segunda-feira, 15 de setembro de 2025

A VOLTA REVOLTA

 O protesto pró-palestiniano tomou conta da Vuelta Ciclista a España. Mais do que pró-palestiniano, foi um protesto anti-israelita. Se Israel nom tivesse participado, o protesto nom teria acontecido. No entanto, ocorreu com umha violência que excedeu as medidas de segurança da polícia. Ajudou muito umha participaçom massiva, estimada em 100.000 pessoas. Espanha é um dos países mais antissemitas da Europa.



As declarações anteriores do presidente Sánchez, apoiando os manifestantes, ajudaram. Noutras declarações anteriores, demonstrou a sua hostilidade para com o Estado judaico, lamentando que a Espanha nom tenha bombas nucleares nem porta-aviões. No entanto, a incitaçom à revolta da Vuelta foi a gafe definitiva. De súbito, temos o Armagedão: Israel rompe relações diplomáticas com Espanha.


Também de grande ajuda foi a participaçom direta nos motins da deputada Belarra e da eurodeputada Montero. Ambas, alimentadas polo fervor anti-judaico dos seus antepassados ​​quando expulsaram os filhos de Abraão, violaram vários preceitos da legislaçom penal vigente. Aliás, se é verdade que foram para lá com guarda-costas, o que teria acontecido se a eurodeputada, umha mulher veemente, se tivesse envolvido numha briga com um polícia? A quem dos dous o guarda-costas teria ajudado?



O governo sostém e os seus aliados confirmam que esta atitude anti-judaica (a que chamam "antigenocídio" e "antissionista") conta com o apoio maioritário do povo espanhol. Nom duvido; é óbvio. Mas nom deveria esta esquerda woke ir contra os preconceitos anti-judaicos tradicionais? Porque, meus senhores, seja qual for o nome que lhe derem, o antissemitismo é um horror e umha vergonha.



Porque razom, entom, o incentiva? Porque, depois do colapso do comunismo (o Nepal é o último capítulo, Cuba vem depois), os únicos objetivos da esquerda woke, herdados da Guerra Fria, são o anti-americanismo e o antissemitismo.


A esquerda radical degenerou numha seita, perfeitamente analisável com as ferramentas fornecidas há setenta e cinco anos por Eric Hoffer no seu famoso livro "O Verdadeiro Crente". Esta esquerda, nascida das reflexões finisseculares dos teóricos pós-modernistas, pós-marxistas e pós-pós, está nas mãos dos fanáticos há vinte anos, a segunda geraçom de Hoffer. 


Mas o que torna umha pessoa fanática? No fundo, a ausência de dúvida, a certeza de que as suas convições, em vez de serem falíveis, como as de todos os seres humanos, são verdades apodíticas. Se alguém segue o deus, o partido, o líder certo, o sectário nom precisa de mais nada e nom precisa de discutir nada com ninguém. E como se chega a possuir essas verdades? Através da "certeza imediata" que Friedrich Heinrich Jacobi opôs ao racionalismo kantiano. A razom do fanático é a fé.


Enquanto a guerra no Próximo Oriente continuar, os protestos aumentarão, assim como os ataques contra pessoas e bens judeus. Esta guerra está a ser travada em duas frentes: a militar em terra e a da propaganda "woke" nas chancelarias e nos meios de comunicaçom ocidentais. A única forma de pôr fim à segunda (que está a provocar grandes ruturas civis nas sociedades democráticas) é pôr fim à primeira. E isso só acabará com a ocupaçom militar de todo o território, umha vez que o HAMAS se recusa a libertar os reféns, a entregar as suas armas e a dissolver-se.


Fonte: Palinur (Ramom Cotarelo) 

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