domingo, 17 de novembro de 2024

O REGRESSO DE TRUMP E O VOTO DISPUTADO DOS JUDEUS

 Com o seu movimento MAGA (Make America Great Again), Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos em 6 de novembro de 2024, derrotando a vice-presidenta Kamala Harris por 53 votos eleitorais.


Ele tornou-se o segundo presidente na história dos EUA eleito para mandatos nom consecutivos depois do ex-presidente Grover Cleveland (reeleito em 1893). Ele também foi projetado para se tornar o primeiro republicano em duas décadas a garantir o voto popular nas eleições presidenciais dos Estados Unidos.

Os Republicanos do Movimento MAGA ganharam o controlo da Casa Branca, Senado e Câmara dos Representantes (e contam com maioria 6-3 no Supremo Tribunal)

A recente eleiçom americana trouxe à tona algumhas reflexões sobre o voto da comunidade judaica dos Estados Unidos. 


A comunidade judaica americana tem umha longa tradiçom de apoio ao Partido Democrata. Segundo a Jewish Virtual Library, Trump obteve 30% dos votos judaicos em 2020 e 24% dos votos judaicos em 2016. Perante as eleições de 2024 os inquéritos apontavam para um novo alinhamento no voto judaico, atingindo o voto no MAGA por volta de 40%.


Trump, Israel e os Judeus

Durante a campanha Donald Trump lançou mensagens muito fortes para aliciar o voto da comunidade judaica:

> “Israel deve atacar as instalações nucleares do Irão. Essa é a maior ameaça que temos. Ataque as instalações nucleares e preocupe-se com o resto mais tarde.”

> "Apoiarei o direito de Israel de vencer a sua guerra contra o terrorismo. Deve ser apoiado. Deve ser vencido. Deve acabar. E em vez de agradar aos simpatizantes da jihad e aos radicais que odeiam a América, iremos deportá-los. Iremos deportá-los muito rapidamente. Nom temos outra opçom".

> “Na minha primeira semana de regresso ao Salom Oval, a minha administraçom informará todos os reitores que, se nom acabarem com a propaganda antissemita, perderão a sua acreditaçom e o apoio dos contribuintes federais.”

> “Nom subsidiaremos a criaçom de simpatizantes do terrorismo e certamente nom o faremos em solo americano. Em seguida, informarei todas as instituições de ensino do nosso país que, se permitirem violência, assédio ou ameaças contra os alunos judeus, as escolas serão responsabilizadas por violações da lei dos direitos civis.” 

O candidato Trump tentou aliciar o voto judaico 

Antes das eleições um inquérito do centro de estudos Manhattan Institute assinalava que Kamala Harris iria receber a maior parte dos votos judeus (+36% a respeito de Trump). Segundo o estudo, apesar da tradicional identidade democrata, os Judeus estavam a manifestar mais inquietaçom polo crescente antissemitismo no Partido Democrata que dentro do Partido Republicano, assinalando que a "segurança, Israel e o antissemitismo" eram os tópicos mais fracos de Harris comparada com Trump. "É provável que muitos judeus se incomodem com a tolerância dos democratas face as vozes que criticam Israel em termos extremos, como qualificar o Estado judeu de genocida", o que se evidencia polo facto de 95% dos Judeus apoiarem Israel.

Segundo a sondagem, Kamala Harris contaria com apoio maioritário dos filiados e nom confessionais (+45%), seguida polos votantes judeus conservadores (+14%) enquanto os judeus ortodoxos seriam favoráveis a Trump em +18%.

Assim sendo, num evento de campanha Trump zombou das sondagens que mostravam que os democratas ganhavam o voto judaico por 60%, o que ele atribuiu ao facto de o Partido Democrata amaldiçoar os judeus. “40% nom é aceitável porque temos umha eleiçom para ganhar”, disse Trump.

> “Estive lá quatro anos, dei-lhes milhares de milhões de dólares. Fui o melhor amigo que Israel já teve, e ainda em 2020, agora, fiz todas estas cousas, por isso agora o povo judeu nom tem desculpa”.

> “Infelizmente, e tenho de dizer isto, e custa-me dizer isto, ainda vai votar nos democratas e isso nom faz sentido” 

> “Digo a toda a hora que qualquer judeu que vote nela, especialmente agora, nela ou no Partido Democrata, deve examinar a cabeça.”

Trump nom concebe a ligaçom dos judeus americanos aos valores democratas 

A maioria dos Judeus norte-americanos votou nos democratas

Por todo isto, esperava-se que o pleito de 2024 registasse um aumento de votos dos Judeus para o Trump. Porém, a maioria dos Judeus americanos ainda escolheu maioritariamente o Partido Democrata e a Vice-Presidenta Kamala Harris.

Se bem que algumhas sondagens à boca de urna apontavam para umha maioria esmagadora do voto judaico no Partido Democrata, outros inquéritos pós-eleitorais e fontes sugerem um aumento de votos para Trump, o que colocaria umha mudança significativa que levanta muitas questões. 

> Sondagens à boca de urna

CNN

78% de Judeus votaram no Partido Democrata contra 22% no Trump.

88% das mulheres judias apoiaram Kamala Harris contra 12%

71% dos homens judeus apoiaram Kamala Harris contra 19%


NBC News

79% de Judeus norte-americanos votaram no Partido Democrata contra 21% em Trump.


> Sondagens pós-eleitorais

7/11/2024: GBAO Strategies para J-Street (mostra de 800 eleitores judeus) 

71% de Judeus votaram em Harris contra 26% no Trump

75% de Judeus votaram em Harris na Pensilvânia contra 23% no Trump apesar das reivindicações e de um investimento republicano significativo no estado.

8/11/2024: Inquérito da Fox News

66% de Judeus votaram em Harris contra 32% em Trump

15/11/2024: Instituto Eleitoral Judaico/Mellman (mostra de 1.093 eleitores judeus)

71% de Judeus votaram em Harris contra 26% no Trump

Entre os eleitores ortodoxos Trump teria obtido 74% contra 22% de Harris.

