quinta-feira, 2 de junho de 2022

FARHUD

Já ouviu falar no #Farhud ? 

Há 81 anos acontecia o Farhud, pogromo no Iraque. Entre 1 e 2 de junho de 1941 iniciou-se o Farhud, um linchamento violento contra os Judeus iraquianos em Bagdad, que seria considerado por alguns como o início do fim da comunidade judaica no Iraque.


A seguir reproduzimos o fio redigido por Golem sobre o ataque antijudaico levado a cabo por nazionalistas árabes no Iraque.

A milenar presença judaica no Iraque

A presença judaica na regiom tinha 2.600 anos, desde o exílio “cativeiro” na Babilônia, após a invasom e conquista de Jerusalém do Reino de Judá, que tinha mais de quatrocentos anos, polo imperador babilônico Nabucodonosor, e com a destruição do Primeiro Templo de Jerusalém (Beit Hamikdash), 586 adec.

Os judeus foram proibidos de retornar por décadas e a Babilônia, onde hoje é o Iraque, acabou tornando-se um centro da diáspora judaica, com rica produçom cultural, musical e religiosa. Foi lá que o Talmud Bavli, famoso Talmud babilônico, foi compilado.


Nazismo e nacionalismo árabe

Em 1940 haviam 130.000 judeus no Iraque, 90.000 só em Bagdad.  As tumba do profeta Ezequiel era considerada um dos pontos mais importantes para os Judeus iraquianos, onde já foi umha sinagoga milenar e para onde havia peregrinaçom de milhares de Judeus em feriados

Nos anos 1930-1940 a propaganda antissemita nazista espalhava-se por todo o mundo e nom foi diferente no Iraque, ainda mais a partir de 1937, quando foi traduzido o livro de Hitler “Mein Kampf” para o árabe, e também crescia a parceria dalguns líderes árabes com Hitler na época.

Com a uniom do nazismo ao nacionalismo árabe e hostilidade aos Judeus propagada na época no Próximo Oriente, o antissemitismo intensificou-se no país, culminando no Farhud.

Farhud

O linchamento aconteceu em meio à instabilidade no país, com o recém colapso do governo pró-nazista e nacionalista iraquiano de Rashid Ali. Alegações de que os Judeus iraquianos ajudaram nesse processo começaram a espalhar-se, o que gerou revolta dos seus apoiadores.

Neste dia, Judeus iraquianos foram violentados nas ruas de Bagdad, crianças e mulheres judias assediadas e violadas, centenas de lojas de Judeus atacadas, sinagogas quebradas, casas de Judeus saqueadas, deixando mais 180 Judeus mortos, mais de 1000 feridos, e mais de 240 crianças órfãs

Em meio à tragédia, também há alguns relatos de Judeus que tiveram as suas vidas salvas por vizinhos árabes que os protegeram durante o linchamento coletivo em suas casas. Infelizmente essas histórias de solidariedade nom foram o suficiente contra o antissemitismo crescente aliado ao nazismo, e a segurança judaica no país ficou abalada. Com as suas vidas arruinadas e ameaçadas, muitos tiveram que fugir do Iraque para sobreviver e viraram refugiados

Repressom

A situaçom já terrível de insegurança dos Judeus iraquianos piorou ainda mais quando em 1948 em Baçorá foi feito o enforcamento público dum respeitado judeu (Shafiq Ades), acusado de apoiar Israel e o Partido Comunista Iraquiano, gerando mais medo e ameaças na comunidade judaica do país.

Em paralelo Judeus iraquianos começaram a ter seus direitos civis restringidos e ser tratados com menos valor, com antissemitismo institucionalizado que removeu judeus de cargos no governo e permitia a polícia fazer “buscas” em lares judaicos, e bens de judeus 80% desvalorizados.

Resgate e retorno a Israel

Como a maioria nom conseguiu fugir ou nom foi acolhida por outros países, em 1951 uma operaçom israelita resgatou cerca de 120 mil judeus iraquianos. 



Hoje a milenar comunidade judaica do Iraque, que já compôs um terço da populaçom de Bagdad, é composta por 4 Judeus.


Afortunadamente os descendentes daquela comunidade hoje vivem e florescem no Estado de Israel fazendo parte da comunidade mizrahi.

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