quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

900 SOBREVIVENTES DO HOLOCAUSTO MORRERAM DE COVID-19 EM ISRAEL

 As vítimas do coronavírus representaram 5% dos 17.000 sobreviventes do Holocausto que morreram durante o ano 2020, reportou a Autoridade de Direitos dos Sobreviventes do Holocausto de Israel perante o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto.

A pandemia de coronavírus tirou a vida de 900 sobreviventes do Holocausto em Israel em 2020, com um total de 5.300 sobreviventes que testaram positivo para a Covid-19, segundo as estatísticas divulgadas pola Autoridade de Direitos de Sobreviventes do Holocausto de Israel em 26 de janeiro.

A autoridade é o departamento governamental que supervisiona as indenizações às vítimas do genocídio cometido pola Alemanha nazista e os seus colaboradores. Essas estatísticas foram divulgadas na véspera do Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. De acordo com seus dados, as vítimas do coronavírus representaram 5% dos 17.000 sobreviventes que morreram durante o ano.

O impacto do vírus sobre os sobreviventes tem estado em destaque em Israel desde os primeiros dias da pandemia. O primeiro israelita vitimado polo vírus, Aryeh Even de Jerusalém, com 88 anos, morreu no dia 21 de março. Even era um judeu húngaro cujo pai morreu no campo de concentraçom de Mauthausen. Ele sobreviveu aos nazistas escondendo-se num porom com a sua mãe e irmãos, emigrando depois para Israel em 1949.

Para muitos sobreviventes, cuja idade os coloca na categoria de alto risco, a experiência de confinamento durante a pandemia reavivou memórias traumáticas da infância de se esconder dos nazistas.

A autoridade dos sobreviventes disse que o número total de sobreviventes do Holocausto em Israel era de 179.600 no final do ano, um número que inclui as 3.000 pessoas que foram reconhecidas como sobreviventes em 2020.

A taxa de mortalidade da Covid-19 entre os sobreviventes da Shoah foi de 17%, quase exatamente a mesma porcentagem de israelitas que morreram durante o ano na mesma faixa etária (75 ou mais anos).

A autoridade foi criada para compensar os sobreviventes que viveram encarcerados em campos ou guetos, ou se esconderam dos nazistas durante o Holocausto.

Embora a maioria dos sobreviventes israelitas seja nascida na Europa, a autoridade também reconheceu o status de ex-residentes iraquianos, marroquinos e argelinos, que sofreram sob regimes  aliados dos nazistas, entre os quais o caso do Iraque e da França colaboracionista de Vichy. Mais dum terço dos sobreviventes do Holocausto de Israel nom imigraram logo após o Holocausto, mas vieram para Israel como parte dumha onda de imigratória da ex-Uniom Soviética na década de 1990.

Para fazer ideia, o número de óbitos de sobreviventes da Shoah representa 21,82% de pessoas vitimadas polo coronavírus em Israel durante o ano 2020.


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