terça-feira, 22 de julho de 2014

DEMONIZAÇOM DE ISRAEL

Toni Florido

Estes dias somos testemunhas do drama da guerra, um drama que afeta pessoas de carne e ossos, umha autêntica desgraça. Bom, de facto nom somos testemunhas dumha guerra, mas de muitas. 2.000 Palestinianos morreram já, e, lamentavelmente, esta cifra nom é definitiva na guerra da Síria. Sim, leram bem: Síria. Já morreram oficialmente 200.000 pessoas naquele país, das quais 2.000 eram palestinianos, num drama abominável que nom parece ter fim nem importar a ninguém. Por descontado, nom é o único caso atual em que morrem pessoas, mas quis destacá-lo polo facto de as vítimas serem palestinianos de segunda. Sim, de segunda, porque o seu drama é totalmente esquecido perante o drama dos habitantes de Gaza. Qual é a diferença? Israel.

Em Gaza morreram muitos inocentes e isso aperta o coraçom das pessoas. A mim também! O coraçom dalguns, porém, apenas é sensível em casos em que se possa criticar Israel. Tanto faz o número de pessoas que morrem, a origem e situaçom das vítimas... O que importá é que um dos protagonistas é Israel. Esta discriminaçom das vítimas é um claro exemplo de xenofobia. Xenofobia perante os israelitas, mas sobretodo xenofobia perante os palestinianos. Faça o que fizer qualquer umha das partes, para certas pessoas apenas tem sentido protestar e se manifestar se polo meio está Israel. Os palestinianos som um simples instrumento em mãos da israelofobia, que como um lenço de papel é utilizado quando convier.

Tem algumha explicaçom que se queira justificar a negativa do Hamás a aceitar a trégua de cessar-o-fogo que propôs o Egito e que aceitou Israel? Nom importam as vítimas? Nom se apelava para "parar a guerra"? Qualquer argumento pode justificar o incremento de mortos que irá gerar a decisom do Hamás de nom aceitar o cessar-o-fogo. Qualquer argumento o pode justificar se o que importa som as vítimas, os seres humanos que morrem. Mas se realmente isto nunca importou, entom sim, entom pode-se justificar.

Estes dias, desgraçadamente, podemos ver, ler e ouvir muitos casos desta letal hipocrisia. As manifestações que se convocaram na Catalunha de solidariedade com Gaza, se realmente fossem solidárias com os seus habitantes, o que deviam fazer é protestar contra a negativa do Hamás de parar o confronto com Israel. Se se convoca umha manifestaçom com slogans tipo "Paremos o castigo coletivo a Palestina", o protesto contra quem devia estar encaminhado? Contra quem aceita o cessar-o-fogo? A populaçom de Gaza é refém do totalitarismo do Hamás e da xenofobia dos seus presumíveis amigos europeus.

Exemplos deste oportunismo padecemo-los diariamente, em que a manipulaçom se faz sem qualquer tipo de limite e as vítimas som simples peças ao serviço da demonizaçom de Israel. A causa palestiniana nom precisa mentiras nem tergiversações. Isso nom faz mais do que lhe restar credibilidade, nom lhe faz nengum serviço.

Dizer, como se diz, que o que agora está a passar em Gaza e em Israel é pola negativa do Estado de Israel para aceitar um governo de unidade entre o Fatah e o Hamás é demagógico, ou ainda mais grave, mentira.

Dizer, como se diz, que Israel começou a bombardear a populaçom civil de Gaza sem qualquer motivo já nom é simplesmente tornar a mentir, mas demonstra que nom existem limites para a deformaçom do adversário.

Qualquer um pode comprovar que o Hamás nom parou de atacar as cidades de Israel nos dias e semanas prévias à intervençom israelita. De facto, apenas nos últimos nove dias, o Hamás disparou 1.831 rockets e mísseis à populaçom, seres huamanos, também de carne e ossos, que vivem em Israel. Se nom tem havido mais vítimas nom é porque o Hamás nom o tenha tentado intensamente.

Israel deu um ultimato ao Hamás para que parasse o lançamento de morteiros, rockets e mísseis sobre o seu território, e o Hamás rejeitou-o, igual que agora recusou o cessar-o-fogo. Que interese pode ter alguém em tergiversar os acontecimentos? É evidente que interesse para as pessoa que padecem nom. Por que nom dizem o que pensam realmente? Afinal, sempre se acaba negando o direito a existir de Israel. A velha pulsom, sempre presente. E que visam? Fazer desaparecer os seus 7 milhões de habitantes? Para isso nom critiquem o Hamás, por que compartilham o mesmo objetivo?

A paz irá chegar quando sejamos capazes de nom demonizar umha das duas partes. Quando sejamos capazes de aceitar a existência do outro. Tam difícil é isso?

Toni Florido é Presidente de Associaçom Catalã de Amigos de Israel (ACAI)

Fonte: EL PUNT AVUI
Texto traduzido para o galego-português por CAEIRO.

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