Os chefes árabes retomaram as hostilidades na Palestina. Com material britânico, que nom deixaram de receber durante o período da trégua, iniciaram de novo a sua guerra contra Israel. Umha agressom, motivo mais que suficiente para umha rápida intervençom da ONU se os imperialistas anglo-americanos nom estiverem a manobrar, tentando criar as condições que permitam esmagar o novo Estado judeu e repartir-se depois o Próximo Oriente, com o seu petróleo, os seus minerais e as suas posições estratégicas.
A agressom árabe mostra as características típicas dos métodos do imperialismo britânico. O Plano Bernadotte favorecia extraordinariamente à Transjordânia; mas nom pode aplicar-se sem a conformidade dos judeus e o Foreign Office quer obrigar a estes a aceitar esse monstruoso plano que contradiz tudo o acordado nas Nações Unidas. Se os judeus se negarem, fazem cair sobre eles a ameaça da aniquilaçom do Estado de Israel.
Mas o povo judeu persuadido da justiça da sua causa e fortalecido com a simpatia que encontra entre todos os homens e povos amantes da liberdade do mundo encarou com energia o ataque árabe. Os mercenários britânicos foram obrigados a recuar e os primeiros combates assinalam outros tantos sucessos para o exército de Israel. A ocupaçom do aeródromo de Lydda e o consequente avanço desde esse local, é umha resposta adequada à criminosa agressom. De todas as frentes da Palestina chegam igualmente notícias da decidida defesa que do seu direito está a fazer o povo judeu.
O desenvolvimento destes combates nom é o que esperavam os imperialistas ingleses, que confiavam em que os exércitos que eles equiparam lograriam rápida vitória. Isto explica que podendo ter evitado que a guerra ensanguentasse de novo o solo da Palestina nom o fizeram confiados em que o triunfo dos seus mercenários resolver-lhes-ia o problema. Mas nom foi assim, porque defendendo o seu direito a ter um estado, defendendo o seu território, os judeus compensaram nalguns casos a sua escasseza de meios com iniciativa e trabalho. Substituíram a falta de blindados condicionando os seus camiões. E respondem ao fogo da artilharia inglesa com o fogo em massa dos seus morteiros fabricados na Palestina.
O desenvolvimento imprevisto da batalha iniciada pola agressom injusta dos árabes, e a indignaçom que produziu no mundo inteiro parece que obrigam os imperialistas a manobrar. Puderam evitar que se retomasse, puderam resolver o problema da Palestina nas Nações Unidas de acordo com as propostas soviéticas e com as bases do plano estabelecido polo Conselho de Segurança. Mas negaram-se a isso, alentando e ajudando à agressom dos reacionários árabes. Agora tentam achar um respiro para levar a cabo umha nova manobra contra o povo judeu. Nom pode ter outro significado a atividade angloamericana neste sentido. O seu objetivo é criar na Palestina um baluarte de agressom e fazer com que aquele território, objeto da sua exploraçom, continue a ser o mesmo. Para isso apoiam-se nos elementos reacionários árabes os quais, pola sua parte, tentam de demonstrar aos que lhes pagam que som dignos da sua confiança. A isso tende a medida dos chefes árabes de declarar ilegal a Liga Árabe de Libertaçom, de tendência progressiva e encarcerar os seus dirigentes.
Por enquanto nom se resolver o problema de forma justa, respeitando o direito do povo judeu, na Palestina haverá um foco perigoso de guerra. Os povos do mundo esperam que o Congresso de Segurança intervenha, como deve fazer, deixando de lado as manobras dos imperialistas angloamericanos porque o exigem a paz e a justiça que se deve ao povo judeu.
Nº 126 de Mundo Obrero - 15 de julho de 1948 - pág. 4
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