48% de todos os eleitores judeus disseram que Trump apoiará mais Israel do que Biden.

De acordo com a sondagem, Trump teve um melhor desempenho entre os eleitores judeus que pensavam que Harris apoiaria menos Israel do que Biden.

Kamala Harris recebeu em 2024 o apoio maioritário dos Judeus norte-americanos

No dia 8 de novembro o JDCA (Conselho Democrata Judaico da América) divulgou umha declaraçom política afirmando que a maioria esmagadora do voto judaico foi para os democratas.

Esta semana foi penosa. Ao lado de muitos de vós, colocámos o nosso coraçom nestas eleições e os resultados são devastadores. Mas nem tudo estava perdido. A JDCA realizou um trabalho notável –garantimos que o voto judaico nom influenciava Trump ou os republicanos– e estamos a aprender com as derrotas e a saborear as vitórias.

À medida que analisamos os dados eleitorais e consideramos o que correu bem e o que correu mal, umha cousa é certa: o voto judaico manteve-se forte para Kamala Harris e os Democratas. Na verdade, o voto judaico representou um dos poucos segmentos do eleitorado onde Donald Trump nom conseguiu fazer incursões significativas, apesar dumha campanha sem precedentes de gastos do Partido Republicano, desinformaçom e outros esforços dirigidos aos Judeus americanos.

Os Judeus americanos votaram esmagadoramente nos democratas. Os números simplesmente nom eram suficientemente próximos para alterar o resultado das eleições presidenciais. 

Há muitas sondagens à saída que demonstram elevadas percentagens de eleitores judeus a apoiar Kamala Harris –esta sondagem à saída da CNN/Edison indica que 78% dos eleitores judeus apoiaram Kamala Harris, enquanto 22% apoiaram Donald Trump. De acordo com esta sondagem, 88% das mulheres judias e 71% dos homens judeus apoiaram Kamala Harris em vez de Trump.

A sondagem metodologicamente mais sólida sobre o voto dos judeus, ponderada de acordo com os padrões da Pew Polling para os eleitores judeus e conduzida pola sondagem da GBAO em nome da J Street, indica que 71% dos eleitores judeus apoiaram Kamala Harris e 26% apoiaram Donald Trump (75% contra 23% na Pensilvânia). Isto é consistente com a sondagem de outubro da JDCA, que indicava que mais de sete em cada dez eleitores judeus apoiariam Harris – graças aos nossos esforços, assim o fizeram.

Numha mensagem encaminhada à comunidade judaica: O nosso trabalho nom termina com esta eleiçom. A segurança dos judeus americanos depende da segurança da democracia americana e vamos continuar a lutar por ela. Para juntar-se a nós e apoiar a JDCA hoje, considere investir ou aprofundar o seu investimento– nos nossos esforços contínuos.


Os Judeus são culpados

Perante a tentativa de tornar retroativamente o Estado Judeu como bode expiatório para a derrota democrata (referida num artigo publicado polo NYT) o filósofo Bernard Henri-Levy referiu que "a verdade é que os EUA estão a tornar-se num país onde os Judeus estão protegidos, mas com condições. Para uns, com a condiçom de votarem nos republicanos. Para outros, na condiçom de votarem nos democratas (ou, polo menos, de se distanciarem de Israel). Mas a ideia de apoio incondicional está gradualmente a desaparecer do cenário ideológico". Porém, foram eleitos até 318 candidatos sionistas apoiados polo comité de açom política pro-Israel (AIPAC).

Para a Stop Antisemitism foram os radicais antissemitas e anti-americanos que custaram aos democratas tanto a Pensilvânia como a Casa Branca. Em vez de EVITAR estes radicais e escolher um orgulhoso governador judeu com uma taxa de aprovaçom de 50% como o seu companheiro de candidatura, Harris envolveu-se com os radicais, agradou-os, abraçou-os e, finalmente, Harris perdeu com eles.


O voto dos Judeus de Nova Iorque

A cidade de Nova Iorque alberga a maior comunidade judaica do mundo fora de Israel (960.000) e tem hoje o segundo maior número de Judeus numha área metropolitana (1.372.000), atrás de Telavive, em Israel.

Quase 1,4 milhões de pessoas na área da Grande Nova Iorque foram identificadas como judias em 2023, de acordo com um estudo da Federaçom de Nova Iorque da UJA, abrangendo os cinco distritos da cidade de Nova Iorque (Manhattan, Brooklyn, Queens, Bronx e Staten Island), bem como os condados de Nassau, Suffolk e Westchester.

Um em cada dous Judeus da Cidade de Nova Iorque mora no distrito de Brooklyn (48,1%), seguido por Manhattan (28,9%) e Queens (15,6%).

Há quase tantos Judeus neste momento em Brooklyn (462.000) do que em qualquer outro lugar do mundo, incluindo a cidade de Telavive (423.755). Os Judeus constituem 16,9% da populaçom do distrito, localizando-se os principais centros em Crown Heights, Boro Park e Williamsburg

Em Manhattan a comunidade judaica representa 16,3% da populaçom do distrito e localiza-se especialmente na área que circunda Central Park, nos bairros do Upper East Side e Upper West Side.

Quase metade (47%) dos Judeus de Nova Iorque nom se identificaram com nengumha denominaçom religiosa judaica, cerca de 20% identificaram-se com o movimento reformista, 19% disseram que eram ortodoxos e 15% consideraram-se judeus conservadores.

Nas eleições de 5 de novembro a comunidade judaica de Nova Iorque votou maioritariamente nos democratas, contribuindo para as elevadas percentagens atingidas pola candidatura de Harris em 4 dos 5 distritos da cidade: Manhattan (80,8%), Bronx (72,7%), Brooklyn (71,6%) e Queens (62%). Todavia, no distrito de Staten Island foi Trump que ganhou com os 65,4% contra 34,6%. 

