Sul-Africana,
Reino Unido, Estados Unidos da América, Uruguai, Venezuela, Argentina,
Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Colômbia, Dinamarca, República
Dominicana, Equador, El Salvador, Etiópia, França, Grécia, Haiti, Honduras e
Islândia.
Votos
contra: Iraque, Líbano, Paquistám, Polônia, Arábia Saudita, Síria, RSS da
Ucrânia, Uniom de Repúblicas Socialistas Soviéticas, Iémen, Afeganistám, RSS da
Bielorrúsia, Cuba, Checoslováquia e Egito.
Abstenções:
Índia, Irám, México, Bolívia, Birmánia, Cile, Costa Rica e Guatemala.
Durante
o debate que levou à aprovaçom desta Resoluçom, Yakov Malik, o novo representante da URSS no
Conselho de Segurança e Assembleia Geral da ONU, estimou que um "estudo prolongado da questom
palestiniana nas Nações Unidas, dá-nos todas as razões para crer que a culpa e
a responsabilidade de todas as privações e sofrimentos dos refugiados árabes
corresponde ao governo do Reino Unido e às autoridades militares britânicas no
Oriente Próximo".
O
governo israelita recusa-se em acatar a Resoluçom 194-III da ONU argumentando
que nom se sentia responsável polos refugiados palestinianos.
Durante
o debate na Assembleia foi mais contundente a intervençom dos representante da
Polónia, Zebrowski, quem referiu que a Assembleia "tinha adotado por uma
grande maioria umha resoluçom sobre a Palestina que previa a criaçom de dous
Estados independentes, um regime internacional para Jerusalém e umha uniom
económica ligando os dous Estados juntos. Essa resoluçom, se tivesse sido
totalmente implementada e respeitada por todos os membros das Nações Unidas
teria trazido para a família das nações dous novos Estados e teria avançado a
causa da paz e do progresso no Próximo Oriente. Porém, a implementaçom dessa
resoluçom foi obstruída polas manobras e maquinações de certas potências,
lideradas polo Reino Unido e os Estados Unidos da América".
Explicando
as origens do conflito do seguinte jeito: "O objetivo do Reino Unido era
impedir a todo custo o surgimento dum Estado independente. Esse foi o seu
objetivo, pois percebeu que a existência destes dous Estados iria diminuir a
sua influência imperialista sobre o Próximo Oriente . Um dispositivo após o
outro, uma manobra atrás da outra, foram planeadas para suportar a estrutura
vacilante do Império Britânico no Próximo Oriente. Ao mesmo tempo, os projetos
imperialistas norte-americanos foram à procura de novas oportunidades de
exploraçom. A política dos Estados Unidos flutuou entre os objetivos dos seus
interesses militares, por um lado, e as necessidades da sua política interna
polo outro. Tanto o Reino Unido quanto os Estados Unidos foram, portanto, responsáveis por minar a decisom da
Assembleia Geral e pola guerra, a devastaçom e a miséria na Palestina. Quando
os representantes do Reino Unido e dos Estados Unidos lamentam hipocritamente a
trágica situaçom de meio milhom de refugiados árabes, é preciso lembrar-lhes
que eles foram os responsáveis polo seu deplorável destino, porque deles foi
a responsabilidade pola guerra da Palestina e também polo facto de as relações
entre os árabes e os judeus se terem deteriorado em vez de melhorado".
Numha conversaçom de Moshe Shertok com Vyshinskii em Paris durante umha sessom
da ONU, o ministro israelita tentou convencê-lo da importância da imigraçom
judia: "Este é o nosso maior reservório de potencial pioneiro". E
Shertok pediu Vishinski para ser coerente com a política soviética:. "Eu
nom quero fazer as coisas mais fáceis para mim, escondendo as dificuldades do
senhor. A questom é saber se este assunto é conciliável com o regime, mas vamos
supor que, se houver um posiçom básica para favorecer Israel, entom essa
permissom para emigrar deve ser aceite". Vishinski respondeu: "Eu nom
entendi a sua posiçom e considero estar justificado do seu ponto de
vista". Mas ele acrescentou: "O senhor diz: precisam dessas pessoas,
mas a Roménia pode dizer também que precisa dessas pessoas". Entom ele
afirmou a Shertok que a sua demanda podia ser transmitida a Estaline: "O
senhor mencionou no início de suas observações que nom tem certeza, ou que
gostaria de ter certeza de que, quando tomarmos essa posiçom, tenhamos em mente
todas as conclusões que isso implica. Nom posso comentar oficialmente a este
respeito em nome do governo, mas vou dizer francamente no meu próprio nome:
tanto quanto eu estou preocupado, eu nom posso dizer que tirei todas as
conclusões. O que o senhor diz requer estudo, análise e decisom. Os seus
comentários serám encaminhados para o governo, para Molotov, e talvez alguém
mesmo superior [Estaline]”. A interpretaçom dessas últimas palavras é
desconfortável. No seu relatório, Shertok perguntou-se se o ministro soviético
"foi longe demais". No entanto, os diplomatas israelitas referiram-se
a isso durante as conversas posteriores com os seus homólogos da União
Soviética.
22
de dezembro
Desatam-se
os confrontos no Neguev. As forças egípcias som conduzidas para além das
fronteiras do Mandato, mas conservam a Faixa de Gaza.
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