segunda-feira, 20 de maio de 2013

A POLÍTICA DA URSS E DOS EUA NA FUNDAÇOM DE ISRAEL: 1944 (II)


Junho
O Partido Republicano (PR) contempla numha resoluçom as solicitações do AZEC nos seguintes termos: "Para dar refúgio a milhões de homens, mulheres e crianças judaicas aflitos, tirados dos seus lares pola tirania, nós clamamos pola abertura da Palestina para a sua imigraçom irrestrita e para a posse da terra, a fim de que, de acordo com o total objetivo da Declaraçom Balfour, de 1917, e a resoluçom do Congresso de 1922, a Palestina possa ser constituída como um Estado livre e democrático. Nós condenamos a falha do presidente em insistir que o mandatário sobre a Palestina cumpra as medidas da Declaraçom de Balfour e o Mandato, enquanto ele pretende apoiá-los".


3 de julho
Depois de muitas hesitações, o governo britânico autoriza a criação dumha Brigada Judaica. Até entom as autoridades britânicas receavam de criar umha força de combate judaica temendo que se poderia tornar na base para umha revolta judia contra o domínio britânico.

Julho
O Partido Democrata (PD) inclui na sua plataforma o programa sionista. Nem tanto por engajamento, mas polo temor a perder os votos da comunidade judaica de Nova Iorque, estado tido como fundamental para ganhar as eleições e densamento habitado por judeus.

Antes da Convençom Democrata, Will Rosenblatt escreveu ao senador Wagner umha carta nos seguintes termos: "Todos nós sentimos que é extremamente importante que o programa para a Palestina seja incluído na plataforma Democrata... O fracasso em ter tal programa na plataforma Democrata pode ferir seriamente o Presidente [Roosevelt disputando a reeleiçom] no Estado de Nova Iorque, e pode mesmo causar ao senhor algum prejuízo, embora eu sinta que o senhor está mais a salvo no Estado. As chances do Presidente em Nova Iorque nom som tam boas quanto as suas...".

9 de agosto
O Congresso Mundial Judaico em Nova Iorque pede ao Departamento de Guerra o bombardeamento dos  fornos crematórios de Auschwitz.

14 de agosto
O Departamento de Guerra recusa o pedimento do Congresso Mundial Judaico relativamente à destruiçom dos campos de extermínio nazis.

Agosto
Durante um encontro com Nahum Goldmann, o embaixador soviético em México, K. Umanski, declarou que personalmente como “russo e judeu”, nom como embaixador, achava que este país apoiaria um estado judeu na Palestina.

Durante esse verão, o representante da Agência Judaica no Cairo, Eliahu Epstein, que teve vários encontros com o cônsul soviético Daniil Solod, teve a impressom de que Moscovo “quer saber mais sobre nós do que no passado”. Ele recomendou a Ben Gurion travar relações com  a URSS “mesmo se esses laços produziram até o momento magros resultados concretos”.

Os partidos democrata e republicano incluem nos seus programas políticos aprovados nas convenções celebradas nessa altura o programa sionista para as eleições legislativas e presidenciais desse ano.

Novembro
Um relatório do Departamento do Próximo Oriente para o Vice-comissário dos Negócios Estrangeiros, Vladimir Dekanozov, expressa o seguinte sobre a criaçom dum Estado judeu na Palestina:

“As organizações sionistas na Palestina estám a fazer todos os esforços para estabelecer ligações com as nossas missões no Próximo Oriente, contando que eles vam ganhar o apoio da URSS para a criaçom dum Estado judeu na Palestina. No entanto, dando esse apoio, sem dúvida, irá causar umha reaçom desfavorável da populaçom árabe, nom só na Palestina, mas em todos os outros países árabes. Além disso, os britânicos, levando em conta o recente assassinato de Lorde Moyne no Cairo nesta altura nom querem prometer nada que altere o estatuto atual da Palestina como território mandato. Nós temos interesses patrimoniais consideráveis ​​na Palestina, nomeadamente do antigo governo russo, a Missom Eclesiástica e a Sociedade Palestina, que deveriam ser devolvidos ao Estado soviético. A resoluçom bem sucedida desta questom só pode ser alcançada se a atitude britânica é favorável, umha vez que se encargaram desta propriedade no momento. Tendo em conta isto, nom seria muito proveitoso para nós nesta altura fazer quaisquer promessas de apoio aos judeus, que os ingleses tomariam como um movimento contra eles”.

Claramente, os soviéticos nom queriam dar um golpe no Império Britânico antes do final da guerra. No seu relatório, os diplomatas nom notam qualquer oposiçom ideológica ao sionismo, a sua posiçom era mais tática do que baseada em princípios.

Roosevelt (no poder desde 1932) é reeleito presidente dos EUA com o apoio de 90% da votaçom judia (53% do voto total).

18 de novembro
John J. McCloy, Assessor da Secretária de Guerra, explica a John W. Pehle, o diretor do Conselho de Refugiados de Guerra, recusando a autorizaçom por parte do Departamento de Guerra ao bombardeamento de Auschwitz, sob a seguinte razom: que o ataque desviaria o apoio aéreo para o esforço de guerra. Na sua comunicaçom, o Departamento também alega que o campo estava além do alcance máximo dos bombardeiros localizados na Grã-Bretanha, a França ou a Itália. [Mas] estas afirmações eram falsas: em julho de 1944, os Aliados iniciaram umha série de ataques aéreos na indústria de petróleo sintético da Alemanha, localizada na Alta Silésia perto de Auschwitz. Em 20 de agosto, 127 Fortalezas Voadoras deixaram cair milhares de quilos de explosivos nas áreas de fábrica de Auschwitz, que estavam a menos de cinco milhas das câmaras de gás. Três semanas depois, os EUA alvejaram essas mesmas posições. Desta vez, duas bombas acidentalmente cairam perto das instalações de matar e umha realmente danificou umha linha ferroviária que conduz às câmaras de gás.

28 Novembro
O Congresso norte-americano aprova umha resoluçom (depois de ser emendada) em favor da criaçom dum "Estado democrático" na Palestina do que é eliminada a palavra "judeu" e sobre a tomada por parte dos EUA das "medidas necessárias". Devido a isso, a resoluçom tornou-se inócua, descontentando os sionistas. Graças à colaboraçom de Sol Bloom, o presidente conseguiu negociar essas modificações, mas em seguida foi avaliado que a resoluçom seria aprovada facilmente no Senado, entom o governo teve de interferir, utilizando argumentos diplomáticos. 

Assim, o Departamento de Estado informou ao Comité de Relações Exteriores do Senado que a aprovaçom da resoluçom (a equivalente que fora apresentada concomitantemente na Câmara) seria imprudente, diante da situaçom internacional daquele momento. A resoluçom foi, entom, adiada. Os sionistas continuavam a ter dificuldades em arrancar um compromisso da Administraçom.

Fontes
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