terça-feira, 5 de setembro de 2023

ANTISSEMITISMO PRÓ-PALESTINIANO NA GALIZA

 Existe um antissemitismo pró-palestiniano consistente em atacar Israel e os Judeus usando como escusa da alegada defesa da causa (justa) da independência e dos direitos do povo árabe da Palestina. A Galiza nom é imune a esse fenômeno global.

Assim sendo, nom é infrequente depararmos com bandeiras da Palestina nos locais e contextos mais variados e bizarros. A 27 de agosto de 2017, durante a Festa da Estória, testemunhou-se a existência de umha bandeira palestiniana pendurada dumha janela da Casa da Inquisiçom de Ribadávia. Talvez alguém achou que a coexistência na mesma fachada do selo da Inquisiçom espanhola com a bandeira do nacionalismo árabe na Palestina era umha boa ideia para a defesa dessa causa.

CAEIRO

Selo da Inquisiçom espanhola (amarelo)


Na imagem de abaixo, escudo da Inquisiçom espanhola (1571). Ladeando a cruz, a espada, símbolo do castigo aos hereges e o ramo de oliveira, símbolo da reconciliaçom com os arrependidos. Em latim, a inscriçom «Exurge Domine et judica causam tuam. Psalm. 73» (Levantai-vos, ó Deus, e defendei a vossa causa;" salmo 73;22)


Difícil acreditar que tivesse acontecido por acaso. Perguntamo-nos que processo mental leva a fazer isso?


Como se nom bastasse, com o intuito de promover a herança judaica de Ribadávia, a 18 de agosto de 2019 Turismo de Galicia, o centro oficial de informaçom turística do Governo galego, postava nas redes sociais umha imagem da cidade velha de Ribadávia mostrando a Casa da Inquisiçom com a bandeira palestiniana pendurada da mesma janela.



Bandeira palestiniana (vermelho) colocada lado a lado do selo da inquisiçom espanhola (amarelo)


A administraçom pública deveria ter mais cuidado com as fotografias que publica, mormente quando visam promover outras cousas.


Lembremos que tanto a Inquisiçom Portuguesa (também conhecida como Tribunal do Santo Ofício) quanto a espanhola, foi umha instituiçom da Igreja Católica que perseguia, julgava e punia pessoas acusadas de cometer crimes considerados heréticos. A heresia mais frequentemente perseguida por esse tribunal opressor eram as alegadas práticas judaizantes dos chamados cristãos-novos ou conversos.

Entre 1606 e 1609, altura em que Portugal estava sob o domínio espanhol, o processo de Ribadávia envolveu quase metade da populaçom da vila acusada de serem judeus, o que supôs umha comoçom enorme para umha populaçom tam pequena.

Durante a açom inquisitorial em Portugal, no tribunal de Lisboa, (cuja jurisdiçom abrangia Brasil e África Ocidental) 68% de todos os processos entre 1540 e 1629 foram relacionados a acusações de judaísmo; no tribunal de Coimbra, de 1566 a 1762, a percentagem era de 83%; e no tribunal de Èvora, de 1553 a 1688, a proporção era de 84%. 

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