1
de abril
O
Conselho de Segurança da ONU vota (com a abstençom soviética) umha proposiçom
americana que solicita umha trégua na Palestina e a convocatória dumha Assembleia
Especial destinada a reconsiderar o problema palestiniano.
Entre
dezembro de 1947 e janeiro de 1948 produzem-se 1.000 mortos e 2.000 feridos, duplicando-se os números até março. Estas estatísticas representam
umha média superior a 100 mortos e 200 feridos por semana.
3
de abril
Chegada
da primeira remessa de armamento checo a Beit Daras, pronta para o início dumha
grande ofensiva israelita. A seguinte remessa chegou nos finais de abril.
4
de abril
O
Haganah lança-se numha série de contra-ofensivas de grande envergadura contra
as forças irregulares árabes, em particular a Operaçom Nahshon.
Esta operaçom irá mostrar igualmente a má organizaçom palestiniana face a
guerra. Sem logística, mormente para o suprimento de alimentos e munições, os
árabes som incapazes de manter os combates mais dalgumhas horas fora das suas
bases permanentes.
5
de abril
Umha
multitudinária manifestaçom cidadã (mais de 100.000 pessoas segundo o NYT)
ocupa as ruas de Nova Iorque para protestar contra a reversom da posiçom do
governo dos EUA na partiçom da Palestina e exigir o regresso à posiçom oficial
de apoiar o Estado judeu. Os protestos espalham-se em 100 cidades de 14 estados
norte-americanos.
9
de abril
Fora
do quadro da operaçom Nahshon, 120 membros dum comando conjunto Irgun-Lehi massacram entre
100-120 pessoas em Deir Yassin, na sua maioria civis nom combatentes. Este
massacre suscita a indignaçom internacional, reportando a imprensa a morte de
254 pessoas. Porém, a imprensa soviética ignora os acontecimentos de Deir
Yassin.
O
efeito imediato do massacre e da propaganda mediática que se faz deste ato irám
desencadear e empurrar ao êxodo dos palestinianos. Umha outra consequência
importante é a repercusom no seio da populaçom árabe dos estados vizinhos, que
faz com que aumente a pressom sobre os seus dirigentes para se engajar na
batalha e ajudar os palestinianos.
Durante
o debate na ONU, os delegados soviéticos negam toda a responsabilidade de
Israel sobre o fado do povo palestino, encaminhando-a para a Grã-Bretanha e os
países árabes.
10
de abril
Novamente
Ismail Safwat solicita o envio imediato dos exércitos árabes para as fronteiras
da Palestina e alerta da necessidade de passar dumha política de ataques limitados para
operações de envergadura. Pola primeira vez, os dirigentes árabes discutem a eventualidade da sua intervençom na Palestina.
Enquanto
a Síria e o Líbano se declaram prontos a intervir imediatamente, o rei Abdallah
rejeita a intervençom aberta das forças da Legiom Árabe em favor dos
palestinianos, nessa altura já sobre o terreno. Indignado, o secretário geral
da Liga, Azzam Pacha retorque que o emir jordano se limita a ceder ao diktat
britânico. Finalmente, Abdallah engaja-se a apoiar os palestinianos após o 15
de maio. Em resposta, a Síria teima em que o exército egício participe
igualmente e, apesar da oposiçom do seu primeiro-ministro, o rei Faruk responde
favoravelmente.
Mais
tarde, depois da visita de vários líderes palestinianos a Amman e apesar da
oposiçom do Mufti Hadj Amin al-Husseini e da Síria, Azzam Pacha aceita a
proposta de Abdullah e envia Ismail Safwat a Aman para organizar a coordenaçom
do ELA e da Legiom Árabe. Decide-se que o comando das operações seja devolvido a
Abdullah e que os iraquianos iriam desdobrar umha brigada em Transjordânia para
preparar a intervençom de 15 de maio. Abdallah teria assim as mãos livres na
Palestina.
11
de abril
Eddie
Jacobson, amigo do presidente Truman, entra na Casa Branca despercebido polo
Portom Leste e encontra-se com Truman. Jacobson lembra deste encontro:
"Ele reafirmou, muito fortemente, as promessas que tinha feito ao Dr.
Weizmann e a mim, e ele deu-me permissom para contar Dr. Weizmann isso, o que
eu fiz. Foi nessa reuniom que eu também discuti com o presidente sobre matéria
vital de reconhecer o novo Estado, e concordou nisso com todo o coraçom”.
