ZOG é o acrônimo de "Zionist Occupation Government" (Governo de Ocupaçom Sionista). É umha teoria da conspiraçom antissemita, desenvolvida por supremacistas brancos, que afirma que os Judeus controlam secretamente os governos dos estados ocidentais. De acordo com esta crença, umha organizaçom secreta sionista controla os bancos internacionais e, por meio deles, os governos, a fim de conspirar contra os interesses de brancos, cristãos ou islâmicos.
A expressom é usada por grupos supremacistas brancos, nacionalistas brancos, extrema direita, nativistas ou antissemitas na Europa e nos Estados Unidos, bem como por ultranacionalistas como Pamyat na Rússia e vários grupos de extrema direita, incluindo os Freemen, Identity Christians e Ku Klux Klan.
Como no novo antissemitismo os teóricos desta conspiraçom usam a palavra sionista de forma enganosa a fim de retratar os Judeus como uns conspiradores que visam controlar o mundo, conforme descrito nos Protocolos dos Sábios de Siom.
A associaçom dos Judeus ao controlo das forças econômicas é o ressurgimento moderno dum antigo estereótipo, o do "abastado comerciante judeu" que está presente no mundo cristão desde a Idade Média.
Nos EUA a teoria da conspiraçom sionista ilustra umha preocupaçom agrária de extrema direita; isto é, a possibilidade vital de extinçom supostamente enfrentada polo mundo rural, visto como a espinha dorsal da América, um perigo causado por umha elite metropolitana remota, centralizada e faminta de poder corrompida por influências "alienígenas".
O fascista britânico Arnold Leese já tinha o hábito de se referir ao "governo judeu" do seu país nas décadas entre e pós-guerra, enquanto os nazistas sob a República de Weimar rejeitaram a chamada mão "judia" por trás desse regime. Na França do final do século XIX, a insinuaçom de que o governo francês estava no poder dos Judeus era umha afirmaçom comum no discurso nacionalista.
Umha primeira apariçom do termo foi num artigo de 1976, "Welcome to ZOG-World", atribuído a um neonazista americano chamado Eric Thomson, embora nacionalistas brancos canadianos também usassem o termo "ZOG".
Também aparece como tema principal no livro de 1978 "The Turner Diaries" escrito por William Luther Pierce, fundador da National Alliance, umha organizaçom nacionalista branca. O termo chamou a atençom dum público maior num artigo de 27 de dezembro de 1984 no The New York Times sobre roubos cometidos na Califórnia e em Washington por um grupo supremacista branco chamado The Order. Segundo o jornal, os crimes "foram conduzidos para arrecadar dinheiro para umha guerra contra o governo dos Estados Unidos, que o grupo chama de 'ZOG', ou governo de ocupaçom sionista".
Em 1985, o grupo de extrema direita Posse Comitatus, sediado em Oregon, afirmou: "A nossa naçom está agora completamente sob o controlo do governo internacional invisível do judaísmo mundial."
A Ordem da Fraternidade Silenciosa foi um desdobramento das Nações Arianas, umha organizaçom fundada no início dos anos 1970 por Richard Girnt Butler; este último estava, desde a década de 1950, associado a outro grupo antissemita, a Igreja de Jesus Cristo Cristão. Ambos os grupos têm suas origens em ativistas antissemitas como Gerald L.K. Smith e interagiram com a Ku Klux Klan. O termo apareceu extensivamente na literatura das Nações Arianas. Em dezembro de 1984, a revista Newsweek relatou que as Nações Arianas estabeleceram um sistema de quadro de avisos eletrônico chamado "Aryan Nation Liberty Net" para oferecer informações sobre as localizações dos escritórios do Partido Comunista dos EUA e "informantes do ZOG".
Na década de 1990, o termo espalhou-se para vários círculos neonazistas e antissemitas em todo o mundo. Na Bélgica, cartazes com a sigla "ZOG" foram apreendidos durante a detençom dum grupo de neonazistas
Em 1996, as Nações Arianas postaram no seu site umha "Declaraçom de Independência Ariana", afirmando que "a história do atual Governo de Ocupaçom Sionista dos Estados Unidos da América é umha história de repetidos ferimentos e usurpações [...] [todas] tendo um objetivo direto: o estabelecimento dumha tirania absoluta sobre esses estados. " Alegando que "a erradicaçom da raça branca e a sua cultura" é "um de seus objetivos principais", o "ZOG" é acusado de ceder os poderes do governo a corporações privadas, traidores brancos e famílias judias da classe dominante. Acusa os Judeus "ZOG" de subverter o estado de direito constitucional; responsabilidade pola reconstruçom pós-guerra civil; subverter o sistema monetário com o Sistema da Reserva Federal, confiscando terras e propriedades; limitar a liberdade de expressom, religiom e posse de armas; assassinato, sequestro e prisom de patriotas; abdicar da soberania nacional para as Nações Unidas; repressom política; burocracia esbanjadora; afrouxamento das restrições à imigraçom e ao tráfico de drogas; aumento de impostos; poluiçom do ambiente; comandar militares, mercenários e policiais; negar a herança cultural ariana; e incitar insurreições de imigrantes.
Desde 1996, o termo espalhou-se e agora é popular com muitas outras organizações antissemitas.
Os neonazistas suecos dizem que os Judeus - no que eles chamam de Governo de Ocupaçom Sionista sueco - estám a importar imigrantes para "diluir o sangue da raça branca".
O site antissemita Jew Watch afirma que todo o espectro de nações ocidentais e outros países estám a ser governados por "governos de ocupaçom sionista".
Mais recentemente, o político eslovaco Marian Kotleba, cujo partido (Partido do Povo Nossa Eslováquia) ganhou dous lugares no Parlamento Europeu nas eleições de 2019, afirma que o "Z. O. G." controla a política eslovaca.
Umha variedade de tramas gravitando em torno da teoria da conspiraçom original foi imaginada por ativistas, uns afirmando, por exemplo, que até 4.000 judeus foram avisados dos ataques de 11 de setembro antes que eles acontecessem. Os crentes também afirmam que forças do tipo ZOG controlam a política externa americana. Apesar das suas próprias singularidades, a maioria das teorias ZOG envolve a ideia dum poder judeu sobre as finanças ou bancos, incluindo um que imagina um controlo judeu na Reserva Federal.
O neonazista David Lane, membro fundador da organizaçom nazista The Order, desenvolveu a sua versom da teoria da conspiraçom do genocídio branco no seu "White Genocide Manifesto" de 1995. Lane afirmou que as políticas governamentais de muitos países ocidentais tinham a intençom de destruir a cultura europeia branca e tornar os brancos umha "espécie extinta". Lane criticou a miscigenaçom, o aborto, a homossexualidade, o controlo judaico da mídia, desportos "multirraciais" e as repercussões legais contra aqueles que "resistem ao genocídio" e o ZOG que ele disse controlar os Estados Unidos, estados e outros países de maioria branca e que incentiva o "genocídio branco".
O ZOG aparece em "La Main droite du diable", filme de Costa-Gavras de 1988 sobre o ambiente supremacista branco americano. Um locutor de rádio judeu é assassinado e o assassino escreve as letras "ZOG" sobre o corpo da vítima e no seu carro.
O termo "ZOG" também é utilizado em canções de grupos nazistas como Ad Hominem (ZOG is dead), os alemães Stahlgewitter ou Landser (Rock gegen ZOG).
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