4 de janeiro
O Comité de Inquérito Anglo-americano inicia os seus trabalhos.
Janeiro
As
autoridades britânicas do Mandato reconhecem o Alto Comité Árabe promovido pola
Liga Árabe em cuja chefia irám colocar um criminoso de guerra nazista, Amin
al-Husayni, o Mufti de Jerusalém.
Numha
nova conferência sionista, os nacionalistas judeus concordam em aceitar apenas umha parte
da Palestina histórica na hipótese de que umha proposta razoável fosse feita e
apoiada polos EUA.
20
de abril
O
Comité de Inquérito Anglo-americano dá a conhecer o seu relatório que recomenda
a autorizaçom imediata polos britânicos da admissom de 100.000 judeus na
Palestina.
Durante os seus trabalhos, o Comité realizou audiências em Washington ouvindo os testemunhos de lideranças
sionistas e árabes e, posteriormente, dirigiu-se aos campos de refugiados da
Europa. Conforme era desejo da OMS, a soluçom ao problema dos refugiados judeus
na Europa foi vinculado ao da Palestina.
O
Comité enfaticamente defende a soluçom binacional com um governo independente
e democrático com representaçom igual e nom proporcional. Contrariando as teses
sionistas, o comité reconheceu que a independência era impossível naquele
momento e sugeria que o Mandato fosse transferido para a ONU, para além da
entrada imediata dos refugiados judeus. Esse resultado foi unânime.
Quando
o relatório foi apresentado ao Governo britânico, o primeiro-ministro Attle
requisitou a Truman assistência militar e financeira como condiçom para tomar
algumha decisom contida no relatório.
Truman
consultou o Estado Maior, que o aconselhou contra qualquer açom que envolvesse
tropas americanas e avisou que o uso da força prejudicaria os interesses
anglo-americanos no Próximo Oriente, portanto, tornando possível à URSS ganhar
espaço. As pressões da URSS sobre a Turquia e o Irám nessa altura deram um
fundamento real ao aviso.
Os
sionistas protestam contra esse relatório, apoiando apenas os ítens que diziam respeito à imigraçom. Além disso, retorquiram que o Império britânico tinha
muitos milhares de tropas na Palestina e poderiam controlar a situaçom sem
necessidade da intervençom militar americana.
8
de maio
O
Presidente Truman escreve ao primeiro-ministro Attle citando o relatório do
Comité de Inquérito Anglo-americano e expressando a sua esperança de que os
britânicos começassem a levantar as barreiras à imigraçom judia para a
Palestina.
22
de maio
Fim
do domínio britânico sobre o semiautônomo Emirado da Transjordânia, regido polo
príncipe hachemita Abdullah desde 1922.
25
de maio
O
emirado da Transjordânia torna-se independente como Reino Hachemita da
Transjordânia. O novo estado trava um tratado especial de defesa por um período
de 11 anos com o Reino Unido.
11
de junho
Truman
anuncia a decisom de criar um Comité do Gabinete (integrado polos Secretários
de Estado, Defesa e Tesouro) a fim de o aconselhar sobre a melhor política a
tomar em relaçom ao Comité de Inquérito.
12
de junho
O
governo britânico recusa a entrada dos 100.000 refugiados judeus recomendados
pola Comissom Anglo-Americana sobre os Refugiados.
Entre
6 de julho de 1945 e agosto de 1946 por volta de 200.000 judeus polacos abandonam
a URSS. Segundo as autoridades soviéticas, apesar da oposiçom da hierarquia do
Partido Comunista polaco, a repatriaçom permitiria a reconstruçom da Polónia.
Porém, a imensa maioria desses refugiados judeus fugiram para os campos de
pessoas desalojadas na Áustria e Alemanha.
Essa
emigraçom em massa das áreas sob controlo do Exército soviético nom teria sido
possível sem o acordo explícito ou tácito da Uniom Soviética. Um relatório do
tenente-general Golubev remetido para o MID confirma que esses movimentos
migratórios foram cuidadosamente seguidos por Moscovo. O relatório indica que
os soviéticos estavam cientes de que os judeus polacos queriam viajar para a
Palestina através da Checoslováquia, a zona soviética da Áustria e da zona
americana de ocupaçom da Alemanha. Mesmo 40 funcionários do MID remeteram essa
informaçom para o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros V. Dekanozov
recomendando que nengum diplomata soviético "se deve envolver nos assuntos
que têm a ver com a saída de judeus para a Palestina."
