terça-feira, 6 de maio de 2014

OLIVENÇA

Cidade portuguesa em território espanhol, na regiom do Alentejo, com cerca de 12.000 habitantes.

À época da reconquista cristã a margem esquerda do Guadiana foi dominada polas forças de Afonso VIII de Galiza-Leom, quem os cedeu à Ordem do Templo para que os povoassem e defendessem. Nessa altura a Ordem estabeleceu a Comenda de Olivença erguendo um castelo e organizando a exploraçom económica da comunidade. 

Em 1267 a Convençom de Badajoz supõe a fixaçom do curso dos rios Caia e Guadiana como raia entre os reinos de Castela e Portugal. Porém, sob o reinado de D. Dinis Portugal recupera os domínios perdidos na margem esquerda do Guadiana (Mértola, Noudar e Mourão) com a assinatura da Convençom de Ciudad Rodrigo (1295). Em 1297 o Tratado de Alcanizes incorpora Olivença a Portugal, mantendo-se sob a sua soberania até 1801 em que foi ocupada e anexada manu militari polo Reino de Espanha.

Sobre a presença judaica em Olivença existe um documento de 1322 em que o rei Afonso IV responde aos pedidos realizados polos ovençais e Judeus relativamente ao efeitos que as obras de construçom da muralha da vila estavam a causar.

O crescimento experimentado pola Judiaria de Olivença ao longo do século XIV patenteia-se no facto de o rei D. Dinis encaminhar em novembro de 1361 umha carta à câmara municipal para elegir juiz privativo dos Judeus. Já em 1430 existe umha carta de mercê da Chancelaria do rei D. João I respeitante às rendas da alcaidaria mor e direitos da Judiaria da vila de Olivença a Martinho Afonso de Melo. 

Durante o reinado de D. Duarte (1433-38), o rei português concedeu privilégios mandando construir um bairro para os judeus. Na esteira das medidas discriminatórias contra os Judeus que alastravam por Sefarad em 1471 a chancelaria do rei Afonso V envia umha carta para que os Judeus de Olivença vivam fora da dita vila. Em 1475 os Judeus som expressamente autorizados a habitarem na zona cristã.

Logo depois do édito de expulsom dos Judeus dos reinos de Espanha de 1492 o rei João II escolhe Olivença como um dos cinco pontos fronteiriços de entrada para os exilados em território português (juntamente com Arronches, Castelo-Rodrigo, Bragana e Melgaço).

Castelo de Olivença de Duarte d'Armas (1509)
Durante o século XVI a Inquisiçom de Évora condenou duas pessoas naturais de Olivença, 5 a de Lisboa. Mesmo a Inquisiçom teoricamente ainda nom agindo em Olivença, sede episcopal do bispo de Ceuta, em 1525 foram queimados cinco judeus por seguirem os preceitos judaicos.

Na Biblioteca Pública de Évora conserva-se um documento privativo de compra/venda, datado de 1549 e redigido polo tabelião municipal de Olivença, em que um casal vendem um foro a umha freira do convento de Santa Clara de Évora.

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