23
de abril
Por
telegrama, o Presidente Truman, anuncia que o seu governo reconheceria o Estado
de Israel tam logo fosse proclamado.
É
assinado o primeiro contrato de compra dos caças Avia S.199 incluindo dez
aviões. Um mês depois foram comprados outros 15, elevando o número de aviões
até 25 com a intençom de comprar mais. O sistema económico da Checoslováquia
estava passando por mudanças de nacionalizaçom, o que causou um pequeno atraso
nas negociações.
26
de abril
O
emir Abdullah anuncia oficialmente ao parlamento transjordano “a sua intençom
de ocupar a Palestina”, apelando para “os judeus se colocarem sob a sua
jurisdiçom, prometendo proteger as suas vidas”. O Yichuv percebe este anúncio
como umha declaraçom de guerra e incita à diplomacia ocidental para pressionar
o rei para impedir a intervençom.
30
de abril
O
rei Abdallah recebe o título de Comandante em Chefe e o general iraquiano Nur
al-Din Mahmud o título de Chefe do Estado maior árabe, mas ele está persuadido
de que cada exército árabe aja de maneira independente sobre o terreno.
Por
enquanto, no final de abril, oficiais do Haganah e da Legiom Árabe puseram-se
de acordo para evitar confrontos diretos entre entre as duas forças.
10
de maio
Golda
Meyerson e Ezra Danin reúnem-se secretamente em Amã com Abdallah para discutir
a situaçom. A posiçom do rei árabe é difícil. Por um lado, as suas ambições
pessoais, as promessas feitas em novembro aos judeus e a pressom britânica a
luz verde para a anexaçom da parte árabe da Palestina, e à nom intervençom
contra o futuro Estado de Israel. Por outro lado, a pressom popular, em
resposta ao massacre de Deir Yassin, o êxodo palestino e os seus acordos com
outros membros da Liga Árabe empurram-no a se envolver mais na guerra. Ele
também tem umha posiçom de força, pois conta com o apoio militar britânico,
bem como da Liga Árabe.
Os
libaneses anunciam que eles nom participariam nas operações militares.
12
de maio
Na
sessom do Conselho de Segurança da ONU, Andrei Gromyko, representante da
URSS, perante a situaçom na Palestina declarou: “A delegaçom da Uniom Soviética
nom pode deixar de exprimir o seu pavor pola posiçom que os países árabes
adoptaram na questom Palestina; todos ficamos surpreendidos ao ver esses
estados, ou polo menos alguns deles, recorrerem às armas e entregarem-se a
operações militares a fim de reprimir o movimento de libertaçom nacional que
nasce na Palestina”.
O presidente
Truman reúne-se no Salom Oval com o secretário de Estado George Marshall, o
subsecretário de Estado Robert Lovett, o Conselheiro do Presidente Clark
Clifford e vários outros altos funcionários para discutir a situaçom na
Palestina. Clifford argumenta em prol de reconhecer o novo Estado judeu
consoante a resoluçom das Nações Unidas de 29 de novembro de 1947. Ele, que
estava em constante contato com as lideranças democratas, estava convencido de
que o recuo derrotaria Truman nas eleições presidenciais desse ano. Marshall opõe-se aos
argumentos de Clifford, afirmando que estes som baseados em considerações
políticas internas. Ele diz que se Truman seguisse o conselho de Clifford e
reconhecesse o Estado judeu, entom ele (Marshall) votaria contra Truman nas
eleições. Truman nom indica claramente seus pontos de vista na reuniom.
Nos
dous dias seguintes o Conselheiro Clark Clifford e o subsecretário de Estado
Robert Lovett discutem os diferentes pontos de vista defendidos na Casa Branca
e o Departamento de Estado sobre se os Estados Unidos deviam reconhecer o
Estado judeu. Lovett refere a Clifford em 14 de maio que Marshall nem vai
apoiar nem opor-se ao plano de Truman de reconhecer o Estado judeu, e que ele
vai ficar fora de toda a questom.
A
teor do acordo de ajuda militar, inicia-se em Olomouc (Checoslováquia) um
programa de formaçom para umha centena de cadetes de voo israelitas. Depois de nove dias de treino na Académia
Aérea Checa de Hradec Kralove num curso avançado, cinco pilotos israelitas
estavam qualificados qualificados para regressar a Israel e pilotar os caças
Avia S.199. Dos vinte judeus que realizaram o curso, apenas 13
receberam as suas "asas". Porém, para Israel este curso em particular
nom era muito essencial, já que as forças israelitas contavam com pessoal
treinado pronto para pilotar aviões.