O
incremento de populaçom dos campos de pessoas deslocadas (CPD) sob controlo
aliado precisava dumha soluçom. Enquanto as portas dos Estados Unidos ainda
estavam fechadas à emigraçom em massa, esses sobreviventes do Holocausto nom
tinham outra escolha que ir para a Palestina. Enquanto Washington favorecia
essa soluçom, Londres rejeitava-a para nom se indispor com o mundo árabe, situaçom
altamente desejável para o Kremlin desempenhar o seu jogo favorito de dividir
as “potências imperialistas”.
Apesar
do facto de a URSS manter-se oficialmente hostil à emigraçom maciça de judeus
para a Palestina, na verdade, Moscovo contribui para o aumento de judeus nos
CPD, apesar da vaga antissemitismo existente na Polônia, a destruiçom das suas
casas e a perda das suas famílias. Do ponto de vista do governo polaco,
ajudando os judeus a imigrar para um Estado judeu eliminaria a necessidade de
lidar com as reclamações dos judeus que retornaram à Polônia polas suas
propriedades, agora nas mãos dos polacos. O suporte polaco ao estabelecimento
dum Estado judeu na Palestina também foi devido ao facto de as autoridades
comunistas polacas procurarem a legitimidade e apoio internacional, em especial
para as fronteiras polacas do pós-guerra, esperavam que a Agência Judaica e o
futuro Israel poderia pressionar os Estados Unidos em nome do governo polaco.
Assim,
a URSS iria desempenhar um papel decisivo na questom da Palestina, tal como reconheceu
nessa altura David Wahl, líder sionista americano, numha carta ao rabino Silver:
"Revendo a minha experiência do passado ano e meio com o problema das
pessoas deslocadas, tenho de referir com toda a justiça que foi a cooperaçom do
governo soviético em repatriar muitos milhares judeus polacos o que tornou
possível passar na Alemanha dumha populaçom nos CPD de 70.000 pessoas para
quase um quarto de milhom, no momento presente. E, certamente ninguém pode
negar que a pressom dessa ampla populaçom judia nos CPD é dum valor inestimável
para a causa sionista em relaçom ao aumento da imigraçom para a Palestina e
construçom dumha maioria judia na Palestina”.
21
de junho
Um
relatório dos Responsáveis Conjuntos à Comissom de Coordenaçom do
Estado-Guerra-Marinha adverte que se os Estados Unidos usassem a força armada
para apoiar a implementaçom das recomendações do relatório da Comissom
Anglo-Americana de Inquérito, a Uniom Soviética poderia ser capaz de aumentar o
seu poder e influência no Próximo Oriente e o acesso dos EUA ao petróleo do
Próximo Oriente poderia ser prejudicado.
Meados
1946
Os
agentes do Mossad, abrem negociações com as autoridades romenas, em particular
com Ana Pauker (líder oficiosa do Partido Comunista Romeno de origem judia), a
fim de obter um consentimento para a umha emigraçom judaica em larga escala.
Bucareste concordou em permitir que 50 000 judeus deixassem o país a condiçom
de que os emigrantes desistissem das suas propriedades e do seu dinheiro. Além
disso, o Mossad teve que pagar um “imposto” para cada judeu que abandonasse a
Roménia.
29
de junho
Os
britânicos lançam uma grande operaçom em toda a Palestina contra a insurgência
sionista a fim de dissuadir as organizações do MRH (Haganah, Palmah, Lehi e
Irgun) de retomar novos ataques contras tropas e funcionários britânicos, bem como impedir a proclamaçom unilateral dum Estado judeu.
Som
prendidas mais de 1000 pessoas, incluindo o presidente em exercício da Agência
Judaica (Ben Gurion estava fora do país), JC Fishman, e Moshe Shertok.
Documentos da Agência também foram apreendidos. Até o início de julho, 2.718
judeus foram presos, vitimando 4 pessoas e ferindo outras 80.
Embora
um sucesso, a operaçom, conhecida de “Black Sabbath” ou “Operaçom Agatha”,
desencadeou ecos do Holocausto nas mentes de muitas pessoas e os atos cometidos
por soldados britânicos foram, por vezes, vistos por alguns como semelhantes
aos dos nazistas. Umha minoria entre as tropas britânicas exacerbou a situaçom,
gritando "Heil Hitler", rabiscando suásticas nos muros e referindo-se
a câmaras de gás durante a realizaçom de pesquisas Em consequência, a Yishuv
tornou-se menos pronta a criticar as ações da resistência judia.
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