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sexta-feira, 19 de julho de 2024

INAUGURAÇOM DO MUSEU ARISTIDES DE SOUSA MENDES EM CABANAS DE VIRIATO

 Hoje é inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes no concelho de Carregal do Sal, na aldeia de Cabanas de Viriato (distrito de Viseu), no dia e local onde há 139 anos nasceu aquele cônsul que ajudou a salvar milhares de refugiados judeus na II Guerra Mundial.

Câmara Municipal de Carregal do Sal (Viseu)

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, preside o evento, que conta com a presença familiares do antigo cônsul, além doutras individualidades, como o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino.

> Programa da inauguraçom oficial do Museu


A abertura ao público do espaço será amanhã. É por isso que a Câmara Municipal de Carregal do Sal convida a populaçom para assistir aos espetáculos organizados: Tributo a Aristides de Sousa Mendes e ao “Ecos do Passal”, no Centro Cultural de Carregal do Sal, dia 20 de julho de 2024 às 17h30. Os bilhetes são gratuitos e encontram-se disponíveis nas bilheteiras das Festas do Concelho de Carregal do Sal.

> Programa da abertura ao público


Numha nota de imprensa, a Câmara Municipal de Carregal do Sal refere que este é o “renascer da Casa do Passal, lugar que guarda as memórias da família Sousa Mendes”. A reconstruçom da casa, que chegou a cair em ruínas, demorou diversos anos a ser concretizada. “Memórias perpetuadas agora num local emblemático onde será retratada, a vida, o Homem e, em particular, o ato de heroísmo e o impacto do mesmo na história nacional e internacional”.

O programa do evento inclui umha visita ao interior do museu, a inauguraçom dumha estátua de Aristides de Sousa Mendes, um almoço nos jardins da Casa do Passal e, ao final do dia, no Centro Cultural de Carregal do Sal, o espetáculo “Aristides – O Concerto”.


Na véspera, a 18 de julho, foi realizada umha homenagem mais reservada, na Casa do Passal, por parte dos familiares de Aristides de Sousa Mendes e por descendentes de sobreviventes que receberam vistos das mãos do diplomata. Esse programa incluíu umha visita dos convidados ao museu e um jantar nos jardins do museu, também requalificados, seguido dum tributo a Aristides de Sousa Mendes, “Ecos do Passal”, no Centro Cultural de Carregal do Sal.

Vídeo da homenagem reservada de 18/7/2024


Como referido, o Museu Aristides de Sousa Mendes abre portas ao público a partir de dia 20 para “evocar os valores da tolerância e da paz, perpetuando o legado e a memória de Aristides de Sousa Mendes”. “A Casa do Passal, carinhosamente chamada pela população local como Casa do Doutor Aristides, foi a casa da família do diplomata. Por ela, também passaram inúmeros refugiados, acolhidos durante a viagem de fuga do Holocausto”.

Antes e agora - Casa Museu Aristides de Sousa Mendes 📸 José Neto

O imóvel, construído no século XIX e ampliado nas primeiras décadas do século XX, foi classificado como Monumento Nacional em 2011 e, ao longo dos anos, “foi sendo alvo de pequenas e grandes intervenções” para a manter de pé. O Concelho investiu na Casa do Passal mais de 3,5 milhões de euros para a sua requalificaçom, musealizaçom e ainda nos arranjos exteriores, um valor que contou com apoios comunitários.

Imóvel do Museu Aristides de Sousa Mendes

Aristides de Sousa Mendes nasceu, em 19 de julho de 1885, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, distrito de Viseu, licenciou-se em Direito pola Universidade de Coimbra e seguiu a carreira diplomática desempenhando funções em vários países. 

No início da II Guerra Mundial exercia o cargo de Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus e, em junho de 1940, na sequência do avanço alemão em território francês, milhares de refugiados juntaram-se naquela cidade. Foi precisamente em Bordéus que, contrariando de forma absolutamente consciente as ordens do Governo português, Aristides de Sousa Mendes decidiu emitir milhares de vistos para atravessarem Espanha e entrarem em Portugal, salvando-os da perseguiçom nazi. “Um gesto de coragem e de humanismo que continua a ser admirado e celebrado como umha das maiores ações de salvamento empreendida por umha só pessoa. No entanto, o ato heroico originou a condenaçom disciplinar e o fim da sua carreira”.

O diplomata morreu na pobreza em Lisboa, em 03 de abril de 1954, e foi considerado por Israel um ‘Justo entre as Nações’, condecorado a título póstumo com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade, polo Presidente da República em 2017 e, desde outubro de 2021, tem honras de Panteão Nacional.

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