sexta-feira, 17 de maio de 2013

A POLÍTICA DA URSS E DOS EUA NA FUNDAÇOM DE ISRAEL: 1940-42


1940

Fevereiro
Têm lugar os primeiros contatos entre as autoridades soviéticas e sionistas relativamente à situaçom dos refugiados judeus que a URSS absorvera depois do pacto Molotov-Ribbentrop e assuntos de imigraçom.

O rabino chefe da Palestina, Isaac Halevi Herzog teve um encontro com o embaixador soviético em Londres, Ivan Maisky, para solicitar vistos de trânsito para estudantes de escolas religiosas que abandonaram a Polónia para a Lituánia que queriam emigrar para a Palestina.

Outubro
Os líderes sionistas decidem contatar com os diplomatas soviéticos em Londres e Washington com o intuito de enviar umha delegaçom para Moscovo que discutisse o problema dos judeus polacos refugiados na Uniom Soviética.

1941

Janeiro
Chaim Weizmann, Presidente da Organizaçom Mundial Sionista (WZO) encontra-se com Ivan Maisky. Depois de sugerir que a URSS poderia trocar laranjas palestinas por peles em Nova Iorque, Weizman adianta os seus planos futuros sobre a Palestina. Em resposta, Maisky afirmou que teria de haver umha troca de populações para estabelecer os judeus europeus. Weizmann referiu que se meio milhom de árabes pudessem ser transferidos, dous milhões de judeus poderiam ser estabelecidos no seu local. Maisky nom pareceu chocado com essa ideia.

22 de junho
Enquanto os contatos iniciais entre sionistas e soviéticos foram estabelecidos no período da aliança nazi-soviética, a invasom alemã da URSS em 22 de junho de 1941 ofereceu umha grande oportunidade para o fortalecimento desses contatos. Os líderes sionistas alvejavam dous objetivos:
1. Alcançar um acordo que permitisse a emigraçom dos judeus polacos na URSS para a Palestina
2. Persuadir os líderes bolchevistas antissionistas de que a criaçom dum Estado judeu na Palestina nom iria em contra dos seus interesses.

9 outubro
David Ben Gurion, presidente de Agência Judaica para Israel, encontra-se com Ivan Maisky em Londres. Ele explicou-lhe as realizações do Yishuv (populaçom judia existente na Palestina antes da criaçom do Estado de Israel), apontando os seus objetivos socialistas e propôs o envio dumha delegaçom a Moscovo para discutir o contributo do movimento sionista para o esforço de guerra soviético e o futuro da Palestina.

Ben Gurion enfatizou o papel futuro da URSS como umha grande potência no pós-guerra.  Maisky pediu a Ben Gurion o envio dum memorando sobre o assunto. Do ponto de vista de Moscovo, a finalidade desses contatos com os representantes sionistas era facilitar um contributo americano para o esforço de guerra soviético, tal como Maisky disse a Ben Gurion: "Indo o senhor para a América vai tornar-nos um grande serviço se impressionar sobre o povo de lá a urgência de nos ajudar, precisamos tanques, armas, e aviões tantos quanto possível, e acima de tudo, o mais breve possível ".

1942

20 de janeiro
Um grupo de oficiais nazis reúnem-se num palacete do sudoeste de Berlim, com vista para o lago Wann, para discutir acerca da Endlösung der Judenfrage, isto é, “a soluçom final da questom judaica”. Em menos de hora e meia os hierarcas alemãos decidem a expulsom e eliminaçom dos judeus de todas as esferas da vida do povo alemão. Esta reuniom será conhecida como Conferência de Wannsee.

Janeiro
Nesse mês, graças ao embaixador britânico, Eliahu Epstein, funcionário da seçom dos negócios estrangeiros da Agência Judia, teve um encontro com Sergei Vinogradov, o embaixador soviético na Turquia. Epstein ofereceu-lhe o envio dum hospital de campo, medicinas e doutores para a frente de guerra e pediu-lhe umha representaçom permanente de imigraçom da Agência Judaica em Moscovo para assistir os refugiados judeus na URSS. Ele também mencionou o problema dos prisioneiros sionistas na URSS.

