VILA REAL

Cidade portuguesa na regiom de Trás-os-Montes e com cerca de 25.000 habitantes.

Em 1096, o conde D. Henrique atribui foral a Constantim de Panóias, como forma de promover o povoamento da regiom, desabitada logo depois da invasom árabe. Em 1272, como novo incentivo ao povoamento, atribuiu D. Afonso III foral para a fundaçom -sem sucesso- dumha Vila Real de Panoias, fundaçom que apenas acontece em 1289, por foral do rei D. Dinis. 

A localizaçom privilegiada, no cruzamento das estradas que iam do Porto para Bragança e de Viseu para Chaves, permite um crescimento sustentado. Assim sendo, Vila Real de Panóias, construída entre muralhas, inicia uma expansom progressiva para nordeste e norte do seu núcleo urbano fora das mesmas logo que se verifica haver condições de segurança para o fazer.

Esta expansom terá lugar ainda durante o séc. XIV, altura em que a comunidade judaica vê finalmente criada a sua Judiaria por carta de julho de 1392.

A Judiaria de Vila Real situava-se no Arrabalde, nom muito longe do arruamento mais tarde conhecido por Praça Velha (onde se estabeleceu a primeira praça fora de muralhas), com as Portas da Vila a norte e limitada a umha única rua: a Rua da Judiaria (hoje Rua Nova).

Judiaria de Vila Real. FOTO

A comunidade judaica de Vila Real participou ativamente no comércio local, quer com estabelecimentos permanentes, em que dominam as atividades de alfaiate, sapateiro, ourives e gibiteiro, quer como almocreves e algibebes e, sobretodo, como frequentadores da feira de Vila Real com importante repercussom na fazenda real, já que a sua presença correspondia a 3000 réis anuais.

Rua Nova ou Rua da Judiaria de Vila Real. GoogleMaps

Rua Nova de Vila Real. GoogleMaps

Existem muitos documentos dos séculos XV e XVI que testemunham a sua presença hebraica, entre os quais, um aprazamento de 1480 relativamente a umha cavalariça por trás da Judiaria, "na Viella que vay pera o Peno do Agurinho", que certamente será o poço [pego] ou a fraga [pena] do Agueirinho; ou, num outro prazo de 1456, umha referência ao “Jazigo velho dos judeus”.

Como no caso de Lamego e outras povoações portuguesas, a Judiaria vila-realense estendia-se até ao Rossio, ou melhor, a Judiaria promoveu o aparecimento dum novo Rossio (atual Largo de O Vilarealense, Rua Heitor Correia de Matos e parte das ruas adjacentes), o segundo arruamento com este nome em Vila Real. O primeiro, também no Arrabalde, é agora chamado do Tabolado.

Após a expulsom dos Judeus, em 1496, aqueles que ficaram e os que se deslocaram (cristãos-novos) fixaram a sua atividade na Rua Direita (a segunda deste nome), cuja designaçom mais antiga é a de Rua dos Mercadores. O antigo Largo do Rossio era muito mais amplo do que o atual,  abrangendo às atuais Rua Heitor Correia de Matos, Largo de O Vilarealense e parte das ruas adjacentes, sendo primitivamente conhecido por Rua Escura.