O proprietário de um restaurante na zona do Areal, em Vigo (Galiza), expulsou o passado 8 de julho um grupo de turistas israelitas que estavam pacificamente sentados na esplanada do negócio dele.
O autor, de origem libanesa, aos berros e insultos (em espanhol), expulsou esse grupo de turistas com as seguintes palavras:
"Está convidado, obrigado.
Saiam daqui.
Vocês matam a Palestina.
Vão comer em Gaza. Há boa cerveja em Gaza.
Filhos da puta.
Matam pessoas e vêm aqui passar férias.
Saiam daqui.
Viva Palestina livre!
VIVA PALESTINA LIVRE! LIVRE!
Labbaik ya Nasrallah (um slogan árabe que significa "ao vosso serviço, Nasrallah", referindo-se ao líder do Hezbollah).
Fora, saiam daqui.
Nós pagamos por vós.
Por viver na nossa terra.
Israelitas. Sionistas.
Saiam daqui!"
Tudo isto acontecia enquanto retirava os cardápios das mesas e os obrigava a levantar-se e a ir embora.
O vídeo, gravado polo autor, foi amplamente partilhado em redes sociais com milhões de visualizações a partir do día 9 em que saltou à tona da atualidade, sendo qualificado por entidades defensoras dos judeus o que lá se vê e ouve como de teor antissemita.
A Polícia espanhola acha que o caso poderia ser constitutivo de delito de ódio mesmo sem denúncia dos afetados (como aconteceu), por tratar-se dum facto público gravado e amplamente difundido.
A unidade especializada de delitos de ódio do CN da Polícia iniciou um inquérito. Por enquanto, em declarações posteriores à imprensa galega o proprietário queixou-se dumha alegada campanha para o desacreditar por parte de grupos pró-israelitas e começou a acusar os seus clientes israelitas de terem um comportamento impróprio, o que nem sequer tinha sido apontado quando inicialmente difundiu o video, no que alegremente era ele que insultava com palavrões.
Várias organizações comunitárias judaicas condenaram o incidente e exigiram umha atuaçom policial.
A organizaçom ACOM exigiu umha resposta institucional certa face o que considera "um ato de antissemitismo explícito no espaço público".
A organizaçom assinala que a expulsom baseada na nacionalidade israelita, acompanhada de insultos, acusações generalizadas e a glorificaçom de terrorismo islamita, constitui um ataque direto à dignidade humana e aos princípios de nom discriminaçom.
A Federaçom de Comunidades Judaicas de Espanha (FCJE) qualificou o sucedido de "inaceitável" e apelou as autoridades para agirem por iniciativa própria.
No dia 10 de julho a Embaixada de Israel em Espanha emitiu um comunicado alertando do antissemitismo rampante:
É completamente inaceitável que na Espanha de 2025 se tenha criado um clima que permita que se expulse a pessoas dum restaurante simplesmente por serem israelitas.
Umha Europa na que os judeus têm medo de falar hebraico é umha Europa com um problema muito grave, que é o resultado de umha flagrante hostilidade cara os judeus e os israelitas.
No dia 11 de julho ACOM anuncia ações legais contra o hoteleiro de Vigo por delito de ódio nos seguintes termos:
> ACOM anuncia a apresentaçom de queixa contra o hoteleiro do restaurante Mimassa de Vigo pola possível concorrência de delito de ódio, contra a integridade moral, bem como por quaisquer outro delito em que possam ser qualificados os factos conhecidos através de fontes abertas.
> Esta decisom surge a raíz do grave incidente acontecido na esplanada do referido estabelecimento, onde o proprietário, Samir Slim, expulsou de maneira discriminatória a um grupo de cidadãos israelitas enquanto os insultava e responsabilizava por alegados crimes contra o povo palestiniano. Factos que constituem umha diáfana manifestaçom de antissemitismo e discriminaçom que nom pode ficar impune. A expulsom de pessoas pola sua nacionalidade israelita, acompanhada de insultos e acusações generalizadas, unido à glorificaçom do terrorismo (com umha expressom de apoio explícita ao Hezbolá), representa um ataque direto à dignidade humana e aos princípios de nom discriminaçom que devem reger umha sociedade democrática.
> A açom legal que ACOM apresenta fundamenta-se na conviçom de que a conduta do hoteleiro constitui um delito de incitaçom ao ódio, segundo o previsto no Artigo 510 do Código Penal espanhol, para além dum possível delito contra a integridade moral.
> ACOM reafirma o seu firme compromisso no combate ao antissemitismo e a discriminaçom, teimando em que os atos de ódio e exclusom nom têm cabida em qualquer sociedade democrática.
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