Fonte: Election Atlas NYC

Harris | Trump

Nos bairros de Manhattan com notável presença judaica registou-se um voto maciço em Harris:

Distrito de Manhattan (ver dados):

> Harlem (87,4%) 

> Lower East Side (76,8%)

> The Upper West Side (86,7%)

> The Upper East Side (75,6%)

> Washington Heights (74,1%)

> Inwood (65,6%)

> Lower Manhattan (80,8%)


No entanto, umha sondagem pré-eleitoral da Fox News alertava que essa maioria do voto judaico para Harris produzir-se-ia numha margem mais apertada (56%-43%). Essa tendência confirmar-se-ia nos resultados nos distintos bairros de Brooklyn com presença judaica.

Distrito de Brooklyn (ver dados):

> Borough Park (90%)

> Flatbush (87%) / Midwood (72%) / Kensington (63%)

> Williamsburg (80%) / South Williambsburg (76%)

> Coney Island (59%) / Brighton Beach (72%) / Sheepshead Bay (64%)

> Bensonhurst (61%) / Gravesand (67%) / Bay Ridge (54%)

> Kings Bay / Madison (70%)

> Canarsie (92%) / Mill Basin (64%)

> Crown Heights (81%)

> Brownstone (89%)

Áreas judaicas e resultados das eleições presidenciais no distrito de Brooklyn 


O rabi e politólogo Uriel Romano descreve este processo nos seguintes termos:  "a minha comunidade acho que é um bom exemplo da evoluçom do voto judaico, pois vinte ou trinta anos atrás teria sido 90% democrata. Porém, a 5 de novembro a votaçom caiu para 65%".

Segundo ele por três causas:

"1. Há mais judeus latinos: Esmagadoramente pró-Trump polo "fenômeno Milei" e a retórica dele, antepassados na América Latina, as ambições de progresso econômico...

2. Mais judeus israelitas a operar segundo a seguinte lógica: Israel e ver a Biden-Harris como fracos que permitiram esta guerra.

3. Viragem à direita: Nom radical, nem tanto, moderada mas constante". 

Finalmente, "existem muitas cousas ligadas aos democratas como o wokismo, indefiniçom em temas de impostos, imigraçom, situaçom do mercado de trabalho... que levaram alguns judeus identificados como democratas tradicionais para votar no Trump".

Segundo este rabi de tendência reformada, "o judaísmo sempre foi um reservatório (simbólico, mas importante na retórica e nas doações) do Partido Democrata. Porém, com as mudanças demográficas (mormente a teor do crescimento da ortodoxia judaica) seguiremos a ver umha tendência para os republicanos, e ousaria a dizer que se no futuro houver um candidato menos repulsivo do retórico e trajetória como o Trump (embora muitos Judeus democratas concordarem com muitas das suas políticas) a percentagem teria sido mesmo mais alta".

Em consequência, o crescimento da ortodoxia judaica explicaria a votaçom do movimento MAGA registada em bairros do distrito de Brooklyn como Willemsburg Sul, Crown Heights, Midwood ou Borough Park.

A questom é: será que estamos a ver umha reavaliaçom das prioridades da comunidade judaicas ou apenas umha resposta ao contexto específico?


As eleições na Carolina do Norte

Nas eleições estaduais de Carolina do Norte o candidato democrata Josh Stein foi eleito governador a 5 de novembro, derrotando o candidato MAGA Mark Robinson e mantendo a liderança democrata na chefia do executivo estadual.

Josh Stein derrotou o candidato trumpista na Carolina do Norte

Stein será o primeiro governador judeu do estado. A campanha de M. Robinson, foi grandemente prejudicada polas mensagens antissemitas num site de pornografia online, onde declarou ser um “NAZI negro”.

De facto, Robinson promoveu a sua candidatura como um "guerreiro cultural conservador ousado e sem filtros" a partir dumha agenda alicerçada em:

  • Negacionismo climático
  • Oposiçom à legalizaçom da cannabis recreativa
  • Remoçom das ciências e dos estudos sociais do currículo escolar

Os órgãos de comunicaçom social identificaram as suas opiniões como de direita, extrema-direita ou ultraconservadoras na linha mais neofascista do movimento MAGA. Enquanto Trump ganhou as eleições presidenciais por estreita margem, o candidato democrata-judeu obteve a presidência estadual.


A vitória de Stein significa que 6% dos governadores dos  EUA são judeus chamados Josh: Josh Shapiro na Pensilvânia e Josh Green no Havai.


Israel torceu por Trump

Segundo um inquérito divulgado a 29 de outubro polo Canal 12 de Israel, Donald Trump contava com o apoio dos 66% de israelitas contra 17% de Kamala Harris. Antes de Harris liderar a candidatura democrata o presidente Biden encabeçava a simpatia dos israelitas, especialmente pola sua decidida atitude em prol de Israel após o brutal ataque do HAMAS de 7 de outubro de 2023.

Cartaz nas ruas de Telavive: "Parabéns! Trump, faz Israel grande"

Logo depois das eleições um setor da coligaçom de governo de Netanyahu propôs aproveitar o regresso de Trump para tentar lograr a anexaçom unilateral da Judeia e Samaria (Cisjordânia) sem esperar um acordo bilateral. Porém, Trump tem um plano já programado segundo a soluçom de dous estados e parece dificil que se mova do mesmo.

Bibi tentará tirar proveito da sua relaçom privilegiada com Trump

O voto árabe também foi para Trump

Segundo o inquérito do CAIR (Conselho de Relações Americano-Islâmicas) o Partido Verde da candidata Jill Stein (judia assimilada) teria recebido a maioria (53%) de votos da comunidade islâmica dos EUA, seguidos por Trump (21%) e Harris (20%). Porém, um dado interessante para pensarmos a polarizaçom nas eleições americanas: na cidade de Dearborn (Michigan), a maior comunidade árabe-armericana com a maioria dos eleitores (54%) de origem árabe, Donald Trump obteve 47% dos votos contra 21% de Harris. A votaçom da comunidade árabe do Michigan foi decisiva para a vitória trumpista nesse estado.

