Cidade portuguesa na regiom da Estremadura, a norte de Lisboa, com cerca de 24.600 habitantes.
Com umha organizaçom municipal incipiente polo menos desde o reinado de D. Sancho I (1185-1211), em 1250 Torres Vedras recebe carta foral do rei D. Afonso III.
A presença judaica em Torres Vedras aparece testemunhada na documentaçom a partir da segunda metade do século XIII. Porém, coloca-se a hipótese de a comunidade ser anterior ou consentânea à Reconquista da vila, vindo, neste caso, os seus membros dos centros urbanos entom integrados no espaço cristão. Certo é que o poder económico e a influência política que alcançaram alguns dos seus membros parecem reforçar a tese dumha presença antiga e consolidada.
No seguimento das suas lutas com o clero, o rei D. Dinis comprometeu-se a obrigar os judeus a morarem apartadamente. Umha prática de segregaçom de tipo religioso que nom era, porém, inédita, umha vez que já era feita no seio dos centros urbanos islâmicos.
Nom se tem conhecimento da existência de qualquer Judiaria anterior ao reinado de D. Afonso IV (1325-57), altura em que o monarca "asynara a dita judaria aos judeus da dita villa que pellos tempos fossem pera morarem em ella e que era isenta". É provável que no mesmo reinado a comuna se tivesse constituído, dotando-se dos foros e privilégios habituais, apesar de os dados socioeconómicos serem escassos. Mas a separaçom de facto parece ser anterior, umha vez que, em 1322, aparece num documento a referência a um filho de João Pais da Judaria, denunciando o elemento toponímico a existência dum lugar apartado para os Judeus.
A Judiaria de Torres Vedras concentrava-se numha só rua (sensivelmente no sítio da atual Rua dos Celeiros de Santa Maria), convivendo, no início, com a comunidade cristã.
Com umha organizaçom municipal incipiente polo menos desde o reinado de D. Sancho I (1185-1211), em 1250 Torres Vedras recebe carta foral do rei D. Afonso III.
A presença judaica em Torres Vedras aparece testemunhada na documentaçom a partir da segunda metade do século XIII. Porém, coloca-se a hipótese de a comunidade ser anterior ou consentânea à Reconquista da vila, vindo, neste caso, os seus membros dos centros urbanos entom integrados no espaço cristão. Certo é que o poder económico e a influência política que alcançaram alguns dos seus membros parecem reforçar a tese dumha presença antiga e consolidada.
No seguimento das suas lutas com o clero, o rei D. Dinis comprometeu-se a obrigar os judeus a morarem apartadamente. Umha prática de segregaçom de tipo religioso que nom era, porém, inédita, umha vez que já era feita no seio dos centros urbanos islâmicos.
Nom se tem conhecimento da existência de qualquer Judiaria anterior ao reinado de D. Afonso IV (1325-57), altura em que o monarca "asynara a dita judaria aos judeus da dita villa que pellos tempos fossem pera morarem em ella e que era isenta". É provável que no mesmo reinado a comuna se tivesse constituído, dotando-se dos foros e privilégios habituais, apesar de os dados socioeconómicos serem escassos. Mas a separaçom de facto parece ser anterior, umha vez que, em 1322, aparece num documento a referência a um filho de João Pais da Judaria, denunciando o elemento toponímico a existência dum lugar apartado para os Judeus.
Localizaçom do bairro judeu de Torres Vedras. GoogleEarth |
A Judiaria de Torres Vedras concentrava-se numha só rua (sensivelmente no sítio da atual Rua dos Celeiros de Santa Maria), convivendo, no início, com a comunidade cristã.
Rua da Judiaria de Torres Vedras (atual R. dos Celeiros de Santa Maria)
GoogleMaps
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Dentre as principais atividades dos Judeus de Torres Vedras destaca a de prestamistas de dinheiro a juros, umha atividade tradicionalmente associada à comunidade. A par destes, alguns eram simples artesãos ou camponeses, enquanto outros se dedicavam ao arrendamento de rendas régias e ao artesanato, sendo esta umha atividade bastante lucrativa, que levou a igreja de S. Pedro a exigir-lhes o pagamento de dízimas pessoais.
Rua dos Celeiros de Santa Maria / Rua da Judiaria de Torres Novas |
Na época de Dom Dinis (1279-1325), os dous rabis-mor do reino, fundadores da grande Sinagoga de Lisboa eram torrienses ilustres e poderosos: os famosos Judah Guedelha (pai) e D. Guedelha bem Judah (filho). Ambos foram agraciados por aquele rei com numerosas doações patrimoniais, nomeadamente no sul do reino, tendo ampliado de forma considerável as suas fortunas.
Quanto à populaçom, os testemunhos também parecem ser escassos, comparados com o conjunto de polo menos vinte e seis famílias na vila de Torres Vedras, em 1381, número correspondente aos fogos tributáveis. A partir do século XV, multiplicam-se os dados referentes a judeus torrienses, denunciando uma intensa atividade comercial da comunidade, autorizando-os a comerciar com cristãos. Nesta altura a Comuna contava com um cirurgião (Judas Lexorda, a partir de 1471, e José Mouçam, a partir de 1482) e vinte e um mesteirais
Quanto à populaçom, os testemunhos também parecem ser escassos, comparados com o conjunto de polo menos vinte e seis famílias na vila de Torres Vedras, em 1381, número correspondente aos fogos tributáveis. A partir do século XV, multiplicam-se os dados referentes a judeus torrienses, denunciando uma intensa atividade comercial da comunidade, autorizando-os a comerciar com cristãos. Nesta altura a Comuna contava com um cirurgião (Judas Lexorda, a partir de 1471, e José Mouçam, a partir de 1482) e vinte e um mesteirais
No século XV a comunidade judaica de Torres Vedras conhece um enorme crescimento. Em 1469 operou-se o alargamento da Judiaria, cuja porta avançou de modo a incluir as casas onde paulatinamente se instalaram os Judeus que nom tinham encontrado espaço para morar dentro dela.
Numha vaga antissemita, nos finais do séc. XV, os membros da comunidade judaica eram acusados e julgados como culpados de crimes de feitiçaria, palavrões e roubo, culminado, com a expulsom do reino português de todos os homens que nom quisessem converter-se ao cristianismo em 1496. Os Judeus foram expulsos de vez de Torres Vedras em 1499.
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