A Adidas, fundada por Rudolf Dassler, nazi dos quatro costados, deu o pontapé de saída para a campanha antissemítica dos Jogos Olímpicos de Paris num quadro em que a equipa olímpica israelita se prepara para enfrentar as Olimpíadas mais antissemitas desde os Jogos de Verão de 1936 organizados em Berlim.
Na segunda-feira 15 de julho, a Adidas lançou umha campanha para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024, relançando umha coleçom comemorativa dum modelo de tênis lançada nos jogos de Munique de 1972. A escolha para a campanha da modelo palestiniana-americana Bella Hadid, conhecida por postagens polêmicas sobre Judeus e Israel, gerou controvérsia.
A açom publicitária visa promover o tênis "SL72", lançado pola primeira vez durante as Olimpíadas de Munique de 1972. Na época, a competiçom foi marcada polo sequestro de 11 israelitas, entre atletas e treinadores, após oito palestinianos ligados ao grupo terrorista Setembro Negro invadirem a vila olímpica, numha grave falha de segurança da polícia alemã. No fim, todos os israelitas foram assassinados.
O massacre de Munique é um trauma para Israel |
O episódio ficou conhecido como o Massacre de Munique e ainda hoje é um grande trauma na memória judaica, tanto por ter ocorrido em solo alemão menos de 30 anos após o Holocausto quanto polo facto dos jogos olímpicos sequer terem sido interrompidos. É nesse contexto que a escolha de Bella Hadid para a campanha da Adidas se torna, no mínimo, problemática. E nom por ela ser palestiniana, mas polo seu histórico de antissemitismo, sobretudo no Instagram, onde acumula 61 milhões de seguidores, o equivalente a quatro vezes mais a populaçom total de Judeus no mundo hoje.
Nos últimos meses, Bella Hadid espalhou umha série de notícias falsas em relaçom à atual guerra entre Israel e o HAMAS. O seu ativismo anti-Israel, no entanto, é antigo, bem como as teorias da conspiraçom antijudaicas e as distorções históricas que ela propaga. A modelo já chegou a afirmar, por exemplo, que Israel é um país "supremacista judaico", que "Jesus era palestiniano" e até mesmo que "Israel ocupa terras palestinianas por quatro mil anos".
O facto da Adidas ter escolhido Hadid gerou fortes críticas por parte de Israel e de várias organizações judaicas. Em resposta, a empresa de calçados reconheceu as possíveis correlações feitas entre a campanha e "trágicos eventos históricos", ressaltando que nada disso fora intencional, ao pedir desculpas por qualquer "preocupaçom ou sofrimento" que possa ter sido causado. A Adidas também afirmou que, além de Hadid, várias outras celebridades e atletas foram escolhidos para promover o tênis em questom, mas que a campanha seria revista.
A campanha foi retirada das redes sociais devido à polémica mas saíram triunfantes, pois conseguiram dar a volta ao boicote pola BDS que estavam a sofrer desde o ataque de 7 de outubro por utilizarem umha fábrica israelita, Delta Galil, para produzir parte dos seus produtos. Nom só conseguiram dar a volta ao boicote como voltar a encher os cofres por conta dos apoiantes pró-Palestina.
Essa é a segunda vez este ano que a Adidas é alvo de críticas em decorrência de questões relacionadas ao antissemitismo. Meses atrás, a empresa decidiu mudar o uniforme da Federaçom Alemã de Futebol, pois o design da camisa número 44 exibia semelhança com a sigla "SS", usada polas forças paramilitares de Adolf Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.
A algum cérebro esperto da Adidas parece-lhe boa ideia emular o desenho das SS |
Além disso, em 2022, a Adidas também rompeu a parceria com o rapper Kanye West, devido umha série de comentários antissemitas feitos por ele. Parte da renda obtida com a venda de peças da linha de produtos em parceria com o cantor foi doada para organizações de combate ao ódio e ao antissemitismo.
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