A maior comunidade árabe-americana votou no Trump


Paradoxalmente, para os votantes árabes norte-americanos o movimento MAGA tem mais influência sobre Netanyahu da que tinha Biden e por isso confiam em que, a diferença de Biden, o Trump traerá a paz ao Próximo Oriente.


📷Voto das comunidades judeu-ortodoxo e islâmica em Detroit (Michigan)

📷Acima: A votaçom dos distritos judeus ortodoxos no Michigan a balançar 20% em prol de Trump.

📷Abaixo: Distritos árabes/bangladeshianos no Michigan a balançar 70% em prol de Trump.

Enquanto o lado árabe recebeu a mensagem “Kamala é pró-Israel de mais”, o lado judeu recebeu as mensagens de “Kamala estar do lado do HAMAS”. Se ambos os lados do conflito votaram no mesmo candidato, um dos lados ficará insatisfeito com o resultado. 

Assim sendo, a 11 de novembro os árabe-americanos de Dearborn enviaram umha carta (encaminhada à Casa Branca) instando o presidente eleito a cumprir as suas promessas à comunidade e a trabalhar num cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e no Líbano.

O que resta do governo Biden

Faltam dous meses para o fim da administraçom Biden (2021-2025). Lembremos que Obama, nos seus últimos dias no poder, deixou passar (nom vetou) umha resoluçom anti-Israel na ONU e aprovou a entrega de aviões F-15 ao Qatar sabendo que no minuto 90 nom havia opções para o lobby pró-Israel evitá-lo.

Embora estarmos certos de que Biden nom tentará prejudicar Israel (de facto, nunca o fez antes), no seu gabinete há muitos progressistas que aproveitariam de bom grado os seus últimos dias no poder para promover medidas anti-Israel procurando o favor dos poderosos lobbies pró-árabes.


Para neutralizar essa hipótese, o passado dia 12 de novembro o Presidente de Israel, Isaac Herzog, visitou Biden com a seguinte mensagem:

“Estou aqui em nome do povo de Israel, da naçom de Israel e do Estado de Israel para lhe dizer, Senhor Presidente, muito obrigado! Como dizemos em hebraico: Nunca esqueceremos como nos apoiou nos nossos momentos mais escuros.”

Encontro I. Herzog - J. Biden

Na sua resposta, o Presidente Biden retorquiu: "Hoje tive o prazer de receber o Presidente Herzog de Israel de volta ao Salom Oval. É um amigo pessoal para mim –e para a nossa naçom– há muito tempo. Tal como lhe recordei hoje, o compromisso dos Estados Unidos para com Israel é inflexível".


Para saber mais:

O voto judeu nas eleições EUA de 2016

O voto judeu nas eleições EUA de 2020

Trumpismo e antissemitismo 


quinta-feira, 14 de novembro de 2024

IDIOTAS ÚTEIS

 Xavier Diez

“Idiotas úteis” é um conceito atribuído a Lenine –apesar da falta de provas documentais–. É utilizado para definir aquela pessoa ou grupo que luta por umha determinada causa com base na justiça que o inspira, e que nom tem a capacidade de compreender plenamente as consequências das suas ações e é cinicamente manipulado por atores políticos que perseguem objetivos ocultos e perversos, os quais podem ser de natureza extremista ou totalitária. É umha expressom frequente desde a guerra fria e foi utilizada para identificar aqueles intelectuais ou ativistas em defesa de causas nobres: a paz mundial, o desarmamento, a desnuclearizaçom, as guerrilhas latino-americanas… sem compreender que o KGB estava por detrás, profundamente infiltrado nas estruturas da esquerda ocidental, que utilizou esta estratégia para enfraquecer o seu rival geopolítico.

Os idiotas úteis e a manipulaçom do movimento pró-palestiniano

Nom é precisa muita imaginaçom para ver que o movimento palestinista liga perigosamente esta tradiçom de manipulaçom perversa dos bons sentimentos e melhores intenções das pessoas por aqueles espaços políticos que têm a sua própria agenda com objetivos incompatíveis com o sentido inerente de justiça que inspira a maioria dos ativistas. Sobre esta questom, o conflito israelo-árabe pode ser analisado de inúmeras formas e os factores são tão diversos que é praticamente impossível ter umha posiçom minimamente coerente e rigorosa. A própria polarizaçom que se regista, sobretudo na nossa casa, torna utópica umha abordagem equitativa e imparcial. E já vemos que o confronto entre os admiradores da força brutal e descontrolada de Israel, e os que defendem a extinçom prática dos Judeus (o lema do “rio para o mar” é umha poetizaçom, na melhor das hipóteses, da limpeza étnica), impedir qualquer debate com as garantias mínimas de civismo.

MADRID: Resistência Islâmica. Os Nossos Heróis Nacionais. upraestado unificado de países islâmicos. Exército islâico global único. Destruamos Israel e a NATO

Numha época em que a polarizaçom normaliza o insulto, a ameaça, a desqualificaçom ou o cancelamento, qualquer pessoa que escreva sobre umha questom complexa como esta é como jogar futebol num campo minado. Na verdade, a este respeito, nom parece que tenhamos ultrapassado a era da guerra fria, quando muitos são fervorosos defensores de tornar pessoal tudo o que é meramente político, e quando expor o que nom se quer ouvir nom representa um incitamento ao diálogo e à reflexom, mas umha perigosa dissidência que deve ser combatida através da repressom e do ostracismo. E, nesse sentido, infelizmente a maior parte da esquerda nom amadureceu e continua com esta captura entre a inocência infantil e a suscetibilidade dum adolescente mimado e irritadiço.


