segunda-feira, 30 de outubro de 2023

SIONISMO É O NOVO NAZISMO

 Por que é antissemitismo comparar Israel aos nazistas? 



Sim, algumhas dessas comparações absurdas estão a circular pola internet e mesmo a serem proferidas por lideranças políticas de aqui e acolá. Sem ir mais longe, Ana Pontón, umha política galega de tendência nacionalista, porta-voz nacional do Bloco Nacionalista Galego (BNG), também líder da oposiçom desde o 2020 e candidata à Presidência do Governo Galego nas vindouras eleições ao Parlamento da Galiza de 2024. Ouça o que disse ela!

 Ana Pontón (UPG/BNG) acusa Israel de tratar os palestinianos como os nazistas trataram os Judeus | Vídeo: TVG

A seguir André Lajst explica o porquê de elas serem infundadas.

No último dia 7 de outubro, o Hamas invadiu o sul de Israel e massacrou polo menos 1400 pessoas, sequestrando cerca de 200. Em resposta, Israel deu início a uma contraofensiva ao grupo terrorista na Faixa de Gaza. Apesar de estar a exercer o seu direito legítimo à autodeterminaçom, o Estado judeu tem sido constantemente acusado de agir como os nazistas.

Tal afirmaçom, porém, nom é recente.

Há anos Israel é falsamente acusado de tratar os palestinianos como os nazistas trataram os Judeus. Isso, porém, é umha grave distorçom histórica e pode ser considerado também umha forma de antissemitismo, umha vez que é baseada numha visom bastante negativa sobre os Judeus.

O elemento central da ideologia nazista era o extermínio do povo judeu. Hitler acreditava que a própria existência dos Judeus constituía umha ameaça à humanidade. Por isso, havia a necessidade de exterminá-los.

Se fosse esse o objetivo de Israel, o país nom teria integrado os Acordos de Oslo, em 1993, tampouco feito vários esforços para a criaçom dum Estado palestiniano, como em 2000 e em 2008. Ademais, certamente nom se teria retirado por completo da Faixa de Gaza, em 2005.

A situaçom dos palestinianos hoje, porém, é completamente diferente. A populaçom na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, juntas, cresceram de 1,1 milhom, na década de 1960, para cerca de 5 milhões, atualmente. Ou seja, se Israel fosse realmente um Estado nazista, isso nom teria acontecido. Muito polo contrário, já teriam sido implementadas estratégias para a destruiçom em larga escala desse povo, assim como os nazistas fizeram em Auschwitz e outros campos de concentraçom.

Também nom é possível afirmar que a Faixa de Gaza é um grande campo de concentraçom. Até porque lá nom há umha infraestrutura industrial para a matança em massa dos palestinianos, como acontecia na Europa durante o nazismo. Na verdade, é o contrário. O Hamas governa o território desde 2007 e o embargo é mantido nom apenas por Israel, mas também polo Egito, por preocupações semelhantes de segurança, em relaçom aos terroristas do grupo.


Mesmo agora, durante a contra-ofensiva ao Hamas, o exército israelita tem agido conforme leis do direito internacional humanitário para a criaçom de zonas seguras para os nom-combatentes palestinianos. Ou seja, em nada isso se assemelha ao Holocausto, um evento único na história.

Zonas seguras criadas no sul da Faixa de Gaza para a populaçom palestiniana nom combatente

A equiparaçom das ações de Israel e até do sionismo com o nazismo é proposital e visa evocar o trauma judaico durante o Holocausto. Nom são poucos os que questionam o que os Judeus aprenderam durante a Segunda Guerra Mundial. Isso, porém, nom faz o menor sentido, pois eventos históricos nom são umha escola. Os Judeus, durante o Holocausto, estavam a lutar para sobreviver e a liçom que tiraram disso é a de que precisam continuar a fazê-lo, sobretudo após o 7 de outubro.


Recorrer a falsas equivalências históricas como essa, além de ser umha afronta à memória do Holocausto, também nom ajuda em nada a causa palestiniana. Na verdade, pode até ajudar a mascarar a real causa do sofrimento deles no momento, que são as ações terroristas do Hamas. Hoje, na Faixa de Gaza, faltam medicamentos e insumos básicos domésticos. Porém, nom faltam foguetes para serem disparados contra Israel. Por quê?

André Lajst é Doutorando e Mestre em Ciências Sociais e Política, especialista em Israel, Oriente Médio e Segurança Nacional. Presidente-executivo da StandWithUs Brasil

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