A avenida Rothschild, no bairro elegande de Telavive, quase inteiramente coberto de tendas; manifestantes que chegam por dezenas de milhares nas cidades do país ao cair da noite. 50.000 manifestantes marcharam no sábado 30 de julho de 2011 em Televive e quase 15.000 empregados municipais estám em greve desde segunda-feira.
A magnitude do movimento social que se inicou em meados de julho para denunciar a carestia da vida e a subida dos preços da habitaçom é um acontecimento sem precedentes no Estado hebraico.
Pola primeira vez na história deste país, que se desata um movimento social desta grandeza à margem do quadro institucional. "A contestaçom nom foi lançada polos sindicatos ou os políticos e nom tem a ver com o conflito com a Palestina e os países árabes. Polo contrário, este movimento sobarda as divisões habituais entre religiosos e nom religiosos, direita e esquerda, muçulmanos e judeus", segundo Annette Levy-Willars, escritora, jornalista e ex-assessora cultural na embaixada francesa em Israel. Segundo ela "som as classes médias as que estám na rua. Pessoas com trabalho, que estudam, mas que nom conseguem viver dignamente".
A revolta das tendas possui semelhanças com as revoluções dos países árabes e os indignados espanhois. "Acha-se umha juventude educada e que utiliza as redes sociais para levar a cabo a contestaçom", explica Pierre Renno, doutor em ciências políticas e membro do Centro Europeu de Sociologia e de Ciência Política. Os apelos à greve lançados no domingo no Facebook e os mais de 24.000 de utilizadores que fazem parte da sua vontade de acompanhar o movimento. "A cólera alastrou rapidamente. Os médicos, as mães de família, os professores, todas as camadas da sociedade juntaram-se para exprimir um grande descontentamento" diz Annette Levy-Willars.
Se o motor das manifes árabes e israelitas é a situaçom económica, as reivindicações israelitas som bem diferentes: "Na Tunísia ou no Egito o povo reclamava um espaço público democrático, o que nom é o caso dos Israelitas ou dos indignados espanhóis. O motor dos Israelitas é económico. É umha demanda de Estado providência, descreve Pierre Renno: "Os jovens queixam-se de fazer o serviço militar, de se sacrificar polo Estado e de nom receber nada em troca", deplora Florence Heymann, francês de Jerusalém. Segundo Pierre Renno, "trata-se dum apelo à ajuda e nom umha rejeiçom do Estado, contrariamente ao que se passou nos países árabes".
O Governo poderia cair por causa de problemas sociais e nom geopolíticos
Mas como nas revoluções egipcias ou tunesinas, as reivindicações dirigem-se a um só homem. Os dirigentes da contestaçom que emergeram da base, exigem que o primeiro-ministro Benjamin Netannyahu negocie com eles em presença de câmaras e de micros. "Há que mudar o método e levar a cabo a negociaçom com total transparência e nom no secreto nos escritórios como tem acontecido até hoje", afirma Orly Weissenberg, umha representante dos manifestantes à radio militar. "Queremos negociar nom com os ministros, mas com B. Netanyahu, porque ele é o único que pode tomar as decisões importantes".
O secretário-geral do sindicato Histadrout, principal sindicato de trabalhadores em Israel, Ofer Eini, é contra esta posiçom: "Eu nom vou apoiar um movimento de protesto cujo fim seja humilhar ou provocar a queda do primeiro-ministro que foi eleito democraticamente, nós nom estamos no Egito ou na Síria", afirmou à rádio militar.
Pierre Renno explica a contestaçom polos "problemas sociais que se deixaram de lado porque o país está focalizado de mais sobre o conflito israelo-palestino". Segundo ele, "os manifestantes constituem o eleitorado de base dos partidos de esquerda que se afundaram em proveito da direita nos últimos anos". O governo, que conta com umha robusta maioria no Parlamento com base numha aliança entre direita, extrema-direita e partidos religiosos, poderia sair enfraquecido. Para Florecence Heymann, "a paradoxa é que o governo de Benjamim Netanyahu, que baseou a sua campanha sobre as questões de segurança, pode cair por causa de problemas sociais e nom geopolíticos".
Fonte: Le Monde
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