PRIMO LEVI
A aversom aos Judeus, impropriamente chamada de antissemitismo, é um caso particular dum fenômeno mais amplo: a aversom contra alguém que é diferente de si mesmo. Nom há dúvida de que é, na sua origem, um facto zoológico: animais da mesma espécie, mas de grupos diferentes, apresentam fenômenos de intolerância entre si. Isso também acontece com os animais domésticos: sabe-se que se uma galinha dum determinado galinheiro for introduzida noutro, será bicada por vários dias. O mesmo acontece com ratos e abelhas e, em geral, com todas as espécies de animais sociais. Ora, o homem é certamente um animal social (Aristóteles já o afirmou): mas ai de nós se todas as pulsões zoológicas que sobrevivem no homem fossem toleradas! As leis humanas estám justamente para isso: limitar os impulsos animais.
Primo Levi (1919-1987) testemunhou Auschwitz |
O antissemitismo é um fenômeno típico de intolerância. Para que a intolerância surja, deve haver umha diferença perceptível entre dous grupos em contato: pode ser físico (pretos e brancos, loiros e pardos), mas a nossa sociedade complicada tornoun-os sensíveis a diferenças mais sutis, como a linguagem, ou o dialeto, ou o próprio sotaque (os sulistas da Itália sabem bem disso quando som empurrados a emigrar para o norte); a religiom, com todas as suas manifestações externas e a sua profunda influência no modo de vida; a maneira de vestir ou gesticular; hábitos públicos e privados. A história conturbada do povo judeu fez com que os Judeus em quase todos os lugares manifestassem umha ou mais dessas diferenças.
Na trama extremamente complexa de povos e nações que se chocam, a história desse povo tem características particulares. Ele foi (e em parte é) o repositório dum vínculo interno muito forte, de natureza religiosa e tradicional; consequentemente, apesar da sua inferioridade numérica e militar, ele opôs-se com coragem desesperada a ser conquistado polos romanos, foi derrotado, deportado e disperso, mas o vínculo sobreviveu. As colônias judaicas que se formaram, primeiro ao longo de todas as costas mediterrâneas e depois no Próximo Oriente, na Espanha, na Renânia, no sul da Rússia, na Polônia, na Boêmia e em muitos outros lugares, sempre permaneceram teimosamente fiéis a esse vínculo, que se consolidou na forma dum imenso corpo de leis e tradições escritas, umha religião meticulosamente codificada e um ritual peculiar e colorido que permeava todos os atos do dia. Os Judeus, umha minoria em todos os seus assentamentos, eram assim distintos, reconhecíveis como distintos e muitas vezes orgulhosos (com ou sem razom) de serem diferentes: tudo isso tornava-os altamente vulneráveis. De facto, foram duramente perseguidos, em quase todos os países e em quase todos os séculos; Os judeus reagiram às perseguições em pequena parte assimilando-se, isto é, fundindo-se com a populaçom circunvizinha; na sua maioria, eles emigraram novamente para países mais hospitaleiros. Desta forma, porém, a sua "diferença" foi renovada, expondo-os a novas restrições e perseguições.
Embora na sua essência profunda o antissemitismo seja um fenômeno irracional de intolerância, em todos os países cristãos e a partir do momento em que o cristianismo se consolida como religiom de Estado, o antissemitismo assume um caráter marcadamente religioso, e até mesmo teológico. Segundo Santo Agostinho, os Judeus som condenados à dispersom polo próprio Deus, e por duas razões: porque assim recebem o castigo por nom terem reconhecido o Messias em Cristo, e porque a sua presença em todos os países é necessária para a Igreja Católica, que também está em toda parte, para que em toda parte a merecida infelicidade dos Judeus seja revelada aos fiéis. É por isso que a dispersom e separaçom dos Judeus nunca terminará: eles, com as suas dores, devem testemunhar por toda a eternidade seu próprio erro e, portanto, a verdade da fé cristã. Portanto, como a sua presença é necessária, eles devem ser perseguidos, mas nom mortos.
