Segundo um inquérito realizado pola Agência europeia dos Direitos Fundamentais a cerca de 6000 Judeus o anti-semitismo está a crescer na Uniom Europeia, sobretudo através da Internet. Essa é a opiniom dos 76% participantes nesta iniciativa e cujo resultado foi divulgado esta sexta-feira. E a versom maniqueísta do conflito israelo-árabe alastrada por setores que vam da extrema direita nazista até à extrema esquerda dita de antissistémica está a alimentar o sentimento antijudaico.
O inquérito, realizado em 2012 através da Internet em oito países que reúnem cerca de 90% da atual comunidade judaica europeia (Alemanha, Bélgica, França, Hungria, Itália, Letónia, Suécia e Reino Unido), foi divulgado nesta altura para coincidir com os 75 anos da Noite de Cristal, o dia 9 de novembro de 1938, em que o regime nazi enviou as suas forças especiais (vestidas à civil) para as ruas para destruir as casas, lojas e sinagogas dos Judeus na Alemanha e também na Áustria recém-anexada. No que foi um primórdio do Holocausto/Shoah, naquela noite os homens jovens e saudáveis foram enviados para campos de concentraçom.
Kristallnacht |
Duas em cada quatro pessoas inquiridas consideram o antissemitismo como um verdadeiro problema. Esse sentimento é mais forte em países onde está a crescer a extrema direita como a Hungria (91%) ou França, mas também na Bégica (ambas com 88%). Quase metade dos inquiridos teme ser alvo dumha agressom verbal por ser judeu num lugar público, e um terço receia um ataque físico.
No caso da França, 78% dos participantes relatam que o antissemitismo se expressa frequentemente em atos de vandalismo contra edifícios, cemitérios, locais de culto. Segundo umha participante francesa “dizem-nos para nos dispersarmos rapidamente à saída da sinagoga, que tem um serviço de segurança imponente, que nom é necessário à saída das igrejas, nem das mesquitas”.
Mas é ao navegar pola Internet que mais esperam encontrar ataques à sua religiom ou à sua identidade. Os fóruns de discussom na Internet, os comentários no YouTube “estám cheios de mensagens antissemitas”, diz outra participante francesa no inquérito, citada também pola AFP. Umha britânica de 50 anos, que a BBC cita, afirmou que tinha visto mais comentários antissemitas desde que está no Facebook “do que em toda a [sua] vida”.
Nos media, 59% estám também habituados a verem-se confrontados com afirmações que os agridem. Na Hungria, 84% dos inquiridos reconhecem a presença do discurso antissemita no discurso político, de facto é um dos cavalos-de-batalha do partido de extrema-direita Jobbik, que dispõe de 43 deputados no Parlamento de 386 eleitos e é abertamente antijudaico. A média europeia da constataçom do antissemitismo no discurso político europeu é de 44%, abaixo dos valores da Hungria.
Mas há um cambiante no que é o discurso antissemita entre a Europa de Leste e a Europa Ocidental, marcado pola perceçom do conflito israelo-árabe. Na Letónia, apenas 8% da populaçom judaica disse que a disputa pola Palestina tinha um grande impacto na forma como a comunidade em que estavam inseridos a via. Mas na Alemanha, 28% disseram que o conflito entre Israel e a Palestina influía na sua própria segurança, e na França 78% disseram o mesmo.
No Reino Unido, os comentários mais frequentes feitos por pessoas nom judias, segundo o inquérito, som: “Os israelitas comportam-se ‘como nazis’ com os palestinianos” (já agora, expressom tam parva como dizer que "os Catalães estám a fazer com o espanhol o mesmo que fazia Franco com a língua catalã") e “os judeus exploram a vitimizaçom do Holocausto para os seus próprios fins”. Isto dá umha ideia de como velhos preconceitos se misturam com a política atual, para dar novo fôlego a umha intolerância muito antiga.
“Em toda a Europa há umha forma tradicional de antissemitismo que remonta há muito tempo”, comentou Morten Kjaerum, diretor da Agência Europeia dos Direitos Fundamentais, citado pola BBC.
Informações tiradas do jornal Público.
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