13
de maio
Chaim
Weizmann escreve a Truman: “Eu espero profundamente que os Estados
Unidos, que sob a sua liderança tanto se tem feito para encontrar umha soluçom
justa [a situaçom da Palestina], será prontamente reconhecer o Governo
Provisório do novo Estado judeu. O mundo, eu acho, vai considerar como
especialmente apropriado que a maior democracia existente seja a primeira a
receber à mais nova na família de nações ".
14
de maio
11:30h
nos EUA: O Presidente Truman recebe na Casa Branca Elihu Epstein, representante
da Agência Judaica em Washington, quem lhe apresenta umha notificaçom formal
de que, no mesmo dia, às 18:01h (horário de Washington), Israel nasceria,
expressando-lhe a esperança de que o seu reconhecimento pudesse ser garantido.
0h
(18h nos EUA): concidindo com a expiraçom do Mandato Britânico para a
Palestina, o primeiro-ministro do Governo Provisório judeu lê a Declaraçom de
Independência que proclama a existência dum Estado judeu “em virtude do
direito natural do povo judeu e da
resoluçom das Nações Unidas, proclamamos a criaçom do Estado judeu da Palestina, que tomará o nome
de Israel”.
O
estado emergente ainda nom é reconhecido polas nações do mundo. Todo é
feito de forma rápida e secretamente, meticulosamente planeado por David Ben
Gurion.
Após
a Declaraçom as multidões na Palestina judia saem às ruas e dançam toda a noite, assim como
fizeram na noite da votaçom da partiçom da ONU.
0:11h
(18:11 nos EUA): Os EUA reconhecem “de facto” Israel com a seguinte declaraçom:
“Este governo foi informado que um Estado judeu foi proclamado na Palestina, e
o seu reconhecimento foi solicitado polo seu governo provisório. Os EUA
reconhecem o governo provisório como a autoridade de facto do Estado de
Israel”.
Logo
a seguir, Warren Austin, o representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas
que se inteira desta notícia polos noticiários, deixa o seu cargo nas Nações
Unidas e vai para casa. O Secretário de Estado, G. Marshall, envia um
funcionário do Departamento de Estado para as Nações Unidas a fim de evitar a
renúncia de toda a delegaçom dos Estados Unidos.
O
representante de Cuba comenta ironicamente que os representantes da Polónia e
da URSS pareciam mais bem informados dos eventos de Washington do que a
delegaçom americana na ONU.
15
de maio
Final
do Mandato britânico sobre a Palestina.
Os
Estados Árabes emitem a sua resposta à declaraçom de independência do Estado
judeu e os exércitos regulares do Egito, Síria, Transjordânia, Líbano e Iraque
atacam Israel.
Os
egípcios invadem a planície costeira, alvejando Telavive. Amargas
batalhas som travadas ao longo do comprimento da frente egípcia,
surpreendendo os egípcios com a força e a intensidade da resistência
israelita. A planeada marcha sobre Telavive passou mais lentamente do que esperado, o que deu tempo às forças israelitas para se reagrupar na frente
central. Perto de Ashdod a coluna egípcia foi detida e cercada.
O
exército sírio ataca Degania no norte, mas é rejeitado numha batalha. Porém,
consegue conquistar a área de Mishmar Hayarden. Os libaneses invadem a área
de Malquias.
O
exército jordano e a Legiom Árabe do major Glubb consegue isolar Jerusalém dos
assentamentos vizinhos. O emir Abdallah finalmente resigna-se à guerra por
razões regionais e internas, nom para anular a divisom da Palestina, mas para
moldá-la ao seu gosto, pois desejava ardentemente anexar-se a parte da
Palestina atribuída pola ONU ao estado árabe palestiniano, se possível o
deserto do Neguev e, acima de todo, Jerusalém.
A
Liga Árabe justifica a intervençom armada na Palestina para garantir a
segurança e o direito à autodeterminaçom da sua populaçom, enquanto Azzam Pacha,
Secretário Geral da organizaçom, declara no Cairo: “esta guerra será umha
guerra de extermínio e um grande massacre, do que se irá falar como daqueles
cometidos polos Mogóis e os Cruzados”.
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