Vila pertencente ao Berço galego com cerca de 3.500 habitantes situada na confluência dos rios Búrbia e Valcarce.
A origem desta vila está muito ligada à rede de hospitais criados por volta do Caminho de Santiago, mais concretamente ao assentamento em 1070 do mosteiro de Santa Maria de Cluniaco (pertencente à ordem do Cluny) para atender os peregrinos franceses. Destarte foi-se formando um burgo de Francos constituído por peregrinos franceses que ficavam nestas terras. Atraídos pola atividade comercial nessa altura estabelecer-se-iam também Judeus.
A primeira referência documental da presença judaica é do século XIII, conformando-se um importante núcleo judaico a partir de entom. Em 1175 o senhor da vila era Nuno Peláez delegando em três autarcas, entre os quais um judeu. Trata-se dum acontecimento muito inusual. Esta alfama também aparece ligada à alfama de Ponferrada em matéria tributária.
A Judiaria de Vila Franca está ligada à Rua da Água, rua de passagem de peregrinos. A comunidade judaica localizava-se na entrada e saída da vila, podendo referir-se que um dos assentamentos esteve no extremo sul desta, ao pé do castelo e da igreja de Santiago e também na saída, onde esta rua torna para a esquerda e toma a encosta de Samora rumo para a Galiza.
R. da Água na Judiaria de Vila Franca do Berço. |
A partir do édito castelhano de expulsom de 1492, alguns Judeus de Vila Franca viram-se envolvidos numha rede ilegal que tentava sacar os metais preciosos e joias dos expulsos, atividade interdita. Alguns Judeus fugiram polo porto da Corunha, outros por Portugal. Os que se converteram ao cristianismo no exilo regressaram, recuperando parte das suas tenças.
Seis anos antes do édito de expulsom, em setembro de 1486, os reis católicos criam o Marquesado de Vila Franca do Berço em favor do Conde de Benavente. Com esta medida os monarcas espanhóis removiam este território galego do Condado de Lemos como medida castigo pola oposiçom desta linhagem galega ao expansionismo castelhano.
Apesar das políticas assimilacionistas implementadas durante séculos, os populares de Vila Franca do Berço ainda conservam a o galego-português como língua de expressom.
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