quarta-feira, 8 de novembro de 2023

SIONISMO E ANTISSIONISMO ANTISSEMITA

 André Lajst


Nos últimos dias tem-se tornado popular a ideia errônea de que o sionismo é sinónimo de colonialismo e, até mesmo umha forma de racismo. O sionismo, porém, apenas é o movimento de autodeterminaçom do povo judeu.

Sionismo é o movimento de libertaçom nacional do povo judeu

De acordo com a Liga Anti-Difamaçom, o sionismo é o movimento de autodeterminaçom para a formaçom dum Estado para o povo judeu no seu lar ancestral, na terra de Israel. Ou seja, é basicamente umha forma de nacionalismo judaico.


Os Judeus são um povo étnico-religioso cujas raízes no Próximo Oriente remontam ao periodo bíblico dos reinos e David e Salomom, em 950 a.n.e, como muitas fontes históricas e arqueológicas podem atestar. Apesar de terem sido alvo de várias tentativas de limpeza étnica e terem sido expulsos da regiom diversas vezes, os Judeus do mundo inteiro sentem umha forte conexom com esse território.


A expressom "retorno a Siom", por exemplo, aparece na Torá, o livro sagrado dos Judeus, mais de 152 vezes. Foi com base nessa conexom histórica que, em 1896, Theodor Herzl, um judeu austriaco, publicou o livro "O Estado Judeu", que daria origem ao movimento sionista moderno. Diante do crescimento do antisemitismo na Europa, a reposta dele e de muitos Judeus foi justamente retornar ao seu lar ancestral.


Vale ressaltar, porém, que sempre houve umha presença judaica no Próximo Oriente, mesmo após a destruiçom do segundo templo, em 70 d.n.e. Além disso, as primeiras migrações de Judeus oriundos da Europa de volta para a regiom de Judeia e Samaria, também conhecida na época como Palestina, começou em 1881. Ou seja, antes mesmo da realizaçom do primeiro Congresso Sionista na Europa, que aconteceu apenas em 1897.


Ser antissionista, portanto, é desconsiderar todos esses factos históricos e negar ao povo judeu o seu direito à autodeterminaçom. Significa, na prática, negar o direito de Israel existir enquanto um Estado judeu, um padrom que nom é aplicado atualmente a nengum outro país. Isso, inclusive, pode ser considerado antissemitismo, principalmente quando se utiliza Israel como justificativa para a reproduçom de antigos estereótipos judaicos.


Nesse sentido, o antissionismo acaba dando margem a formas socialmente aceitáveis de antissemitismo. Tem-se tornado comum, por exemplo, afirmar que os sionistas agem como os nazistas ou que controlam a mídia e economia. Há até mesmo acusações que parecem libelos medievais, como a ideia de que os sionistas supostamente matam crianças palestinianas para vender os seus órgãos, ou que Israel persegue os cristãos assim como os Judeus teriam perseguido Jesus.


Num mundo de tantos Estados-nações e com vários países maioritariamente cristãos e muçulmanos, nom faz o menor sentido questionar a legitimidade e o direito de existência dum Estado judeu. Fazer isso é negar a própria história judaica e o facto de que os Judeus são um povo originario do Próximo Orienta, assim como os palestinianos, os cristãos e os muçulmanos.


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