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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

VILARINHO DOS GALEGOS

Freguesia portuguesa do concelho de Mogadouro, regiom de Trás-os-Montes, com 190 habitantes.

Se por um lado o topónimo aponta para a proximidade em relação ao país vizinho, por outro revela-nos a forma de povoamento da região nos tempos pós-fundação da Nacionalidade – através da formação de “villas”, unidades económicas deixadas pelos romanos. Esta freguesia foi povoada pela Ordem dos Templários e depois da extinção desta, pela Ordem de Cristo
Vilarinho dos Galegos foi povoado pola Ordem dos Templários e depois da extinçom desta, pola Ordem de Cristo.

Aquando a expulsom dos Judeus dos reinos de Espanha, segundo a tradiçom popular, aqueles que entraram em Portugal através de Miranda do Douro, seguiram três destinos diferentes: os mais pobres, que vinham a pé, ficaram-se por Carção e Argozelo, os que eram remediados e vinham de burro, seguiram para as terras de Mogadouro e Vilarinho dos Galegos, enquanto os mais ricos, donos de possantes machos e mulas, se foram fixar em Lagoaça ou em Freixo de Espada à Cinta.

Vilarinho dos Galegos, foi um importante centro de marranos. Nesta aldeia, existiu a maior comunidade de Judeus desta zona do Nordeste Transmontano. Ainda hoje os habitantes de Vilarinho são conhecidos por "Judeus".

Segundo Amilcar Paulo, autor de "Os marranos em Trás-os-Montes" (1956) "em Lagoaça e em Vilarinho dos Galegos vigora o costume de se nom comer, na Semana Santa, pam fermentado, mas sim bolos cozidos entre duas telhas (…) Quando morre alguém é uso iluminar a câmara mortuária com muitas luzes durante nove dias; a família enlutada manda fazer a cama e espalhar farinha em volta da mesa, sobre a qual coloca alguns alimentos, como se o defunto estivesse vivo e, em seguida, vestem um indigente com a roupa dele para que ocupe à mesa o seu lugar, ao mesmo tempo que dam esmolas aos pobres e colocam sob o leito todo o pam cozido que houver em casa, dizendo: - “Pega leão; deixa a alma deste defunto enquanto passa o rio Jordão”. Todas as noites, durante nove dias, os familiares vam ao quarto que pertenceu ao defunto e dizem: - “Boa noite te dê Deus / Tu já foste como nós / E nós seremos como vós”.


Para quem apreciar e valorizar a memória dumha populaçom que persiste em salvaguardar a sua cultura, os "Novos Contos da Montanha" do escritor Miguel Torga som de facto umha leitura para conhecer o interessante femómeno dos marranos/anussim de Trás-os-Montes.

2 comentários:

  1. Sou Emídio César de Queiroz Lopes, filho de Emídio César Liopes, natural de Vilarinho dos Galegos, neto de Horácio Augusto Lopes e Amélia Rodrigues que tinha casa isolada de dois pisos e telhado de 4 águas, perto da Ribeira. A rua principal era perpendicular à que se vê na fotografia onde pela tarde, para apanhar a fresca, se sentava o casal de velhotes que a habitavam, há 80 anos. A casa da meu Avô é fronteira a esta rua que desce até a ribeira. O meu avô tinha um rebanho de 200 cabeças e ia ao Porto vender as peles com que negociava. Tinha duas vinhas no caminho para Vilar do Rei e uma propriedade sobre o Douro, com pombal e um antigo castro. Nessa propriedade ou perto existe a chamada Pedra do Calce, grande penedo qque apenas é mantido por um pequeno calce que lhe impede a queda. O homem mais rico da Terra era o Sr. Moisés Ramos que eu tinha a incumbência de ir cumprimentar mal chegasse a Vilarinho para passar férias. Frente à casa do Avô existia o Soto, nome pelo qual era conhecido o único estabelecimento que vendia de tudo, desde tecidos, às lâmpadas de acetileno que à noite iluminavam os retardatários. O médico, Dr. Ruano, fazia a sua visita semanal ao sábado, onde chegava cedo montado numa soberba égua. O Correio vinha também ao sábado e a leitura da correpondência era feita em frente do Soto, com larga audiência à espera das cartas do Porto ou do Brasil.
    emidio.queiroz.lopes@gmail.com

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    1. Muito obrigado polo seu testemunho sobre Vilarinho dos Galegos

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