Estará Israel a fazer o que está certo em Gaza e na Cisjordânia? Nom. Os ataques indiscriminados contra civis nom só são reprováveis, como podem constituir determinados crimes de guerra. A retaliaçom colectiva contra as famílias é ilegal e imoral, tal como o é a ocupaçom ilegal e ilegítima de terras palestinianas por colonos. As detenções arbitrárias e indefinidas vão contra o direito internacional e a mais elementar moralidade. Ora, e em termos menos legais e mais sentimentais, o que podemos pensar quando vemos que todos os selvagens que raptaram, violaram, torturaram e assassinaram brutalmente Shani Louk, a jovem de dezanove anos capturada polo HAMAS a 7 de outubro, e que foi exibida numha imagem conhecida, todos foram eliminados, um após outro? Embora se possa ser contra a pena de morte ou execuções extrajudiciais em abstrato, imagino que muitas feministas ficarão encantadas com o facto de estes monstros terem recebido umha puniçom proporcional ao seu crime. Embora ações como estas vão contra as nossas convicções, há situações em que qualquer pessoa normal pode deixá-las estacionadas para satisfazer um sentimento natural de vingança.

Todas as bestas que assassinaram Shani Louk foram eliminadas por Israel


Para além dos crimes que o Estado de Israel e as suas forças armadas podem cometer diariamente, e para além de que a independência palestiniana é umha causa louvável e legítima (eu sempre defendi a soluçom de dous Estados como a menos má possível), temos de falar sobre os idiotas úteis. E, de facto, e dumha forma suspeitamente semelhante à era da guerra fria, nom é necessário ter grande clarividência política de que existe umha clara manipulaçom do movimento polo islamismo político. Já se viu em diversas manifestações, onde nom se gritam apenas palavras de ordem a favor do genocídio que denunciam o seu adversário ("do rio ao mar" representa um programa inequívoco para se livrar dos oito milhões de Judeus que vivem dentro das fronteiras do seu Estado), mas sim a proliferaçom de supostos "véus islâmicos" -na realidade, símbolos políticos que defendem a imposiçom do Islão nas suas sociedades paralelas e expansionismo, como já foi experimentado com o Daesh na Síria– estabelecem objetivos políticos claros que são claramente contrários aos dos manifestantes ocidentais. E isto, apesar de nom terem consciência disso ou, polo véu dos seus preconceitos, se recusarem a vê-lo

O palestinismo usa simbologia política islamista

E chegámos a Amesterdão e aos incidentes que se seguiram ao jogo da Liga dos Campeões entre o Ajax e o Maccabi Telavive. Para além do facto inerente de que qualquer explosom de violência tem elementos confusos e está repleta de claro-escuro, a dura realidade é que a caça de cidadãos israelitas polas mãos de rapazes muito jovens, a maioria dos quais pertencentes à comunidade muçulmana do país, recordou ser perigosa e terrivelmente perigosa. Que isto tenha acontecido na cidade de Anne Frank, muito perto do aniversário da Noite dos Cristais, o facto perturbador é que aquela noite de extrema violência ocorreu num país abalado por tensões intercomunitárias. Recorde-se que foi em Amesterdão que o cineasta Theo Van Gogh foi morto por um islamista em 2004 por causa do filme “Submissom”, umha curta-metragem de dez minutos em que denunciou, com base no testemunho do escritor e ativista Ayaan Hirsi Ali, violência contra as mulheres nas sociedades islâmicas. Isto num país onde Geert Wilders, com um programa eleitoral anti-imigraçom (especialmente muçulmana) ganhou as últimas eleições e o seu partido está no governo.


De qualquer modo, é de notar que os ataques de 7 de outubro a Israel, às mãos do HAMAS, e a subsequente repressom às mãos do exército, envolveram umha situaçom extrema em que as tensões intercomunitárias estão a abalar politicamente as sociedades europeias. A título de exemplo, e de acordo com o relatório anual do Ministério do Interior francês, durante o ano de 2023 ocorreram 2.772 incidentes violentos relacionados, dos quais 1.676 foram de natureza antissemita, 854 de natureza anti-cristã e 242 de natureza natureza anti-cristã anti-muçulmana De qualquer modo, é óbvio que isto também se reflecte na política a partir do surgimento do crescimento daqueles partidos cuja hostilidade à imigraçom em geral, e aos muçulmanos em particular, é um dos principais pontos programáticos.


E os ativistas pró-palestinianos? Como dissemos, a louvável causa da independência palestiniana, como qualquer outra independência de um povo para ter um Estado, esconde o facto da manipulaçom do movimento do extremismo do HAMAS e dos interesses geopolíticos do Irão, numha era de reequilíbrio internacional, em que os estudantes de Maquiavel nom hesitam em gerar conflitos por procuraçom (ou guerras por procuraçom) em que a populaçom civil é sacrificada como carne para canhom (como nom é fazer ao HAMAS ou ao Hezbollah). Já expliquei em mais do que umha ocasiom que detesto o conceito de “terrorista” polo abuso que o poder lhe tem feito. Contudo, o HAMAS poderia ser considerado umha organizaçom terrorista, como foi visto antes, durante e depois do 7 de outubro. Umha organizaçom que tem umha agenda totalitária, em que pretende impor um califado universal, umha teocracia política e fazer da Sharia o código que regula umha sociedade islamizada. E a sharia representa, fundamentalmente, umha aberraçom jurídica, que reduz a condiçom feminina a umha minoria permanente de idade, ou que reconhece a discriminaçom religiosa como um princípio jurídico, impede a menor liberdade pessoal e impõe umha brutalidade medieval.

O islamismo é umha ideologia totalitária contrária aos direitos humanos

Apesar dumha retórica sedutora, a realidade é que este tipo de ativistas envoltos na bandeira palestiniana nom têm realmente consciência de quem estão a interpretar. Ou, pior ainda, como na era da guerra fria, fazem da política umha religiom substituta (na França o termo "islamo-esquerdista" tornou-se popular) o que implica a desqualificaçom ou intimidaçom daqueles que nom concordam com os seus slogans  E que muitas vezes, quando discordas dos seus postulados, mandam-te para a polícia moral.


Traduçom livre do catalão para o galego-português por CAEIRO.


sábado, 9 de novembro de 2024

101 REFÉNS AINDA CONTINUAM NA FAIXA DE GAZA APÓS 400 DIAS

 Há 400 dias terroristas islâmicos  invadiram Israel. Mataram, violaram, destruíram e sequestraram.