No seu relatório a Moshe Shertok (secretário do departamento político da Agência Judia), Epstein denunciou a ignorância de Vinogradov “que é o resultado da arrogância e da propaganda comunista”. Segundo Epstein esses contatos diretos foram úteis para explorar os objetivos do sionismo na Palestina, mesmo se as conversações com os diplomatas soviéticos “nom avançaram na resoluçom dos nossos interesses”.

2 de março
Chaim Weizmann enviou um memorando para Maisky dando conta dos “massacres e dos sofrimentos causados polos nazistas” à judaria europeia. Depois da guerra, escreveu Weizmann, a maioria de judeus sobreviventes da Europa do Leste nom terám outra escolha que emigrar para a Palestina. Ele tentou persuadir os soviéticos de que “os mal-entendidos do passado nom devem condicionar agora a orientaçom da URSS com respeito ao sionismo" e exortou Moscovo para "tomar um interesse na soluçom sionista da questão judaica".

A estratégia do movimento sionista foi frutífera na URSS.

9-11 de maio
Realiza-se umha conferência dos sionistas americanos no Hotel Biltmore em Nova Iorque com a presença das principais lideranças mundiais, entre as quais Chaim Weizzman, David Ben Gurion e Nahum Goldman.

Foi estabelecido o Programa Biltmore, isto é, que era o momento declarar oficialmente a vontade de implementar o projeto sionista de criar um Estado judeu na Palestina nos seguintes termos: "A Conferência reivindica que os portões da Palestina sejam abertos: que a Agência Judaica seja investida com o controlo da imigraçom para a Palestina e com a necessária autoridade para construir o país, incluindo o desenvolvimento de terras nom ocupadas e nom cultivadas, e que a Palestina seja estabelecida como um Estado Judeu integrado à estturura do novo mundo democrático".

Desta maneira, o sionismo iria procurar o apoio americano para fundar esse Estado judeu.

Outro ponto da plataforma Biltmore, proposto por Ben Gurion, o líder político da Executiva Palestina da Agência Judaica, rejeitava o conceito de binacionalidade, se isso significase oferecer aos árabes palestinianos respresentaçom equitativa num governo binacional.

Doravante iniciou-se umha campanha para conquistar o apoio da comunidade judaica americana, na altura ainda nom muito engajada com o sionismo. O primeiro passo foi a criaçom  dumha Conferência Judaica Americana que englobasse o maior número de entidades possível.


Agosto
Dous diplomatas da embaixada soviética em Ancara (Turquia), Sergei Mikhailkov e Nikolai Petrenko, vam pola primeira vez para a Palestina para assitir à V Liga da Convençom de Fundos. A V Liga era umha organizaçom estabelecida para apoiar o o esforço de guerra soviético angariando dinheiro e organizando vários eventos públicos, cujo sucesso foi imediato.

Um ano depois da sua fundaçom, a Liga contava com 20.000 membros e umha centena de seções na Palestina. A V Liga nom era apenas umha organizaçom pró-soviética, incluia representantes de todos os partidos sionistas-socialistas, o Partido Comunista, e intelectuais.  Ao nom estar sob o controlo soviético, o MID receou dela, mas achava que “a actividade da Liga é útil”. Petrenko e Mikhailov encontraram-se com líderes do Yishuv, o alto-comissionado britânico e representes árabes em Jerusalém e Belém.

Os líderes sionistas realizaram umha valorizaçom positiva da visita dos dous diplomatas soviéticos. Mikhailov mesmo disse que “as realizações judias estavam além do que ninguém podia sonhar”. Porém, os representantes soviéticos nada dizeram sobre a futura posiçom do seu país no tocante à partiçom da Palestina. Segundo Yitzhak Ben-Zvi, esta visita “deveria ser vista como umha sorte de início dos novos contatos com a Rússia soviética. Pola primeira vez na historia moderna representantes da Rússia viram dezenas de milhares de judeus a trabalhar e lutar”.

Em 1942, o Coronel Halford Hoskins, especialista no Próximo Oriente, enviado para a área polo Estado Maior norte-americano, comunicou que a menos que fosse reduzida a tensom, um conflito seria deflagrado na Palestina antes de terminar a guerra, e colocaria todo o Próximo Oriente árabe em tumulto, levando em consideraçom que a regiom era um importante centro das operações americanas.

Fontes

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