O sábado 19 de agosto vai ter lugar em Alhariz, vila de proeminente herança judaica, um concerto de Catuxa Salom, cantora galega de nome e origem judaico-argentina e umha das sensações dos últimos meses na música do país.
Catuxa Salom © Catuxa Salom |
A música dela, com canções como 'Chicharras', 'Nunha aldea' ou 'Mulheres piratas' nas que mistura com total naturalidade o folclore latino-americano, a tradiçom galega e os sons eletrónicos. Para quem precisar de etiquetas, a obra dela pode ser chamada de folctrónica e representa um ponto de uniom de muitas cousas que responde à sua própria trajetória pessoal.
Catuxa Salom cresceu ouvindo a Mercedes Sosa ou a Violeta Parra e muito nova começou a realizar as suas próprias composições. Estudou Sociologia na UCM e teatro na escola de interpretaçom Juan Carlos Corazza e morou em Madrid durante mais dum decénio.
Porém, um dia, durante a pandemia de COVID, decidiu mudar radicalmente o seu cenário e deslocou-se às cegas para umha aldeia da Ponte Nova, alugando umha casa que apenas viu com umhas amigas através dum anúncio na Internet. Ali começou a compor canções muito distintas, mudando o country e os blues que costumava tocar en Madrid por temas nos que o folclore galego ou argentino ganhavam peso. Assim é que nasceram canções como 'Chicharras' ou 'Nunha aldea' com as que saltou à tona.
"Eu tento sempre compor do que me circunda e as historias que me acontecem e por isso nom é o mesmo compor umha cançom num sótão em Madrid -que também seria umha cançom maravilhosa- que compor numha aldeia numha casa de pedra que tem séculos de história. E depois também influi muito a etapa vital em que estejas na altura. Muda todo", destaca en conversa para Praza.gal.
"Os meus pais som argentinos os dous e eu mamei muito do folclore latino-americano e isso influíu-me muito", comenta, acrescentando que "depois viajei muito, por muitos países distintos e estive em contato con muitas músicas". "Acho que nom há muitos limites cerebrais entre uns estilos e outros, para mim é natural misturá-los e passar dum para outro. A música nom tem fronteiras", acrescenta.
Catuxa Salom está a preparar a saída do seu primeiro álbum, um disco que vai sair através de singles, mas no que "há detrás um trabalho conceitual e umha pesquisa prévia que liga todas elas", destaca.
A atuaçom de Alhariz será um bom momento para descubrir e ouvir as músicas dela. "É para mim umha oportunidade para ver a recepción", destaca. "Gosto muito disso: tocar umha cançom nova num concerto e ver a reaçom da gente, pensando 'nom conheces a cançom, mas gostas dela, estás a dançar com ela'", diz. "Quer num palco ou noutro, um sítio mais pequeno ou mais grande, encanta-me ver como chego à gente com as minhas canções, ver a transformaçom das caras", explica.
E como é o processo de criaçom de Catuxa Salom? A artista explicou para Praza que funciona com um método no que, para compor música o que faz é primeiro afastar-se da mesma música. "Por exemplo, pinto um quadro, apesar de que nom sei pintar. E acho: se esta cançom tivesse cores, que cores seria? Faço o quadro e depois coloco-me diante do computador no que produzo a música a tentar converter essa pintura nunha canción". "Tento afastarme da música para facer música, nom pensar en que acorde quero pôr em cada momento e tentar ativar partes do cérebro às que nom chegaria se compusesse de forma tradicional", diz ela.
"Depois influi muito o que escutas", acrescenta. "Se essa semana estive a ouvir sem parar Nathy Peluso, isso nota-se no que componho. Ou se estive a escutar a Amy Winehouse ou a Lia Kali, pois o mesmo", diz.
O concerto de Alhariz deste sábado vai ser umha excelente oportunidade para conhecer a Catuxa Salom. O evento terá lugar às 22h nos Jardins do Museu do Coiro no quadro da Festa da Empada.
Em setembro haverá novas oportunidades para a descobrir. Por exemplo, ela vai estar no Festiletras e no festival Osa do Mar de Burela (2 de setembro) ou no festival Costeira sonora de Cenlhe (23 de setembro).
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Fonte da entrevista: PRAZA
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