No entanto, a Igreja nem sempre foi tam moderada: desde os primeiros séculos do cristianismo os Judeus foram acusados de algo muito mais grave: serem, coletivamente e por toda a eternidade, responsáveis pola crucificaçom de Cristo, de serem, em última análise, o "povo deicida". Esta formulaçom, que aparece na liturgia pascual en tempos muito recuados e que apenas foi suprimida polo Concilio Vaticano Il (1962–1965), acha-se na origem de várias crenças populares, funestas e siempre renovadas: que os Judeus envenenan os poços propagando a Peste; que habitualmente profanam a hóstia consagrada; que na Páscoa sequestram crianças cristãs com cujo sangue embebem o pão ázimo. Essas crenças deram origem a numerosos massacres sangrentos e, entre outras cousas, à expulsom em massa de Judeus, primeiro da França e da Inglaterra e depois (1492-1498) da Espanha e Portugal.
Chega-se ao século XIX passando por umha série ininterrupta de massacres e migrações, um século marcado polo despertar geral das consciências nacionais e polo reconhecimento dos direitos das minorias: com exceçom da Rússia dos czares, em toda a Europa, caem todas as restrições legais contra os Judeus, as mesmas que foram invocadas polas Igrejas cristãs (dependendo do lugar e da época, a obrigaçom de residir em guetos ou áreas particulares, a obrigaçom de usar umha roupa distinta, a proibiçom de acesso a certos ofícios ou profissões, proibiçom de casamentos mistos...). O antissemitismo, no entanto, sobrevive, mais vivo especialmente naqueles países onde umha religiosidade grosseira continuou a atribuir o assassinato de Cristo aos Judeus (Polônia e Rússia), e onde as reivindicações nacionais deixaram um rasto de aversom genérica contra os Judeus. e estrangeiros (Alemanha; mas também França, onde no final do século XIX o clero, os nacionalistas e os militaristas se uniram para desatar umha violenta onda antissemita por ocasiom da falsa acusaçom de alta traiçom contra Alfred Dreyfus, um oficial judeu do exército francês).
Especialmente na Alemanha, ao longo do século XIX umha série ininterrupta de filósofos e políticos insistiu numha teorizaçom fanática segundo a qual o povo alemão, há muito dividido e humilhado, era o repositório da primazia na Europa e talvez no mundo inteiro, era herdeiro de tradições e civilizações remotas e extremamente nobres, e era composto por indivíduos substancialmente homogêneos de sangue e raça. Os povos alemães tiveram que se unir num Estado forte e endurecido pola batalha, hegemônico na Europa e investido dumha majestade quase divina.
Essa ideia da missom da Naçom Alemã sobrevive à derrota na Primeira Guerra Mundial e, ao contrário, emerge mais forte da humilhaçom do tratado de paz de Versalhes. É tomado por um dos personagens mais sinistros e infames da história, o agitador político Adolf Hitler. A burguesia e os industriais alemães prestam atençom à sua oratória inflamada: para eles Hitler promete, Hitler conseguirá desviar para os Judeus a aversom do proletariado alemão polas classes que o levaram à derrota e ao desastre econômico. Em poucos anos, a partir de 1933, consegue aproveitar a ira dum país humilhado e o orgulho nacionalista despertado polos profetas que o precederam, Lutero, Fichte, Hegel, Wagner, Gobineau, Chamberlain, Nietzsche: a sua ideia fixa é a dumha Alemanha dominante, nom num futuro distante, mas agora; nom através dumha missom civilizadora, mas com armas. Tudo o que nom é germânico parece-lhe inferior, ou pior: detestável, e os primeiros inimigos da Alemanha som os Judeus, por muitas razões que Hitler enunciou com fervor dogmático: porque têm "sangue diferente"; porque som parentes doutros Judeus na Inglaterra, na Rússia, na América; porque som herdeiros dumha cultura em que se raciocina e discute antes de obedecer e na qual é proibido curvar-se aos ídolos, quando ele mesmo aspira ser adorado como ídolo e nom hesita em proclamar que «devemos desconfiar da inteligência e consciência, e colocar toda a nossa fé nos instintos. E, finalmente, muitos Judeus alemães alcançaram posições-chave na economia, nas finanças, nas artes, na ciência, na literatura: Hitler, pintor fracassado, arquiteto fracassado, derrama o seu ressentimento e inveja frustrados sobre os Judeus.
