O Museu do Holocausto do Porto, na Rua do Campo Alegre, abre nesta segunda-feira 5 de abril e nos próximos meses espera milhares de visitantes e de alunos de escolas. Por razões de segurança e para uma diminuiçom do risco, funcionará apenas nos dias úteis, entre as 14:30 e as 17:30 horas.
Parceiro do projeto governamental "Nunca Esquecer" em torno da memória da Shoah, o novo Museu permite aos visitantes umha viagem ao antes, durante e depois do Holocausto. Som exibidos inúmeros objetos que os refugiados deixaram no Porto durante a Segunda Guerra Mundial, bem como centenas de fichas individuais que estiveram na posse do Museu do Holocausto de Washington.
O Museu é tutelado por membros da Comunidade Judaica do Porto cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto. Num vídeo impressionante de apresentaçom do Museu som mostrados outros testemunhos de membros da comunidade judaica, sobre familiares que conseguiram fugir de Treblinka, ou que foram obrigados a tocar violino no campo de propaganda de Theresienstadt, e até sobre patriotas alemães que foram assassinados como estrangeiros indesejados.
Umha estratégia de combate ao antissemitismo que inclui o Museu Judaico do Porto
O novo Museu do Holocausto vai integrar-se numha estratégia da Comunidade Judaica do Porto que já conta com o Museu Judaico do Porto, também recentemente apresentado em vídeo. O Diretor Nacional da Anti Defamation League, Jonathan Greenblatt, sublinha a necessidade dos dous museus no combate ao antissemitismo: "O Museu do Holocausto transmitirá a todos uma liçom importante: 'nom fique em silêncio diante do mal!' e o Museu Judaico tenderá a reduzir as teorias da conspiraçom e os estereótipos malignos contra os judeus."
A Comunidade ministrará cursos para professores, que iniciou experimentalmente em 2019, com vista ao combate ao antissemitismo. O próximo curso está agendado para 20 de setembro e conta com a presença de duas sobreviventes do Holocausto e de representantes de museus do Holocausto de Washington, Moscovo e Hong Kong.
Charles Kaufman, presidente da organizaçom de direitos humanos B'nai B'rith International, afirma que "as comunidades judaicas portuguesas sabem que ao crescimento da comunidade judaica corresponde sempre um crescimento do antissemitismo". "Os museus judaicos e do Holocausto som fundamentais numha Europa onde cada vez mais pessoas odeiam os Judeus, o judaísmo e Israel. Em 2019, eu próprio inaugurei o Museu Judaico no Porto e reuni em Lisboa com Catarina Vaz Pinto para que o Museu Judaico desta cidade nom seja esquecido", acrescenta.
A Comunidade Judaica do Porto conta com cerca de cinco centenas de membros de mais de 30 países e possui o Museu do Holocausto e o Museu Judaico, um cinema e parcerias de cooperaçom com a B´nai B´rith International, a Anti Difamation League, a Keren Hayesod, a Chabad Lubavitch, bem como com a Diocese do Porto e a Centro Cultural Islâmico do Porto.
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