Na sequência da ofensiva de setores do nacionalismo francês para apresentar os corsos como racistas (aproveitando o facto de na Córsega existir nalguns setores um sentimento nacional diferenciado à identidade francesa), umha associaçom judaica quer reconhecer que os corsos nom som racistas com respeito aos judeus.
A associaçom Homenagem às Povoações da França (HVF, siglas em francês), que reúne descendentes de famílias de judeus cujos membros foram salvados durante a Segunda Guerra mundial do extermínio, comunicou que a Córsega é o único território do Estado francês em que os judeus nom foram perseguidos. Nengum judeu, salvo um, capturado acidentalmente, foi deportado, apesar das ordens emanadas do chamado governo de Vichy, colaboracionista com o regime nazista.
O Jerusalem Post explica que um primeiro reconhecimento oficial da Córsega como terra de acolhimento e de salvaguarda dos judeus teve lugar em outubro de 2010 ao ser proposta pola antedita associaçom toda a ilha de Córsega. A proposta foi realizada perante a entidade judia Yad Vashem, a Autoridade de Recordaçom dos Mártires e Heróis do Holocausto, localizada em Israel, que tem por finalidade emitir um veredito oficial sobre os pedidos realizados pola HVF. Mas o Yad Vashem esclareceu em 2010 que as suas distinções de Justos entre as Nações eram dadas apenas a pessoas individuais nom judias que salvaram judeus durante o período do Holocausto arriscando as suas vida e que nom estava a estudar, como se tinha dito, a entrega dum mérito coletivo ao povo corso.
Agora a HVF tornou a cursar o seu pedido, especificando que quer referir-se concretamente à povoaçom de Canari, um dos referentes emblemáticos. A história também está recolhida num documentário emitido recentemente na França.
Embora a iniciativa tem os seus detratores, sobretodo pola generalizaçom que contém a solicitude e porque consta que na Córsega houve colaboradores com o governo de Vichy, diversos testemunhos, recolhidos em boa parte polo HVF, achegaram provas no sentido de que a solidariedade com os judeus foi esmagadora. Com a precisom que a solidariedade com os judeus nom representa umha excepçom, mas um caso entre muitos, demonstrativo de que os corsos sentem como partes integrantes do seu povo àqueles que com ele se identificarem, por sobre as próprias diferenças. Os judeus corsos eram considerados, simplesmente, corsos e como tais eram dignos da solidariedade absoluta perante qualquer açom que os discriminasse.
Umha atitude que responde a umha longa tradiçom. De facto, o ideólogo do independentismo corso, Pasquali Paoli, e o mesmo Napoleom Bonaparte, de origem corsa, eram favoráveis a dar um estatuto de cidadania plena a todos os judeus que moravam na Córsega, depois de ter-se exilado ao cabo das perseguições que sofreram na Europa desde o século XVI.
Cabe referir que, em 1915, por volta de 800 judeus expulsos da Palestina polos turcos aportaram em Bástia e em Ajácio foram acolhidos com mostras extraordinárias de bom acolhimento, lembra o jornal israelita. Um gesto compensado pola rapidez com que estes judeus se identificaram com os corsos.
Artigo tirado de NATIONALIA. Traduzido por CAEIRO.
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