101 reféns continuam nas suas mãos. Ainda é 7 de outubro para israelitas, judeus e pessoas de bem. Enquanto um refém estiver nas mãos de terroristas, apoiamos Israel a eliminar cada terrorista.


🇮🇱 Israel está sob ataque em múltiplas frentes. Desde o massacre de 7 de outubro, foram disparados:
🇵🇸 13.300 foguetes da Faixa de Gaza
🇱🇧 12.400 foguetes do Líbano 
🇮🇷 521 foguetes do Irão
🇾🇪 180 foguetes do lêmen
🇸🇾 60 foguetes da Síria

Mesmo assim, Israel ainda é retratado por muitos como a ser o agressor.

Desde os ataques do Hamas no sul de Israel em 7 de Outubro, o território israelita sofre ataques em múltiplas frentes, no contexto dumha guerra que se estende além da Faixa de Gaza. No último ano, o país foi alvo de milhares de foguetes disparados por grupos terroristas apoiados polo Irão, como a Jihad Islâmica na Cisjordânia/Judeia e Samaria, o Hezbollah no Líbano, os Houthis no Iêmen, além de milícias xiitas na Síria e no Iraque.

O Irão, por meio da sua Guarda Revolucionária, considerada umha organizaçom terrorista por diversos países, é apontado como o principal financiador desses grupos, fornecendo armamentos e recursos. Essa atuaçom nom se limita ao Próximo Oriente: segundo a inteligência americana, o Irão também apoia protestos anti-Israel nos Estados Unidos e promove campanhas de desinformaçom nas redes sociais, ampliando o conflito para o ambiente virtual.

A guerra que Israel enfrenta, portanto, vai além das suas fronteiras, tocando a ordem mundial e a segurança de países que apoiam o direito internacional. Num cenário de múltiplas ameaças, Israel defende-se numha luta crucial pola sua sobrevivência e estabilidade regional.

Via: @diploact
 


Fonte: Web Judaica

sábado, 2 de novembro de 2024

SHANI LOUK ERA SHANI LUGO

 Shani Nicole Louk (2001-2023) foi umha tatuadora e influenciadora israelita de origem alemão que na noite de 6 de outubro de 2023 estava no festival de música eletrônica de Re'im, próximo a um kibutz do sul de Israel. 

Shani Nicole Louk (2001-2023)

Na sequência do massacre de 7 de outubro, a maior matança de Judeus apos a Shoah, um grupo armado islamo-nazista filiado ao HAMAS, atacou o festival Nova e matou 364 pessoas e feriu outras. Shani Louk foi reconhecida posteriormente num video viral, sendo conduzida e exibida na parte de atrás dumha camionete por agressores  jihadistas, aparentemente inconsciente e vestida apenas com roupas íntimas.

O assassinato de Shani Louk

O que se sabe e como se conta a história do 7 de outubro e o “conflito” entre Israel e umha cultura bárbara da morte, a sua propaganda manipuladora global para o Ocidente e a cumplicidade de órgãos internacionais como a UNRWA. 

Este é um vídeo do carro de Shani, roubado para Gaza e pola malta de civis palestinianos “nom envolvidos”:


Muitos viram a forma como foi arrastada para Gaza, já assassinada, cuspida e linchada por umha multidom de seguidores que rodeava a milícia armada do culto da morte do Palestinismo.


Poucos de nós sabemos o que aconteceu entre os dous vídeos e o que aconteceu desde o 7 de outubro com o corpo dela.


Shani foi umha das primeiras a tentar escapar do Massacre do Festival Nova com o seu carro. Foi emboscada por terroristas que atiraram granadas de mão para o carro, mas conseguiu escapar e deu meia-volta até que dezenas de terroristas a pararam novamente, assassinaram-na (ferimento grave na cabeça) e arrastaram o seu corpo numha camionete Toyota. Desfilou em Gaza mas o seu carro foi usado mais tarde para levar mais terroristas para Israel e de volta para Gaza até ser destruído pola multidom (ver vídeo acima), testemunhou o pai dela.

O carro de Shani Louk foi queimado nas ruas de Gaza num ambiente de êxtase

Quando acabaram de destruir o que restava daquele carro, queimaram-no em êxtase. 


A REUTERS estava a noticiar aquele linchamento bárbaro que se seguiu ao massacre dumha jovem inocente e a umha tentativa de genocídio como se dumha resistência heróica se tratasse.


Em 29 de outubro de 2023, a família confirmou a morte de Shani após os resultados dos testes de ADN dum fragmento de crânio achado na estrada que saia do recinto do festival, indicando que morreu durante o ataque enquanto tentava escapar.


Mas a revelaçom mais chocante, irónica e trágica da história de Shani surgiu mais tarde, quando o seu corpo foi recuperado em Gaza, juntamente com mais dous corpos israelitas, a 17 de maio de 2024, muitos meses depois de terem sido assassinados e raptados. 

Depois de o corpo de Shani ter sido recuperado em Gaza, o seu pai, Nissim Louk, partilhou a história de como foi encontrada polas FDI dentro dum edifício da UNRWA, que foi construído com donativos da Alemanha. Já agora, Shani era cidadã alemã. 

As FDI entraram no edifício e logo depois de remover umha alcatifa do chão depararam-se com um túnel com umha escada a descer (no subsolo) cerca de 15 metros. Essa escada levava a um túnel subterrâneo com cerca de 500 metros de comprimento. Nesse túnel, de súbito, houve um grande buraco estranho na parede, coberto com sacos de areia. Um dos soldados das FDI suspeitou e retiraram os sacos até encontrarem três corpos em sacos de nylon. Um deles era Shani.

Túmulo de Shani Louk no dia do seu funeral

Propaganda da morte

As imagens do corpo de Shani Louk, divulgadas numha onda de vídeos de propaganda do HAMAS nas redes sociais, tornou-se um dos primeiros vídeos virais da guerra desatada por esse grupo jihadista palestiniano contra Israel. Foram também tiradas fotografias e distribuídas online.

