Por que há tanta indefiniçom para formar o governo em Israel? Se você está bastante por fora, leia este pequeno texto e entenda o que está em jogo após as eleições.
O sistema político em Israel é o parlamentarismo. Isso quer dizer, entre outras cousas, que quem chefia o governo é um parlamentar, escolhido polos outros parlamentares para comandar o executivo.
Nom necessariamente o partido que tem mais votos indica o primeiro-ministro, embora isso tenha sido o cenário mais comum ao longo da história. Em Israel, para que tenhamos governo, o deputado escolhido deve aprovar a coaligaçom com um mínimo de 61 parlamentares (do total de 120 do Knesset - parlamento).
Como esse deputado tem o mandato? O presidente da naçom (que nom é o chefe do poder executivo, ou seja, ele nom governa) conversa com todos os partidos com representantes na Knesset e dá três semanas a um deles, o que o presidente julgar com mais chances de formar a coaligaçom, para apresentar o governo.
O Likud, partido da direita sionista, é disparado o maior partido da Knesset, mas só tem 1/4 das cadeiras do parlamento. O partido tem um pacto com os partidos judaicos ultra-ortodoxos (Shas e Judaísmo da Tora) e com a ultra-direita ortodoxa (Sionismo Religioso). Isso dá-lhes 52 cadeiras.
Há, no entanto, 57 cadeiras pertencentes a outros 7 partidos (de centro, de direita, de esquerda e Árabes), que o que os une é a rejeiçom em sentar-se em qualquer governo chefiado por Netanyahu, réu em três processos de corruçom. O líder do maior partido deste bloco é o centrista Yair Lapid.
Há também dous partidos que nom fazem parte de nenhum bloco: o direitista Yamina, de Naftali Bennett, que almejava umha expressiva votaçom para substituir Netanyahu, e o partido árabe-islâmico Ra'am, que rompeu com a Lista Unificada (uniom dos partidos árabes) justamente por aceitar negociar com Netanyahu.
Bennett naturalmente associa-se a Netanyahu. No entanto, para alcançar voos maiores, decidiu projetar-se como candidato a primeiro-ministro e, mesmo com míseras 7 cadeiras, ainda negoceia a sua participaçom nos dous blocos tentando que lhe dêem o principal posto do país.
Os analistas dividem os blocos em pró-Bibi (apelido de Netanyahu) e anti-Bibi. No entanto, além da questom pessoal com o primeiro-ministro, há outros motivos que diferenciam os blocos:
1. Avigdor Liberman, líder do partido de direita Israel Nossa Casa, recusa-se a sentar-se numha coaligaçom com os partidos ultra-ortodoxos, que, pola sua vez, nom têm muita vontade de governar com os esquerdistas trabalhistas e do Meretz.
2. Os trabalhistas, o Meretz e o Yesh Atid (de Yair Lapid) nom aceitam sentar-se com o partido "Sionismo Religioso". A recíproca é verdadeira.
3. O Sionismo Religioso nom aceita tampouco sentar-se com a Lista Unificada nem com o Ra'am. Yamina também não deseja sentar-se com partidos árabes, o que dificulta muito a situação de Netanyahu.
4. Bennett e Gideon Saar, líderes de partidos de direita que nom estám no bloco pró-Bibi, recusam-se a fazer parte dum governo chefiado por Lapid. Bennett também descarta o Meretz numha coaligaçom. E Saar nom se anima com umha coaligaçom com participaçom da Lista Unificada.
5. Netanyahu diz que nom descarta ninguém nem nenhum partido, já chamou Saar e Bennett a juntar-se ao seu governo de direita. No entanto, sabe que as chances de Saar se somar som próximas a zero.
Netanyahu tenta atrair a deputados de partidos do bloco anti-Bibi, que possam trair os seus partidos em troca de boas posições no seu governo. Por agora nom há sinais de sucesso.
Saar tenta convencer a Lapid a aceitar que Bennett seja primeiro-ministro em uma coaligaçom sem Netanyahu, mas também sem sucesso.
Bennett negoceia com os dous lados, tentando conseguir o maior ganho possível. E os partidos de centro e esquerda admitem apoiar quase qualquer formaçom para afastar Netanyahu do cargo.
Nengum dos dous blocos chegou ainda às 61 cadeiras e pode ser que haja novas eleições nalguns meses. Ou algum impasse será resolvido de forma surpreendente e haverá um governo, provavelmente instável.
Fonte: CONEXÃO ISRAEL
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