quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

PANDEMIA E ANTISSEMITISMO: O LIBELO

Pilar Rahola

> Tudo o que foi dito sobre a vacina israelita e os Palestinianos tem sido um monte de mentiras que é muito fácil de desmontar

>Mas o que importa a verdade quando se trata de difamaçom antijudaica?




A frase de Einstein resume com precisom: "É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito". E se há algum preconceito indisponível ao desânimo, é o antissemita, capaz de sobreviver até mesmo ao assassinato de seis milhões de Judeus. Elie Wiesel descreveu-o com umha dor amarga: a Shoa matou os Judeus, mas nom matou o ódio dos Judeus.

Seja na sua versom bárbara ou mais subtil, a verdade é que o antissemitismo nom só nom desaparece, mas se enfurece e, como denuncia a Liga Antidifamatória, com a Covid-19 disparou. O mito medieval dos Judeus como propagadores de doenças popularizou-se em fóruns de todos os tipos que ligaram os Judeus à pandemia. Talvez o mais nojento tenha sido o cartoon de Carlos Latuff, um clássico da judeofobia (vice-campeom no concurso de caricaturas troçando do Holocausto que o Irã convocou), que desenhou umha grande bola com a imagem da Covid-19 saudando alegremente as IDF. Mas, além da difamaçom clássica, a Covid-19 mais umha vez trouxe à luz a facilidade com que se desmancha quando se trata de reportar sobre questões que afetam os Judeus, especialmente se eles som israelitas. 

A notícia era irrecusável: Israel é o país do mundo que vacinou a maior porcentagem da populaçom, chegando a mais de um milhom de pessoas. Mas, como a norma jornalística desses tempos (difusa mas generalizada) é que as boas novas sobre Israel nunca som publicadas, imediatamente o seu reverso perverso espalhou-se: os Palestinianos foram excluídos da vacinaçom.

Mídias como The Guardian (um clássico) ou a Associated Press intitulavam nesses termos, apesar do facto de que as letras pequenas esclarecerem os factos. E daí em diante ninguém se opôs e todos repetiram a mentira: Israel abandonou os Palestinianos à Covid-19. É assim que a velha difamaçom reaparece continuamente.

Os factos: 

A Autoridade Nacional Palestiniana (ANP), que tem soberania sanitária, recusou tudo: nem falar, nem usar a vacina israelita, nem distribuir em conjunto. Na verdade, a sua ministra da Saúde, Mai Kaila, informou que eles compraram quatro milhões de doses da Sputnik-V russa e que esperam chegar em março. Paralelamente, Israel ofereceu-se à ANP para o que for necessário e vacinou massivamente palestinianos em Jerusalém Oriental, que nom som cidadãos de Israel, mas residentes. 

Resumindo: 

Tudo o que se disse sobre a vacina israelita e os Palestinianos foi um monte de mentiras tam fácil de desmontar quanto, simplesmente, ler as informações da área. 

Mas o que importa a verdade quando se trata de difamaçom antijudaica? Em relaçom a Israel, o jornalismo sempre morre.

Fonte: Pilar Rahola | La Vanguardia

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