Essa semente da intolerância, quando cai em terreno bem preparado, pega fogo com incrível vigor, mas em novas formas. O antissemitismo de estilo fascista, aquele que a Palavra de Hitler desperta no povo alemão, é mais bárbaro do que todos os seus precedentes: nele convergem doutrinas biológicas artificialmente falsificadas, segundo as quais as raças fracas devem ser submetidas polas raças fortes; as absurdas crenças populares que o senso comum enterrou séculos atrás; umha propaganda implacável atinge níveis nunca alcançados até entom. O judaísmo nom é umha religiom da qual se pode abandonar polo batismo, nem umha tradiçom cultural que pode ser abandonada por outra: é umha subespécie humana, umha raça diferente e inferior a todas as outras. Os Judeus som seres humanos apenas na aparência: na realidade som outra cousa: som algo abominável e indefinível, "mais distante dos alemães do que o macaco do homem"; som culpados de tudo, do voraz capitalismo americano e do bolchevismo soviético, da derrota de 1918, da inflaçom de 1923; liberalismo, democracia, socialismo e comunismo som invenções judaicas satânicas que ameaçam a solidez monolítica do estado nazista.
A passagem da pregaçom teórica à açom prática foi rápida e brutal. Em 1933, apenas dous meses após Hitler tomar o poder, nasceu Dachau, o primeiro Lager. Em maio do mesmo ano, acende-se a primeira fogueira de livros de autores Judeus ou inimigos do nazismo (mas mais de cem anos antes, Heine, um poeta judeu alemão, escreveu: "Quem queima livros mais cedo ou mais tarde acaba queimando homens").
Em 1935, o antissemitismo é codificado em legislaçom monumental e detalhada, as Leis de Nuremberg. Em 1938, durante umha única noite de tumultos manipulados de cima, 191 sinagogas som incendiadas e milhares de lojas judaicas som destruídas. Em 1939, os Judeus da Polônia recém-ocupada som presos em guetos. Em 1940 abre-se o campo de Auschwitz. Em 1941-1942, a máquina de extermínio está totalmente operacional: as vítimas serám milhões em 1944.
Na prática cotidiana dos campos de extermínio percebe-se o ódio e o desprezo difundidos pola propaganda nazista. Aqui nom apenas a morte estava presente, mas umha infinidade de detalhes maníacos e simbólicos, todos tendendo a demonstrar e confirmar que os Judeus, os Ciganos e os eslavos som gado, refugo, imundície. Lembre-se da tatuagem de Auschwitz, que impôs aos homens a marca usada para bovinos; a viagem em vagões de gado, nunca abertos, para obrigar os deportados (homens, mulheres e crianças!) a ficarem dias e dias na própria sujeira; o número de registro que substitui o nome; a falta de colheres (e, no entanto, os armazéns de Auschwitz continham, no momento da libertaçom, toneladas delas), de modo que os prisioneiros teriam de lamber a sopa como cães; o uso iníquo dos cadáveres, tratados como qualquer matéria-prima anônima, donde se extraía o ouro dos dentes, o cabelo como matéria têxtil, as cinzas como fertilizante agrícola; os homens e mulheres degradaram-se ao nível de cobaias para, antes de suprimi-los, experimentar medicamentos.
A própria maneira escolhida para o extermínio (após experimentos meticulosos) era ostensivamente simbólica. O mesmo gás venenoso que foi usado para desinfetar a estiva de navios e instalações infestadas de percevejos ou piolhos teve que ser usado, e foi usado. Mais mortes atormentadoras foram inventadas ao longo dos séculos, mas nengumha tam carregada de difamaçom e desdém.
