Hoje é inaugurado o Museu Aristides de Sousa Mendes no concelho de Carregal do Sal, na aldeia de Cabanas de Viriato (distrito de Viseu), no dia e local onde há 139 anos nasceu aquele cônsul que ajudou a salvar milhares de refugiados judeus na II Guerra Mundial.
Câmara Municipal de Carregal do Sal (Viseu) |
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, preside o evento, que conta com a presença familiares do antigo cônsul, além doutras individualidades, como o presidente da Câmara de Carregal do Sal, Paulo Catalino.
> Programa da inauguraçom oficial do Museu
A abertura ao público do espaço será amanhã. É por isso que a Câmara Municipal de Carregal do Sal convida a populaçom para assistir aos espetáculos organizados: Tributo a Aristides de Sousa Mendes e ao “Ecos do Passal”, no Centro Cultural de Carregal do Sal, dia 20 de julho de 2024 às 17h30. Os bilhetes são gratuitos e encontram-se disponíveis nas bilheteiras das Festas do Concelho de Carregal do Sal.
> Programa da abertura ao público
Numha nota de imprensa, a Câmara Municipal de Carregal do Sal refere que este é o “renascer da Casa do Passal, lugar que guarda as memórias da família Sousa Mendes”. A reconstruçom da casa, que chegou a cair em ruínas, demorou diversos anos a ser concretizada. “Memórias perpetuadas agora num local emblemático onde será retratada, a vida, o Homem e, em particular, o ato de heroísmo e o impacto do mesmo na história nacional e internacional”.
O programa do evento inclui umha visita ao interior do museu, a inauguraçom dumha estátua de Aristides de Sousa Mendes, um almoço nos jardins da Casa do Passal e, ao final do dia, no Centro Cultural de Carregal do Sal, o espetáculo “Aristides – O Concerto”.
Na véspera, a 18 de julho, foi realizada umha homenagem mais reservada, na Casa do Passal, por parte dos familiares de Aristides de Sousa Mendes e por descendentes de sobreviventes que receberam vistos das mãos do diplomata. Esse programa incluíu umha visita dos convidados ao museu e um jantar nos jardins do museu, também requalificados, seguido dum tributo a Aristides de Sousa Mendes, “Ecos do Passal”, no Centro Cultural de Carregal do Sal.
Vídeo da homenagem reservada de 18/7/2024
Como referido, o Museu Aristides de Sousa Mendes abre portas ao público a partir de dia 20 para “evocar os valores da tolerância e da paz, perpetuando o legado e a memória de Aristides de Sousa Mendes”. “A Casa do Passal, carinhosamente chamada pela população local como Casa do Doutor Aristides, foi a casa da família do diplomata. Por ela, também passaram inúmeros refugiados, acolhidos durante a viagem de fuga do Holocausto”.
Antes e agora - Casa Museu Aristides de Sousa Mendes 📸 José Neto
O imóvel, construído no século XIX e ampliado nas primeiras décadas do século XX, foi classificado como Monumento Nacional em 2011 e, ao longo dos anos, “foi sendo alvo de pequenas e grandes intervenções” para a manter de pé. O Concelho investiu na Casa do Passal mais de 3,5 milhões de euros para a sua requalificaçom, musealizaçom e ainda nos arranjos exteriores, um valor que contou com apoios comunitários.
Imóvel do Museu Aristides de Sousa Mendes |
Aristides de Sousa Mendes nasceu, em 19 de julho de 1885, em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, distrito de Viseu, licenciou-se em Direito pola Universidade de Coimbra e seguiu a carreira diplomática desempenhando funções em vários países.
No início da II Guerra Mundial exercia o cargo de Cônsul-Geral de Portugal em Bordéus e, em junho de 1940, na sequência do avanço alemão em território francês, milhares de refugiados juntaram-se naquela cidade. Foi precisamente em Bordéus que, contrariando de forma absolutamente consciente as ordens do Governo português, Aristides de Sousa Mendes decidiu emitir milhares de vistos para atravessarem Espanha e entrarem em Portugal, salvando-os da perseguiçom nazi. “Um gesto de coragem e de humanismo que continua a ser admirado e celebrado como umha das maiores ações de salvamento empreendida por umha só pessoa. No entanto, o ato heroico originou a condenaçom disciplinar e o fim da sua carreira”.
O diplomata morreu na pobreza em Lisboa, em 03 de abril de 1954, e foi considerado por Israel um ‘Justo entre as Nações’, condecorado a título póstumo com a Grã Cruz da Ordem da Liberdade, polo Presidente da República em 2017 e, desde outubro de 2021, tem honras de Panteão Nacional.
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