sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

REFERÊNCIAS DA SHOAH EM ROUPAS DE APOIANTES DE TRUMP QUE INVADIRAM O CAPITÓLIO DOS EUA

Frases nas roupas dos manifestantes incluíam umha traduçom do infame 'Arbeit macht Frei' e 'Camp Auschwitz' dos nazistas

As referências à Shoah apareceram na frente e no centro dos logotipos dos apoiadores de Donald Trump que invadiram o Capitólio dos Estados Unidos na quarta-feira 6 de janeiro.

Fotos e vídeos dos manifestantes mostram alguns com trajes com as palavras "o trabalho liberta", umha traduçom do infame "Arbeit macht Frei" dos nazistas escrito acima da entrada do campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau. Outros foram vistos com umha camiseta do ‘Camp Auschwitz’ ”.

Os manifestantes, instigados por Trump, quebraram janelas e romperam as linhas da polícia para assumir o controlo da sede do governo dos EUA, enquanto legisladores se reuniam para confirmar a vitória do presidente eleito Joe Biden numha votaçom que Trump disse ter sido fraudada.

A filha de Trump, Ivanka, chamou os manifestantes de "patriotas" num tweet agora apagado, apesar de eles incluírem ativistas de extrema direita, supremacistas brancos agitando bandeiras confederadas, grupos neonazistas e apoiadores da teoria da conspiraçom antissemita QAnon.

Outros brandiam bandeiras e suásticas nazistas, conforme mostrado em imagens de vídeo ao vivo da revolta. Outro relatório, transmitido ao vivo de dentro do Capitólio, mostrou um apoiador escrevendo: “OY VEY no anuddahshoahh”, umha referência à Shoah.

No 4chan, umha rede da mídia social alternativa, umha foto dum policial no prédio do Capitólio foi recebida com o comentário “MATE TODOS [palavras com N] E COPS E JUDEUS” [“KILL ALL [N-word] AND COPS AND JEWS”], em mais umha evidência de como o incidente desencadeou umha onda de racismo.

Noutro lugar, um jornalista israelita do Canal 13 foi sujeito a abusos antissemitas dum apoiador pró-Trump enquanto reportava fora do Capitólio na quarta-feira, enquanto a Liga Anti-Difamaçom (ADL) reagia às cenas "absolutamente desprezíveis".

“Um desordeiro estava a assediar um repórter israelita com um antissemitismo cruel e grotesco”, tuitou a ADL. “Isso, infelizmente, nom é chocante, considerando a violência que vimos dos extremistas no Capitolio”.

Depois que a pressom global aumentou sobre Trump para parar os distúrbios, ele disse à multidom que embora a eleiçom fosse "fraudulenta", eles deveriam "ir para casa", acrescentando: "Nós amamo-los, vocês som muito especiais".

Analistas acusaram Trump de encorajar os distúrbios em primeiro lugar, depois de dizer a umha multidom de apoiadores no início do dia que ele planejava marchar com eles até o edifício do Capitólio.

O rabino Pinchas Goldschmidt, presidente da Conferência dos Rabinos Europeus, exortou as pessoas a “orar polos Estados Unidos, o país que ensinou ao mundo a civilidade no discurso político e como construir instituições democráticas”. Ele acrescentou: “Se os EUA estám resfriados, o mundo está com pneumonia”.

A presidenta do Conselho de Deputados dos Judeus Britânicos, Marie van der Zyl, disse que era “profundamente angustiante para todos os que amam a América e a democracia”. Ela acrescentou: “Estamos satisfeitos que, apesar das ameaças, o Congresso cumpriu a vontade do povo americano e certificou Joe Biden como presidente e Kamala Harris como vice-presidenta. É hora dumha transferência pacífica de poder.

A eventual confirmaçom de Biden veio quando o democrata Jon Ossoff, de 33 anos, ganhou um dos dous segundos turnos de eleições na Geórgia, tornando-o o primeiro senador judeu do estado. Com os democratas agora controlando o Senado, Chuck Schumer torna-se o primeiro líder da maioria do Senado judeu.

“Parece um novo dia”, disse Schumer. “Pola primeira vez em seis anos, os democratas terám maioria no Senado dos Estados Unidos e isso será muito bom para o povo americano.”

Fonte: JewishNews

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