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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

FINALMENTE, ERA O IRÃO

 Pilar Rahola

O regime dos Aiatolás é o cerne do problema e o atranco que impede tanto o progresso do avanço dos Acordos de Abraham quanto encontrar umha soluçom viável para o Estado Palestiniano.

A teocracia do Irão esbanjou milhões para criar umha rede de idiotas úteis de árabes para atacar Israel: Hezbollah (Líbano), HAMAS (Palestina), Hutis (Iémen) e milícias do Iraque e Síria

Embora o Próximo Oriente seja um dos hieróglifos geopolíticos mais perversos do mundo, algo tornou-se claro, um ano depois do massacre do HAMAS de 7 de outubro e da guerra multidireccional que provocou. Refleti sobre isso no artigo após a morte de Hasan Nasrallah e, ​​a cada dia que passa, mais certezas se acumulam na mesma direçom.


Hoje, um ano depois, o Irão está exposto, finalmente colocado sob os holofotes que corresponde ao grau de responsabilidade que tem pola violência e instabilidade na regiom. O problema sempre foi, tem sido e continua a ser o Irão. Esta afirmaçom, inapelável com factos e dados verificados, nunca foi suficientemente visível, camuflada em múltiplas organizações, conflitos locais e guerras menores, que desviaram a atençom da informaçom. O Irão é a hidra que alimenta os monstros do Próximo Oriente, e os múltiplos chefes que criou serviram, durante décadas, para travar umha guerra direta contra Israel de forma indireta -nom, nom é um oxímoro -, com um duplo objetivo: 

  • consolidar o seu poder regional através dum bloco eficaz de alianças conhecido, nos relatórios de inteligência, como “o eixo do mal”; e
  • garantir umha situaçom de instabilidade permanente na regiom.
Com este duplo objetivo, um terceiro, igualmente estratégico: impedir a resoluçom do conflito palestiniano, condenado ao ciclo diabólico da violência eterna.

O massacre do HAMAS de 7 de outubro fazia parte dum plano macabro desenhado polo Irão para impedir a normalizaçom de relações entre Israel e o mundo árabe e inviabilizar um Estado palestiniano

Para ser mais preciso, qualquer mesa de negociaçom, trégua ou proposta concebida ao longo dos últimos anos só poderia ter viabilidade mínima se o Irão o permitisse. Desde a consolidaçom do regime dos Aiatolás, todos os caminhos para encontrar umha saída levavam a Teerão, e todos os caminhos foram abortados em Teerão. Nom é em Ramallah ou Jerusalém onde as decisões poderiam ser tomadas, nem em Beirute, Sanaa ou Bagdad, mas em Teerão. O Irão tem sido a força motriz do fortalecimento militar do HAMAS, com um exército que financiou e treinou e que atingiu 40.000 soldados, garantindo que em 14 anos de governo do HAMAS nom houvesse qualquer possibilidade de procurar umha negociaçom; foi também o criador e financiador do Hezbollah, com um exército de mais de 100.000 membros, através do qual manteve o flanco de guerra no norte de Israel e conseguiu o domínio completo do Líbano; e, se com o Hezbollah também conseguiu o controlo da Síria, a sua guarda revolucionária treinou e financiou os grupos xiitas que atacam Israel a partir do Iraque e desestabilizam o país; finalmente, é o Irão o único responsável pola sangrenta guerra no Iémen, que causou centenas de milhares de mortes, e que agora ataca navios no Mar Vermelho, ao mesmo tempo que tenta atacar Israel. 


E, com tudo isto, continuou a avançar na sua carreira nuclear, face à incompetência e/ou irresponsabilidade das organizações internacionais de controlo nuclear. Deve ser repetido, dada a sua seriedade, embora nom pareça preocupar os vociferantes meios de comunicaçom social cada vez que falam no conflito: o Irão ultrapassou a barreira do urânio enriquecido a 60%. Ou seja, atingiu o que é considerado enriquecimento para uso militar; nom é em vão que nengum país ultrapassa os 20% se o seu uso for energético. Há ainda mais um elemento a levar em conta: o papel do Irão na América do Sul, onde criou uma mesta rede criminosa ao longo do eixo bolivariano, e com a tríplice fronteira como buraco negro; e, pola sua vez, devemos lembrar o reforço com o eixo China-Coreia do Norte e com a Rússia, país que ajuda na guerra na Ucrânia.


O Irão é o cerne do problema e o atranco que impede o progresso do avanço dos Acordos de Abraham para encontrar umha soluçom viável para o Estado Palestiniano. E é este país que ficou exposto às múltiplas ofensivas de Israel. Com o desmantelamento das brigadas do HAMAS, a decapitaçom do Hezbollah e os seus ataques falhados contra Israel, o regime perdeu as máscaras que o camuflavam e foi deixado à descoberto. Talvez nom o saibam os anti-israelitas, ou Pedro Sánchez, que olha o mundo polo buraco do seu instinto de poder, ou certo jornalismo de bolso, que faz mais propaganda do que informaçom, mas nom foi Israel mas o massacre do HAMAS que abriu as portas do inferno. A intençom era queimar Israel e mesmo assim as chamas queimaram toda a regiom. A mecha foi acesa polo HAMAS, mas não se enganem: o grande incendiário do Próximo Oriente é o Irão.


Pilar Rahola é umha jornalista, esritora e política catalã de ideologia catalanista e independentista. Ela é defensora da existência do Estado de Israel. 

É por isso que militantes da extrema esquerda espanhola operante na Cataluña atacaram-na o passado 8 de outubro enquanto dava umha palestra no Vallès Oriental (Barcelona). Os ativistas palestinistas invadiram a sala e jogaram tinta vermelha na palestrante para denunciar que “ela está manchada de sangue” pola sua posiçom sobre Israel, exibindo faixas denunciando a sua defesa do Estado “sionista” e “fascista” de Israel.


Fonte: El Periódico

Traduçom livre para o galego-português por CAEIRO.

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