quinta-feira, 21 de outubro de 2021

A PROPÓSITO DO APELIDO PINTO

 Shirly Pinto/שירלי פינטו (n. 1989) é umha jovem ativista israelita com surdez que é membro do Parlamento israelita (Kneset) logo de ser eleita polo partido Yamina. Ela faz parte da nova maioria governista de Israel e esta semana, a 18 de outubro, com motivo do dia da recordaçom no calendário hebraico do assassinato do ex-primeiro-ministro Isaac Rabin (em 1995), atacou Netanyahu num tuite: "Esse ano também Netanyahu usou o assassinato de Rabin para explicar foi ele o atacado. Às vezes parece que ele nunca saiu daquela varanda. Uma vez incitador, sempre incitador."

Shirly Pinto. FOTO: Wikipedia

Nom é disso que trata esta postagem, mas do seu apelido tam galego-português. Na Questom Judaica desconhecemos os ancestrais e origens dela (se calhar sefardita?), mas salta nos olhos o apelido PINTO, que na nossa língua significa "pintado", "marrom" ou "pessoa de pele bronzeada".

Com efeito, Pinto é um apelido que se originou em Sefarad (a Península Ibérica), destacando-se principalmente nas terras de língua e cultura portuguesa. O nome teria surgido a partir do galego-português arcaico "pinto", que seria o ​particípio passado sincopado do verbo pintar.

Assim sendo, Pinto estaria relacionado com o ato de pintar ou a algo que foi pintado. Como nome significa filhote de galinha, franguinho, sendo utilizado também quando um animal é preto e branco

De acordo com a história da família Pinto, os primeiros a adotarem este nome seriam os descendentes de Judeus morenos que viviam em Sefarad, os serfaditas. 

Segundo a tradiçom histórica, os primeiros galaicos descendentes dos celtas teriam ficado admirados com a tonalidade da cor de pele dos serfaditas, Judeus que chegavam do Próximo Oriente. Eles achavam que os serfaditas eram pintados de marrom e por isso tinham aquela cor, diferente da etnia caucasiana dos primeiros galegos e portugueses.

Na Galiza nom é um apelido raro. Segundo a Cartografia dos apelidos da Galiza, projeto do Instituto da Língua Galega, 777 pessoas atualmente apelidam-se de Pinto, espalhadas em 40 concelhos, mormente em Carvalheda de Val d'Eorras, Padrenda, Mesquita, Bola, Fornelos de Montes, Salvaterra do Minho, São Cibrão das Vinhas e no Barco de Val d'Eorras.

Cartografia do apelido PINTO na Galiza

No Brasil, o sobrenome Pinto é bastante comum. Muitas pessoas nom gostam deste nome de família, devido a sua denotaçom, em nível da fala coloquial, com o órgão sexual masculino, sendo sinónimo de pila, badalo, piça ou caralho (em calão carroceiro segundo o "Dicionario aberto de calão e expressões idiomáticas" de José João Almeida da Universidade do Minho). Aliás, no Brasil "ser pinto" significa ser coisa fácil; não oferecer dificuldades; ser canja ou nom estar ao mesmo nível daquele ou daquilo com que é comparado

No entanto, este sobrenome deve ser encarado com orgulho, pois representa uma longa e interessante descendência histórica. 

Entre as personalidades mais populares com este nome está ilustre explorador português do continente africano, Alexandre Alberto da Rocha Serpa Pinto (1846-1900) ou o escritor e desenhista brasileiro Ziraldo Alves Pinto. 

Segundo a Infopedia, dicionário da Porto Editora, na língua portuguesa existem vários provérbios que usam o pinto: "Não contes os pintos senão depois de nascidos", "Os pintos nascidos em janeiro, comem um boi e valem um carneiro" e "Pé de galinha não mata pinto". Na Galiza designa-se como pinto a variedade de cor vermelha-alaranjada com pintas brancas da maragota (peixe). Em Cabo Verde diz-se de tudo o que serve para pintalgar e tamém é referido ao feijão ou fava, componente da cachupa para lhe dar cor e sabor.

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