Segundo especialistas em segurança a divulgaçom do vídeo, juntamente com outros vídeos que mostram civis israelitas mortos ou capturados como troféus, tem o carácter de propaganda deliberada e sofisticada destinada a induzir sentimentos de desamparo, paralisia e humilhaçom na populaçom, e que a propagaçom viral de tais materiais provoca a amplificaçom de narrativas desejáveis ​​para o HAMAS. 

As imagens tornaram-se emblemáticas da conduta inumana dos terroristas palestinianos para com os civis israelitas no ataque de 7 de outubro de 2023, sendo descrito o vídeo como um exemplo das causas do trauma psicológico e da raiva vividos nas comunidades judaicas após os ataques. O HAMAS divulgou vídeos de propaganda rapidamente, querendo ser o primeiro a obter ganhos na guerra psicológica; no entanto, o vídeo que mostra Louk morta nom desmoralizou a sociedade israelita e, em vez disso, o seu tratamento às mãos dos captores atraiu repulsa e reprovaçom generalizadas e, no mínimo, fortaleceu a determinaçom israelita de exigir a retaliaçom.

Antes da cena do vídeo viral, quando a carrinha de caixa aberta regressava à Faixa de Gaza, foi fotografada por um fotojornalista freelancer da Associated Press (AP). 

Terroristas palestinianos a levar o corpo de Shani para Gaza |📷 THEWRAP

A imagem, que mostra o veículo que transportava o corpo de Louk e os agressores, foi incluída (e apresentada como a primeira) na série de 20 fotografias da guerra tiradas pola equipa de fotógrafos da AP que ganhou o prémio "Team Picture Story of the Year" prémio no concurso internacional Imagens do Ano 2024.

Revelações sobre a origem galega do apelido Louk

Por ocasiom do primeiro aniversário do massacre de HAMAS, o passado 6 de outubro a Federaçom de Comunidades Judias de Espanha (FCJE) e a Embaixada de Israel organizaram umha homenagem na sinagoga do Centro Judaico de Madrid em lembrança das mais de 1200 vítimas mortais com a presença de familiares dalgumha das vítimas, tanto israelitas como espanholas.

Entre os assistentes estava Nissim Louk, pai de Shani, quem disse que o seu apelido tem "raizes em Espanha", alegando que Louk procede da cidade galega de Lugo. 

Na sequência do evento, a televisom pública galega (CRTVG) entrevistou Nissim Louk, quem surpreendou a Galiza inteira ao dar a conhecer a origem galega dos seus antepassados: "A nossa família e o apelido Louk procede da cidade de Lugo". Numha entrevista divulgada no telejornal do dia 9 de outubro o pai de Shani explicou que os seus antepassados abandonaram Lugo em 1492, logo depois do édito de expulsom dos infames reis católicos, ano em que "os Judeus partiram de Lugo para Tânger", referindo que toda a sua família é "originariamente de Espanha", embora a sua filha era "metade espanhola, metade alemã" a teor das origens da mãe dela.


Além disso, Nissim disse que quando alguém duvidar sobre o bem e o mal, que olhe a imagem difundida por inúmeros meios de comunicaçom e divida em duas partes: a um lado, a sua  filha, jovem e formosa, entre montanhas verdes, e ao outro, os sequestradores pegando nela rota num carro. "Quando eu olho para essa imagem sinto orgulho, o orgulho de saber que Shani estava do lado do bem".

“Quando olho para esta imagem sinto orgulho, o orgulho de saber que Shani estava do lado do bem”.

Com experiência militar e policial em Israel, Nissim Louk denuncia que o Irão é quem financia os terroristas do HAMAS ou Hezbollah e alerta: "Se Israel cair, todo o mundo occidental vai cair também".


ATUALIZAÇOM | 4/11/2024

As FDI confirmaram que todos os terroristas que apareceram no assassinato e humilhaçom de Shani Lugo foram eliminados. Israel avisou que isto iria acontecer e aconteceu.



> Entrevista da TVG a Nissim Louk

> Jornal "El Progreso" (Lugo)

> "Shani Louk e o rapaz da camiseta rosa", Afonso V. Monxardín  "La Región" (31/10/2023)

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

POPULAÇOM JUDAICA EM TODO O MUNDO ATINGE OS 15,8 MILHÕES EM 2024

 Segundo o Escritório de Estatísticas da Agência Judaica, divulgado a 2 de outubro de 2024, na véspera de Rosh Hashaná, o Ano Novo Judaico, a populaçom judaica global atingiu os 15,8 milhões. 

  • Israel: 7.300.000 (46,2%)
  • Diáspora: 8.500.000 (53,8%)

Dos 8,5 milhões de Judeus que vivem fora de Israel, a maioria (6,3 milhões) reside nos EUA e 2,2 milhões estão noutros países.

✡️ O destino das comunidades judaicas da Diáspora está ligado ao Estado de Israel 🇮🇱

Os dados baseiam-se na investigaçom realizada polo demógrafo Prof. Sergio Della Pergola, da Universidade Hebraica de Jerusalém, para o Anuário Judaico Americano (2024 AJYB). O valor para Israel é calculado após umha correçom técnica feita polo Gabinete Central de Estatísticas de Israel relativamente às definições de residência em Israel.

Os dados deste estudo referem-se ao que é definido como o núcleo da populaçom judaica; isto é, pessoas que se identificam como Judeus e/ou filhos e filhas de polo menos um dos pais judeus e que nom são membros doutra religiom.


Maiores populações judaicas no mundo por países

O núcleo da populaçom judaica por país, nos países com um total de polo menos 10.000 Judeus, em janeiro de 2024 (sem incluir definições amplas dos que têm direito à Lei do Retorno) é o seguinte:

Israel: 7300000

EUA: 6300000

França: 438500

Canadá: 400000

Reino Unido: 313000

Argentina: 170000

Alemanha: 125000

Rússia: 123000

Austrália: 117000

Brasil: 90300

África do Sul: 49500

Hungria: 45000

México: 41000

Holanda: 35000

Ucrânia: 32000

Bélgica: 29000

Itália: 26800

Suíça: 20500

Uruguai: 16100

Chile: 15500

Turquia: 15000

Suécia: 14900

Espanha: 13000

Áustria: 10300

Panamá: 10000

Resto do mundo: 49600


As estimativas da populaçom judaica para a Rússia e a Ucrânia foram ajustadas pola imigraçom significativa que se seguiu à guerra naquele país. 

