segunda-feira, 6 de maio de 2013

QUEM SOM OS IMPERIALISTAS QUE PROMOVEM A GUERRA NA PALESTINA



O problema palestiniano nom se resolve de acordo com a soluçom dada pela ONU, e aceite polos povos judeu e árabe, porque os imperialistas anglo-saxões têm nesse país umha base importante para os seus planos de agressom e formas das suas fontes de abastecimento militar no Próximo Oriente. Isso proclamaram os imperialistas num estudo do Royal Institut Foreign Affair publicado em 1947 e intitulado "A Palestina e a Grã-Bretanha", em que se diz:

"Seja qual for o regime palestino, do ponto de vista das linhas de comunicaçom imperiais é tam importante quanto o Egito. Do ponto de vista estratégico é umha posiçom avançada no Leste. Além disso, é também o fim da conduçom de petróleo de Kirkuk e é um campo de aterragem de todas as companhias aéreas que vão para a Índia e além, e um ponto de partida através do deserto do Iraque".

Para a Inglaterra, a Palestina tem sido durante os seus 27 anos de mandato como qualquer outro país no seu império, objeto de pilhagem e exploraçom.

As principais posições económicas do país estám em mãos de capitalistas ingleses.

A riqueza mineral do Mar Morto, a maior da Palestina, é explorada pola Palestine Potash Company, umha subsidiária da Imperial Chemical Industries.

Outra empresa inglesa, a Consolidated Refieries Ltd explora a grande refinaria de Jaffa. E a Irak Petroleum Company e a Transarabian Oil Company têm o monopólio de instalar, especialmente no território da Palestina, oleodutos sem pagar quaisquer impostos e com direito a expropriar "terras, água ou qualquer outro material de construçom".

A importância do capital inglês na Palestina vem do fato de que em 1943 entre as duas empresas, a Palestine Postash Company e a Palestine Electric Corporation, possuíam os 40% de todo o capital industrial da Palestina.

A guerra monopólios ingleses abrange nom apenas as explorações industriais. Durante a guerra a casa inglesa Streel Brothers recebeu o monopólio para a venda de todos os tipos de alimentos.

Estes enormes interesses som que mandam na política do governo trabalhista inglês.

Mas nos últimos anos o imperialismo britânico viu-se forçado a aceitar um compromisso e a negociar umha nova distribuiçom de esferas de influência no Próximo Oriente, como noutros lugares com o imperialismo americano.

A posição geográfica da Palestina como base de agressom e expansom, e as suas jazidas de petróleo, interessam, também, aos trusts americanos. A penetraçom americana espalhou-se rapidamente. Os trusts petroleiros norte-americanos já controlam 40% do petróleo do Próximo Oriente.

Em 17 de março, o vice-presidente da ARAMCO (Arabian American Oil Company) declarou que ganhou o direito de construir oleodutos através da Palestina. Interessada ​​no problema da Palestina está também a Standard Oil de Rockefeller. E ligados a estes trusts, através de bancos de Wall Street, alguns funcionários do governo dos EUA, como o secretário da Defesa, James T. Forrestal e o ex-secretário de Comércio W. Averell Harriman, hoje administrador do Plano Marshall.

No 1º de maio os diretores da Standard Oil anunciavam novas e importantes explorações de petróleo no Próximo Oriente, "porque a paz do mundo depende em grande parte da disponibilidade de petróleo nessa área". Linguagem que indica o propósito de criar lá reservas para a agressom dirigida contra a Uniom Soviética.

Os interesses dos trusts ianques orienta, portanto, a política norte-americana, como os britânicos a inglesa.

E isso explica que, depois de os delegados americanos serem os autores da proposta à ONU de criar dous Estados independentes, árabe e judeu, os mesmos delegados tiveram de se corrigir porque isso significava abrir as portas a umha soluçom que bate com o plano dos monopólios para manter um regime de escravidom colonial na Palestina.

