sábado, 9 de janeiro de 2021

ANTISSEMITAS IMPLICAM JUDEUS E SIONISTAS NA VIOLÊNCIA NO CAPITÓLIO

 Nas horas desde que extremistas pró-Trump invadiram o edifício do Capitólio dos EUA, ideólogos, ativistas e adeptos às teorias da conspiraçom antissemitas tentaram implicar os Judeus e sionistas na violência. Embora esses antissemitas tenham umha variedade de opiniões sobre o presidente Trump, muitos concordaram em que os eventos de quarta-feira, 6 de janeiro de 2021, foram planeados por judeus ou que houve umha influência judaica e sionista sobre o sistema democrático americano.

Alguns antissemitas que acreditam que o presidente Trump apoia demais Israel, condenaram os manifestantes por apoiarem o presidente. Um usuário do Twitter ligado ao grupo supremacista branco Patriot Front tuitou que os extremistas pró-Trump estavam “a sair às ruas por umha desonrada fraude sionista”. Esses argumentos foram ecoados polo ideólogo antissemita e anti-Israel Angelo John Gage, que era filiado a um grupo de supremacia branco em 2015 e que ridicularizou os extremistas trumpistas em Washington D.C., dizendo: "Eles estám a lutar polo quo sionista".

Umha teoria da conspiraçom mais complexa emergiu do antissemita Adam Green, que especulou que os desordeiros pró-Trump foram manipulados por Judeus e partidários de Israel para se rebelarem a fim de desacreditar o presidente Trump para que pudessem autoriar um governo Biden para implementar umha agenda repressiva . Green escreveu: “O mandato de Trump foi dar a Israel tudo o que podia - apoiando Israel, dando-lhes a tecnologia, dando-lhes os Acordos de Abraám, dando-lhes todas essas guloseimas, tudo o que tinham na sua exaustiva lista - e agora eles vam-se livrar de Trump depois de terem-nos deixado secos e tornar-se muito poderosos. E agora eles vam trazer a esquerda bolchevique. A mão esquerda da dialética bolchevique sionista. E eles vam desencadear a guerra contra Edom, ou os Estados Unidos, e derrubar os Estados Unidos da América. Destrói qualquer possível remanescente que possa combater o ZOG [Governo de Ocupaçom Sionista). Vam ter leis de discurso de ódio. Muito mais censura mesmo do que vimos sob Trump. Vamos ver isso tudo”.

O adepto às teorias conspiratórias e negador do Holocausto Michael A. Hoffman II afirmou no seu blog que os manifestantes foram autorizados a entrar na câmara do Senado como parte dumha falsa bandeira organizada pola "criptocracia" para pintar os "conservadores patriotas" como "terroristas e fascistas". Logo a seguir Hoffman empregou tropos antissemitas para descrever os manifestantes, alegando que eles som "adoradores do estado sionista falso de Israel" e comportam-se "nom como cristãos, mas como colonos israelitas".

Um usuário do Telegram avistou o que parece ser uma menorá de Hannukah numha foto tirada por um manifestante pró-Trump que entrou no escritório da presidenta da Câmara Pelosi e escreveu: “Muitos podem nom ter notado... mas é um Hanukkiah na outra mesa no fundo do escritório de Nancy Pelosi? Parece que a prioridade primeira para Pelosi é o estado judeu de Israel [sic] e nom America first”

O canal de Telegram do supremacista branco “Green Dragon” postou que a partidária de Trump que foi morta dentro do prédio do Capitólio foi “executada por guarda-costas de agentes políticos do ZOG”. “ZOG” significa “Governo de Ocupaçom Sionista” e é usado por alguns antissemitas como umha forma abreviada de expressar a sua crença de que os Judeus controlam o governo.

Um usuário do Twitter com mais de 20.000 seguidores alegrou-se dos danos ao edifício do Capitólio, comparando-o ao saque do Templo Judeu em Jerusalém em 70 d.n.e. “Adoro quando o ZOG perde”, escreveu.


Palestina Hoy, umha conta pró-palestina de língua espanhola no Twitter com mais de 30.000 seguidores, tuitou a sua visom sobre os eventos do dia, incluindo imagens da bandeira israelita e as palavras: “Golpe de Estado nos EUA. O sionismo estará lá, como sempre. ”



Nem toda retórica antissemita sobre os tumultos incluía referências a Israel.

Num canal antissemita do Telegram com mais de 2.000 assinantes, umha postagem afirmou que a violência nom foi longe o suficiente, acrescentando: “Os EUA acabaram. Harris assumirá o governo e as elites judias redefinirám o sistema e a agenda 21 será implementada”. [Agenda 21 é umha teoria de conspiraçom antigovernamental de longa data focada num plano de sustentabilidade das Nações Unidas].

Quando os discursos de quarta-feira começaram, o canal Telegram do supremacista branco e antissemita Goyim Defense League postou um desenho obsceno retratando um judeu controlando um ativista Black Lives Matter nas ruas de Washington DC.

O jornalista israelita Gil Tamari foi assediado durante a cobertura dos eventos do dia por um homem que fez comentários antissemitas. Funcionários de vários meios de comunicaçom foram alvos de extremistas pró-Trump; na tarde de quarta-feira, a equipa da Associated Press viu as suas câmeras e engrenagens destruídas por uma multidom enfurecida.

Um vídeo feito mostrando extremistas pró-Trump dentro do edifício do Capitólio mostrou um homem vestindo um moletom com as palavras “Camp Auschwitz” escritas no peito em cima da imagem de umha caveira com ossos cruzados sendo substituída por remos de barco. De acordo com um relatório, a parte de trás do moletom dizia: "Staff". O moletom parece ter sido produzido pola AryanWear, umha extinta fornecedora de mercadorias de supremacia branca com sede no Texas, que vende umha ampla variedade de todos os tipos de itens com símbolos e slogans, incluindo as famosas botas de combate com sola de suástica.


Um vídeo dos manifestantes extremistas pró-Trump sentados nos degraus do prédio do Capitólio mostra um jovem sorrindo e dando o que parece ser umha saudaçom nazista.

Fonte: Liga Antidifamaçom

Traduçom livre para o galego-português por CAEIRO.


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