Como se sabe, o trabalho de extermínio foi muito longe. Os nazistas, que ao mesmo tempo estavam envolvidos numha guerra muito dura, manifestavam uma pressa inexplicável nisso: os carregamentos de vítimas destinadas ao gás ou a serem transferidas para os Lagers próximos da frente, tinham precedência sobre o transporte militar. Nom atingiu o seu clímax apenas porque a Alemanha foi derrotada, mas o testamento político de Hitler, ditado poucas horas antes do seu suicídio e com os russos a poucos metros de distância, concluiu assim:
“Acima de tudo, ordeno ao governo e ao povo alemão que mantenham as leis raciais plenamente em vigor e lutem implacavelmente contra o envenenador de todas as nações, o judaísmo internacional”.
Para resumir, pode-se afirmar que o antissemitismo é um caso particular de intolerância; que durante séculos teve um carácter principalmente religioso; que no Terceiro Reich foi exacerbado pola explosom nacionalista e militarista do povo alemão e pola peculiar "diferença" do povo judeu; que se espalhou facilmente por toda a Alemanha e boa parte da Europa, graças à eficácia da propaganda dos fascistas e nazistas que precisavam dum bode expiatório em quem descarregar toda a culpa e todos os ressentimentos; e que o fenômeno foi levado ao clímax por Hitler, o ditador maníaco.
Devo admitir, no entanto, que essas explicações comumente aceites nom me satisfazem: som pequenas, nom estám em medida comum ou em proporçom aos factos que pretendem explicar. Relendo as crônicas do nazismo, desde o seu início sombrio até o seu fim convulsivo, nom consigo livrar-me da impressom dumha atmosfera geral de loucura descontrolada que me parece única na história. Essa loucura colectiva, essa desorientaçom, geralmente explica-se postulando a combinaçom de muitos fatores diferentes, insuficientes um a um. O mais importante seria a própria personalidade de Hitler e a sua profunda interaçom com o povo alemão. É verdade que a suas obsessões pessoais, a sua capacidade de odiar, a sua pregação da violência, encontraram umha ressonância desenfreada na frustraçom do povo alemão, e voltaram a ele multiplicadas, confirmando a sua convicçom delirante de que ele mesmo era aquele que encarnava o espírito do herói de Nietzsche, o Superman redentor da Alemanha.
Muito tem sido escrito sobre o seu ódio ao povo judeu. Foi dito que Hitler voltou o seu ódio contra toda a raça humana contra os Judeus; que ele reconhecia nos Judeus algumas das suas próprias falhas, e que ao odiar os Judeus ele odiava-se; que a violência da sua aversom provinha do medo de ter "sangue judeu" nas veias.
Insisto: nom me parecem explicações adequadas. Nom me parece legítimo explicar um fenômeno histórico colocando toda a culpa num indivíduo (os executores de ordens horrendas nom som inocentes!), e além disso, é sempre difícil interpretar as motivações profundas dum indivíduo. As hipóteses propostas justificam os factos apenas parcialmente, explicam a qualidade, mas nom a quantidade. Devo admitir que prefiro a humildade com que alguns dos historiadores mais sérios (Bullock, Schramm, Bracher) confessam que nom entendem o antissemitismo furioso de Hitler e, por trás dele, da Alemanha.
Talvez nem tudo o que aconteceu possa ser entendido, ou nom deva ser entendido, porque entender é quase justificar. Deixe-me explicar: "compreender" umha proposiçom ou um comportamento humano significa (mesmo etimologicamente) contê-lo, conter o autor, colocar-se no seu lugar, identificar-se com ele. Mas nengum homem normal jamais será capaz de se identificar com Hitler, Himmler, Goebbels, Eichmann e inúmeros outros. Isso desorienta-nos e ao mesmo tempo nos consola: porque talvez seja desejável que as suas palavras (e também, infelizmente, as suas obras) nunca cheguem a ser compreensíveis para nós. Som palavras e atos nom humanos, ou pior: contra-humanos, sem precedentes históricos, dificilmente comparáveis aos factos mais cruéis da luta biológica pola existência. Podemos assimilar a guerra a esta luta: mas Auschwitz nom tem nada a ver com a guerra, nom é um episódio, nom é umha forma extrema. A guerra sempre foi um facto terrível: podemos execrá-la, mas ela está em nós, tem a sua razom de ser, nós "compreendemo-la".
