segunda-feira, 9 de novembro de 2020

JUDEUS DOS EUA VOTAM ESMAGADORAMENTE EM BIDEM

Umha pesquisa da GBAO encomendada por Jewish Street (J Street) descobriu que os eleitores judeus votaram no candidato democrata Joe Biden com uma margem de 56 pontos percentuais sobre o presidente republicano Donald Trump nas eleições presidenciais de  3 de novembro de 2020 nos EUA.

Cerca de 77% dos eleitores judeus votaram em Biden, em comparaçom com 21% que votaram em Trump, de acordo com a pesquisa. Este é o pior desempenho dos republicanos numhas eleições presidenciais entre a comunidade judaica desde 2008, de acordo com J Street.

Nas eleições para o Congresso, os Judeus americanos apoiaram os candidatos democratas por uma margem semelhante (78% contra 21%).

“Nesta eleiçom historicamente crucial, os eleitores judeus acabaram de repudiar totalmente Donald Trump e um Partido Republicano que atendeu aos elementos xenófobos e de extrema direita do país”, disse o presidente da J Street, Jeremy Ben-Ami.

“Enquanto Trump anunciava um ‘êxodo’ de votantes judeus do Partido Democrata, o único êxodo que vimos aqui foram os republicanos a perder umha parte significativa de seu já pequeno número de apoiadores judeus”, disse ele.

“Umha estratégia construída sobre o mito de que os votos dos Judeus podem ser conquistados com uma política hawkish de Israel está fadada ao fracasso, quando repetidamente os Judeus americanos demonstraram que estám entre os eleitores mais progressistas do eleitorado americano, com opiniões sobre Israel pró-diplomacia e pró-paz ”, disse Ben-Ami.

Cerca de 49% dos inquiridos identificaram-se como “democratas fortes”, enquanto apenas 11% se identificaram como “republicanos fortes”.

A pesquisa descobriu que os Judeus americanos votaram principalmente nas questões da pandemia da Covid-19, a mudança climática, saúde e economia, com apenas 5% listando Israel como primeira ou segunda questom mais importante. Isso é apenas cerca de metade dos 9% que listaram Israel como umha de suas duas principais prioridades em 2016.

A pesquisa também descobriu que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu é visto de forma altamente desfavorável entre os Judeus americanos. A sua favorabilidade é avaliada em -30, umha queda acentuada de +30 em 2014 e +12 em 2016.

Três quartos (74%) dos eleitores judeus apoiaram a retomada do acordo nuclear com o Irã e 75% acreditam que os EUA deveriam pressionar israelitas e palestinianos a fazer a paz.

“Os eleitores judeus continuam a apoiar esmagadoramente os candidatos democratas, com o envolvimento imparcial dos EUA nos esforços para resolver o conflito israelense-palestino, uma soluçom de dous estados e um retorno às políticas da era Obama, como o acordo nuclear com o Irã”, disse o pesquisador Jim Gerstein.

 J Street é um grupo de defesa progressista e pacifista pró-Israel. 

Reações

Um ex-ministro das Comunicações israelita acusou os Judeus americanos de "traiçom" após votarem de forma esmagadora no candidato democrata à presidência norte-americana.

Ayoob Kara, membro da minoria drusa de Israel que serviu no Knesset como membro do partido Likud até o ano passado, disse na quinta-feira que o presidente Donald Trump era o "melhor presidente americano" para Israel. 

“É uma grande decepçom que 72% dos Judeus americanos nom tenham a gratidom e escolheram Joe Biden”, tuitou Kara. "Eu esperava que eles apoiassem o presidente Trump, que é o melhor presidente americano para o Estado de Israel."

Para além do inquérito divulgado pola J Street, um grupo de defesa de Israel progressista e pacificista, a Votecast da Associated Press descobriu que 68% dos eleitores judeus votaram em Biden, enquanto 30% votaram em Trump.

Judeus americanos apóiam principalmente Biden, enquanto o apoio de Trump diminui entre os cristãos

Os dados conhecidos correspondem a um padrom de votaçom histórico da comunidade judaica nos Estados Unidos da América, que tende a se inclinar para a esquerda.

Enquanto isso, a maioria (54%) de populaçom de Israel prefere Trump, em comparaçom com 21% que preferem Biden, de acordo com uma pesquisa realizada pelo Canal 12 de Israel.

Ciente dessa realidade, talvez chocado polos resultados confirmados no sábado dia 8 de novembro, o primeiro-ministro israelita reagiu com "umha soluçom de dous tuites" reconhecendo a colaboraçom do presidente derrotado e parabenizando e reconhecendo a vitória do presidente eleito.

Durante o seu primeiro -e único- mandato, o presidente D. Trump fez umha série de movimentos em apoio a Israel às custas dos palestinos, incluindo a mudança da embaixada dos EUA para Jerusalém e o reconhecimento da cidade como a sua única capital, endossando a soberania de Israel nas Colinas de Golã da Síria e, mais recentemente, negociando a normalizaçom acordos entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein.

Ao abrigo das políticas desenvolvidas polo governo trumpista surgiu entre os movimentos populistas de nova direita umha falsa corrente de apoio a Israel que misturam ingredientes como o messianismo evangélico, diversos negacionismos e xenofobia.

Propaganda eleitoral bolsonarista no Brasil

A pesquisa da GBAO tem um nível de confiança de 95% e umha margem de erro de +/- 3,5 pontos percentuais.

Fontes:

>JerusalémPost

> Inquérito pré-eleitoral sobre os Judeus americanos

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