"A judiaria de Alfama, em Alfama, da qual resta, como único vestígio, o nome da rua onde estava situada, Rua da Judiaria, que vai do Arco do Rosário, no Terreiro do Trigo, até ao Largo de S. Rafael" (em As Muralhas da Ribeira de Lisboa, 1900)
O Bairro de Alfama nom foi atingido polo terramoto de 1755, daí que ainda exista a respetiva Rua da Judiaria, sendo isto tudo o que resta das quatro Judiarias de Lisboa. Nesta artéria ainda hoje podem-se encontrar sinais da antiga Judiaria, já que algumhas portas de habitaçom estám marcadas com a estrela de David, assim como se encontram restos da muralha medieval de Lisboa sob construções quinhentistas de janelas góticas.
Esta judiaria abrange a antedita Rua da Judiaria, o Largo de S. Rafael e o Beco das Barrelas.
Rua da Judiaria
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No lado direito da rua encontra-se umha grande extensom de muralha encimada polo Palácio da Senhora de Murça que apresenta janelas e cubelo da muralha, em estilo manuelino.
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Palácio da Senhora de Murça visto do pátio da Rua da Judiaria |
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Fonte do Poeta situada a sul do pátio da rua |
Na Fonte do Poeta a água brota de dous peixes-dragões junto a um poema de António Boto que canta "esta fonte que fala na surdina de qualquer coisa que eu não sei ouvir".
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O Arco do Rosário foi anteriormente a Porta da Judiaria. Metade do arco ficou entaipado, já que este teria umha volta completa sendo que hoje a outra meia volta está aparentemente integrada no prédio que a suporta.
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Arco do Rosário visto do Largo do Terreiro do Trigo GoogleEarth |
Este arco fez parte integrante da antiga Cerca Moura e depois foi reaproveitado para ser umha das 34 portas da Cerca Fernandina (construída entre 1373-75).
Beco das Barrelas
(estreita viela em forma de U)
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Ao fundo, o Largo das Alcaçarias visto do interior do Beco das Barrelas. CAEIRO |
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Largo das Alcaçarias com o Beco das Barrelas ao fundo à esquerda. |
Sinagoga da Alfama
As atuais ruas da Alfama, ainda que conservassem o tortouso traçado antigo, a maior parte das casas existentes som de nova construçom, o que dificulta a localizaçom do prédio da antiga sinagoga. Porém, a partir de documentos da Torre do Tombo contendo confrontações e indicações relativamente à cerca fernandina que permitiriam a sua identificaçom, o investigador Vieira da Silva determinou a situaçom exata da antiga sinagoga da Alfama.
Segundo esta tese, a sinagoga situar-se-ia no nº 8 do Beco das Barrelas, designada no dito documento por «travessa que vay teer ao muro», em frente da Rua da Judiaria e do Largo de S. Rafael. A Rua da Judiaria ainda existe e, embora já tivessem desaparecido a Torre e a porta de S. Pedro, conhece-se o sítio onde os ditos elementos se encontravam, a partir dumha marca com o emblema de S. Pedro existente numha laje embutida na parede de encosto do pequeno Largo de S. Rafael, onde desemboca a Rua da Judiaria.
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Prédio da Sinagoga da Alfama? |
Nos trabalhos arqueológicos realizados nom foram recuperados testemunhos que possam ser associados a umha ocupaçom judaica, o que nom permite confirmar ou negar a sua presença naquele espaço ou na área circundante. Os especialistas julgam ser possível prosseguir os estudos arqueológicos, alargando a área intervencionada, talvez explorando o restante espaço do Largo de S. Rafael.
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