Nalguns países, os cálculos foram feitos de acordo com inquéritos recentes e noutros países, o total foi determinado de acordo com dados estatísticos e ferramentas aceites para avaliaçom demográfica.

Maiores populações judaicas no mundo por cidades

Nova Iorque alberga a maior cidade judaica no mundo

> Diáspora
New York City (EUA): 970000
Los Angeles (EUA): 519200
Chicago (EUA): 291800
Paris (França): 277000
Boston (EUA): 248000
Buenos Aires (Argentina): 244000
San Francisco (EUA): 227800
Washington, D.C. (EUA): 215600
Philadelphia (EUA): 214600
Toronto (Canadá): 188710
Moscow (Rússia): 165000
London (Reino Unido): 160000
Atlanta (EUA): 119800
Miami (EUA): 119000
Kyiv (Ucrânia): 111000
San Diego (EUA): 100000
Montreal (Canadá): 90780
Cleveland (EUA): 86600
Denver (EUA): 83900
Phoenix (EUA): 82900
Las Vegas (EUA): 80000
Budapest (Hungria): 80000
São Paulo (Brasil): 75000
Detroit (EUA): 71750
Marseille (França): 70000
Minneapolis-St Paul (EUA): 64800
Seattle (EUA): 63400
Dnipro (Ucrânia): 60000
Dallas (EUA): 57800
Melbourne (Austrália): 55643
St. Louis (EUA): 54500
Tampa (EUA): 51100
Sydney (Austrália): 50000
Johannesburg (África do Sul): 50000
Pittsburgh (EUA): 49200
Houston (EUA): 48400
Portland (EUA): 47500
Odesa (Ucrânia): 45000
Kharkiv (Ucrânia): 45000
Saint Petersburg (Federaçom Russa): 40000
Rio de Janeiro (Brasil): 40000
Mexico City (México): 39777
Hartford (EUA): 34500
New Haven (EUA): 29700
Cincinnati (EUA): 27000
Vancouver (Canadá): 26255
Milwaukee (EUA): 25800
Manchester (Reino Unido): 25000
Berlin (Alemanha): 25000
Lyon (França): 25000
Istanbul (Turquia): 24000
Toulouse (França): 23000
Tucson (EUA): 22900
Rochester (EUA): 22500
Columbus (EUA): 22500
Montevideo (Uruguai): 20000
Amsterdam (Países Baixos): 20000
Antwerp (Bélgica): 20000
Brussels (Bélgica): 20000
Nice (França): 20000
Kansas City (EUA): 19000
Orlando (EUA): 19000
Austin (EUA): 16300
Strasbourg (França): 16000
Cape Town (África do Sul): 16000
Porto Alegre (Brasil): 15000
Jacksonville (EUA): 15000
Panama City (Panamá): 15000
Providence (EUA): 14200
Ottawa (Canadá): 14010
Winnipeg (Canadá): 13690
Rome (Itália): 13000
Buffalo (EUA): 13000
San Antonio (EUA): 12740
Richmond (EUA): 12500
Albany (EUA): 12500
Charlotte (EUA): 12000
New Orleans (EUA): 12000
Nashville (EUA): 11000
Singapore (Singapura): 10500
Frankfurt (Alemanha): 10500
Munich (Alemanha): 9200
Stockholm (Suécia): 9000
Milan (Itália): 8000
Vienna (Áustria): 7000
Perth (Austrália): 5187
Minsk (Bielorrússia): 4800
Bucharest (Roménia): 2481
Dublin (Irlanda): 1439
Helsinki (Finlândia): 1200
Oslo (Noruega): 950
Monterrey (México): 500

Telavive é a grande metrópole judaica de Israel

> Estado de Israel
Jerusalém: 570100
Telavive: 401500
Rishon LeZiyyon: 229300
Petah Tikva: 220900
Haifa: 217600
Ashdod: 200400
Netanya: 196300
Be'er Sheva: 181000
Ramat Gan: 175000

Segundo dados de Jewish Data Bank


Evoluçom recente

Durante o ano passado, o número de Judeus em todo o mundo aumentou em 100.000 pessoas. Vale a pena notar que em 1939, a populaçom judaica global era de 17 milhões. Hoje, o número de Judeus em todo o mundo é ainda menor do que antes do Holocausto.


A ligaçom da judiaria com Israel

Ao longo do último ano, após os trágicos acontecimentos de 7 de outubro de 2023, quando 1.200 pessoas foram mortas num ataque do Hamas e mais de 250 foram feitas prisioneiras, a ligaçom entre os Judeus de todo o mundo e Israel fortaleceu-se. Estes tempos difíceis lembraram mais umha vez às comunidades judaicas que o seu destino está inseparavelmente ligado ao Estado de Israel e que o seu apoio hoje é vital.

Comentando a importância dos números globais da populaçom judaica, o presidente da Agência Judaica, major-general (res.) Doron Almog, afirmou: “A relaçom existencial entre as comunidades judaicas de todo o mundo e o Estado de Israel fortaleceu-se no ano passado. Estamos a assistir a um apoio sem precedentes que nos dá força e esperança para continuar. A difícil guerra que nos foi imposta, juntamente com a luta dos Judeus de todo o mundo contra o crescente antissemitismo, enfatiza o destino partilhado e a missom da Agência Judaica -ser umha ponte viva entre os Judeus globais e o Estado de Israel, ser a casa de todos os Judeus de todo o mundo– de todas as denominações e setores. Continuaremos a unir e a aproveitar o poder do povo judeu para restaurar o Estado de Israel e construir umha sociedade modelo baseada nos valores da responsabilidade mútua e do amor incondicional.”