Sofia Afonso Ferreira
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A autora Sofia Afonso Ferreira 📸 Público Miguel Manso |
É mais fácil apelar às emoções do que apresentar factos. A crise da comunicação social internacional tem-se agravado nos últimos anos, particularmente na cobertura do conflito entre Israel e Gaza.
Muitos órgãos de comunicação, incluindo grandes agências como a BBC, a CNN e o The New York Times, têm disseminado propaganda ao apresentarem narrativas enviesadas que favorecem a perspetiva do Hamas, uma organização terrorista.
A erosão da imparcialidade jornalística deve-se aos factos serem subjugados a agendas ideológicas, apelando mais às emoções do público do que à verificação rigorosa, pilar central do jornalismo esquecido.
No contexto do conflito, a crise manifesta-se na aceitação acrítica de informações provenientes de fontes controladas pelo Hamas, perpetuando desinformação que influencia a opinião pública global e políticas internacionais.
Um dos exemplos mais flagrantes é a publicação de números de óbitos fornecidos pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, como se fossem factos incontestáveis.
Estes números, que ultrapassam os 50 mil mortos segundo relatórios recentes, são frequentemente citados sem nenhum jornalista questionar, apesar de evidências de manipulação. O ministério inflaciona os números de civis, especialmente mulheres e crianças, para maximizar o impacto emocional e demonizar Israel, enquanto minimiza as mortes de terroristas do Hamas.
Estudos independentes, como os publicados pela Henry Jackson Society, revelam inconsistências técnicas e remoções silenciosas de milhares de nomes das listas de vítimas, sugerindo uma fabricação deliberada para fins de propaganda.
Embora alguns relatórios da ONU e do The Lancet considerem os dados do ministério como geralmente fiáveis ou até subestimados, análises mais profundas indicam o contrário.
Por exemplo, a ONU reduziu para metade as suas estimativas de mulheres e crianças mortas em Gaza, alinhando-se com críticas de que os números iniciais eram exageradas. Esta discrepância destaca como a comunicação social internacional, ao não escrutinar estas fontes, contribui para uma narrativa distorcida que ignora o uso do Hamas de civis como escudos humanos e a sua estratégia de guerra assimétrica.
Apelar às emoções através de imagens gráficas e estatísticas não verificadas é mais fácil do que apresentar factos equilibrados, perpetuando um ciclo de desinformação.
Outro aspeto alarmante é o caso de jornalistas mortos supostamente por Israel que, segundo as forças israelitas, eram também membros ou afiliados de grupos terroristas como o Hamas.
Desde o início do conflito, mais de 200 jornalistas foram mortos em Gaza, mas muitos deles não eram meros repórteres, mas operativos do Hamas disfarçados. Esta acusação levanta questões sobre a dualidade de papéis, onde indivíduos credenciados como jornalistas participam em atividades terroristas, usando o estatuto mediático como cobertura.
Organizações como o Comité para a Proteção de Jornalistas condenam estas mortes, mas evidências apresentadas por Israel, incluindo documentos e salários pagos pelo Hamas, suportam as alegações em vários casos.
Casos recentes ilustram esta controvérsia, como o de Anas al-Sharif, um jornalista da Al Jazeera morto num ataque aéreo israelita em agosto de 2025, juntamente com quatro repórteres. Israel afirma que al-Sharif era o chefe de uma célula terrorista do Hamas, responsável por ataques com rockets e recebendo salário da organização.
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O repórter al-Sharif nunca ocultou o seu militantismo no HAMAS |
Outros jornalistas como Ismail al-Ghoul, morto em julho de 2024, foram identificados pelas Forças de Defesa de Israel como membros militares do Hamas.
Estas mortes geram indignação global, mas sublinham a complexidade do conflito, onde a linha entre jornalismo e terrorismo se esbate, e a comunicação social ignora estas alegações para manter a narrativa de vítima do Hamas.
Em particular, o caso do refém Shlomi Ziv expõe a cumplicidade de alguns jornalistas com o terrorismo. Ziv, resgatado em junho de 2024 durante uma operação israelita em Nuseirat, foi mantido em cativeiro na casa de Abdallah Aljamal, um jornalista afiliado à Al Jazeera e ao Palestine Chronicle, que também servia como operativo do Hamas. Aljamal e a sua família foram mortos na operação, mas revelações subsequentes confirmaram que ele detinha Ziv e outros reféns (Almog Meir Jan e Andrey Kozlov) no seu lar, misturando o papel de repórter com o de captor.
Este caso não só demonstra como o Hamas utiliza civis e jornalistas para fins militares e actos de terrorismo, mas também questiona a credibilidade de órgãos como a Al Jazeera, acusados de empregar indivíduos ligados a organizações terroristas, preferindo sempre apelar às emoções em detrimento dos factos.
Fonte: X
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