A história das relações entre árabes e judeus na Palestina desmente a propaganda imperialista. A colaboraçom entre árabes e judeus foi e é possível. Os trabalhadores e os sectores progressistas de árabes e judeus odeiam igualmente os imperialistas que os grandes capitalistas judeus que colaboram com eles os fazendeiros e feudais árabes corruptos.

Nom é por acaso que entre as forças que lutam entre as bandas de reaccionários árabes haja toda umha ninhada de fascistas da Europa e criminosos de guerra que atingiram o Próximo Oriente protegidos polos serviços anglo-americanos. Também nom o é que o chefe das forças de invasom da Transjordânia, o verdadeiro dono desse país, seja o espiom britânico Glubb Pasha.

Mas isso só põe em destaque mais fortemente que os povos árabe e judeu nom querem lutar uns contra os outros. Em mais dumha ocasiom uniram as suas forças para se enfrentar com os exploradores monopolistas. Desde 1943 umha série de greves ocorreram na Palestina, nas que lutaram lado a lado trabalhadores árabes e judeus. Estas greves têm vindo a aumentar ao longo deste período e nelas afirmaram-se os laços de solidariedade entre árabes e judeus.

Já em 1939 os elementos progressistas dos dous povos fundaram a "Fraternidade dos Trabalhadores", a fim de organizar os trabalhadores árabes e judeus no mesmo sindicato. O chamado ia assinado por trabalhadores e por intelectuais progressistas das duas raças. Mas as autoridades britânicas proibiram a organização e suspenderam o seu jornal.

Posteriormente, desde 1943 a 1947 ocorreram na Palestina umha série de greves levadas conjuntamente por árabes e judeus.

Em 1947, 40 mil operários participaram na greve organizada e conduzida polos sindicatos árabes e judeus: o Histraduth judeu, o Congresso de Operários Árabes e a Liga dos Trabalhadores Árabes. A luta contra as companhias petrolíferas Shell, Mantacheff e Socony Vacuum estava em perfeita solidariedade e unanimidade.

E algumhs dessas greves ocorreram em períodos de maior tensom nacional provocada polos imperialistas.

Essa é a realidade da situaçom na Palestina, onde os povos árabe e judeu anseiam por se libertarem da exploraçom dos monopólios e alcançar a sua independência nacional. E isso demonstrou-se recentemente com motivo do acordo da ONU, que foi recebido com entusiasmo por todo o povo palestiniano.

Os povos judeu e árabe viram nele o fim do mandato da Grã-Bretanha e o início dumha era de paz e independência. Os partidos progressistas judeus uniram-se para implementar o acordo. Nessa frente participava o Partido Comunista. A organizaçom progressista árabe lançou um chamado ao povo árabe para colaborar com os judeus e alertou as massas árabes contra a atividade dos líderes reacionários que, em colaboraçom com os imperialistas, tentariam destruir o plano.

Na Palestina a guerra é feita hoje polo imperialismo para continuar a escravizar os dous povos. A aplicaçom do acordo da ONU é de interesse de todos os democratas. Garante nom apenas o começo da independência dos povos árabe e judeu, mas também a preservaçom da paz ameaçada pola cobiça dos trusts monopolistas e as aventuras bélicas a que se entrega o imperialismo para exercer a sua hegemonia sobre o mundo.

O governo britânico enviou reforços para a Palestina


Com desrespeito dos acordos internacionais que estabeleciam a retirada das tropas britânicas da Palestina para 5 de maio, o governo inglês enviou reforços consideráveis para aquele território. Regimentos de infantaria e tanques, canhões e navios de guerra ingleses som enviados polo governo inglês para a Palestina "com a prioridade, -diz o Times de Londres-, a outros compromissos no Próximo Oriente". Do Chipre e da Malta já saíram para a Palestina vinte mil soldados ingleses.

Estas medidas som mais umha prova de que os imperialistas chegam mesmo a provocar umha guerra na Palestina para impor o seu regime colonial no país.


Nº 116 de Mundo Obrero - 6 de maio de 1948 - pág. 4

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