Mas nom há racionalidade no ódio nazista: é um ódio que nom está em nós, está fora do homem, é um fruto venenoso nascido do tronco fatal do fascismo, mas está fora e além do próprio fascismo. Nom podemos entendê-lo; mas podemos e devemos entender onde nasce, e estar atentos. Se entender é impossível, saber é necessário, porque o que aconteceu pode acontecer de novo, as consciências podem ser seduzidas e obscurecidas novamente: a nossa também.
Todos devem saber, ou lembrar, que tanto Hitler quanto Mussolini, quando falavam em público, eram acreditados, aplaudidos, admirados, adorados como deuses. Eram "chefes carismáticos", possuíam um poder secreto de seduçom que nom nascia da credibilidade ou da verdade do que diziam, mas da maneira sugestiva com que o diziam, da sua eloquência, da sua arte histriônica, talvez instintiva, talvez pacientemente exercitada e aprendida. As ideias que proclamavam nem sempre eram as mesmas e em geral eram aberrações, ou disparates, ou crueldades; e, no entanto, os hosanas foram cantados na sua honra e milhões de adoradores os seguiram até a morte. Deve-se lembrar que esses fiéis, e entre eles também os diligentes executores de ordens desumanas, nom nasceram capangas, nom eram (com poucas exceções) monstros: eram pessoas comuns. Monstros existem, mas som muito poucos para serem realmente perigosos; Os mais perigosos som os homens comuns, os oficiais prontos a acreditar e obedecer sem questionar, como Eichmann, como Hoess, comandante de Auschwitz, como Stangl, comandante de Treblinka, como os soldados franceses vinte anos depois, assassinos na Argélia, como os militares dos EUA trinta anos depois, assassinos no Vietname.
Portanto, devemos ser cautelosos com aqueles que tentam convencer -nos com outros argumentos que nom a razom, ou seja, de líderes carismáticos: devemos ser cautelosos ao delegar o nosso julgamento e a nossa vontade a outros. Como é difícil distinguir os verdadeiros profetas dos falsos, é melhor suspeitar de qualquer profeta; é melhor renunciar à verdade revelada, por mais que exaltem a sua simplicidade e esplendor, embora as achemos confortáveis porque som adquiridas gratuitamente. É melhor contentar-se com outras verdades mais modestas e menos entusiasmadas, aquelas que se conquistam com muito trabalho, pouco a pouco e sem atalhos polo estudo, discussom e raciocínio, verdades que podem ser demonstradas e verificadas.
É evidente que esta receita é simples de mais para abranger todos os casos: um novo fascismo, com a sua cadeia de intolerâncias, arrogância e servidom, pode nascer fora do nosso país e ser importado, talvez na ponta dos pés e chamando-se por outros nomes; ou pode ser desencadeado dentro de casa com uma violência capaz de destruir todas as objeções. Entom o conselho da sabedoria nom funciona mais e é preciso encontrar umha maneira de resistir: também nisso, a memória do que aconteceu no coraçom da Europa, e nom há muito tempo, pode servir de apoio e advertência.
Portanto, meditar sobre o ocorrido é dever de todos.
Fragmento tirado de Se Isto É um Homem.
Primo Levi (1919-1987) foi um químico, partisano e escritor italiano de origem judaica. Escreveu memórias, contos, poemas, e novelas. É mais conhecido polo seu trabalho sobre o Holocausto, em particular, por ter sido um prisioneiro em Auschwitz-Birkenau. O seu livro Se questo è un uomo (Se Isto É um Homem) é considerado um dos mais importantes trabalhos memorialísticos do século XX.
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